Cantor. Compositor.
Nasceu no subúrbio carioca do Rocha, em uma família de nove irmãos, todos com nomes começados com “C”. Seu pai era dentista, capitão do Exército e funcionário público. Sobrinho do grande pianista de samba Nonô (Romualdo Peixoto, conhecido como o “Chopin do samba”), também primo de Cauby Peixoto, de Araken Peixoto, de Andyara Peixoto e do pianista Moacyr Peixoto, passou a infância e a juventude em Niterói(RJ), para onde se mudou com a família quando tinha apenas dois anos.
Estudou no Grupo Escolar Alberto Brandão, na Escola Profissional Washington Luís e posteriormente no Instituto de Humanidades. Marcou época com sua voz, seu ritmo e sua capacidade de modular e improvisar. Ficou conhecido por sua grande simpatia, bondade e capacidade de fazer amigos. Na juventude, conviveu na Confeitaria Guanabara com músicos e boêmios como seu tio Nonô, Valfrido Silva, Mário Travassos de Araújo, Dutrinha, Gadé e Ary Frazão.
Foi casado com a cantora Odete Amaral, de quem separou-se em 1949 e com quem teve um filho. Sobre ele, Vinicius de Moraes escreveu na contracapa do LP “Senhor samba”, lançado pela Columbia em 1961: “Uma criatura de qualidades tão raras que eu acho improvável qualquer de seus amigos não se haver dito, num dia de humildade, que gostaria de ser Cyro Monteiro. Pois Cyro, pra lá do cantor e do homem excepcional, é um grande abraço em toda a humanidade.”
Chamado de “Formigão” pelos amigos (recebeu o apelido do compositor Frazão) e de “O cantor das mil e uma fãs” por todos os seus admiradores. Era torcedor do Flamengo, mas um flamenguista de quem até mesmo os “adversários” gostavam. Por conta de seu célebre entusiasmo pelo Flamengo, na ocasião do nascimento da primeira filha de Chico Buarque e Marieta Severo, a pequena Sílvia, enviou de presente para o bebê uma camisa rubro-negra. Chico respondeu à provocação do amigo compondo a canção “Ilmo. Sr. Cyro Monteiro ou Receita para virar casaca de neném”. Desde os fins da década de 1940 começou a apresentar problemas respiratórios. Em 1959 submeteu-se a uma cirurgia no Sanatório de Correias(RJ), por conta de seus problemas de saúde. Em abril de 1968, o jornal O Globo publicava a seguinte notícia sobre ele: “Deixar de cantar é coisa que nem passa pela cabeça de quem viveu trinta anos diante de microfones. Por isso é que Ciro Monteiro e Odete Amaral, ao contar que ingressaram no Instituto Nacional de Previdência Social com um pedido de aposentadoria, explicam logo que estão apenas reivindicando um benefício de direito. A atividade de fato vai continuar, “pois sambista só se aposenta quando morre”, insiste Ciro”.
Na década de 1970, costumava freqüentar bares da noite paulista, como o Teleco-Teco. Faleceu no Rio de Janeiro, com apenas 60 anos. Foi sepultado, com grande acompanhamento, no Cemitério São João Batista, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, ao som da marcha do Flamengo, cantada por integrantes da torcida jovem e coberto com as bandeiras rubro-negra, de seu clube, e verde-e-rosa, da Estação Primeira de Mangueira.
O poeta e compositor Vinicius de Moraes o considerava “o maior cantor popular brasileiro de todos os tempos”. Em 2009, a sessão “Hoje na História” do Jornal do Brasil publicou reportagem relembrando seu falecimento. Segundo a reportagem ele teria dito as seguintes palavras em algum momento durante os 10 dias em que ficou internado: “Leve um recado pros meus amigos Vinícius de Moraes, Fernando Lobo e Reinaldo Dias Leme. Diga a eles que é pra não chorar, porque eu tenho um encontro marcado com Pixinguinha, Stanislaw Ponte Preta e Benedito Lacerda. Eu não bebo há dois anos e agora vou tomar o maior pileque da minha vida”. Ficou conhecido pelos admiradores como “O cantor das mil e umas fãs”.
