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Nome Artístico
Poli
Nome verdadeiro
Ângelo Apolônio
Data de nascimento
8/8/1920
Local de nascimento
São Paulo, SP
Data de morte
10/4/1985
Local de morte
São Paulo, SP
Dados biográficos

Multiinstrumentista (violão, cavaquinho, bandolim, banjo, contrabaixo, viola, guitarra havaiana). Compositor.

Desde os 10 anos, demonstrou habilidade com os instrumentos de cordas. Entre 1942 e 1944, serviu à Força Expedicionária Brasileira.

Dados artísticos

Começou sua carreira artística na década de 1930, em São Paulo, quando passou a acompanhar cantores populares de então: Januário de Oliveira, Paraguaçu e Arnaldo Pescuma. Em 1937, foi chamado para trabalhar no conjunto Regional da Rádio Difusora paulista, como violonista e solista de cavaquinho e bandolim. Na mesma época, integrou o conjunto vocal Grupo X, que concorria com o Bando da Lua. Compôs sua primeira música em 1939, uma valsa intitulada “Você”, com letra de José Roberto Penteado, que nunca foi gravada. Foi esse parceiro que sugeriu o nome artístico Poli, abreviatura de Apolônio.

Em 1940, foi convidado pelo também multiinstrumentista Garoto para trabalhar em seu regional no Rio de Janeiro. Com o Regional de Garoto, atuou no Cassino Copacabana, na Rádio Clube do Brasil, na Rádio Mayrink Veiga e ainda gravou alguns discos. Em 1942, interrompeu suas atividades musicais para servir à FEB, só retornando dois anos depois. Em 1944, gravou seu primeiro disco solo, tocando guitarra havaiana interpretando os fox-troptes “Deep in the heart of Texas”, de Don Swander e June Herchey e “Jingle, jangle, jungle”, de J. L. Lilley e F. Loesser.

No ano seguinte gravou, com um conjunto liderado por ele e intitulado Poli e Seus Havaianos o fox-trote “Lime house blues”, de Philip Braham e o fox-blue “Isle of dream”, de sua autoria. Nessa época, passou uma temporada em Porto Alegre, trabalhando na Rádio Farroupilha, chegando a integrar o Conjunto Farroupilha a convite de Tasso Bangel. Com eles fez excursão pela Europa, Japão e EUA. Retornando ao Brasil, trabalhou em várias boates paulistas, tais como a Clipper e a Roof da Gazeta. Em 1948, gravou ao violão os choros “Sonho divino”, parceria com Lupe Ferreira e “Colibri”, de sua autoria.

Em 1951, criou o grupo Poli e seu ritmo com o qual gravou tocando guitarra havaiana na Todamérica o beguine “Begin the beguine”, de Cole Porter e o fox-trot “Cavaleiros do céu”, de Stan Jones. No ano seguinte, gravou com o mesmo grupo o choro “Meteoro”, de sua autoria e o bolero “Saudade”, de Jaime Redondo. Nesse ano, gravou mais dois discos com ourtro grupo intitulado Poly e seus Modernistas. No primeiro disco, estavam o baião “Turista” e o chorinho “Dois de junho”, de sua autoria. No segundo disco, tocou guitarra havaianano beguine “Jezebel”, de Shanklin e no fox-trot “At sundown”, de Donaldson. Ainda nesse ano, passou a atuar na gravadora Todamérica acompanhando com seu conjunto gravações de diferentes a começar pela dupla Cascatinha e Inhana na canção “Ave Maraia do sertão” e na toada “Fiz pra você”. Fez também acompanhamentos para o Trio de Ébano, Cauby Peixoto; Orlando Dias; Trio Orixá e outros.

