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Nome Artístico
Evaldo Gouveia
Nome verdadeiro
Evaldo Gouveia de Oliveira
Data de nascimento
8/8/1928
Local de nascimento
Orós, CE
Data de morte
29/5/2020
Local de morte
Fortaleza, CE
Dados biográficos

Cantor. Compositor.

Um de seus avós era cangaceiro. Com seis anos de idade cantava no sistema de alto falantes instalado na cidade de Iguatu, cidade onde foi criado. Ainda criança aprendeu a tocar violão. Aos 11 anos mudou-se para Fortaleza. Na capital cearense trabalhou como feirante e continuou a estudar violão. Faleceu aos 91 anos de idade, vítima de um AVC, em um hospital particupar de Fortaleza onde estava internado.

Dados artísticos

 

Iniciou a carreira artística em 1949 tocando violão num conjunto que fazia apresentações em bares da cidade de Fortaleza(CE). Por essa época foi premiado com o primeiro lugar por sete vezes em programas de calouros da Ceará Rádio Clube. Em 1950, formou, com Mário Alves e Epaminondas de Souza, o Trio Nagô, com o qual fez apresentações em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, onde o trio fez sucesso no programa César de Alencar na Rádio Nacional. Aliás, seria o animador César de Alencar, também cearense, quem apadrinharia o Trio no Rio de Janeiro. Foram contratados para uma temporada de três meses na Rádio Jornal do Brasil.

Em 1954, fez com Julinho do Acordeom os baiões “Baião macumbá” e “Baiãozinho bom”, gravados pelo próprio Julinho na Sinter. Em 1957, fez com Pedro Caetano o samba “Eu e Deus”, gravado por Nora Ney na Continental, e com Marino Pinto o samba-canção “Não”, gravado por Lúcio Alves na Mocambo. Em 1958, fez com Antônio Maria o samba-canção “Canção para ninar gente grande”, gravado por Bill Farr na Continental. Nesse ano, Carlos José regravou na Polydor o samba-cançao “Eu e Deus” e gravou na Odeon o samba-canção “Deixe que ela se vá”, com Gilberto Ferraz, que obteve grande repercussão. Conheceu nesse mesmo ano Jair Amorim, seu principal parcerio, na sede da UBC.  No mesmo dia compuseram a primeira música, “Conversa”, de uma série de parcerias. A música foi gravada por Alaíde Costa, pela RCA Victor, naquele mesmo ano. Em 1959, fez com Almeida Rego a marcha-rancho “Um punhadinho de estrelas”, gravada por Marina Barbosa na Continental, e o bolero “A noite e a prece”, gravado por Dorinha Freitas na RGE. Nelson Gonçalves, também em 1959, regravou na RCA Victor o samba-canção “Deixe que ela se vá”. Nesse ano, seu samba-canção “Conversa”, com Jair Amorim foi gravado na Copacabana por Luciene Franco e o bolero “Só Deus”, foi gravado por Maysa na RGE.

Em 1960, seu bolero “Alguém me disse”, parceria com Jair Amorim, foi gravado pelo Duo Guarujá na Continental e por Maysa na RGE, alcançando grande sucesso na gravação de Anísio Silva, lançada pela Odeon. No mesmo ano, o Trio Nagô gravou a canção “Ave Maria dos namorados” e o samba “Pior pra você”, Marco Antônio o bolero “Beija-me depois”, todos em parceria com Jair Amorim, e Dalva de Andrade o samba “Vou fazer um samba”, com Almeida Rego. Na mesma época Hebe Camargo gravou o samba-canção “Cantiga de quem está só” e o Trio Irakitan gravou “Prá lá de bom”, com Almeida Rego; Anísio Silva regravou o bolero “Beija-me depois”, e o samba-canção “Cantiga de quem está só”, foi gravado por Agostinho dos Santos.

