
Instrumentista. Pianista. Regente. Compositor.
Aos dez anos de idade estudou violino. Com 18 começou a aprender piano. Em 1939 mudou para São Paulo.
Iniciou a carreira em 1939 atuando na boate Tabu em São Paulo. Em 1942, transferiu-se para o Rio de Janeiro a fim de atuar na orquestra de Fon-Fon. Em 1944, formou seu próprio conjunto.
Em 1951, gravou na Todamérica ao piano os choros “Foi sem querer” e “Machucadinho” de sua autoria. Em 1952, teve gravado o baião “Rosinha”, parceria com Fats Elpídio, por Mesquita e Seu Conjunto. No ano seguinte, Gentil Guedes e Sua Orquestra gravou seu choro “Vê se te agrada”, na Sinter. Em 1953, compôs com Mesquita o baião “Pitu” e o choro “Estela”, gravadas por Mesquita e seu Conjunto. No mesmo ano gravou ao piano com Fats Elpídio o choro “Sururu na Lapa”, parceria dos dois. Ainda em 1953, gravou, pela Musidisc, o LP “Baião Nº3” no qual registrou diversos temas adapatdos para o baião, tais como os motivos tradicionais “Casinha pequenina” e “Mulher rendeira”, para os quais fez adaptações; “Meu limão meu limoeiro” e “Urubu malandro”, adaptado por Lourival de Carvalho, além de “Peguei um ita no norte”, de Dorival Caymmi; “Trem ò lá lá”, de Humberto Teixeira e Lauro Maia; “Cuco”, de Paschoal Melilo e Avaré; “No Ceará tem disso não”, de Guio de Morais, e “Coco do Bamba Le Lê”, de Manezinho Araújo. Esse LP contou com as participações especiais de Manezinho Araújo, Catulo de Paula, Nilo Sérgio e do trio vocal As Três Marias.
Em 1956, gravou com seu Conjunto pela Continental os sambas “Nem eu” e “Vatapá”, ambos de Dorival Caymmi. No mesmo ano, gravou ao piano pela Sinter os sambas “Feitio de oração” de Noel Rosa e Vadico, “Jura” de Sinhô, e “Implorar” de Kid Pepe e Germano Augusto. Ainda em 1956, juntamente com a cantora Neusa Maria gravou o LP “As favoritas do disc-jockey Haroldo Eiras na interpretação de neusa Maria e Britinho” da gravadora Sinter, no qual foram interpretados os sambas “A voz do morro”, de Zé Keti; “Siga”, de Fernando Lobo e Hélio Guimarães, e “Pois é”, de Ataulfo Alves; o choro “Paraquedista”, de José Leocádio; o beguine “Porque voltei”, de Haroldo Eiras e Victor Berbara; o fox-canção “A última canção”, de Guilherme Augusto Pereira; a toada “Peixe fisgado”, de Nazareno de Brito e Luis Bittencourt, e o tango “Adeus querida”, de Eduardo Patané e Floriano Faissal. Em 1957, gravou ao piano pela Sinter, o fox-trote “No tempo da jazz-band” e, com seu Conjunto, o bolero “Dolores” de H. Giraud e R. Bravard. No mesmo ano, participou do LP “Tarde dançante nº 2” lançado pela Sinter e que contou ainda com as participações de Pedroca, José Menezes, Irany Pinto, Walter Gonçalves, Silva Leite, Luperce Miranda, Juca do Acordeom e Eduardo Patané. Nesse disco, interpretou ao piano o fox “Moritat”, de Kur Weill e Bertolt Brecht.
Com seu conjunto, sua orquestra e coro acompanhou diversas gravações na Sinter, entre as quais, as de Neusa Maria, Carlos Augusto, Marilena Cairo, Trigêmeos Vocalistas, Vanja Orico e Gilda Valença. Nesse período gravou com seu conjunto pela Continental o LP “Sucessos de Dorival Caymmi”.
Em 1959, teve o “Choro na gafieira” gravado pelo Conjunto Samba Blue. Em 1960, gravou na Columbia com seus Ases do Ritmo as rumbas “Mustafá” de domínio público, e arranjos de sua autoria e “Adão e Eva” de Paul Anka. No mesmo ano, teve sua parceria com Fernando César, o bolero “Desencontro”, gravado por Antenor Correia na Odeon. Ainda em 1960, gravou com sua orquestra, pela Polydor, o LP “Melodias do céu…na inspiração de Haroldo Eiras”, no qual utilizou o pseudônimo de Tito Romero. Nesse disco foram interpretadas composições do médium umbandista, compositor e jornalista Haroldo Eiras com diferentes parcerios. Foram elas: “Melodia do Céu”, de Haroldo mEiras e Di Veras, “Nós Dois a Sós”, de Haroldo Eiras e Waldir Finotti, “Minha Prece”, de Haroldo Eiras e Ciro Vieira da Cunha, “Porque Voltei”, “Noite Após Noite” e “Teus Olhos Entendem os Meus”, todas de Haroldo Eiras e Victor Berbara, “Nos Teus Lábios”, de Haroldo Eiras e Ataliba Santos, “Adorável Como Um Sonho”, “Simplesmente” e “Nossa Canção”, de Haroldo Eiras e Ciro Vieira da Cunha, “Canção Emocional”, de Haroldo Eiras e Waldir Finotti, e “Se Depender de Mim”, de Haroldo Eiras. Em 1961, Jorge Goulart gravou “Tu vais passar”, tango, Peri Ribeiro o bolero “Noite chuvosa” e Wilson Simonal, “Biquini de borboletas”, parcerias com Fernando César. Em 1962, a Banda do Corpo de Bombeiros gravou de sua parceria com Fernando César, a música “Terezinha de Jesus” e Dalva de Andrade gravou “Não me esqueça”, da mesma parceria.
Em 1963, Helena de Lima gravou, de sua parceria com Fernando César, “Nunca te direi” e “Longe de mim”. Em 1964, a mesma Helena de Lima gravou “Ponto e chuva”. Em 1965, seu samba-canção “Ser saudade”, com Fernando César, foi gravado por Helena de Lima, no LP “Outra noite no Cangaceiro…”, da gravadora RGE. Em 1966, Helena de Lima gravou “Nossa favela” e “Ainda bem” e, em 1975, “Quem viu gostar assim”, todas parcerias com Fernando César.
Entre os LPs que gravou estão “Convite ao samba” e “Dançando com Britinho”, pela Sinter, “Dançando em HI-FI”, pela Columbia e “Músicas de filmes de todo o mundo”, pela Odeon. Utilizou os pseudônimos de Pierre Kolman e Franca Vila.
(c/Seu Conjunto)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.