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Nome Artístico
Altemar Dutra
Nome verdadeiro
Altemar Dutra de Oliveira
Data de nascimento
6/10/1940
Local de nascimento
Aimorés, MG
Data de morte
9/11/1983
Local de morte
Nova York, EUA
Dados biográficos

Cantor. Instrumentista. Compositor.

Ainda pequeno, sua família mudou para Colatina (ES). Nessa época, ganhou da mãe um violão, que aprendeu a tocar sozinho. Ainda na mesma cidade, apresentou-se pela primeira vez em público, no programa da Rádio Difusora, de Colatina. Ficou em primeiro lugar e incentivado pelo sucesso que começava a fazer pela cidade, veio para o Rio de Janeiro (RJ) com apenas 17 anos.

Dados artísticos

É considerado um dos maiores fenômenos da música romântica brasileira. Chegou no Rio de Janeiro (RJ) em 1957, trazendo uma carta de apresentação para o compositor Jair Amorim, que, percebendo o seu potencial, o apresentou a vários amigos do meio artístico. Começou então a se apresentar na boate Baccarat, porém, como ainda era menor de idade, teve que várias vezes se esconder do Juizado de Menores. A convite de Helena de Lima, que o ouvira cantar na Baccarat, passou a se apresentar, entre 1960 e 1965, na boate O Cangaceiro, uma das mais famosas da cidade. Nela fez amizade com várias pessoas do meio artístico, principalmente com os membros do Trio Iraquitã. Foi, inclusive, Joãozinho, membro do trio, que o levou para a Odeon em 1963. Lançou com sucesso o seu primeiro disco no mesmo ano, no qual se destacou o bolero “Tudo de mim”, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim. A partir daí, o cantor se tornou o intérprete ideal da dupla que sempre o requisitava para cantar suas composições, entre as quais “Que queres tu de mim?”, “O trovador” e “Somos iguais”, todas com sucesso. Em 1964 gravou com sucesso “Que queres tu de mim” e “Serenata da chuva”. Em 1965 lançou o LP “Sentimental demais”, com destaque para a música título, de Jair Amotim e Evaldo Gouveia, que se tornou uma marca de seu repertório. Outro sucesso do disco foi “O Trovador”, título que lhe valeria a denominação carinhosa usada pelos fãs. Em 1966 gravou com grande sucesso a música “Brigas”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, com a qual, declarou em um programa na TV Globo, gostaria de ser lembrado no futuro. Seu sucesso extrapolou as fronteiras nacionais e chegou à América Latina, com apresentações em vários países. As versões dos seus sucessos em espanhol chegaram a vender 500 mil cópias no continente, dando-lhe prestígio e fazendo com que gravasse com Lucho Gatica, um dos maiores ícones do bolero, o disco “El bolero se canta así”. A partir de 1969, começou a investir no mercado de música latino-americana nos Estados Unidos, obtendo vários êxitos e tornando-se um dos mais famosos cantores latinos neste país. No mesmo ano lançou o LP “O trovador das Américas”, no qual cantou diversas músicas em espanhol, além de “Espera”, de Tito Madi e “Ébrio de amor”, de Romancito Gomes e Palmeira. Em 1971 gravou com sucesso “Que será?”, de Sebastião Ferreira da Silva, Fontana e Migliacci e “Bloco da solidão”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Em 1977, no LP “Sempre romântico”, gravou “Os olhinhos do menino”, de Luiz Vieira e “Um jeito estúpido de te amar”, de Isolda e Milton Carlos e que foi sucesso na voz de Roberto Carlos. Em 1981 lançou pela RCA Victor o LP “Eu nunca mais vou te esquecer”, com música título de Moacyr Franco, que alcançou grande sucesso. Veio a falecer com apenas 43 anos em Nova York, quando se apresentava para a comunidade hispânica da cidade, na boate La Tanquera, e sofreu um derrame. Em 1988, a BMG lançou uma caixa de LPs intitulada “O trovador”, nome de um dos seus maiores sucessos. Posteriormente foi relançada em CD, com suas 60 faixas remasterizadas e com um detalhado livreto com a biografia do autor escrita pelo jornalista Egídio Grandinetti. Foi durante muitos anos um dos principais intépretes da chamada música romântica. Em 2000, sua gravação da música “Brigas”, de Evaldo Gouveia E Jair Amorim foi incluída na seleção “As cem melhores do século da MPB” em votação de vários críticos musicais coordenada pelo crítico R. C. Albin.

Discografias
[ca. 1972] Odeon LP Altemar Dutra
[ca. 1970] EMI Odeon LP Altemar Dutra especial
[ant. 1970] Odeon LP Mensagem
[S/D] Tiger 78 Saudade que vem/Somente uma vez
2000 EMI Brasil CD Bis-Altemar Dutra
1997 EMI-Odeon CD Meus momentos. Vol. II
1994 EMI-Odeon CD Meus momentos
1992 RCA LP Altemar Dutra e convidados
1992 BMG Ariola CD Nunca mais vou te esquecer

(Tributo)

1990 EMI-Odeon CD Especial-Altemar Dutra
1989 EMI-Odeon CD O trovador das Américas
1984 RCA Victor LP Altemar Dutra
1983 RCA Victor LP Inédito
1982 RCA Victor LP Estranho amor
1981 RCA Victor LP Eu nunca mais vou te esquecer
1980 RCA Victor LP Especialmente para você
1980 RCA Victor LP Sempre romântico-25 boleros
1979 RCA Victor LP Altemar Dutra
1978 RCA Victor LP Mais sentimental
1977 RCA Victor LP Sempre romântico
1976 RCA Victor LP Amigos
1975 LP Amor de pobre
1974 LP Enamorado
1973 LP Altemar Dutra
1972 EMI-Odeon LP A força do amor
1971 Odeon LP Companheiro
1970 Odeon LP O Romântico
1969 Odeon LP O trovador das Américas
1967 LP Dedicatória
1966 Odeon LP Brigas
1966 Odeon LP Sinto que te amo
1965 LP Eu te agradeço
1965 Odeon LP Sentimental demais
1964 Odeon LP A grande revelação Altemar Dutra
1964 Odeon LP Que queres tu de mim
1964 Odeon LP Serenata da chuva
1963 Odeon 78 Maldito/Tudo de mim
1963 Odeon LP Tudo de mim
Obras
Decepção
Um amor, uma saudade (c/ Almeida Rêgo)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.