0.000
Nome Artístico
Ari Kerner
Nome verdadeiro
Ari Kerner Veiga de Castro
Data de nascimento
27/2/1906
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
4/4/1963
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, RJ Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Instrumentista. Jornalista. Poeta. Dramaturgo. Pianista. Teatrólogo.

Foi funcionário público tendo sido inspetor do ensino comercial e funcionário da Secretaria do Senado Federal. Escreveu nas revistas “O Malho”, “Fon-Fon”, “O Cruzeiro”, além dos jornais “O Correio da Manhã” e “O Globo”, entre outros. Publicou vários livros de poesia.

Dados artísticos

Compositor de relativo sucesso no final da década de 1920 e início da década seguinte, teve músicas gravadas por Francisco Alves, Patrício Teixeira, Gastão Formenti, Carmélia Alves e outros. Fez sua primeira composição aos dezessete anos de idade. Teve sua primeira composição gravada em 1928, o samba “Xô canarinho”, gravado por Francisco Alves na Odeon. Ainda nesse ano, teve outra composição gravada por Francisco Alves, a toada-canção “Foste, não és mais…”. Teve ainda a canção “A um coração” gravada por Francisco Pezzi, também na Odeon. Em 1929, teve duas composições lançadas por Patrício Teixeira na Odeon, a canção “Tu me havia de querê” e o samba “Tu tem muito que apanhá”. No mesmo período, a marcha “Vem colombina” foi gravada por Francisco Alves. Em novembro desse ano, sua embolada “Trepa no coqueiro” foi lançada por Patrício Teixeira e se tornou grande sucesso no carnaval do ano seguinte, tendo sido regravada na mesma época por Mário Pessoa na Victor. Ainda em 1929, teve as canções “Coração sino da gente”, gravada por Gusmão Lobo, e “Benzinho do coração”, por Gastão Formenti, as duas na Odeon. Ainda nesse período, a marcha “Seu Agache”, uma sátira a Prado Júnior, então prefeito do Rio de Janeiro, por ter convidado o urbanista francês Alfred Agache a elaborar plano de modernização da cidade, foi gravada por Sílvio Salema, na Victor.

Em 1930, seu samba “Sapo sapinho”, o choro “Vida de passarinho” e a embolada “Repenica”, foram gravadas por Patrício Teixeira, e a canção-choro “Quem vê cara não vê o resto” e o samba “Tanta morena bonita” foram gravadas por Alfredo Albuquerque, as cinco na Odeon. Teve também a marcha “Miss…Elânia” gravada por Francisco Alves, as canções “Canção da primavera” e “Zé Mulato”, lançadas por Celeste Leal Borges, e a toada “A baiana tem cocada”, gravada por Gilda de Abreu, todas na Odeon. Ainda em 1930, teve mais cinco composições gravadas na Columbia, duas pelo cantor paulista Paraguassu, a valsa “Queres um amor que não mereces” e a toada “Coco de Indaiá”, que fez algum sucesso, e mais três, pelo Quinteto Instrumental Columbia, as valsas Canção das ondas” e “Lourinha”, e o choro “Volta da batalha”.

Em 1931, gravou na Odeon aquele que seria seu único registro como cantor interpretando a toada-canção “Quimeras de amor” e a valsa “Se eu pudesse ter-te aqui”, ambas de sua autoria. Em 1932, sua canção “Na serra da Mantiqueira”, inspirada na Revolução Constitucionalista, movimento que apoiava, foi gravada pelo cantor Gastão Formenti, na Victor. Na mesma época, compôs em parceria com José Maria de Abreu a canção patriótica “Vencer ou morrer”, homenagem ao interventor paulista Pedro de Toledo. Em 1933, compôs algumas peças musicais para a burleta “Alma de caboclo”, encenada na Casa de Caboclo. Neste mesmo ano, foi vencedor do concurso de músicas promovido pelo jornal “A Noite”, com a canção “Promessa”, uma parceria com José Maria de Abreu. No mesmo concurso, sua canção “Ouve amor” recebeu menção honrosa Ambas foram gravadas por Gastão Formenti na Victor. Ainda em 1933, escreveu a canção “A promessa”, que deu origem a uma revista encenada na Casa de Caboclo, contando com mais de 100 apresentações e com um elenco integrado por estrelas do porte de Dercy Gonçalves. Escreveu música para diversas revistas apresentadas na Casa de Caboclo. Em março de 1934, a gravadora Victor lançou sua canção “Recordar…”. Registrada em novembro do ano anterior pelo cantor Gastão Formenti.

Em 1950, seu maior sucesso, a embolada “Trepa no coqueiro”, foi regravada com grande êxito por Carmélia Alves na Continental. Nos anos 1980, o êxito foi reconfirmado pelo registro de Ney Matogrosso. Em 2001 e 2002 a cantora Carmélia Alves voltou a cantar o “Trepa no coqueiro” em todo um quadro do show “Estão voltando as flores”, escrito e dirigido por Ricardo Cravo Albin e apresentado a partir do Teatro de Arena, RJ, em várias praças do Brasil.

Discografias
1931 Odeon 78 Quimeras de amor/Se eu pudesse ter-te aqui
Obras
Canção das ondas
A baiana tem cocada
A um coração
Benzinho do coração
Canção da primavera
Coco de Indaiá
Confusão no reboque
Coração sino da gente
Foste, não és mais...
Lourinha
Miss...Elânia
Morena cor de canela
Na serra da Mantiqueira
O que tu és para mim
Promessa (c/ José Maria de Abreu)
Quem vê cara não vê o resto
Queres um amor que não mereces
Quimeras de amor
Recorda...r
Repenica
Sapo sapinho
Se eu pudesse ter-te aqui
Seu Agache
Tanta morena bonita
Trepa no coqueiro
Tu me havia de querê
Tu tem muito que apanhá
Vem colombina (c/ E. Henriques)
Vida de passarinho
Volta da batalha
Xô canarinho
Zé Mulato
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume 1. São Paulo: Editora 34, 1997.

VASCONCELOS, Ary. Panorama da Música Popular Brasileira. Vol. 2. Editora: Martins. Rio de Janeiro, 1965.