
Cantor. Compositor. Violonista. Produtor musical.
Sua relação com a música começou em 1967, como integrante de um grupo musical orientado pelo professor Reinaldo Leanza, no Colégio Culto à Ciência (SP). No ano seguinte, representou sua escola em um festival estudantil de música, obtendo o primeiro lugar com a marcha-rancho de sua autoria “Samba, flor, cabrocha e amor”. Nos anos seguintes, dedicou-se ao estudo de violão.
Em 1971, mudou-se para o Rio de Janeiro, cursando, com Mu Carvalho, Lobão, Zé Renato, Cláudio Infante e Zé Luís Oliveira, entre outros, o segundo grau no Colégio Rio de Janeiro.
Entre 1972 e 1975, participou dos festivais promovidos pelo colégio, vencendo dois deles. Com um grupo de colegas da escola, viajou para Miami (EUA), apresentando-se em shows nesta cidade durante um mês. Frequentou, na Pró-Arte, os cursos da professora Felícia Wang (teoria musical e percepção) e do professor Luíta (violão popular).
Iniciou sua carreira profissional em 1976, com o show “Pensamento de momento”, acompanhado do Pessoal Levanta, grupo formado por Mu Carvalho (teclados), Fernando Barroso (violão e voz) e Zé Luís Oliveira (flauta), com composições próprias, sendo o roteiro e direção de Mauro Assumpção. O show foi realizado inicialmente na Aliança Francesa e, em seguida, acrescido da participação de Cláudio Infante (percussão), no Teatro Santa Rosa (RJ). Ainda nesse ano, teve registrada pela primeira vez uma composição de sua autoria, “Sapato velho” (com Mu Carvalho e Paulinho Tapajós), gravada pelo Quarteto em Cy.
De 1977 a 1979, fez parte, juntamente com Mario Adnet, Zé Luís Oliveira, Paulinho Soledade, Cláudio Infante, Márcio Resende e Ricardo Mará (Tetê), do grupo Semente, com o qual se apresentou em shows no Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Paralelamente ao trabalho com este conjunto, formou, em 1978, com Zé Renato, David Tygel e Maurício Maestro, o quarteto vocal e instrumental Boca Livre, do qual fez parte até 1980.
Em 1979, sua carreira de compositor ganhou destaque com a gravação de suas músicas “Toada” (com Zé Renato e Juca Filho) e “Quem tem a viola” (com Zé Renato, Xico Chaves e Juca Filho), faixas do primeiro LP do Boca Livre. Ainda nesse ano, o grupo Roupa Nova relançou, com grande sucesso, sua canção “Sapato velho” (com Mu Carvalho e Paulinho Tapajós).
Em 1980, desligando-se do Boca Livre, partiu para a carreira individual, gravando seu primeiro disco solo, um compacto simples contendo suas canções “Quero quero” (com Mauro Assumpção) e “Acontecência” (com Juca Filho).
No ano seguinte, gravou seu primeiro LP, “Clsudio Nucci”, lançado pela EMI-Odeon. Participou, ainda, do Projeto Pixinguinha, ao lado de Nana Caymmi e João Bosco.
Em 1982, teve seu LP lançado em Lisboa (Portugal) e apresentou-se em temporada de shows no Algarves (Portugal). Atuou ainda, como músico, com Nana Caymmi, e participou, ao lado de Danilo Caymmi, de um espetáculo realizado no Teatro Paiol, em Curitiba. Nesse mesmo ano, sua música “Meu silêncio” (c/ Luís Fernando Gonçalves), gravada por Nana Caymmi no disco “Mudança dos ventos”, fez parte do repertório do show de Simone realizado no Canecão (RJ).
Em 1983, a EMI-Odeon lançou “Volta e vai”, segundo LP de sua carreira solo. Atuou, também, como produtor musical do disco “E a gente nem deu nome”, de Nana Caymmi, e teve sua música “Aventureiro”, em versão de Regina Werneck para a língua inglesa, gravada por César Camargo Mariano e Debby McGlendon, em Los Angeles (Califórnia, EUA).
Participou, em 1984, do disco e especial infantil de televisão “Casa de brinquedos”, de Toquinho e Vinicius de Moraes, e gravou seu terceiro LP, “Melhor de Três”. Em seguida, formou, com Zé Renato, a dupla Claudio Nucci & Zé Renato, atuando com o parceiro até 1986. Neste ano, Ricardo Silveira, Marcos Ariel, Zé Nogueira, Jurim Moreira e João Batista se juntaram à dupla, formando a banda Zil.
Em 1987, retomou sua carreira individual, apresentando-se no SOB’s, em Nova York (EUA), e participou, como compositor, cantor e diretor musical, das peças “Amizade de rua” e “Estúdio Nagasaki”, de Hamilton Vaz Pereira. Atuou, ainda, na produção e gravação do disco da banda Zil, lançado pela Continental no ano seguinte.
Em 1988, apresentou-se em shows individuais e com outros artistas como Flávio Venturini, Marcos Viana, Túlio Mourão, Luli e Lucina, Nilson Chaves, Marco André, Eudes Fraga e Dudu Falcão, entre outros.
Em 1990, sua canção “Song for a rainforest” (c/ Zé Renato), incluída no CD da banda Zil, lançado no mercado norte-americano, foi destaque em execução durante duas semanas, segundo a revista especializada Billboard.
No ano seguinte, iniciou um trabalho didático-musical na Escola Parque (RJ), atuando durante quatro anos na criação e execução de projetos de musicalização para crianças e adolescentes. Participou, também, do disco de Iuri Popov, lançado pela Leblon Records.