Desde jovem cantava em festas e rodas de amigos. Em dueto com seu irmão Careno, procurava imitar a dupla Sílvio Caldas-Luiz Barbosa, que seu tio Nonô costumava levar a sua casa para apresentações esporádicas. Desses encontros surgiu sua oportunidade no rádio. Em 1933, numa emergência e a pedido do próprio Sílvio Caldas, foi substituir Luiz Barbosa no “Programa Casé”, da Rádio Phillips, já que conhecia todo o repertório da dupla. Fez sucesso ao lado de Sílvio Caldas, mas, ainda assim, preferiu abrir mão da dupla com Sílvio Caldas e manter a que tinha com o irmão.
No ano seguinte foi levado para um teste na Rádio Mayrink Veiga, encaminhado por Dioclesiano Maurício. Aprovado, foi escalado para um programa diurno, chamado “Programa das Donas de Casa”.
Em 1936, passou para os programas noturnos, com Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis, Custódio Mesquita, Noel Rosa, Gastão Formenti e outros grandes artistas. Foi nessa época que começou a criar um estilo que o imortalizaria. Luiz Barbosa marcava o ritmo no chapéu de palha e Joel de Almeida foi seu seguidor. Descobriu no ritmo de uma caixinha de fósforos o toque instrumental para suas interpretações.
Ainda em 1936, lançou na Odeon, para o carnaval, o seu primeiro disco, cantando o samba “Perdôa”, de Kid Pepe e João Barcelos, e a marcha “Vê se desguia”, de Kid Pepe, Germano Augusto e Fadel. Gravado em dezembro do ano anterior, não conseguiu no entanto grande repercussão. Em dezembro de 1936, participou no coro da gravação da antológica marchinha “Mamãe eu quero”, de Jararaca e Vicente Paiva, ao lado de Almirante e Odete Amaral, em disco que foi sucesso no carnaval do ano seguinte.
Em 1937, já participava de todos os programas das rádios cariocas e lançou seu primeiro grande sucesso, o samba “Se acaso você chegasse”, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, justamente em um deles, o “Picolino”, de Barbosa Júnior. Por encomenda, para promoção da Festa da Uva de Jundiaí, gravou, ainda em 1937, dois discos particulares na RCA Victor.
Em 1938, passou a gravar na Victor, onde ficou a maior parte de sua carreira e onde estreou logo com um grande sucesso, o samba “Se acaso você chegasse”, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins. No mesmo ano, gravou em dueto com a mulher, Odete Amaral, o jongo “Pomba serena”, de Humberto Porto. Nessa época começou a compor em parceria com Dias da Cruz.
No ano seguinte, voltou a gravar em dueto com Odete Amaral registrando os sambas “Sinhá, sinhô” e “Bem querer”, ambos de Aloísio Silva Araújo. Ainda no mesmo ano, gravou o samba “Mania da falecida”, de Ataulfo Alves e Wilson Batista. Também em 1939, conheceu novo grande sucesso, com o samba “Oh! Seu Oscar”, de Ataulfo Alves e Wilson Batista, grande vencedor do carnaval do ano seguinte e segundo grande sucesso do cantor.
Em 1940, gravou dois frevos-canção do compositor pernambucano Capiba: “Quero essa!” e “Gosto de te ver cantando”. Gravou também no mesmo ano o samba “Beijo na boca”, de Ciro de Sousa e Augusto Garcez. No final do mesmo, gravou outro samba que se tornaria grande sucesso, sendo muito cantado no carnaval de 1941, “O bonde de São Januário”, de Ataulfo Alves e Wilson Batista.