Em 1961, Carlos José gravou o samba-canção “Ninguém chora por mim”, João Dias o bolero “Perdão senhorita” e Anísio Silva o bolero “Onde estarás”, todas com Jair Amorim. Ainda nesse ano, na RCA Victor, o Trio Nagô gravou seus boleros “Beija-me depois”, “Uma vez mais” e “Cantiga de quem está só” e Rosana Toledo o samba “Maldade” e o samba-canção “Quando existe Deus”, todas parcerias com Jair Amorim. Em 1962, o bolero “E a vida continua”, com Jair Amorim, foi gravado por Rosana Toledo e regravado por Nora Ney e Agnaldo Rayol. O samba-canção “Poema do olhar” e o samba “Falso”, da mesma parceria, foram gravados por Miltinho, os dois na RGE. No mesmo ano, a cantora Morgana gravou na Continental o bolero “Maldito” e Cauby Peixoto na RCA Victor regravou o samba-canção “Ave Maria dos namorados”, parcerias com Jair Amorim. Este samba-canção seria um dos carros-chefe do cantor durante alguns anos. Ainda em 1962, os boleros “Maldito” e “E a vida continua”, de com Jair Amorim, foram gravdos pela cantora Edith Veiga no LP “Sozinha”

Em 1963, Rosana Toledo voltou a gravar uma música sua na RGE, o bolero “Tudo de mim”, parceria com Jair Amorim. Nesse ano, Vera Lúcia gravou na CBS duas composições de sua parceria com Jair Amorim: “O bilhete” e “Samba sem pim-pom”. Na Copacabana, Moacir Franco gravou os sambas-canção “Tudo de mim” e “Ninguém chora por mim” e Roberto Silva a “Serenata da chuva”, todas parcerias com Jair Amorim. Ainda nesse ano, Dalva de Oliveira gravou “Há meia hora apenas”, Anísio Silva “Um dia em Portugal” e “Quem tudo quer nada tem” e Ângela Maria, na RCA Victor, o samba-canção “O bilhete”, todas as quatro com Jair Amorim. Nessa época, o cantor Altemar Dutra passou a ser o principal intérprete de suas composições com Jair Amorim. Foram vários sucessos, o primeiro, o bolero “Tudo de mim”, incluída no LP de estréia do cantor.

Em 1964, Dircinha Batista gravou na Mocambo o samba “Nosso cantinho”, parceria com Jair Amorim. Nesse ano, Altemar Dutra gravou  o bolero “Que queres tu de mim” e “Serenata da chuva”. Em 1965, o mesmo Altemar gravou com grande sucesso os boleros “Sentimental demais” e “O trovador”. Obteve ainda razoável sucesso nesse ano com o samba “Garota moderna”, uma homenagem à filha caçula de Jair Amorim, gravado por Wilson Simonal. Ainda em 1965, compôs com Jair Amorim o “Hino de amor ao Rio de Janeiro” que foi a música de encerramento do espetáculo “Hip! Hip! Hip! Rio!” montado por Carlos Machado e apresentado na boate Night and Day. No ano seguinte, Altemar gravou “Brigas” no LP “Sinto que te amo”, pela Odeon. Em 1969, o cantor Jair Rodrigues gravou, também da parceria com Jair Amorim, o samba “O Conde”, um grande sucesso, e Dircinha Batista gravou o samba “Faz de conta”, parceria com Jair Amorim e Luiz de França.

Em 1971, fez sucesso nos bailes de carnaval com a marcha-rancho “Bloco da Solidão”, também com Jair Amorim. Em 1973, compôs com Jair o samba-enredo da Portela, que homenageava Pixinguinha, “O mundo melhor de Pixinguinha”. Embora recebendo críticas positivas e negativas, em igual grau, a música acabou por ser uma das mais executadas, tanto no ano do lançamento quanto posteriormente. Em 1975, Ângela Maria gravou “Tango pra Tereza”, parceria com Jair Amorim. Em 1979, a música “Se eu pudesse”, com Jair Amorim foi gravada pela dupla Jane e Herondy. Em 1980, fez sucesso com o bolero “Meu homem”, com Jair Amorim gravado pela cantora Edith Veiga. Em 1993, o samba-canção “Brigas”, com Jair Amorim, foi gravado pelo cantor Fagner no LP “Demais” da BMG Ariola

