4.001
Nome Artístico
Dunga
Nome verdadeiro
Valdemar de Abreu
Data de nascimento
16/12/1907
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
5/10/1991
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor.

Entrou para a história da música popular com o pseudônimo de Dunga, apelido que ganhou aos 7 anos de idade, de sua professora que o considerava o mais querido da turma. Fez o curso primário na Escola Pública de Hadock Lobo e o ginásio (até o 4º ano), no Instituto Matoso. Em 1928, começou a jogar futebol em Petrópolis. Em 1930, trabalhou como conferente da Leopoldina Railways em cujos times de futebol e basquete jogava, sendo campeão diversas vezes da Liga Bancária. Em 1935, casou-se com Zaíra Moreira, com quem teve dois filhos.

Em 1940, entrou para a SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), exercendo a funçaõ de cobrador junto aos teatros e, em 1941, para a UBC (União Brasileira de Compositores), onde permaneceu por muitos anos. A partir de 1960, assumiu a vice-presidência da ADDAF, não abandonando, no entanto, a atividade musical que exerceu até sua morte.

Dados artísticos

Em 1932, sua marcha “Nossa bandeira”, composta para o bloco “Quem fala de nós tem paixão”, venceu um concurso de carnaval instituído pelo “Jornal do Brasil”. Estreou em disco em 1934, com o samba “Amar pra quê?”, na voz de Sílvio Pinto na gravadora Columbia.  Em 1935, Orlando Silva gravou na Victor o samba “Chora, cavaquinho”. No ano seguinte, o mesmo Orlando Silva gravou o samba “Foi você”. Em 1938, teve outra composição gravada por Orlando silva, o samba canção “Eu sinto vontade de chorar”. No mesmo ano, Aracy de Almeida gravou os sambas “Paz e harmonia”, parceria com Dias da Cruz, e “Dizem por aí”. Em 1939, Dalva de Oliveira gravou com a dupla Preto e Branco o samba “Quem é que não chora?”, parceria com Castro Barbosa; Arnaldo Amaral o samba “Hoje não, só na quinta-feira”, parceria com Haroldo Lobo; Odete Amaral o samba “Antes tarde do que nunca”, e Sílvio Caldas o samba “Tu és culpada”, parceria com Claudionor Cruz. No mesmo ano, Castro Barbosa gravou o samba “Quando alguém me pergunta”, e Cyro Monteiro o samba “Quem é você”, parceria com Ataulfo Alves, e um dos sucessos do ano. Em 1940, teve outra com posição gravada por Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco: a marcha “Onde Margarida mora”, também parceria com Castro Barbosa. No mesmo ano, seu fox canção “Minha vida é triste”, parceria com Dias da Cruz, foi gravado por Roberto Paiva na Odeon e os sambas “Bonito papel, hein?”, parceria com Nássara, e “Quem gostar de mim”, por Cyro Monteiro na Victor. 

Em 1941, compôs com Castro Barbosa a marcha “Foi o teu olhar” gravada pelo parceiro na Columbia. No mesmo ano, fez com Haroldo Lobo os sambas “Sinto muito amor”, gravado por Aracy de Almeida na Victor e “Levanta José”, por Emilinha Borba na Odeon e, com Roberto Roberti o samba “Não dou liberdade a mulher”, gravado por João Petra de Barros na Victor. Em 1942, Cyro Monteiro gravou o samba “Que é isso Isabel?” e Sílvio Caldas o samba “Sereia”, parceria com Nássara, e um grande sucesso daquele ano. Ainda nesse ano, Dircinha Batista gravou a marcha “Casinha de bambuê”. Em 1943, compôs com Peterpan o samba “Os teus olhos falam”, gravado por Déo na Columbia. No mesmo ano, Linda Batista gravou a batucada “As cadeiras me doem” e Nelson Gonçalves o samba “Quase louco”, parceria com Herivelto Martins, ambos na Victor. Também no mesmo ano, Francisco Alves e o Trio de Ouro gravaram o samba “Odete”, parceria com Herivelto Martins, que obteve considerável repercussão. Em 1944, teve gravados os sambas “Ouro de lei”, com Sá Róris, por Cyro Monteiro; “Soluço de mulher”, por Orlando Silva; “Não sei se voltarei”, por Roberto Paiva e “Um prazer original”, com Mário Rossi, por Carlos Galhardo. No ano seguinte, o mesmo Carlos Galhardo gravou o fox “Segredos”;  Orlando Silva o samba “Prisioneiro” e o Trio de Ouro o samba “Fantasia”, parcerias com Mário Rossi. Também em 1945, Déo lançou o samba “Nunca senti tanto amor” e Heleninha Costa o choro “Amor”, parceria com Laurindo de Almeida. Em 1946, Odete Amaral gravou “Ele gosta”, e Carlos Galhardo “É ou não é?”, marchas de parceria com Nássara, e Alcides Gerardi o samba “Perdoa”. No mesmo ano, Janet de Almeida gravou a marcha iaiá não vai”, parceria com João de Barro e Mário Rossi, e a batucada “Quem sabe da minha vida”. Em 1947, Gilberto Alves gravou o samba “Miragem no deserto”, primeira parceria com Alberto Ribeiro, e Linda Batista o samba “Trapaças de amor”. No mesmo ano, fez com Luiz Gonzaga a marcha “Pau de sebo”, gravada pelo próprio Gonzaga na RCA victor. Em 1948, Luiz Americano gravou ao saxofone a valsa “Zaíra”. Em 1949, Alcides Gerardi gravou o fox “Você é que pensa”, parceria com Roberto Roberti, e Dircinha Batista o samba-canção “Seremos três”, parceria com Cristóvão de Alencar. No mesmo ano, Nelson Gonçalves lançou o fox-blue “Você é que pensa”, parceria com Roberto Roberti. 