Em 1941, gravou, de Ary Barroso, o samba “Os quindis de Iaiá” e a marcha “Qué-qué-qué-ré”, esta uma parceria com Álvaro Carvalho. No mesmo ano, tornou a gravar música do pernambucano Capiba, o frevo-canção “Linda flor da madrugada”. Gravou também, com Sílvio Caldas e Orlando Silva, o samba “Rosinha”, de Heber de Bóscoli e Mário Martins.
Em 1942, gravou os frevos “Quem me dera!” e “Dance comigo”, de Capiba, e, de Synval Silva, o samba “Fonte do amor”. No mesmo ano, gravou o samba-choro “Botões de laranjeira”, de Pedro Caetano, lançado com grande sucesso no “Programa César Ladeira”, na Rádio Mayrink Veiga. Na ocasião de seu registro em disco, a música sofreu censura, pois na letra havia o nome próprio de uma menina, Maria Madalena de Assunção Pereira, para quem o compositor Pedro Caetano fez a música. O radialista César Ladeira sugeriu a troca do nome para Maria Madalena dos Anzóis Pereira, e o disco foi finalmente gravado.
Em 1943, gravou os sambas “Até quarta-feira”, de Geraldo Pereira e Jorge de Castro, “Senta lá na mesa”, de José Gonçalves e Claudionor Cruz, “Beija-me”, de Roberto Martins e Mário Rossi, que foi um dos sucessos do ano, numa interpretação sua que se tirnaria clássica, além de “Você está sumindo”, de Geraldo Pereira e Jorge de Castro, outro sucesso, e “Minha homenagem”, de sua parceria com Ari Monteiro. Também no mesmo ano, gravou o samba “Apresenta-me aquela mulher”, uma das primeiras composições do compositor da Mangueira Nelson Cavaquinho, em parceria com Augusto Garcez e G. de Oliveira. Ainda no mesmo ano, gravou em dueto com Nelson Gonçalves os sambas “Vem surgindo a Avenida”, de Benedito Lacerda e Gastão Viana, e “O diabo da mulher”, de sua autoria e Benedito Lacerda. Em 1944, gravou a marcha “Vale ouro”, de Benedito Lacerda e Roberto Martins, a batucada “A mim você não engana”, de Armando Marçal e J. Portela, e os sambas “Ouro de lei”, de Valdemar de Abreu e Sá Róris e “Saudades dela”, de Alcyr Pires Vermelho e Pedro Caetano. No mesmo ano, teve seu samba “Tu bem sabes”, parceria com Kid Pepe, gravado pela cantora Marilu. Também no mesmo ano, fez antológica interpretação para o samba “Falsa baiana”, de Geraldo Pereira. Esse samba seria inicialmente gravado por Roberto Paiva, que segundo relatos de Jairo Severiano e Zuza Homem de Melo, não teria entendido direito a letra, cantada por um bêbado Geraldo Pereira, e achara o samba quebrado.
Em 1945, gravou os sambas “Os quindins de Iaiá”, de Ary Barroso, com o qual conheceu novo sucesso, “Briga de amor”, da dupla Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, “Aquele bilhetinho”, de Nelson Cavaquinho, Augusto Garcez e Arnô Canegal e “Pra minha morena sambar”, de Synval Silva. No mesmo ano, gravou “Boogie-woogie na favela”, uma espécie de samba-boogie de Denis Brean, que fez grande sucesso. No ano seguinte obteve sucesso com os sambas “Deus me perdoe”, de Lauro Maia e Humberto Teixeira, e “Rugas”, de Nelson Cavaquinho, Augusto Garcez e Ari Monteiro. Gravou, também com sucesso, o choro “O que se leva dessa vida”, de Pedro Caetano.
Em 1947, gravou mais uma composição da dupla Humberto Teixeira e Lauro Maia, o samba “Tenha dó de mim”. No mesmo ano, fez sucesso com o samba “Pisei num despacho”, de Geraldo Pereira e Elpídio Viana. Outro samba gravado no mesmo ano foi “Meu pandeiro”, de Luiz Gonzaga e Ari Monteiro, uma rara incursão do “Rei do Baião” pelo universo do samba.