Em 1999, Cris Braun gravou “Brigas”, Ana Carolina “Alguém me disse” e Milton Nascimento “Se alguém telefonar”, todas parcerias com Jair Amorim. Em 2000, teve outras três parcerias com Jair Amorim regravadas: “Sentimental demais” e “Que queres tu de mim” por Simone e “Ninguém chora por mim”, por Fafá de Belém.

Em 2002, aos 72 anos de idade e 50 de carreira fez seu primeiro show solo, na cidade de Conservatória. O show resultou no CD “Romântico e sentimental” gravado ao vivo interpretando seus grandes sucessos. Em 2003, gravou a inédita “Hora eu, hora você”, parceria com Jair Amorim. Ainda em 2003, teve a guarânia “Ave Maria dos namorados”, com Jair Amorim, gravada pelo violeiro Yassir Chediak, no CD “Estradas”. Deixou cerca de 1200 composições escritas e cerca de 700 gravadas.

 

Discografias
2002 MZA/Som Livre CD Romântico e sentimental
Obras
A noite e a prece (c/ Almeida Rego)
Alguém me disse (c/ Jair Amorim)
Amo-te (c/ Jair Amorim)
Ave Maria os namorados (c/ Jair Amorim)
Baião macumbá (c/ Julinho do Acordeom)
Baiãozinho bom (c/ Julinho do Acordeom)
Beija-me depois (c/ Jair Amorim)
Bloco da solidão (c/ Jair Amorim)
Brigas (c/ Jair Amorim)
Cantiga de quem está só (c/ Jair Amorim)
Canção para ninar gente grande (c/ Antônio Maria)
Conversa (c/ Jair Amorim)
Deixe que ela se vá (c/ Gilberto Ferraz)
E a vida continua (c/ Jair Amorim)
Eu e Deus (c/ Pedro Caetano)
Eu e tu (c/ Jair Amorim)
Falso (c/ Jair Amorim)
Faz de conta (c/ Jair Amorim)
Garota moderna (c/ Jair Amorim)
Hora eu, hora você (c/ Jair Amorim)
Há meia hora apenas (c/ Jair Amorim)
Maldade (c/ Jair Amorim)
Maldito (c/ Jair Amorim)
Ninguém chora por mim (c/ Jair Amorim)
Nosso cantinho (c/ Jair Amorim)
Não (c/ Marino Pinto)
O bilhete (c/ Jair Amorim)
O conde (c/ Jair Amorim)
O mundo melhor de Pixinguinha (c/ Jair Amorim)
O trovador (c/ Jair Amorim)
Onde estarás (c/ Jair Amorim)
Perdão senhorita (c/ Jair Amorim)
Pior pra você (c/ Almeida Rego)
Pitota (c/ Paulo gilvan e Edson França)
Poema do olhar (c/ Jair Amorim)
Pra lá de bom (c/ Almeida Rego)
Quando existe Deus (c/ Jair Amorim)
Que Deus me dê (c/ Jair Amorim)
Quem tudo quer nada tem (c/ Jair Amorim)
Samba sem pim-pom (c/ Jair Amorim)
Se alguém telefonar (c/ Jair Amorim)
Se eu pudesse (c/ Jair Amorim)
Sentimental demais (c/ Jair Amorim)
Serenata da chuva (c/ Jair Amorim)
Só Deus (c/ Jair Amorim)
Tango pra Tereza (c/ Jair Amorim)
Tudo de mim (c/ Jair Amorim)
Um dia em Portugal (c/ Jair Amorim)
Um punhadinho de estrelas (c/ Almeida Rego)
Uma vez mais (c/ Jair Amorim)
Vou fazer um samba (c/ Almeida Rego)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.