Teve gravados em 1953 o samba-canção “Guarujá”, com Juracy Rago, pela cantora Inhana; o baião “Terra de Anchieta”, com Ado Benatti pela dupla Cascatinha e Inhana e a toada-baião “Aula de amor”, com José Caravaggi por Cauby Peixoto. Em 1954, gravou na Todamérica o choro “Apanhei-te cavaquinho”, de Ernesto Nazareth e o baião “Coringa”, de sua autoria. No ano seguinte, transferiu-se para a gravadora Columbia e gravou com seu conjunto o fox “Dançando com lágrimas nos olhos”, de Burke e Dubin, o bolero “Tarde fria”, de sua autoria, o fado-fox “Benfica”, parceria com Juvenal Fernandes e o samba “Fel”, de Betinho e Heitor Carrilho. Em 1956, fez com Henrique Lobo a música “Tarde fria” gravada por Cauby Peixoto no LP “Canção do rouxinol”. Em 1957, gravou com seu conjunto o choro “Velha guarda”, de José Ramos, o fox-trot “É ou não romântico”, de Hart e Rodgers, o mambo “Fiesta”, de Samuels e Whitcup e o beguine “Veneno”, de sua autoria. No ano seguinte, gravou com seu conjunto as canções “Moonlight fiesta” e “Moonlight in Rio”, de sua autoria. Em 1959, lançou pela Columbia o LP “Penumbra – Poli e Seu Conjunto”. Nesse ano, tornou-se o primeiro a introduzir a guitarra na música sertaneja na regravação da “Moda da mula preta” pela dupla Torres e Florêncio, com arranjos seus, que também tocou a guitarra havaiana. Também nesse ano, tocou viola caipira no LP “Exaltação à viola”, lançado pelo maestro Elcio mAlvarez na Chantecler.

Em 1960, gravou pela Chantecler o cateretê “Zíngara”, de Joubert de Carvalho; a canção “Noite cheia de estrelas” e a valsa “Lágrimas”, de Cândido das Neves; a canção “Serenata”, de Vicente Celestino e o “Samba caipira”, de Palmeira e Piraci. Nesse ano, gravou pelo selo Sertanejo a cana-verde “Vai de roda”, de Palmeira e Teddy Vieira; a guarânia “Condenado”, de Palmeira e Alberto Calçada; a cação “Lamento de boiadeiro”, de Palmeira e Mário Zan e “Folias de Santos Reis”, de Teddy Vieira e Palmeira. Nessa época, seu conjunto tinha como integrantes Henrique Simonetti, na celesta, Carlinhos Maffazzoli no

acordeom e Luisinho Schiavo no órgão elétrico.

Em 1961, ainda na Chantecler gravou a valsa “Ave Maria”, de Erotides de Campos e o samba “Despedida de Mangueira”, de Benedito Lacerda e Aldo Cabral. Nesse ano, gravou no selo Sertanejo a toada “Tristeza do Jeca”, de Angelino de Oliveira. Também no mesmo ano, ingressou na Continental e em seu primeiro trabalho na nova gravadora acompanhou com seu conjunto as gravações dos rocks “Rock do saci”, de Baby Santiago e Tony Chaves e “Broto legal”, dois grandes sucesso do ídolo jovem Demétrius. Acompanhou ainda gravações de Valter Levita, Luiz Roberto e Leila Silva.  Ainda em 1961, recebeu no Maracanãzinho, durante o espetáculo junino “Baile do Palito de fósforo”, sob os auspícios do Departamento de Turismo e Certames do Estado da Guanabara e organizado pelo Clube dos Comentadores do Disco, a faixa de Principe do Disco, em espetáculo que ainda contou com as presenças de Cauby Peixoto e Elizeth Cardoso, agraciados com a faixa de Soberanos do Disco, além do príncipe Severino Araújo e das princesas Marisa Barroso e Inezita Barroso.

Em 1962, gravou com seu conjunto o samba “Castiguei”, de Venâncio e Jorge Costa, o bolero “Fica comigo esta noite”, de Adelino Moreira e Nelson Gonçalves, a polca “Festa na roça”, de Mário Zan e Palmeira e a “Quadrilha do tamanduá”, de sua autoria. No ano seguinte, gravou algumas músicas de filmes e seriados famosos na época como “Sukiyaki”, “Bonanza” e “Dominique”. Em 1964, voltou a tocar viola caipira no LP “Quermesse junina” da Continental.

