Compositora. Cantora. Multi-instrumentista. Escritora.
Filha de Adélia de França, considerada a primeira educadora negra da Paraíba.
Seu instrumento original foi o piano, no qual executa Chopin. A família mudou-se para Pernambuco, onde começou a estudar violão, ainda na adolescência. Depois passou a estudar violão, sanfona, flauta e percussão.
Trabalhou como professora de música. Por essa época, meados da década de 1970, começou a compor com seu primeiro parceiro, o poeta Diógenes Brayner, participando de diversos festivais.
Em 2005 radicou-se em São Pedro da Serra, Distrito de Nova Friburgo, na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro.
No ano de 2006, recebeu da Assembleia Legislativa do Estado da Paraíba a “Medalha Augusto dos Anjos”, de reconhecimento artístico e cultural. No ano seguinte, em 2007, recebeu o “Prêmio de Maestra das Artes”, também concedido pelo Governo do Estado da Paraíba.
Como escritora publicou cordéis, tais como “A Peleja de Lampião Contra a Fibra Ótica” e “Saga de Zumbi”, que foi publicado em oito volumes; e livros de temática infanto-juvenil, como “Falando da natureza naturalmente”. Lançou também os livros “Manual da Sobrevivência” e “Cátia de Fança: A vida na prosa rimada, a alam livre nos versos” e ainda, “Acredito que o mundo será melhor” (inédito).
No ano de 2019 a Lona Cultural Cátia de França, inaugurada no Km 9, da estrada Muri/Lumiar recebia diversos artistas nacionais, em um espaço criado em sua homenagem.
Em 2024 as escritoras e jornalistas Chris Fuscaldo e Lorena Calábria trabalhavam na biografia da compositora, vasculhando dados sobre um LP da cantora com o grupo Azymuth, e um outro, no qual teve acompanhamento de músicos da banda de Erasmo Carlos.
No final da década de 1960 viajou para a Europa, integrando um grupo folclórico.
Em 1970, ao voltar para o Brasil, gravou um compacto duplo com algumas músicas vencedoras de festivais estaduais da Paraíba. Logo depois, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde conheceu músicos e compositores radicados naquele estado, como Zé Ramalho, Shangai, Amelinha e Sivuca.
No ano de 1979, lançou seu primeiro LP “20 palavras ao redor do sol”, pela gravadora Epic/CBS. Neste disco, em que faz melodia para poemas de João Cabral de Mello Neto, incluiu diversas composições de sua autoria, como “Ensacado”, com o poeta Sergio Natureza; “Djaniras”, com Shangai e Israel Semente; “Eu vou pegar o metrô”, com Lourival Lemes e as duas composições que a tornariam mais conhecida do grande público, “Coito das araras” e “Kukukaya (Jogo da asa da bruxa)”, ambas de sua autoria e posteriormente regravadas por Amelinha e Elba Ramalho. No ano seguinte, em 1980, lançou o disco “Estilhaço”, pela gravadora Epic/CBS, do qual destacou-se o sucesso nacional: “Estilhaço”, de sua autoria, com letra do poeta Flávio Nascimento. Ainda desse disco constam “Porque é da natureza”, com Abel Silva; “Meu boi surubim”, sobre citações de Guimarães Rosa; “Não há guarda-chuva”, sobre poema de João Cabral de Mello Neto e “Menina passarinho”, de sua autoria, alusão a “Menino passarinho”, de Luiz Vieira.
No ano de 1985 gravou pela Continental o LP “Feliz demais”, incluindo de sua autoria, “Outro rosto”; “Serenas águas” e “Considerando”. No ano posterior, em 1981, lançou o LP “Olinda”, pelo selo Lança Discos, com a participação da Banda Azimuth.
Em 1995, teve sua composição “Quatro Cravos”, em parceria com Jarbas Mariz, gravada por Gereba, no disco “Gereba Dance”, que foi gravado na Alemanha, pelo Selo Gereba Produções. Três anos depois, em 1998, lançou o CD “Avatar”, pelo selo CPC Umes. O CD contou com produção de Ricardo Anísio e participação especial de Chico César, Xangai e Quinteto de Cordas da Paraíba. O disco incluiu “Rogaciano”, “Apuleio” e “Antoninha me leva”, as três, em parceria com o poeta pantaneiro Manoel de Barros. Ainda neste disco, além de músicas inspiradas na literatura de José Lins do Rego, interpretou novas versões para seus dois maiores sucessos: “Coito das araras”, “Ponta do Seixas” e “Kukukaya”.