Em 1948, gravou a marcha “Beijo”, de Pedro Caetano. No ano seguinte, fez sucesso com a marcha “Sereia de Copacabana”, de A. F. Marques e Antenor Borges. Em 1949, deixou a Rádio Mayrink Veiga e ingressou na Rádio Nacional, onde ficou por cerca de um ano. Em 1950, gravou, de sua autoria e Dias da Cruz, o samba “Maria sambou”. No mesmo ano, saiu da gravadora Victor e retornou para a Rádio Mayrink Veiga onde ficou por mais três anos.
Em 1955, gravou na Todamérica, onde estreou com um grande sucesso, o samba “Escurinho”, de Geraldo Pereira. O lado A desse disco trazia um dueto com a cantora Mariúza no samba “Tem que rebolar”, de José Batista e Magno de Oliveira. Na ocasião, assim reportou o jornal O Globo: “Cyro Monteiro com o samba “Escurinho”, de Geraldo Pereira, lidera a parada de sucessos da companhia Todamérica”. No mesmo ano, gravou a marcha “Tá na cara”, de João de Barro e o samba “Fim de Saíra”, de Luiz de França e Zé Tinoco. Em 1956, emplacou novo sucesso com o samba “Nega Luzia”, de Wilson Batista e Jorge de Castro. Gravou no mesmo ano o choro “O barão na dança”, de Antônio Rago e Mário Vieira. Também no mesmo ano, participou da montagem do espetáculo “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes, no papel de Apolo, pai de Orfeu, peça encenada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Em 1957, gravou mais duas composições de Wilson Batista, a batucada “Meu assunto é sambar”, parceria com Lourival Ramos, e o samba “Sou um barco”, parceria com Alberto Rego. No mesmo ano, apresentou-se com sucesso nas boates paulistas Cave e Chicote. Em 1958, compôs seu maior sucesso como autor, “Madame Fulano de Tal”, parceria com Dias da Cruz, gravada por Maurici Moura, na Odeon.
Em 1961, gravou na Columbia, de sua autoria e Mary Monteiro, o samba “Quatro loucos num samba” e de Hélio Nascimento e Mariano Filho, “Liberdade demais”. Ainda em 1961, depois de um curto período de afastamento por motivos de saúde, lançou pela CBS o LP “Senhor samba”. Neste LP, gravou, entre outras, “Malandro bamba”, de Pedro Caetano, “Pra brincar de namorar”, de sua autoria, “Chora coração”, de Osvaldo Guilherme e Denis Brean, e “Receita de mulher”, de sua parceria com Carlos Frederico. Voltou para a Rádio Mayrink Veiga na mesma época e começou a participar de programas de televisão. Em 1962, gravou pela CBS, “Certa Maria”, composição sua em parceria com Vinicius de Moraes.
Em 1965, lançou pelo selo Elenco o LP “De Vinicius e Baden especialmente para Cyro”, com 10 composições dos dois artistas, entre as quais, “Para fazer um bom café”, “Linda baiana”, “Formosa”, “Astronauta” e “Amei tanto”. No mesmo ano, passou a atuar no programa “Bossaudade”, da TV Record, apresentado pela cantora Elizeth Cardoso. Desse programa resultou um LP gravado pela Copacabana, ao vivo, com o Regional de Caçulinha. No mesmo ano participou em São Paulo, juntamente com Dilermando Pinheiro, do espetáculo “Telecoteco Opus nº 1”, produzido por Sérgio Cabral. O espetáculo fez grande sucesso e acabou virando LP pela Phillips, do qual constavam as músicas: “Alô, João”, em parceria com Baden Powell; “Minha palhoça”, de J. Cascata; “Emília”, de Wilson Batista e Harldo Lobo; “Florisbela”, de Nássara e Frazão, e o samba “Formosa”, de Baden Powell e Vinicius de Moraes, que ele havia lançado no “O fino da bossa”. Nesse programa sua presença era constante, participando, ao lado de Elis Regina, de vários números que fizeram história.
