Cantora.
Começou sua carreira no programa “A raia miúda”, de Renato Murce, na Rádio Nacional, apresentado diretamente do Teatro João Caetano (RJ). Em seguida, passou a se apresentar no “Programa do guri”, de Silveira Lima, na Rádio Mauá. Dois anos depois, apresentou-se no programa “Papel carbono”, de Renato Murce. De lá foi para a Rádio Tupi e, participando do programa “Salve o baião”, conheceu Luiz Gonzaga que a apelidou de “Princesinha do Baião”.
No final dos anos 1950, foi convidada por Sylvinha Telles para substituí-la como cantora do Plaza (RJ). Na casa noturna, dividiu o palco com Luís Eça, João Donato, Baden Powell e Milton Banana, entre outros músicos.
Em 1960, convidada por Ronaldo Bôscoli, apresentou-se no show “A noite do amor, do sorriso e da flor”, na antiga Faculdade de Arquitetura do Rio de Janeiro. Participou, também, do programa “Brasil 60”, de Bibi Ferreira, levado ao ar pela TV Excelsior (SP) e do disco “Nova geração em ritmo de samba”.
Ainda nos anos 60, começou a divulgar o repertório da bossa nova em casas noturnas de São Paulo, como Baiúca, Cambridge e Juão Sebastião Bar, inaugurando a boate Ela, Cravo e Canela, com o espetáculo “Um show de show”, no qual se apresentou com Pedrinho Mattar.
Em 1964, gravou “Claudette é dona da bossa”, seu primeiro LP solo, lançado pela gravadora Mocambo, em que se destacam as músicas “Garota de Ipanema” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), e “Tristeza de nós dois” (Durval Ferreira, Bebeto e Maurício Einhorn).
No ano seguinte, gravou “Claudette Soares”, LP que incluiu, entre outras, a canção “Primavera” (Carlos Lyra e Vinicius de Moraes).
Em 1966, apresentou-se, com Taiguara e o Jongo Trio, no espetáculo “Primeiro tempo 5 x 0”, dirigido pela dupla Mièle e Bôscoli, realizado na boate Rui Bar Bossa e depois no Teatro Princesa Isabel (RJ). Do show resultou o LP homônimo, lançado pela Philips no mesmo ano. Ainda em 1966, foi premiada com o Troféu Euterpe de Melhor Cantora do Ano e participou do I Festival Internacional da Canção (RJ), interpretando “Chorar e cantar” (Vera Brasil e Sivan Castelo Neto).
No ano seguinte, contratada pela Rede Record, apresentou-se no programa “Jovem Guarda” interpretando “Como é grande o meu amor por você”, de Roberto e Erasmo Carlos.
Em 1968, gravou um disco somente com músicas de Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Um ano depois, gravou o LP “Quem não é a maior tem que ser a melhor”, lançado pela Philips.
Em 1970, participou do V Festival Internacional da Canção, interpretando “Mundo novo, vida nova”, de Gonzaguinha.
No ano seguinte, apresentou-se, com Agildo Ribeiro e Pedrinho Mattar, no show “Fica combinado assim”, realizado no Teatro Princesa Isabel (RJ). Ainda em 1971, ficou nas paradas de sucesso durante 56 semanas consecutivas, com a canção “De tanto amor”, de Roberto e Erasmo Carlos, incluída em LP lançado pela Philips.
Em 1972, casou-se com o músico Júlio César Figueiredo, e fixou-se definitivamente em São Paulo, recebendo nos anos 1990 o título de cidadã paulistana
No final dos anos 1970, idealizou o projeto de gravação de uma série de LPs com Dick Farney. Gravou apenas dois discos da série, devido ao falecimento do cantor. Com a morte do amigo, afastou-se, aos poucos, da carreira artística, retomando-a nos anos 1990, após seu divórcio.
Apresentou-se no Teatro Rival (RJ), com os espetáculos “Nova leitura”, em 1991, e “Não há mulheres iguais”, uma homenagem às maiores compositoras brasileiras, de Chiquinha Gonzaga a Rita Lee, em 1992.
Em 1993, homenageou Vinicius de Moraes com o show “Claudette Soares interpreta Vinicius”.
Em 1996, acompanhada pela orquestra de cordas “Cellos em Sampa”, estreou no Memorial da América Latina de São Paulo, com o espetáculo “Claudette en-canta Taiguara: Geração 70”.
Comemorando 50 anos de carreira, lançou, em 2000, o CD “Claudette Soares ao vivo”, gravado no Mistura Fina (RJ). O disco contou com a participação de Roberto Menescal, Garganta Profunda, Claudinha Telles, Velha Guarda da Mangueira, Lucinha Lins, Regininha, Daniel Gonzaga, Paulinho da Viola, Jorge Benjor, Fábio Júnior e Fafá de Belém, entre outros convidados.
Em 2001,apresentou-se no Teatro Municipal de Niterói.
No ano seguinte, esteve no Mistura Fina (RJ) ao lado do pianista Leandro Braga, em show de lançamento do CD “Claudette Soares & Leandro Braga”.
Em 2003, apresentou o show “Pano de fundo” no Vinicius Piano Bar (RJ), ao lado do pianista Marco Tommaso e do saxofonista Chico Costa.
Em 2005, fez retrospectiva de sua carreira em shows no Botafogo Praia Shopping, Bingo Méyer, Bingo Centro, Bingo Tijuca, Bingo Icaraí, no Rio de Janeiro, e Sesc Teresópolis.
