
Flautista. Compositor.
Filho do maestro Sebastião Alves Frazão. Começou a aprender flauta aos 12 anos e estudou teoria musical com Ábdon Lira, no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Foi aluno de Medicina e Veterinária, mas resolveu seguir a carreira jornalística, começando a trabalhar na redação de “O País”, passando depois por outros órgãos da imprensa carioca. Sócio fundador da ABCA, participou da fundação da UBC em 1942. Eleito presidente da UBC em 1948, participou da Conferência Sul-Americana do Direito Autoral, em Santiago, Chile.
Escreveu peças teatrais (comédias e revistas) e destacou-se na música popular brasileira entre as décadas de 1930 e 1950. Sua primeira composição, “O sem trabalho”, sob pseudônimo de Luís Antônio, em parceria com Hekel Tavares, foi gravada em 1931. Em 1933, compôs com Noel Rosa o fox-trote “Julieta” gravado por Castro Barbosa na Odeon. Estreou no rádio em 1934, como produtor do programa Casé, na Rádio Philips, transferindo-se depois para a Rádio Educadora e mais tarde para a Rádio Guanabara. No mesmo ano, compõs com Nássara a marcha “Coração ingrato” gravada por Sílvio Caldas na Odeon. Em parceria com Nássara, venceu o Concurso de Músicas Carnavalescas, promovido pela prefeitura do antigo Distrito Federal, em 1935. Em 1936, Francisco Alves gravou na Victor a marcha “A .M.E.I”, com Nássara. No ano seguinte, Aracy de Almeida gravou a marcha “Dono do meu afeto”, parceria com Nássara e em 1938, o samba “Vais te cansar”, parceria com Francisco Malfitano. Nesse mesmo ano, Sílvio Caldas gravou e fez sucesso com a marcha “Florisbela”, parceria com Nássara e Nestor Amaral o samba “Sonhador” e Zé Fidélis a marcha “Versos de Camões”, parcerias com Francisco Malfitano, na Columbia. Em 1939, teve dois sambas: “Não faço questão” e “Louquinha por você” e a marcha “Acredite quem quiser”, com Nássara gravados por Dircinha Batista na Odeon. Ainda nesse ano, Murilo Caldas gravou na Victor a marcha “Onde moras tu? (Marieta)”, parceria com Nássara; Nilton Paz a marcha “Quem é essa morena?”, com Francisco Malfitano e Emilinha Borba o samba choro “Faça o mesmo”, parceria com Nássara e o samba “Ninguém escapa…”, na Columbia..
Em 1940, mais duas parcerias com Nássara foram gravadas por Dircinha Batista: a marcha “Calma no Brasil” e o “Samba de Botafogo”. Ainda nesse ano, Nilton Paz gravou o samba “Direito de pecar”, com Nássara e a valsa “Pensa um minuto em mim”, com Mário Lago. Foram lançadas ainda a marcha “Vírgula”, parceria com Alberto Ribeiro, por Mário Reis, o samba “Obrigado, amor!”, com Antônio Almeida, por Castro Barbosa e dois sambas, “Anúncio”, com Alberto Ribeiro e “Estou zangado com você”, com Antônio Almeida, pela dupla Joel e Gaúcho. Foi premiado no concurso de músicas pra o carnaval em 1941, com “Nós queremos uma valsa”, também com Nássara e que foi gravada ao acordeom por Luiz Gonzaga, ainda em inínio de carreira. No mesmo ano, teve duas parcerias com Sílvio Caldas gravadas pelo próprio Sílvio Caldas na Victor: o samba “Chuva miúda”, que fez sucesso no ano seguinte e a marcha “Se for preciso eu caso…”. Também no mesmo ano, Gilberto Alves gravou na Odeon a marcha “Segredo em boca de mulher” e o samba “Um traço qualquer”, parcerias com Nássara, Os Anjos do Inferno a marcha “Três Marias”, com Cristóvão de Alencar e, Orlando Silva o samba “Quem cantar meu samba”, parceria com Oduvaldo Lacerda e a marcha “Lero-lero”, com Benedito Lacerda, com a qual tornou a vencer o concurso de música para o carnaval no ano seguinte. Esta marcha, para surpresa geral, passou a ser um contraponto de descanço nos salões carnavalescos, entre as marchinhas buliçosas e os sambas acelerados. Ainda em 1942, teve duas de suas parcerias com Cristóvão de Alencar gravadas por Dircinha Batista: o samba “Por causa de uns olhos negros” e a marcha “A carne é fraca”. No mesmo ano, sua marcha “Alvorada”, parceria com Dunga foi gravada por Orlando Silva. Em 1943, teve as marchas “O Danúbio azulou” e “Sai, quinta coluna”, parcerias com Nássara gravadas pela dupla Joel e Gaúcho na Odeon. Orlando Silva gravou o samba canção “Nossas vidas…sempre iguais” e o samba “Duas negativas”, parcerias com Nássara e Odete Amaral a valsa “Bailado”, com Cyro Monteiro. Em 1944, Francisco Alves gravou a batucada “Vida de pobre”, parceria com Rubens Soares e Odete Amaral a marcha “Quem tem mágoa bebe água!”, parceria com Haroldo Lobo. Em 1945, Orlando Silva gravou o samba canção “A história do pierrô”, parceria com Roberto Martins e Orlando Silva a marcha “Paz na terra”, parceria com Nássara e o samba “Se eu fosse milionário”, parceria com Roberto Martins. No mesmo ano, Odete Amaral gravou o samba “Solfejo em ritmo de samba” e o choro “Zé Galhofa”, parcerias com Roberto Martins. Ainda nesse ano, fez sucesso com a marcha “O cordão dos puxa-sacos”, com Roberto Martins gravada na Victor pelo grupo Anjos do Inferno.
Em 1946, destacou-se com a “Marcha dos gafanhotos, gravada por Albertinho Fortuna. No mesmo ano, os Anjos do Inferno gravaram a marcha “O que é que eu vou fazer”, parceria com Haroldo Lobo e Carlos Galhardo o tango “Marocha linda”, com Benedito Lacerda. Em 1947, Bob Nelson e seus Rancheiros gravaram a marcha “Alô beleza”, parceria com Roberto Martins e Albertinho Fortuna os sambas “Os melhores dias de minha vida”, com Marina Batista e “Velho amor”, com Roberto Martins. Em 1948, Emilinha Borba gravou sua marcha “Que carnaval”, parceria com Arlindo Marques Jr e Roberto Roberti. Em 1949, fez com Erasmo Silva o samba “Alucinado”, gravado na RCA Victor por Gilberto Alves. No mesmo ano, Sílvio Caldas gravou o samba “Chora que passa”, parceria com Roberto Martins.
Em 1950, seus sambas “A beleza dos meus olhos”, parceria com Jorge Faraj foi gravado por Nelson Gonçalves e “Salve a orquestra”, com Roberto Martins, por Carmélia Alves e o fox trot “Vinte e cinco de abril”, parceria com Roberto Martins, por Jorge Goulart. Em 1951, Rui Rey e sua Orquestra gravaram o samba “Minha babá”, parceria com Dunga. Em 1953, seu samba “Você não sabe”, parceria com Antonio Almeida foi gravado na Todamérica por Dóris Monteiro. Em 1955, Carlos Augusto gravou na Sinter sua marcha “Tem brotinho no quintal”. A partir daí, passou a dedicar-se cada vez mais aos problemas ligados a direitos autorais na UBC, tendo, entretanto, chegado a registrar histórico depoimento para o MIS, em 1969.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.
VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.