Compositor. Poeta. Letrista. Teatrólogo.
Filho do advogado (na área de Direito Autoral) Newton Feital, que organizava rodas de samba e choro em sua casa, frequentada por Pixinguinha, Joel Nascimento, Moreira da Silva, Sergio Cabral e João Nogueira, entre outros.
Autor dos textos teatrais “Lua com limão”, “Existe um céu além do azul”, “O primo do presidente”, “Os Benevides”, Chorinho de pelúcia” e “Beto, filho de Mayra”, e do musical “Isadora: e daí?”.
Publicou os livros “Nas areias da ampulheta”, “Sonetos da alma” e “Se eu pudesse dizer que te amei”, sendo incluído na “Antologia dos 50 poetas cariocas do século”.
Em 2020 foi lançado o filme “Feital, Um Poeta das Canções”, documentário em curta-metragem sobre a vida e obra do compositor dirigido pelo poeta e letrista Ricardo Brito.
Segundo o compositor, em entrevista a Ricardo Brito:
“A música é uma doação de Deus para aliviar a dor do mundo. É por isso e para Dalcia, minha mãe, razão de tudo,
que eu faço música.”
Começou a escrever poesias na adolescêcia, incentivado por sua mãe, Dalcia, funcionária pública. Uma delas, “Escravo do amor”, foi musicada por Aidran de Carvalho (Carvalhinho) e gravada por Moreira da Silva no disco “Morengueira 64”, lançado pela Odeon, quando o compositor tinha apenas 13 anos de idade.
A partir do ano de 1971 participou de festivais de música por todo o país.
Em 1973 iniciou parceria com Cláudio Cartier, com destaque para as composições “Cinelândia”, gravada por Beth Carvalho, “No analices”, gravada por Nana Caymmi e por Milton Nascimento, e “Saigon”, gravada por Emílio Santiago e por Beth Carvalho.
No ano de 1977, participou de um curso de teatro realizado na PUC-Rio. Em seguida, em 1979, assumiu a direção artística de espetáculos realizados no Clube do Samba (RJ), como “De amor é bom”, com João Nogueira, “Correntes de aço”, com Roberto Ribeiro, “50 anos de Elizeth Cardoso, “40 anos de Elis Regina”, e “Viva Clara”, com Beth Carvalho e João Nogueira, entre outros.
Atuou na criação de jingles para campanhas publicitárias, como as do Café Affa, Shopping Interlagos, New Splan e Ortopé, entre outros.
Em 1991, sua composição “Luz” (c/ Altay Veloso), interpretada por Clarisse Grova, venceu o “Festival Sul-Americano de Música de Foz do Iguaçu”.
Participou de trilhas sonoras para peças teatrais, como “Subo nesse palco” e “Temporal”, ambas com Roberto Menescal, e para cinema, como a do documentário “Colônia Juliano Moreira”, com Cláudio Cartier, interpretada por Milton Nascimento.
Atuou na criação do texto e na direção artística do espetáculo “Música nos tempos do Collera”, no qual se apresentou ao lado de Carlinhos Vergueiro em temporada de seis meses no Teatro Ruth Escobar (SP).
Em 1992, criou a Companhia das Ilusões, com Clarisse Grova, Nina Miranda e Altay Veloso, excursionando com o grupo em shows por todo o país e gravando o CD “Paulo César Feital e a Companhia das Ilusões”.
Foi indicado para o “Prêmio Sharp” pela composição “Dias de lua” (c/ Cláudio Cartier e Marco Aurélio), incluída nas trilhas sonoras da novela “Direito de amar” e da minissérie “Araponga” (TV Globo), e também com “40 anos” (c/ Altay Veloso) “Flamboyant” (c/ Jota Maranhão), “Perfume siamês” (c/ Altay Veloso) e “Saigon” (c/ Cláudio Cartier e Carlão).
Constam da relação dos intérpretes de suas músicas Alcione, Beth Carvalho (“Cinelândia”), Quarteto em Cy, Cauby Peixoto, Danilo Caymmi, Emílio Santiago (“Saigon”), João Nogueira, Leny Andrade, Milton Nascimento, Nana Caymmi (“No analices”) e Tim Maia, no Brasil, e Don Burrows, Barry Manilow e Luz Marina, no exterior.
