
Cantor. Compositor.
Iniciou a carreira artística no Recife. Em 1950 começou a trabalhar na Rádio Jornal do Comércio na capital pernambucana. Pouco depois transferiu-se para o Rio de Janeiro, sendo levado para a Rádio Tupi por João Calmon. Da Tupi do Rio de Janeiro passou para a Rádio Record de São Paulo e passou a realizar dois perogramas semanais nas duas emissoras.
Em 1952 fez sua estréia em disco no selo Star com os baiões “Acauã”, de Zé Dantas e Luiz Gonzaga e “Chora baixinho”, de Zé Dantas. Em 1953 gravou o samba canção “De tanto acreditar”, de Hervê Cordovil e Renê Cordovil e o baião “Baião do pescador”, de Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil. No mesmo ano, dublou o ator Alberto Vilar, interpretando canções de Guerra Peixe no filme “O canto do mar”, de Alberto Cavalcanti. Em 1953, gravou do pernambucano Capiba os sambas “Igarassu, cidade do passado” e “Recife, cidade lendária”, de Luiz Gonzaga e Ghiaroni o samba “Criança má” e de Elpídeo dos Santos a rancheira “Você vai gostar”. Em 1955 gravou de Dorival Caymmi a canção “Saudade de Itapoã”. Em 1957 gravou de Humberto Teixeira o baião “Mensagem a um aviador beligerante”. Em 1959 gravou na Todamérica o maracatu “Eh! Ua! Calunga”, de Capiba e o coco “Lua…lua…”, de Teófilo de Barros e Sebastião Lopes. No ano seguinte gravou as toadas “Se eu soubesse”, do ex cangaceiro Volta Seca e”Vai jangada”, de Geraldo Serafim e Newton Castro. Em 1961 gravou do maestro Guerra Peixe o samba “Se você voltasse”. Gravou ainda pelo pequeno selo Athena. Por essa época lançou o LP “Poema triste” no qual interpretou de sua autoria, a “Balada da solidão” e “Só voltou de madrugada”; de Ronaldo Bóscoli e Roberto Menescal a música “Negro”, de Peterpan, “Hoje é Domingo outra vez”, de Hervê Cordovil e Vicente Leporace, “Jangada”, de ZéDantas, “Acauã” e de Luiz Vieira, o “Prelúdio para ninar gente grande”.
Em 1984 lançou o LP “Rapsódia brasileira”, com Arranjos e regência do maestro Radamés Gnatalli e com a participação da Camerata Carioca e do Octeto Brasilis. O disco foi dividido em dois movimentos. O primeiro se chamou “Sertaneja” e nele foram interpretadas “Meu caboclinho”, de Laurindo de Almeida e J. Lourival; “Onde o céu azul é mais azul”, de Alcyr Pires Vermelho, João de Barro e Alberto Ribeiro; “Minha terra”, de Waldemar Henrique; “Sertaneja”, de René Bittencourt; “A última estrofe”, de Cândido das Neves; “Luar do sertão”, de Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco; “Isso é o Brasil”, de José Maria de Abreu e Luiz Peixoto, e “Canta Brasil”, de Alcyr Pires Vermelho e David Nasser. Já o 2º movimento incluiu “Azulão” e “Modinha”, de Jayme Ovalle e Manuel Bandeira; “Maninha” e “Até pensei”, de Chico Buarque de Holanda; “Casinha pequenina” e “Nessa rua tem um bosque”, de domínio público, e “Azulão”, de Heckel Tavares e Luiz Peixoto. Em 2012, foi homenageado no encerramento da Semana da Conscientização Negra: Memórias afro-brasileiras, História e Educação. Na ocasião, acompanhado do violão de Henrique Annes, interpretou seus sucessos.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.