Em 1966, gravou com Elizeth Cardoso pela Copacabana o LP “A bossa eterna de Elizeth e Cyro”, no qual fizeram gravações solo e em dueto, interpretando pot-pourris com composições como “Nega”, de Waldemar Gomes e Afonso Teixeira, “Dance mais um bocado”, de Henricão e Príncipe Pretinho, e “o que é que eu dou?”, de Dorival Caymmi e Antônio Almeida. Em 1967, realizou show em Porto Alegre e, na ocasião, concedeu entrevista ao radialista Vanderlei Malta da Cunha para o programa “Domingo & Arte”, apresentado na Rádio Metrópole AM. Nessa entrevista, além de falar de fatos de sua carreira, enfocou um tema que na época causava reação negativa nos artistas da chamada “Velha Guarda”, a Jovem Guarda. Na ocasião, assim falou sobre o movimento: “Quando apareceu a televisão, ela tomou conta de tudo. E eu procurei me adaptar (…) Eu até hoje tento. Só falta cantar o iê-iê-iê. Mas, se for preciso, cantarei, eu adoro iê-iê-iê. Eu adoro a mocidade, essa rapaziada sadia, a rapaziada que tem e está na sua época. Muita gente mete o pau, mas eu não. Eu também já fui jovem, usei a moda da minha época, que era calça larga de flanela, sapato branco, paletó curtinho de mescla…”. Em 2015, essa entrevista foi publicada pelo jornal O Globo. Em 1968, integrou com Clementina de Jesus, Nora Ney, Jards Macalé, o conjunto Os Cinco Crioulos e Dino Sete Cordas, o elenco do espetáculo “Mudando de conversa”, produzido por Hermínio Bello de Carvalho, no Teatro Santa Rosa, no Rio de Janeiro, e que se transformou em LP pela Odeon. No mesmo ano, defendeu o samba “Tive sim”, de Cartola na Primeira Bienal do Samba ficando em quinto lugar.
Em 1969, lançou pela Copacabana o LP “Meu samba, minha vida”, no qual interpretou, entre outras, “Saquinho de dinheiro”, parceria com Lilian de Matos, “Tristezas não pagam dívidas”, de Ismael Silva, “Saudade dela”, de Pedro Caetano e Alcyr Pires Vermelho, “Deus me perdoe”, de Lauro Maia e Humberto Teixeira, e “Como a vida é”, parceria com Dias da Cruz.
No mesmo ano, lançou com Elizeth Cardoso o LP “A eterna volume 2”, com interpretações solo, como suas composições “Certa Maria”, parceria com Vinicius de Moraes, “Presente de uma flor”, ” Coração malvado” e “Saudade é nome de flor”, parceria com Dias da Cruz. Em dueto com Elizeth Cardoso interpretou, entre outras, “Mulher de malandro”, de Heitor dos Prazeres, “Apanhando papel”, de Getúlio Marinho e Ubiratan da Silveira, “Louco (Ela é seu mundo)”, de Henrique de Almeida e Wilson Batista, e “Quando penso na Bahia”, de Ary Barroso e Luiz Peixoto.
Em 1970, lançou pela Continental o LP “Alô jovens, Ilmo Cyro Monteiro canta sambas dos sobrinhos”, com obras de novos compositores como “Dela”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Nada de novo”, de Paulinho da Viola, “Samba do Pasquim”, de Paulo Sergio Valle e Marcos Valle, e “Ilmo. Sr. Cyro Monteiro, ou Receita para virar casaca de neném”, de Chico Buarque.
