
Instrumentista. Cantor. Compositor.
Iniciou sua formação musical aos 15 anos, estudando acordeon e, em seguida, percepção musical e piano na Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte (MG). Mais tarde, aprimorou sua técnica, estudando composição e arranjo com Walter Smetak, Ernest Widmer, Bruno Kiefer, Ailton Escobar, Cláudia Cimbleris e Rogério Duprat.
Ingressou no cenário artístico participando dos festivais de inverno nos anos de 1960.
Nos anos 1970, atuou em bailes com os grupos The Shines, os Turbulentos e Crisalis. Paralelamente, participou de festivais, como o “Festival Estudantil da Canção”, “Festival Universitário de Belo Horizonte” (classificando-se em 2º lugar) e “Festival Internacional da Canção”, de 1970, no Rio de Janeiro. Nessa época, já fazia parte do grupo dos novos compositores mineiros, atuando nos shows “Fio da navalha”, juntamente com Lô Borges, Beto Guedes, Tavinho Moura, Toninho Horta, Vermelho e Zé Eduardo, entre outros, mais tarde reunidos no “Clube da Esquina”.
Em 1974, foi convidado, por indicação de Milton Nascimento, a gravar com Sá & Guarabyra. Em seguida, passou a fazer parte do grupo O Terço. Mudou-se para São Paulo e atuou com o grupo até 1977, gravando dois discos e destacando-se, também, como compositor.
Em 1977, gravou no LP “A página do relâmpago elétrico”, de Beto Guedes, e teve sua música “1974” apresentada em turnê pelo Canadá e Estados Unidos pelo Royal Ballet do Canadá, com coreografia de Oscar Araiz. No ano seguinte, em 1978, participou como instrumentista do LP “Clube da Esquina II”, de Milton Nascimento, que incluiu no repertório sua composição “Nascente”. Acompanhou a turnê de lançamento do disco, como participação especial ao lado de Beto Guedes.
Em 1979, fundou com Vermelho a banda 14 Bis, com a qual gravou vários discos.
Participou do espetáculo e disco “Missa dos Quilombos”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, Pedro Tierra e Dom Pedro Casaldáliga.
Em 1982, paralelamente ao seu trabalho com o 14 Bis, iniciou sua carreira solo, gravando nesse ano o LP “Nascente” e, três anos depois, o LP “O andarilho”. Nesse período, ingressou no curso de música para cinema do Núcleo de Animação da Embrafilme (RJ), promovido pelo National Film Board do Canadá, compondo trilhas para os filmes premiados “Quando os morcegos se calam”, “Viagem de ônibus”, de Daniel Schorr, e “Instinto animal”, de Léa Zagury.
Compôs também trilhas para o longa “Aleluia Gretchen”, de Sílvio Back, “Impresso à bala”, curta de Ricardo Favilla, “O escravo”, vídeo de Luis Viana, e “Hilda Furacão”, peça teatral de Roberto Drummond.
Em 1989, desligou-se do 14 Bis, e continuou sua carreira solo, participando do Free Jazz Festival, com um trabalho instrumental. Ainda nesse ano, apresentou-se no Circo Voador, ao lado de Toninho Horta, show gravado e lançado em 1987 pelo selo Dubas. Nesse período, apresentou-se em shows com Lô Borges, Toninho Horta e Zé Renato, e participou do espetáculo “Minas em concerto”, com Beto Guedes, Wagner Tiso, Lô Borges e Toninho Horta.
Em 1990, gravou seu terceiro disco solo, “Cidade veloz”.
Dois anos depois, participou do Rio Show Festival, registrado no LP “Flávio Venturini ao vivo”. Em seguida, apresentou-se em turnê nos Estados Unidos e Canadá. Participou, também, das comemorações dos 500 anos do descobrimento da América em Santiago de Compostela, com o espetáculo “Missa dos quilombos”.
Em 1994, gravou o disco “Noites com sol”, primeiro Disco de Ouro de sua carreira solo.