Assinou a produção musical do CD “Escolas de samba carnaval” e a direção musical dos shows “15 anos de Carlinhos Vergueiro” (Copacabana Palace, RJ), “Novos e outros traços” (Teatro da Praia e Mistura Fina, RJ), com Clarisse Grova, “Farmacopeia”, com João Nogueira, e “Filha da Pátria” (Garden Hall, RJ), com Cris Delanno.Criou e dirigiu o espetáculo “Música, feitiçaria & outras ilusões”, dividindo o palco com Jorge Vercilo, Jota Maranhão e Altay Veloso no Teatro Rival BR, na Cinelândia, centro do Rio de Janeiro.
No ano 2000 lançou, em dupla com o violonista Jorge Simas, o CD “Carta ao Rei”, disco no qual contou com várias participações especiais, tais como Chico Buarque, Diogo Nogueira e Carlinhos Vergueiro na faixa “Labareda” (c/ Jorge Simas); Paulo Moura em “Carlos poeta” (c/ Jorge Simas e Clarisse Grova); Selma Reis na composição “Cabaré tropical” (c/ Jorge Simas); Leny Andrade em “Lábios de Deus” (c/ Jorge Simas) e a faixa “O Clero” (c/ Jorge Simas), cantada por um coro de amigos de ambos, além de Cris Delanno, intérprete nas faixas “Muito bom” (c/ Jorge Simas), “Carta ao Rei” (c/ Jorge Simas e Clarisse Grova), “Mais feliz” (c/ Élton Medeiros e Carlinhos Vergueiro), Valsa para Rosinha” (c/ Jorge Simas). No disco também declamou o texto “Luz Valenciana” (de sua autoria) e ainda interpretou como cantor várias faixas em dupla com o parceiro Jorge Simas, tais como “Absolvição”, “Ó do Bobó”, “Choro animal”, “Cinco contra um” e “Santo Antônio do Categeró”, todas parcerias de ambos.
No ano de 2016 recebeu o prêmio “Estandarte de Ouro”, do Jornal O Globo, pelo samba-enredo composto em parceria para a Escola de Samba Viradouro. No ano seguinte, em 2017, voltou a ganhar o prêmio, desta vez como compositor do samba enredo da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel, campeã do Grupo Especial do desfile das Escolas de Samba do Grupo Especial.
No ano de 2018 ganhou mais uma vez o prêmio “Estandarte de Ouro”, do jornal O Globo, como um dos parceiors do samba-enredo da Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel. Neste mesmo ano, em parceria com Altay Veloso, escreveu 12 composições para o projeto “Canto do Urubu”, em homenagem ao Clube de Regatas Flamengo.
No ano de 2019 lançou em parceira com o violonista Lucas Bueno o CD “Lágrimas”, com 10 composições autorais de ambos, entre as quais “Pão com goiaba” e “Setembrina”, parcerias póstumas da dupla com João Nogueira. Também foram incluídas as faixas “Anjo torto”; “Camaçari”; “Cambucá”; “Colombinas da Vila Mimosa”; “Dom Pedro das Flores”; “É foda”; “Palhaços” e “Samba pra Darcy Ribeiro”. O disco teve participação dos cantores Nina Wirtti, Moyséis Marques, Cláudio Nucci, Soraya Ravenle e Vidal Assis.
Entre seus intérpretes estão Zé Motta, Nana Caymmi, Beth Carvalho, Jorge Vercilho, Milton Nascimento, Olívia Hime, Chico Buarque, Alcione, Leny Andrade, Emílio Santiago, Selma Reis, João Nogueira e Altay Veloso.
Entre seus parceiros constam Guinga, Élton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Claudionor Cruz, Carlinhos Vergueiros, João Nogueira, Cláudio Cartier, Jorge Vercilo, Jota Maranhão, Xangô da Mangueira e Roberto Menescal em suas mais de 1000 composições compostas, sendo cerca de 300 gravadas.
No ano o de 2024, junto ao violonista Jorge Simas e o cantor Dudu Nogueira, montou o espetáculo “Poesia, violão & vozes”, apresentado no palco do Teatro Rival, no Centro do Rio de Janeiro.
Entrevista: Ingrid Reis
(c/ Lucas Bueno)
(c/ Jorge Simas)
(c/ Gilson Peranzzetta)
(c/Gilson Peranzzetta)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.