Em 1950, o samba “Meu primeiro amor”, parceria com Nássara, foi gravado por Carlos Galharo e a marcha “Vaqueiro apaixonado”, por Bob Nelson. Em 1951, fez com Jorge de Castro o samba “Esperança” lançado por Gilberto Milfont. No mesmo ano, o violonista Garoto gravou ao violão tenor o choro “Artigo do dia” e Nuno Roland gravou na Todamérica o samba “Meu destino”. Em 1952, Fats Elpídeo e Britinho gravaram ao piano o choro “Galinha no choco”, parceria com Alberto Ribeiro, e Déo o “Samba do Méier”, parceria com Wilson Batista. No mesmo ano, fez com Nássara a “Marcha do soluço”, lançada por Ângela Maria; com Nóbrega de Macedo o samba “De braço com outro”, lançado por Nelson Gonçalves, e com Paulo Tapajós o samba “Morreu o Anacleto”, gravado por Geraldo Pereira. No ano seguinte, Nelson Fonseca lançou o samba-canção “Estrada branca da saudade”, parceria com Cícero Nunes e Ruy Rey e sua orquestra a marcha “Com jeitinho vai”, parceria com Ruy Rey. Em 1955, Roberto Luna gravou o samba “A mulher é sempre mulher”, parceria com Cristóvão de Alencar, na Odeon e Ruy Rey e sua orquestra gravaram na Continental a marcha “Jogado fora”, parceria com Ruy Rey . Ainda no mesmo ano, Elizeth Cardoso gravou o samba “Amanhã será tarde”, parceria com Norival Reis. Teve ainda o samba “É hoje”, com Ataulfo Alves, escolhido por um júri reunido no Teatro João Caetano como um dos dez mais populares do carnaval daquele ano. Em 1956, Dircinha Batista gravou o samba-canção “Conceição”, parceria com Jair Amorim, e que se tornou seu maior sucesso na gravação de Cauby Peixoto realizada no mesmo ano. Em 1957, Jamelão gravou o samba “Quem mandou”, parceria com Jair Amorim, Zé Trindade a “Marcha do capacho”, parceria com Nássara, e Cauby Peixoto o choro “Chora cavaquinho”. Em 1958, teve a marcha “O beijo da mulata”, parceria com Arlindo Marques Jr e Roberto Roberti, gravada por Lamartine Babo na Todamérica. Em 1959, sua marcha “Quero sonhar”, outra parceria com Nássara, foi gravada por Alcides Gerardi na Columbia, e seu bolero “Meu castigo”, parceria com Jair Amorim, foi gravada por Fernando Barreto na RCA victor. No mesmo ano, seu samba “Chora cavaquinho”, foi gravado por Roberto Silva, no LP “Descendo  morro – Nº2”, da gravadora Copacabana. Em 1960, Ruy Rey gravou a marcha “Mundo virado”, parceria dos dois. No ano seguinte, o samba “Quando a mulher não quer”, parceria com Silva Jr, foi gravado por Orlando Silva na RCA Victor. Ao longo da carreira teve mais de 80 obras gravadas por artistas como Dircinha Batista, Cyro Monteiro, Jamelão, Cauby Peixoto e Orlando Silva. Foi componente por mais de 50 anos da Ala de Compositores do G.R.E.S. Unidos de Vila Isabel.