No ano seguinte, gravou com o cantor Jorge Veiga o LP “De leve – Jorge Veiga e Cyro Monteiro”, que trazia composições como “400 anos”, de sua autoria com Dias da Cruz, “Café soçaite”, de Miguel Gustavo, “Primeiro de abril”, de Paulista, Noel Rosa e Nelson Cavaquinho, e pot-pourris de sambas de sucesso, neste que foi seu último disco. Gravou pela última vez, junto com Vinicius e Toquinho, os sambas “Que martírio”, de Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, e “Você errou”, de sua autoria. As gravações foram lançadas postumamente, em 1974, no LP “Toquinho, Vinicius e amigos”.
Em 2003, por ocasião dos 90 anos de seu nascimento foi homenageado no Teatro do Sesi, centro do Rio de Janeiro com as participações de Cristina Buarque, Pedro Paulo Malta e Alfredo Del Penho que interpretaram os grandes sucessos do cantor. Foi lançado em 2004, pela BMG, o CD “Cyro – Mestre do samba” com suas interpretações para clássicos como “Falsa baiana”, de Geraldo Pereira; “O bonde de São Januário”, de Ataulfo Alves e Wilson Batista; “Você está sumindo”, de Geraldo Pereira e Jorge de Castro; “Oh Seu Oscar”, de Ataulfo Alves e Wilson Batista, e “Pisei num despacho”, de Geraldo Pereira e Elpídio Viana, entre outros. Em 2011, foi relançado em CD o LP “Meu samba, minha vida”, de 1969, no qual o cantor interpretou os sambas “Saquinho de dinheiro”, dele e Lilian de Matos; “Tristezas não pagam dívidas”, de Ismael Silva; “Decisão”, de Etinha; “Saudade dela”, de Pedro Caetano e Alcyr Pires Vermelho; “Moreninha boa”, de Estevão Camargo e Fardel; “Regra do sei lá”, de Eduardo Souto Neto e Alberto Paz; “Deus me perdoe”, de Lauro Maia e Humberto Teixeira; “São Paulo”, de Ricardo Galeno; “Cara ou coroa”, de Eduardo Souto Neto e Alberto Paz; “Rosa mandou”, de Avarese; “Jambete”, de Lu Monteiro e Sergio Bittencourt, e “Como a vida é”, de sua autoria e Dias da Cruz. Em, 2013, por ocasião das comemorações do seu centenário de nascimento, foi homenageado pelo Instituto Moreira Salles com o show “Sincopando o Cyro”, no qual o cantor e compositor Nei Lopes, acompanhado por Ruy Quaresma, nos arranjos e violão; Samara Líbano, no cavaquinho, Julio Merlino, no sax, e Naife Simões e Betão, na percussão, interpretou diversos sucessos do cantor, tais como “Falsa baiana”, de Geraldo Pereira, “Beija-me”, de Roberto Martins e Mário Rossi, e “Se acaso você chegasse”, de Lupicínio Rodrigues. Na ocasião, assim falou Nei Lopes a respeito do cantor, em reportagem do jornal O Globo: “É o sincopado, o deslocamento das tônicas, do tempo forte. Apesar de não ter sido o primeiro nessa linha, ele foi fundamental. E além de ser um excelente intérprete em termos rítmicos, associou a isso uma enorme simpatia, um charme no canto, vindo de uma pessoa bem-humorada, de bem com a vida”. Também em comemoração ao seu centenário, foi tema de reportagem da revista Cariquice, publicação trimestral do Instituto Cultural Cravo Albin. O mesmo local programou uma série de atividades em homenagem ao cantor, entre as quais, visita guiada à exposição sobre o cantor na sede do próprio Instituto. Ainda em 2013, foi homenageado pelo músico Gabriel Azevedo do grupo Casuarina, que realizou uma série de shows nos quais contou com convidados como Marcos Sacramento, Pedro Miranda e Alfredo Del Penho.
(c/ Elizeth Cardoso)
(Com Nelson Gonçalves)
(Com o Quarteto de Bronza)
(Com Sílvio Caldas e Orlando Silva)
(Com Odete Amaral)
(Com Odete Amaral)
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