
Poeta. Crítico. Letrista.
Publicou seu primeiro livro em 1949, com recursos próprios.
Em 1951, passou a residir no Rio de Janeiro, onde trabalhou como revisor na revista “O Cruzeiro”.
Casou-se em 1954 com Thereza Aragão, produtora, diretora e roteirista, com quem teve três filhos. Em seguida trabalhou como revisor na revista “Manchete”, “Diário Carioca” e no “Jornal do Brasil”.
Em 1956, participou da I Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Ao lado de Amilcar de Castro, Franz Weissman, Lygia Clark, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanúdis, criou o Neoconcretismo.
Em 1959, redigiu o “Manifesto neoconcreto”, assinado pelos outros artistas e transformado em abertura do catálogo da I Exposição de Arte Neoconcreta, realizada em março no MAM do Rio.
Em 1961, foi convidado a assumir a direção da Fundação Cultural de Brasília, no governo de Jânio Quadros.
Em 1963, foi eleito presidente do CPC e publicou o ensaio “Cultura posta em questão”, cuja primeira edição acabaria queimada pelos militares no ano seguinte, dentro da sede da UNE. Ainda em 1963, fundou o Grupo Opinião, ao lado de Oduvaldo Vianna Filho, Paulo Pontes, Armando Costa, sua mulher Thereza Aragão e outros, com a proposta de realização de espetáculos de MPB de raiz e de teatro politizado.
Em 1964, filiou-se ao Partido Comunista.
Em dezembro de 1968, com o AI-5, foi preso.
Em 1970, começou a se dedicar também à pintura.
No ano seguinte, seguiu para o exílio em Moscou. Em seguida foi para Santiago, Lima, e depois Buenos Aires.
Em 1975, ainda no exílio, escreveu “Poema sujo”, seu livro mais famoso, que chegou ao Brasil em forma de fita, trazida por Vinícius de Morais, e foi ouvido em sessões fechadas. O poema foi publicado pela Editora Civilização Brasileira, sem a presença do autor, que retornou ao Brasil somente em março de 1977.
Em 1993, morreu sua mulher Thereza Aragão.
No ano seguinte conheceu a poeta Cláudia Ahimsa, com quem passou a viver.
Em 2000, foi tema no MAM do Rio da exposição “Ferreira Gullar 70 anos”.
Como letrista de música popular, compôs canções para a peça teatral “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”, que escreveu com Oduvaldo Viana Filho, em 1966. As canções, que compôs em parceria com Viana Filho, Denoy de Oliveira e Geni Marcondes foram gravadas pelo grupo MPB-4. Ainda nesse ano, teve seu poema “Como dois e dois são quatro” musicado por Denoy de Oliveira.
Compôs “Onde andarás”, em parceria com Caetano Veloso, que foi gravada, em 1968, pelo parceiro e, em 1969, por Maria Bethânia.
Em 1979, gravou pela primeira vez um disco, “Antologia poética de Ferreira Gullar”, com leituras de poemas sobre temas musicais de Egberto Gismonti.
Seus poemas foram musicados por diversos artistas, entre eles Fagner, que colocou música em “Traduzir-se”. Edu Lobo gravou, nos anos 1970, uma versão de “O trenzinho do caipira”, com letra do poeta, que acabou por ser um dos trabalhos mais conhecidos e executados em música popular.
Exerceu a presidência da Funarte durante o governo Sarney (1985-1989).
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.