
Compositor. Regente. Professor. Nasceu na cidade de Itu, (SP). Órfão de pai, teve o auxílio do padre Diogo Antônio Feijó para estudar. Não se sabe ao certo, mas pode ter sido o maestro que iniciou a compositora Chiquinha Gonzaga nos estudos musicais. Sabe-se que fixou residência em Campinas no ano de 1870. Morou ainda por curto período em Itatiba (SP), para onde foi em 1876. Em 1880 retornou a Campinas. Em 1884, mudou-se para São Paulo, onde lecionou em escolas secundárias. Em 1890 foi nomeado professor da Escola Normal de São Paulo.
Autor da primeira ópera brasileira, em português, sobre assunto nacional: “A noite de São João”, com libreto de José de Alencar e regida por Carlos Gomes no Teatro São Pedro de Alcântara em 14 de dezembro de 1860. Dedicou uma missa a D. Pedro II, cantada em 1º de novembro de 1858 na Capela Imperial. Destacou-se como autor e regente de óperas e compositor de música sacra, embora tenha composto também música popular: o lundu “Chá preto, sinhá?”; as romanças “Já não vive Délia”, “Amor de mãe”, “Bem-te-vi”, “A despedida”, “Eu vi o anjo da morte”; a modinha “Nerina, maga estrela”; as valsas “Carnaval de Itu” e “Uma lembrança de amizade”, além da polca “Alegria do pobre”. Em 1863 recusou, por motivos financeiros, o convite feito pela Ópera Nacional para ir à Europa estudar os grandes teatros. Nesse ano fundou em Campinas a Sociedade Musical Filomena. Em 1866 fundou outra sociedade, de nome Orfelina. Em 1875, em São Paulo, organizou com o cunhado, Tristão Mariano da Costa, um congresso musical com o objetivo de promover a classe artística, discutir métodos de ensino, ensentivar vocações, pedir auxílio ao governo do Império para um curso superior de música e isenção do serviço militar para a classe. Em 1876 publicou um Método de Música (2ª ed. em 1882). Fez parte da Orquestra Carlos Gomes em Campinas.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.