Em 1970, gravou o LP “Sertão em festa”, com solos de guitarra havaiana nas músicas “Tristeza do Jeca”, de Angelino de Oliveira e “Vai chorando, coração”, de Amarilda e Brás Baccarin, além de tocar viola caipira em diversas composições. Gravou, no mesmo ano, outro elepê homenageando os grandes instrumentistas de cordas do Brasil, Canhoto, Jacob do Bandolim e outros. Jacob, por seu turno, fez elogios ao instrumentista na época do lançamento desse disco.

Discografias
1995 Continental CD Dois bicudos não se beijam
1970 LP Sertão em festa
1963 Continental 78 Jessica/Benfica
1963 Continental 78 Mariquilla/Cláudia
1963 Continental 78 Sukiyaki/Bonanza
1962 Continental 78 A balada do soldado/Quando setembro chegar
1962 Continental 78 Berlim melody/Norman
1962 Continental 78 Castiguei/Fica comigo esta noite
1962 Continental 78 El suco suco/Siboney
1962 Chantecler 78 Estrela de menino pobre
1962 Continental 78 Jingle bells/Boas festas
1962 Continental 78 Quadrilha do tamanduá/Festa na roça
1961 Chantecler 78 Ave Maria/Despedida de Mangueira
1961 Sertanejo 78 Minha casa/Adeus, Maria
1961 Chantecler 78 México/Cavaleiros do céu
1961 Chantecler 78 Na fronteira do México/La Paloma
1961 Sertanejo 78 Tristeza do Jeca/Gaúcho eu sou
1960 Sertanejo 78 Lamento de boiadeiro/Folias de Santos Reis
1960 Chantecler 78 Lágrimas/Serenata
1960 Chantecler 78 Ouvindo-te/Samba caipira
1960 Sertanejo 78 Vai na roda/Condenado
1960 Chantecler 78 Zíngara/Noite cheia de estrelas
1959 Columbia LP Penumbra-Poli e Seu Conjunto
1958 Columbia 78 Moonlight fiesta/Moonlight in Rio
1957 Columbia 78 Blue acho/Perambulando
1957 Columbia 78 Dark moon/Maracangalha
1957 Columbia 78 Fiesta/Veneno
1957 Columbia 78 Velha guarda/É ou não romântico
1955 Columbia 78 Benfica/Fel
1955 Columbia 78 Dançando com lágrimas nos olhos/Tarde fria
1955 Todamérica 78 Jamie/Stranger in paradise
1954 Continental 78 Apanhei-te cavaquinho/Coringa
1953 Todamérica 78 Nisei/Guarujá
1952 Todamérica 78 Anniversary song/Vaidoso
1952 Todamérica 78 Jezebel/At sundown
1952 Todamérica 78 Meteoro/Saudade
1952 Todamérica 78 Turista/Dois de junho
1951 Toidamérica 78 Begin the beguine/Cavaleiros do céu
1948 Continental 78 Sonho divino/Colibri
1945 Continental 78 Limehouse blues/Isle of dream
1944 Continental 78 Deep in the heart of Texas/Jingle, jangle, jungle
Obras
Aula de amor (c/ José Caravaggi)
Benfica (c/ Juvenal Fernandes)
Colibri
Coringa
Dois de junho
Guarujá (c/ Juracy Rago)
Isle of dream
Meteoro
Moonlight fiesta
Moonlight in Rio
Nisei
Quadrilha do tamanduá
Sonho divino (c/ Lupe Ferreira)
Tarde fria
Terra de Anchieta (c/ Ado Benatti)
Turista
Vaidoso
Veneno
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.

VASCONCELOS, Ari. Panorama da música popular brasileira – volume 2. Rio de Janeiro: Martins, 1965.