
Instrumentista (baterista e percussionista). Compositor.
Nascido em Itaiópolis, (SC) Airto também viveu, durante a infância, em Guarapava e Ponta Grossa (PR). Na cidade paranaense, foi matriculado na Academia de Música de Ponta Grossa onde aprendeu canto, piano, violino, bandolim e teoria musical. Tornou-se músico profissional aos 13 anos, ao se mudar para a capital paranaense, Curitiba, em 1956. Lá tocou bateria e percussão em bandas locais. Em 1957, mudou-se para São Paulo.
No fim da década de 60, mudou-se para os Estados Unidos e casou-se com Flora Purim.
Em 2016, após breve separação, retornou para o Brasil com a esposa Flora Purim, indo morar em Curitiba.
Em junho de 2022 foi diagnosticado com uma pneumonia forte que deixou sequelas motoras. Foram promovidas duas vaquinhas para ajudar Airto Moreira: uma brasileira, pela promotora de eventos Teca Macedo, por meio do site vakinha.com, que conseguiu por volta de R$60 mil de uma meta de R$120 mil, e outra americana, feita por Niura Purim, filha de Flora de um casamento anterior. A filha do casal, a cantora Diana Purim, ainda organizou com o marido, o músico Krishna Booker, shows em São Francisco e Los Angeles com o objetivo de arrecadas fundos para o pai. O mesmo foi feito no Brasil pelo baterista Ivan Conti, o Mamão, da Banda Azymuth.
Em setembro de 2023 se mudou com a esposa, Flora Purim, para o retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro. No dia da mudança, as redes sociais do Retiro publicaram a seguinte mensagem:
“Com imensa alegria, damos as boas-vindas aos novos residentes do Retiro dos Artistas, o lendário percussionista Airto Moreira e a incrível cantora Flora Purim! Uma sinfonia de talento e inspiração agora faz parte da nossa comunidade.
“Sejam bem vindos à família Retiro!”
A mudança foi motivada, principalmente, por conta dos problemas de saúde do percussionista.
Em 1958, atuou em boates das Docas de Santos (SP). Em seguida, mudou-se para São Paulo (SP), onde integrou, como percussionista, o Guimarães e seu Conjunto.
Em 1962, passou a fazer parte do Sambalanço Trio, juntamente com César Camargo Mariano (piano) e Humberto Claiber (baixo). Com o grupo, apresentou-se no Juan Sebastian Bar e atuou em shows com Lennie Dale no Teatro de Arena (SP) e na boate Zum Zum (RJ), além de ter gravado vários discos. Fez parte, também, do Sambossa Trio.
Em 1966, participou, ao lado de Tuca, do Festival Nacional de Música Popular (TV Excelsior, SP), defendendo a canção “Porta-estandarte” (Geraldo Vandré e Fernando Lona), classificada em 1º lugar no evento.
De 1966 a 1969, integrou o Quarteto Novo, juntamente com Teo de Barros (contrabaixo e violão), Heraldo do Monte (viola e guitarra) e Hermeto Pascoal (flauta). Com o grupo, gravou o LP “Quarteto Novo” e participou, em 1967, do III Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), acompanhando Edu Lobo e Marília Medalha na interpretação de “Ponteio” (Edu Lobo e Capinam), canção classificada em 1º lugar no evento. Assinou, em parceria com Edu Lobo, o arranjo da composição.
Em 1970, após se mudar para os EUA, lançou o LP “Natural feelings”, no qual registrou composições próprias, como “Alue” (c/ Flora Purim) e “Liamba”, e outras de autoria de Hermeto Pascoal, como “Terror” e “Frevo”.
Em 1971, gravou o LP “Seeds on the ground – The natural sound of Airto”, interpretando obras de Hermeto Pascoal, como “Andei”, “Papo-furado”, “Juntos” (c/ Flora Purim), “Uri” (c/ Googie) e de outros autores.
Entre 1970 e 1972, fez parte do conjunto de Miles Davis, ao lado de Chick Corea, Wayne Shorter e outros. Gravou, com o grupo, o LP “Miles Davis at Fillmore”. Em seguida, integrou o conjunto Return to Forever, ao lado de Chick Corea, com quem lançou dois discos.
Em 1973, formou o grupo Fingers, com o qual lançou o LP “Free”, no qual se destacam canções como “Return to forever” (Chick Corea), “Floras song” (Flora Purim), “Lucky southern” (Keith Jarret) e “Arroio” (Vitor Assis Brasil), entre outras, além da faixa-título de sua autoria. Ainda nesse ano, gravou o LP “Fingers”, registrando “Romance of death”, “Wind chant” e “Parana”, todas de Hugo Fattoruso, “San Francisco river” (Flora Purim) e composições próprias como “Tombo in 7/4” e “Merry-go-round” (c/ Flora Purim), além da faixa-título (Eduardo Uzeta e R. Rada).
Em 1974, dissolveu o grupo e passou a atuar como solista, utilizando vários instrumentos de percussão. Também nesse ano, gravou o LP “Virgin land”, contendo “Stanleys tune” (Stanley Clarke), além de composições de sua autoria como a faixa-título, além de “Hot sand” e “I dont have to do what I dont want to do” (c/ G. DeLorme). Ainda em 1974, lançou, com Eumir Deodato, o LP “Deodato/Airto in concert”.
