
Cantor. Instrumentista. Compositor.
Ainda pequeno, sua família mudou para Colatina (ES). Nessa época, ganhou da mãe um violão, que aprendeu a tocar sozinho. Ainda na mesma cidade, apresentou-se pela primeira vez em público, no programa da Rádio Difusora, de Colatina. Ficou em primeiro lugar e incentivado pelo sucesso que começava a fazer pela cidade, veio para o Rio de Janeiro (RJ) com apenas 17 anos.
É considerado um dos maiores fenômenos da música romântica brasileira. Chegou no Rio de Janeiro (RJ) em 1957, trazendo uma carta de apresentação para o compositor Jair Amorim, que, percebendo o seu potencial, o apresentou a vários amigos do meio artístico. Começou então a se apresentar na boate Baccarat, porém, como ainda era menor de idade, teve que várias vezes se esconder do Juizado de Menores. A convite de Helena de Lima, que o ouvira cantar na Baccarat, passou a se apresentar, entre 1960 e 1965, na boate O Cangaceiro, uma das mais famosas da cidade. Nela fez amizade com várias pessoas do meio artístico, principalmente com os membros do Trio Iraquitã. Foi, inclusive, Joãozinho, membro do trio, que o levou para a Odeon em 1963. Lançou com sucesso o seu primeiro disco no mesmo ano, no qual se destacou o bolero “Tudo de mim”, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim. A partir daí, o cantor se tornou o intérprete ideal da dupla que sempre o requisitava para cantar suas composições, entre as quais “Que queres tu de mim?”, “O trovador” e “Somos iguais”, todas com sucesso. Em 1964 gravou com sucesso “Que queres tu de mim” e “Serenata da chuva”. Em 1965 lançou o LP “Sentimental demais”, com destaque para a música título, de Jair Amotim e Evaldo Gouveia, que se tornou uma marca de seu repertório. Outro sucesso do disco foi “O Trovador”, título que lhe valeria a denominação carinhosa usada pelos fãs. Em 1966 gravou com grande sucesso a música “Brigas”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia, com a qual, declarou em um programa na TV Globo, gostaria de ser lembrado no futuro. Seu sucesso extrapolou as fronteiras nacionais e chegou à América Latina, com apresentações em vários países. As versões dos seus sucessos em espanhol chegaram a vender 500 mil cópias no continente, dando-lhe prestígio e fazendo com que gravasse com Lucho Gatica, um dos maiores ícones do bolero, o disco “El bolero se canta así”. A partir de 1969, começou a investir no mercado de música latino-americana nos Estados Unidos, obtendo vários êxitos e tornando-se um dos mais famosos cantores latinos neste país. No mesmo ano lançou o LP “O trovador das Américas”, no qual cantou diversas músicas em espanhol, além de “Espera”, de Tito Madi e “Ébrio de amor”, de Romancito Gomes e Palmeira. Em 1971 gravou com sucesso “Que será?”, de Sebastião Ferreira da Silva, Fontana e Migliacci e “Bloco da solidão”, de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. Em 1977, no LP “Sempre romântico”, gravou “Os olhinhos do menino”, de Luiz Vieira e “Um jeito estúpido de te amar”, de Isolda e Milton Carlos e que foi sucesso na voz de Roberto Carlos. Em 1981 lançou pela RCA Victor o LP “Eu nunca mais vou te esquecer”, com música título de Moacyr Franco, que alcançou grande sucesso. Veio a falecer com apenas 43 anos em Nova York, quando se apresentava para a comunidade hispânica da cidade, na boate La Tanquera, e sofreu um derrame. Em 1988, a BMG lançou uma caixa de LPs intitulada “O trovador”, nome de um dos seus maiores sucessos. Posteriormente foi relançada em CD, com suas 60 faixas remasterizadas e com um detalhado livreto com a biografia do autor escrita pelo jornalista Egídio Grandinetti. Foi durante muitos anos um dos principais intépretes da chamada música romântica. Em 2000, sua gravação da música “Brigas”, de Evaldo Gouveia E Jair Amorim foi incluída na seleção “As cem melhores do século da MPB” em votação de vários críticos musicais coordenada pelo crítico R. C. Albin.
(Tributo)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.