Obras
A mulher é sempre mulher (c/ Cristóvão de Alencar)
Alvorada (c/ Frazão)
Amanhã será tarde (c/ Norival Reis)
Amar pra quê?
Amor (c/ Laurindo e Almeida)
Antes tarde do que nunca
Artigo do dia
As cadeiras me doem
Bilhete
Bonito papel, hein? (c/ Nássara)
Caminhos estranhos (c/ Regina Célia)
Casinha de bambuê
Chora, cavaquinho
Com jeitinho vai (c/ Ruy Rey)
Conceição (c/ Jair Amorim)
Confessei meu amor
Covarde (c/ Herivelto Martins)
De braço com outro (c/ Nóbrega de Macedo)
Ele gosta (c/ Nássara)
Ensaio geral (c/ Nássara)
Escocesa
Esperança (c/ Jorge de Castro)
Esquisita
Eu sinto vontade de chorar
Fantasia (c/ Mário Rossi)
Foi o teu olhar (c/ Castro Barbosa)
Foi você
Fui eu
Galinha no choco (c/ Alberto Ribeiro)
Hoje não, só na quinta-feira (c/ Haroldo Lobo)
Horas noturnas
Iaiá não vai (c/ João de Barro e Mário Rossi)
Jogado fora (c/ Ruy Rey)
Jurei (c/ Nássara)
Lar, doce lar (c/ Cristóvão de Alencar)
Levanta José (c/ Haroldo Lobo)
Marcha do capacho (c/ Nássara)
Marcha do soluço (c/ Nássara)
Maria dos meus pecados (c/ Jair Amorim)
Meu amor
Meu castigo (c/ Jair Amorim)
Meu delito (c/ Alberto Rego)
Meu destino
Meu primeiro amor (c/ Nássara)
Minha vida é triste (c/ Dias da Cruz)
Miragem no deserto (c/ Alberto Ribeiro)
Modéstia à parte (c/ Radamés Gnatalli)
Moleque de rua
Morreu o Anacleto (c/ Paulo Tapajós)
Morro
Mundo virado (c/ Ruy Rey)
Mágoa (c/ Valfrido Silva)
Nosso amor (c/ Mário Rossi)
Nunca senti tanto amor
Nâo sei porque (c/ Cristóvão de Alencar)
Não dou liberdade a mulher (c/ Roberto Roberti)
Não sei se voltarei
O beijo da mulata (c/ Arlindo Marques Jr e Roberto Roberti)
O futuro do Juquinha (c/ Nássara)
O homem não deve chorar (c/ Claudionor Cruz)
Odete (c/ Herivelto Martins)
Onde Margarida mora (c/ Castro Barbosa)
Oração
Orgulho
Os teus olhos falam (c/ Peterpan)
Ouro de lei (c/ Sá Róris)
Pandeiro triste
Pau de sebo (c/ Luiz Gonzaga)
Paz e harmonia (c/ Dias da Cruz)
Pelo amor de eus (c/ Nássara)
Perdoa
Prisioneiro (c/ Mário Rossi)
Quadrilha carnavalesca (c/ Cristóvão de Alencar)
Quando a mulher não quer (c/ Silva Jr)
Quando alguém me pergunta
Quase louco )c/ Herivelto Martins)
Que é isso Isabel?
Quem fala é o coração (c/ Sá Róris)
Quem gostar de mim
Quem mandou (c/ Jair Amorim)
Quem sabe da minha vida
Quem é que não chora? (c/ Castro Barbosa)
Quem é você? (c/ Ataulfo Alves)
Quero sonhar (c/ Nássara)
Samba do Méier (c/ Wilson Batista)
Samba lelê, samba lalá (c/ Nássara)
Se ele me ouvisse
Segredos (c/ Mário Rossi)
Sereia Nássara)
Seremos três (c/ Cristóvão de Alencar)
Sinto muito amor (c/ Haroldo Lobo)
Sinto uma vontade de chorar
Soluço de mulher
Teu retrato (c/ Carlito Moreno)
Trapaças de amor
Tu és culpada (c/ Claudionor Cruz)
Um prazer original (c/ Mário Rossi)
Vaqueiro apaixonado
Você é que pensa (c/ Roberto Roberti)
Zaíra
É hoje (c/ Ataulfo Alves)
É ou não é? (c/ Nássara)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.

VASCONCELLO, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.