Em 2005, lançou o CD “Cátia de França canta Pedro Osmar”, interpretando músicas de Pedro Osmar. O disco trouxe da artista em trabalho inédito no papel de intérprete. Tendo realizado diversos shows em todo país e referenciada pelo jornalista Assis Ângelo como personalidade importante na promoção da música e da cultura regional do país, integrante da ONG e do “Projeto Malagueta”, que trabalha com o objetivo de divulgar o acervo histórico, turístico, cultural e musical da Paraíba, tendo parceria com órgãos como o SESC da Paraíba, o Governo do Estado, e a Secretaria de Educação e Cultura, entre outros. Neste memso ano finalizou o CD “Hóspede da natureza”, nunca lançado, e com vãrias composições inéditas. No ano posterior, em 2006, apresentou-se no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, em Nova Iguaçu, cidade da Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, com repertório composto de composições inéditas e de várias fases de sua carreira, demonstrando a variedade de elementos contidos em sua obra.
Em 2013 fez turnê por várias escolas públicas do Estado da Paraíba, patrocinado pela Secretaria de Educação da Paraíba. No ano posterior, em 2014, lançou o CD “No Bagaço da Cana um Brasil Adormecido”. O repertório foi composto a partir de textos de José Lins do Rego, retratando o ciclo da cana de açúcar no nordeste brasileiro. O lançamento do disco ocorreu no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, RJ. Na ocasião, além de músicas inéditas do disco, interpretou sucessos de sua carreira, como “Kukukaya”, “No Coito das Araras” e “Estilhaços” (c/ Flávio Nascimento).
Em 2016 apresentou-se em vários espaços de São Pedro da Serra, na cidade de Friburgo, Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano lançou CD “Retratando Boias-Frias”, com acompanhamento da Orquestra Sinfônica Arte Mulher, um conjunto integrado somente por mulheres executando todos os instrumentos, com arranjos e regências de três maestros. No ano seguinte, em 2017, foi lançado o livro “A UNIVERSALIDADE DA CEU – Histórias da Casa do Estudante Universitário”, dos autores Carlos Dei Ribas, Domingos Moura de Oliveira e João Bosco, para o qual deu um depoimento sobre sua frequência na Casa do Estudante Universitário, no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. No ano posterior, em 2018, apresentou-se no Teatro Ipanema, no Rio de Janeiro.
Participou duas vezes no “Projeto Pixinguinha”, apresentando-se ao lado de Jackson do Pandeiro, Anastácia, Paulo Diniz e Quinteto Violado.
Apresentou-se também, por duas vezes, na Sala Funarte, ao lado de Dominguinhos, João do Vale, Teca Calazans e Guadalupe.
Compôs trilhas sonoras para o cinema e o teatro, como para os curtas “Benedita da Silva” e “Rocinha tem histórias”, para os longas-metragens “Paraíba, Mulher Macho”, da cineasta Tizuka Yamasaki; “Morte e Vida Severina” e “São João em Santa Cruz do Capibaribe”, e para as peças “Lampião no inferno”; “Viva o cordão encarnado”; “Pedro Malazarte” e “Feira livre”. Além disso, obteve menções honrosas no SAMAP (Salão Municipal de artes plásticas de João Pessoa) e na FUNJOP (Fundação Cultural de João Pessoa), ambas através da Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba.
Elba Ramalho, uma de suas principais intérpretes, também gravou de sua autoria a composição “Oitava”.
Fez várias apresentações em Olinda e Recife, além de diversas capitais da Região Nordeste.
No ano de 2021 o LP “20 Palavras ao Redor do Sol”, foi reeditado em vinil e CD, o que o tornou conhecido das novas gerações de músicos e admiradores.
Em 2024 gravou o disco “No Rastro da Catarina”, lançado pelo selo musical paraibano Tuim Discos, com as inéditas “Indecisão”, “Negritude”, “Academia e lanchonetes”, “Bósnia”, “Eu” (melodia sobre poema da poeta portuguesa Florbela Espanca) e “Pensamento II”. Neste mesmo ano fez show no Teatro do Sesc Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, de 2024, o disco “No Rastro de Catarina” foi indicado ao “Prêmio Grammy Latino 2024” na categoria “Melhor Álbum de Rock – Música Alternativa em Língua Portuguesa”. O CD contou com uma banda formada por Cristiano Oliveira (viola, violão e violão de aço), Marcelo Macêdo (guitarra e violão de aço), Elma Virgínia (baixo acústico, baixo elétrico e fretless), Beto Preah (bateria e percussões) e Chico Correa (sintetizadores e samplers), que também assinou a produção musical do disco ao lado de Marcelo Macêdo, além da participação de Gláucia Lima no vocal e de Dina Faria na direção artística.
No ano de 2025 fez show “Paisagens do Brasil”, em dupla como cantor, compositor e violeiro Cristiano Oliveira, no palco do Teatro do CCBNB-Cariri, do Centro Cultural Banco do Nordeste, no Estado da Paraíba, pelo projeto “Música Vocal”. Nesse mesmo ano, o álbum “No Rastro de Catarina”, foi indicado ao prêmio “Grammy Latino 2024”.
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