Em 2008, chegou ao mercado a coletânea “A bossa sexy de Claudette Soares”, reunindo fonogramas fora de catálogo, produzida por Rodrigo Faour.
Em 2011, Rodrigo Faour publicou o livro “A bossa sexy e romântica de Caludette Soares” (editora Imprensa Oficial/SP).
Lançou, em 2012, o CD “A dona da bossa”, com as faixas “Abre alas (Ivan Lins e Vitor Martins), “Samba com pressa” (Rosa Passos e Fernando Oliveira), “Baião (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), “Sambou, sambou (João Donato e João Mello), “Mascarada” (Zé Keti e Elton Medeiros), “Oba La La” (João Gilberto), “O cravo brigou com a rosa (Jorge Ben)/”Carolina Carol Bela” (Jorge Ben)/”Que maravilha” (Jorge Ben e Toquinho), “Mancada” (Gilberto Gil), “Samba só (Walter Santos e Tereza Souza), “O que eu gosto de você” (Silvio César), “Mar amar” (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) e “Fato consumado” (Djavan). Acompanhada pelo pianista Tibor Fittel, apresentou-se, nesse mesmo ano, no Centro Cultural Light (RJ), pelo projeto “Meio-dia e meia em ponto”, com roteiro e direção de Ricardo Cravo Albin.
Em 2014, lançou DVD ao lado da Orquestra Tom Jobim e voltou à cena musical. No repertório do DVD, gravado no Memorial da América Latina, no bairro da Barra Funda, na cidade São Paulo, canções de Johnny Alf, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Roberto Menescal, Gonzaguinha, Taiguara, entre outras, foram executadas sobre a regência do Maestro Roberto Sion. Seguiu apresentando esse espetáculo nos anos seguintes. Em 2016, participou do espetáculo “MPB A Alma do Brasil”, produzido pelo Instituto Cravo Albin e pelo cantor Marcio Gomes, com direção, roteiro e apresentação de Ricardo Cravo Albin. Em 2018, completou 80 anos, e se juntou ao cantor e compositor Ayrton Montarroyos em show idealizado pelo produtor Tiago Marques, na Sala Baden Powell no Rio de Janeiro onde interpretaram canções como “Sinal Fechado” de Paulinho da Viola, “Samba em Prelúdio” de Baden Powell e Vinicius de Moraes, “Hoje”, de Taiguara, dentro outro grandes sucessos da MPB.
Em 2019 lançou o álbum “Se eu pudesse te dizer tudo o que eu sinto”, dedicado ao repertório de Silvio Cesar. O álbum teve a direção musical do pianista Alexandre Viana e teve em seu repertório as canções “Olhou pra mim” , “Conselho a quem quiser voltar”, “O que eu gosto de você”, “E agora?” , “Se eu pudesse te dizer tudo que sinto”, “Por teu amor”, “Verde e rosa”, “Palavras mágicas” e “Pra você”. No mesmo ano se apresentou no espetáculo “As Divas do Sambalanço” com Claudette Soares e Eliana Pittman.
Em março de 2020 foi lançado o registro de “As divas do sambalanço” pelo selo Discobertas. Em setembro do mesmo ano foi lançado “Claudette Soares canta Maysa”, registro de show apresentado em São Paulo (SP) no ano de 2018.
Em agosto de 2023 gravou, com Chico Buarque, single editado pela gravadora Kuarup com a música “Cadê você” (Leila XIV) (Chico Buarque e João Donato). O trabalho teve a produção de Renato Vieira e Thiago Marques Luiz. Alexandre Vianna tocou piano, escreveu o arranjo e fez a direção musical. O baixo acústico foi tocado por João Benjamim e a bateria por Rafael Lourenço. As cordas foram tocadas por Igor Borges (viola), Letícia Andrade (violino), Ricardo Proiete (violino) e Thiago Faria (violoncelo). As vozes foram gravadas no estúdio Cia. dos Técnicos, no Rio de Janeiro (RJ), as cordas no estúdio Farias & Friends (SP) por Thiago Farias e o baixo e a bateria no Aga Studio (SP). O single celebrou os 55 anos do álbum Gil-Chico-Veloso por Claudete Soares (1968). O single foi lançado no mesmo ano.
Em 2024, foi lançado o álbum “Claudette canta Chico”. O trabalho teve a direção artística de Thiago Marques Luiz. Das dez faixas do álbum, sete são inéditas na voz da cantora. O músicos que tocaram foram Alexandre Vianna (piano, arranjos e direção musical), João Benjamin (baixo) e Vicente Pizzutiello(bateria). Tocaram também Igor Borges (viola), Letícia Andrade (violino), Ricardo Proiete (violino) e Thiago Faria (violoncelo). As músicas incluídas foram “Cadê você (Leila XIV)” (João Donato e Chico Buarque); “Realejo”(Chico Buarque); “Carolina”(Chico Buarque), “Até pensei”(Chico Buarque); “Bom tempo”(Chico Buarque) “Com açúcar, com afeto”(Chico Buarque); “Todo o sentimento” (Cristovão Bastos e Chico Buarque), “Futuros amantes”(Chico Buarque), “Tatuagem” (Chico Buarque e Ruy Guerra) e “As caravanas”(Chico Buarque). Ainda em 2024 lançou, como prévia de álbum de inéditas, single composto por Guilherme Arantes: “O prazer de viver para mim é você”, de Guilherme Arantes.
Single
Single
Com Eliana Pitman e Doris Monteiro
Laçamento Digital
Músicas de Silvio Cesar
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.