
Compositor. Jornalista. Radialista. Letrista.
Envolveu-se com a música ainda na juventude, apresentando-se em festas como integrante do Conjunto Duarte, que formara junto com os colegas do Colégio Ateneu Paulista de Campinas, onde estudava. Em 1934, a família transferiu-se para São Paulo, onde empregou-se como escriturário. Chegou a ser admitido na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, mas não chegou a fazer o curso, preferindo dedicar-se ao Jornalismo. Em 1936, obteve o primeiro prêmio na Festa da Uva de Jundiaí, concorrendo com a música “Poesia da uva”, gravada por Cyro Monteiro em disco não comercial. Paralelamente à sua atividade de compositor, dedicou-se ao Jornalismo, tendo trabalhado no “City News”, “Shopping News”, no “Diário de São Paulo” (sob o pseudônimo de Ribeiro Maia) e na “Gazeta Esportiva”, onde permaneceu por mais de 20 anos. Foi produtor de rádio, televisão e discos, tendo sido responsável pelo lançamento na Odeon de artistas como Hebe Camargo e Mário Genari Filho.
Com o pseudônimo de Denis Brean, assinou sucessos que o credenciaram como um dos melhores compositores paulistas. Em 1937, teve sua primeira composição gravada: o samba “Brazilian clipper”, na Columbia pelo Conjunto X, que no ano seguinte registrou pela mesma gravadora a música “O modelo de beleza”. Em 1943, sua valsa carnavalesca “No tempo do onça” foi gravada na Victor por Carlos Galhardo com grande sucesso. No ano seguinte, o samba “Pregão da baiana” foi lançado por Isaura Garcia também na Victor. Em 1945, sua marcha “Linda Salomé”, parceria com Vitor Simon foi lançada com sucesso por Bob Nelson. No mesmo ano, conheceu seu maior sucesso com o samba “Boogie – woogie na favela”, lançado por Cyro Monteiro, que na época atravessava a melhor fase de sua carreira. A música, uma espécie de samba-boogie cuja letra comentava a invasão de ritmos estrangeiros em nossa cultura, foi regravada nos dois anos seguintes por Zacarias e sua Orquestra e pelos Anjos do Inferno. Roberto Silva, gravou-a posteriormente. Ainda em 1945, Linda Batista gravou o samba “Cheguei da Bahia”, parceria com Raimundo Chaves.
Em 1946, Linda Batista lançou a marcha “Solta o galo”, parceria com Raimundo Chaves e o samba “Momo boogie”. Em 1947, Francisco Alves lançou pela Odeon o samba “Bahia com H”. Neste mesmo ano, iniciou com Osvaldo Guilherme parceria que gerou várias composições, a primeira das quais “Onde há fumaça há fogo”, gravada por Joel e Gaúcho, constando no outro lado do disco “Boogie-woogie do rato”, composição de sua autoria que alcançou algum êxito. Ainda no mesmo ano, teve a marcha “Como é burro o meu cavalo” gravada por Bob Nelson e seus Rancheiros. Em 1949, Cyro Monteiro gravou seu samba “O trombone do Tribuza” e Isaura Garcia a marcha “Vamos passear no bosque”, com Osvaldo Guilherme.
Em 1950, compôs em parceria com Raul Duarte a toada “Marrequinha”, gravada por Isaura Garcia. No mesmo ano, teve gravados os sambas “Meu segredo”, parceria com Osvaldo Guilherme, por Alcides Gerardi e “La vie en samba”, com Blota Jr., por Dircinha Batista, ambos na Odeon. Também no mesmo ano, Linda Batista gravou os sambas “Malandro em Paris”, parceria com Blota Jr. e “Baiana no Harlem”. No ano seguinte, Hebe Camargo gravou a marcha “Sem tambor e sem corneta”, parceria com Osvaldo Guilherme, Odete Amaral o choro “Bichinho que rói” e Sílvio Mazzuca e sua orquestra a guaracha “Passa mañana”, parceria com Blota Jr. No mesmo ano, compôs com Luiz Gonzaga o baião “Mambo não”, gravado por Dircinha Batista. Teve ainda o samba “Convite ao samba”, com Osvaldo Guilherme gravado por Francisco Alves. Ainda em 1951, teve o samba “Chega de sofrer”, com Osvaldo Guilherme gravado por Isaura Garcia na RCA Victor.
Em 1952, João Dias gravou seu samba “Presença de Maria”, parceria com Osvaldo Guilherme e Nelson Gonçalves a marcha “Vai meu baião”, parceria dos dois. No ano seguinte, os sambas “A mulher do meu amigo”, com Osvaldo Guilherme foi lançado por Francisco Alves na Odeon e “Sei que você volta”, também com o mesmo parceiro, por Isaura Garcia na RCA Victor. Em 1953, a marcha “Botão de rosa”, parceria com Osvaldo Guilherme foi gravada por João Dias. No ano seguinte, fez com David Nasser o samba “Um paulista no Rio” gravado por João Dias e com Blota Jr. o samba “Castigo” gravado por Isaura Garcia. Teve no mesmo período os sambas “Bahia com “H” regravado por Mário Gennari Filho e “Carlota”, lançado por Déo Maia.
Em 1957, Nora Ney lançou seu samba canção “Fraqueza”, com Osvaldo Guilherme que também tornou-se um clássico da música popular brasileira. No mesmo ano, João Dias gravou na Copacabana a marcha “Andorinha”, com Osvaldo Guilherme. Em 1958, produziu na CBS o LP “Brasil na copa do mundo”, com a narração dos principais gols do Brasil e seis músicas de sua autoria em parceria com Osvaldo Guilherme entre as quais, o samba “Aquarela da vitória” e a batucada “Vingamos o Maracanã”.
No mesmo ano, a dupla sertaneja Zé Pagão e Zé Fostino gravou a catira “Juriti”, de sua parceria com Osvaldo Guilherme. Também no mesmo ano, Zezé Gonzaga gravou na Columbia o samba jongo “Cafuné”, parceria com Gilberto Martins. Mais tarde, “Simonetti e sua Orquestra” gravaram pela RGE um LP só de composições de sua autoria, dentre as quais “Bahia com H”, “Boogie- woogie na favela” e “Moleque teimoso”. Em 1959, Leila Silva gravou pelo selo Califórnia o samba canção “Mentira”, parceria com Osvaldo Guilherme. Nos anos 1960 foi se afastando da carreira artística.
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