Em 1992, gravou duas faixas do songbook de Dorival Caymmi, produzido por Almir Chediak. Atuou, ainda, em shows, ao lado de Ithamara Koorax, e participou do CD “Simples e absurdo”, de Guinga e Aldir Blanc, lançado pela gravadora Velas.
Em 1993, participou dos discos de Robertinho Brant e Torrinho e gravou a faixa “Chorado”, de Guinga, no CD “Brasileiro”, de Sérgio Mendes, disco premiado com o Grammy na categoria World music” desse ano. Atuou, ainda, no CD “No Tom da Mangueira”, produzido por Hermínio Bello de Carvalho, ao lado de Tom Jobim, Cartola, Carlos Cachaça e Paulinho da Viola, entre outros.
Gravou, em 1994, no CD de Eudes Fraga, apresentando-se, com esse artista, nas cidades de Fortaleza e Belém, e ainda em temporada solo no Teatro Rival (RJ). Ministrou, também, workshop no Curso Ian Guest de Aperfeiçoamento Musical (Cigam).
Em 1995, participou, com Clara Sandroni, do songbook de Ary Barroso, indicado para o Prêmio Sharp como melhor disco na categoria MPB. Atuou, ainda, ao lado de Eliana Printes, no Projeto Pixinguinha, em shows pelo Sul do país. Gravou, ao lado do grupo vocal mineiro Nós e Voz, o CD “Ê boi”, indicado para o Prêmio Sharp, como Melhor Cantor e Melhor Disco, na categoria regional.
No ano seguinte, participou do Iº Encontro de Gravadoras e Artistas Independentes (Engai). Em seguida, apresentou-se, pelos projetos “Menu cultural”, da Secretaria Municipal de Cultura, e “Happy hour”, do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em shows realizados em diversas cidades do país. Desenvolveu o Projeto Gravando, constituído de workshops sobre produção musical e gravação de disco, na Universidade Gama Filho (RJ).
Participou, em 1998, do disco “Boca Livre, 20 anos, convida”, apresentando-se, com o grupo, no Teatro Rival (RJ) e no Palace (SP). Finalizou, ainda, o CD instrumental “Rio”, em parceria com Márcio Resende e Alexandre Carvalho, com participação dos músicos Marcelo Martins, Proveta, Jorge Hélder, Jorjão e Tutty Moreno, entre outros.
Como compositor, teve canções gravadas por Nana Caymmi, Emílio Santiago, Roupa Nova, César Camargo Mariano, Zizi Possi, Mario Adnet, Simone, Cauby Peixoto, Quarteto em Cy, Joyce, Pery Ribeiro e Olívia Hime, entre outros. Como intérprete, contou com arranjos musicais de Dori Caymmi, Jaques Morelenbaum, Gilson Peranzzetta, Wagner Tiso, Eduardo Souto Neto, César Camargo Mariano e Paulo Bellinati.
Em 1999, gravou o CD “Casa da lua cheia”, com participação de Guinga, Paulinho Moska e Paulo Bellinati, entre outros. Neste disco, gravou pela primeira vez suas canções “Sapato Velho” (com Mú Carvalho e Paulinho Tapajós) e “Toada” (c/ Zé Renato e Juca Filho), já lançadas em discos de outros artistas.
Em 2000, paralelamente à sua atuação como artista solista, voltou a integrar o conjunto Boca Livre, no lugar de Zé Renato.
Lançou, em 2004, o CD “Ao mestre, com carinho”, contendo exclusivamente canções de Dorival Caymmi, em tributo ao 90º aniversário do compositor baiano.
Em 2012, participou, ao lado de Renato Braz e dos grupos Boca Livre e Cobra Coral, do espetáculo musical “Semente”, concebido e dirigido por Cáudia Brandão e Marcio Borges. Com arranjos assinados por Wagner Tiso, Maurício Maestro e Túlio Mourão, o espetáculo contou com a participação da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, sob a regência do Maestro Marcelo Ramos, da Companhia de Dança Palácio das Artes, de Helena Borges e do Coral Infanto-Juvenil Palácio das Artes.
Em 2013, apresentou-se no espaço Vizta (RJ), pelo projeto “Bossa, jazz e muito mais”.
No ano de 2024, em comemoração aos 80 anos do poeta-letrista Cacaso, foi lançado o EP “Cacaso 80 anos” (Selo Kuarup), produzido pelo jornalista Renato Vieira, com regravações de algumas de suas composições com diversos parceiros e contando como intérpretes Alaíde Costa, Carlinhos Vergueiro, Edu Lobo, Luísa Larcerda, Eduardo Gudin, Rosa Emília Dias, Zé Renato, Filó Machado, Joyce Moreno, Leila Pinheiro, Toquinho, Camilla Faustino, Ney Matogrosso e o próprio e Claudio Nucci em “As coisas”, parceria com o poeta. Neste mesmo ano, de 2024, apresentou o espetáculo “Direto no Coração – Voz e violão”, no Teatro Firjan SESI Centro, na Avenida Graça Aranha, N.º1, no Centro do Rio de Janeiro, no qual contou com a participação especial da cantora Dri Nucci. Também em 2024, apresentou o espetáculo “Direto no Coração”, no palco do BNDES, pelo projeto “Quintas no BNDES”.
(Vários)
(c/o Nós e Voz)
(c/a banda Zil)
(Claudio Nucci e Zé Renato)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010; 3ª edf. EAS Editora, 2014.
AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: Edições Baleia Azul, 2009. 2ª ed. Esteio Editora, 2011. 3ª ed. EAS Editora, 2014. 4ª ed. EAS Editora, 2024.
CAMPOS, Conceição. A letra brasileira de Paulo César Pinheiro: uma jornada musical. Rio de Janeiro: Editora Casa da Palavra, 2009.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.