Em 1975, formou um novo conjunto com Egberto Gismonti (teclados), Raul de Souza (trombone), Ted Lô (órgão, sintetizador e violino elétrico), Robertinho Silva (bateria e percussão), John William (contrabaixo elétrico e acústico) e Davi Amaro (guitarra, violão acústico e viola de 12 cordas). Ainda nesse ano, lançou o LP “Identity”, destacando-se composições de sua autoria como “Bruxos (The magicians)” (c/ Egberto Gismonti e Geraldo Carneiro), “Lendas (Tales from home)” (c/ Egberto Gismonti e Paulinho Tapajós) e a faixa-título, além das canções “Encounter (Encontro no bar)” (Egberto Gismonti e Geraldo Carneiro) e “Wake up song (Canção de acordar)” (Egberto Gismonti e Novelli), entre outras.
Em 1976, gravou o LP “Promises of the sun”, com as canções “Georgiana”, “Batucada”, “Zuei” e Candango”, todas de sua autoria, além de outras como a faixa-título (Milton Nascimento),”Circo marimbondo” (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos), “Lá de casa” (Novelli) e “Ruas do Recife” (Marcos Valle, Novelli e Paulo Sérgio Valle).
Em 1977, lançou o LP “Im fine, how are you?”, com destaque para canções de sua autoria como a faixa-título e “The happy people”, além de “The road is hard (But were going to make it)” (Flora Purim) e “La tumbadora” (Hugo Fattoruso e Rada), entre outras.
Em 1979, gravou “Touching you, touching me”, registrando composições próprias como “Open space” (c/ Hugo Fattoruso), “Introduction to the end” e “Heart beat” (c/ M. Colombier), além de canções como “Its not a ballad” (José Roberto Bertrami) e “Partido-alto” (Alexandre Malheiros e José Roberto Bertrami), entre outras. Atuou como solista ao lado de Paul Simon, Quincy Jones e Herbie Hancock.
Em 1984, lançou o disco “Missa espiritual – Airtos brazilian mass”, com as faixas “Entroito”, “Kyrie”, “Glória” e “Comunhão”, de sua autoria.
Ainda na década de 1980, atuou ao lado de Flora Purim, sua esposa desde o final da década de 1960, com quem lançou os discos “Humble people”, “The magicians”, “Three-way mirror”, com Joe Farrell, “Samba de Flora”, “The colours of life” e “The sun is out”.
Em 1989, gravou o LP “Struck by lightinings”. Participou de trilhas sonoras de diversos filmes, como “O exorcista”, “O último tango” e “Apocalypse now”, entre outros. Excursionou pelos Estados Unidos, América Latina, Europa e Japão, ministrando cursos e palestras em universidades e realizando shows.
Na década de 1990, teve seu interesse despertado pela “world music” e pela “dance music”, a partir do remix de suas composições ou de música regional brasileira, marroquina e africana, assinando a produção musical de trabalhos de vários grupos para a gravadora inglesa Melt 2000.
Gravou, em 1992, o CD “The other side of this” e, no ano seguinte, o CD “Killer bees”.
Entre 1992 e 1998, lançou cinco discos e fez turnês com o grupo Fourth World, formado por ele, Flora Purim, José Neto (guitarra), Jovino Santos e Gary Brown.
Em 2000, lançou o CD “Homeless”.
De 2002 a 2005 deu aulas de Etnomusicologia na Universidade da Califórnia (Ucla).
Em 2002 ministrou workshops e fez shows em São Paulo, Rio de Janeiro, Londrina e Recife. Um dos shows foi na casa noturna Mistura Fina (RJ), onde apresentou-se com o grupo Mistura 4, formado com Luiz Avellar (piano), Ney Conceição (baixo) e Widor Santiago (saxofone).
Também em 2002, o Governo Brasileiro, através do Consulado Brasileiro em Los Angeles, concedeu-lhe a Comenda da Ordem do Rio Branco. Ainda em 2002, foi eleito pela quarta vez consecutiva o Melhor Percussionista do Ano pela “Drum Magazine” e recebeu o primeiro lugar como Melhor Percussionista do Ano pela “Downbeat Magazine”.
Em 2003, lançou o álbum “Life After That”e voltou ao Brasil, onde atuou com Flora Purim na turnê de shows do CD “Speak no evil”, lançado pela cantora.
Em 2021, ano em que completou 80 anos, lançou nas plataformas digitais o álbum “Eu Canto Assim”, no qual interpreta músicas do início de sua carreira, como “Canção dos Olhos Tristes”(Tito Madi), “A noite do meu bem” (Dolores Duran), “As praias desertas” (Tom Jobim) e “Ilusão a toa” (Johnny Alf). No disco, também tocou bateria e percussão em banda formada por ele, David Sartori (piano) e Thiago Duarte (contrabaixo). A direção musical foi de Flora Purim.
Em janeiro de 2022 fez, ao lado de Flora Purim, shows de despedida dos palcos no Sesc Belenzinho, em São Paulo.
(Remix)
(Como integrante do Fourth World:)
(Participações:) (Vários intérpretes)
(Como integrante do Fourth World:)
(Como integrante do Fourth World:)
(Como integrante do Fourth World:)
(Como integrante do Fourth World:)
(Coletânea:)
(Como integrante do Return to Forever:)
(Participações:)
(Como integrante do Return to Forever:)
(Como integrante do Quarteto Novo:)
(Como integrante do Sambrasa Trio:)
(Como integrante do Sambalanço Trio:)
(Como integrante do Sambalanço Trio:)
(Como integrante do Sambalanço Trio:)
(Como integrante do Sambalanço Trio:)
(Como integrante do Sambalanço Trio:)