No ano seguinte, Jane Duboc gravou o CD “Partituras”, no qual registrou esclusivamente canções de autoria dele, como a faixa-título, parceria com a cantora, além de “Besame”, “Só pra você”, “Pequenas maravilhas”, “Abracadabra paixão” e “Sonho de valsa”, todas com Murilo Antunes, “Todo azul do mar”, “Nuvens”, “Princesa”, “Noites com sol” e “Anjo bom”, todas com Ronaldo Bastos, “Sobre o mar” (c/ Alexandre Blasifera), “Criaturas da noite” (c/ Luiz Carlos Sá), “Romance” (c/ Juca Filho) e “Linda Juventude”.
Em 1996, lançou o CD “Beija flor” e participou do Heineken Concerts, como convidado do grupo Uakti.
Em 1999, apresentou-se no Metropolitan, em show comemorativo aos seus 50 anos de idade, gravado para o canal Multishow, recebendo no palco diversos artistas, como Lô Borges, Beto Guedes, Paulinho Moska, 14 Bis, Leila Pinheiro, Zé Renato e Paulo Ricardo. O show foi lançado no CD “Linda juventude”. Ainda nesse ano, lançou o songbook “O melhor de Flávio Venturini”.
Lançou, em 2003, o CD “Porque não tínhamos bicicleta”, contendo suas composições “Alma de balada” e “Sonhos e pedras”, ambas com Murilo Antunes, “Minha estrela” (c/ Ronaldo Bastos), “O melhor do amor” (c/ Ronaldo Bastos e Torcuato Mariano), “Garapuá” (c/ Luis Carlos Sá), “Trator” (c/ Fernando Brant), “A luz na minha voz” (c/ Ronaldo Bastos), “Música” (c/ Milton Nascimento), “Onde o vento faz morada” (c/ Alexandre Blasifera) e “Mais do que amor” (c/ Mauricio Gaetani), além de “Máquina do tempo” (Aggeu Marques), “Pra lembrar de nós” (Vanessa Rangel e Ary Sperling), “Sob o sol do Rio” (Cláudio Faria), “Céu de Santo Amaro” (JS Bach, adaptação e arranjo de sua autoria) e “Prenda minha” (adaptação e arranjo Marcus Vianna).
Em 2005, participou, ao lado de Guilherme Arantes, do projeto “Tom Acústico”, na casa de espetáculos Tom Brasil (SP). Os dois artistas apresentaram sucessos de suas respectivas carreiras. Nesse mesmo ano, voltou a fixar residência em Belo Horizonte, após morar no Rio durante quase três décadas.
Lançou, em 2006, o CD “Canção sem fim”, contendo suas canções “Retiro da Pedra”, “Retratos” e “Belo Horizonte”, todas com Murilo Antunes, “Aqui no Rio” (c/ Kimura), “Fênix” (c/ Jorge Vercilo), “Casa no vento” (c/ Ronaldo Bastos), “Canção sem fim” (c/ Márcio Borges), “Amor pra sempre” e “Flores de abril”, além de “Neblina” (Torcuato Mariano e Aloysio Reis), “Melhores dias de um verão” (Julio Borges e Cláudio Rabello) e “Quanto mais teus olhos calam” (Thomas Roth). O disco contou com a participação de Leila Pinheiro e Hamilton de Holanda, na faixa “Aqui no Rio”.
Em 2007, fez show de lançamento do disco “Canção sem fim” no Canecão (RJ).
Sua obra como compositor foi registrada por diversos artistas, como Leila Pinheiro, Jane Duboc, Emílio Santiago, Simone, Milton Nascimento, Nana Caymmi, Beto Guedes e Peter Gabriel, entre outros.
Em 2012, apresentou-se no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ), tendo como convidado Kadu Vianna.
Em 2013, lançou o CD “Venturini”, contendo suas canções “Idos janeiros” (c/ Vander Lee), “Fotografia de um amor “(c/ Murilo Antunes), “Sol interior” (c/ Márcio Borges), “Tarde solar” (c/Alexandre Blasifera) e “Todo azul do mar” (c/ Ronaldo Bastos), além de “Enquanto você não vem” (André Mehmari e Murilo Antunes), “Leãozinho” (Caetano Veloso), “Saiba” (Maurício Oliveira e Barbara Mendes) e ainda “Hino ao amor” (versão em português de “Hymne à lamour”, de Edith Piaf e Marguerite Monnot). O disco contou com a participação de Ivan Lins, na faixa “Tarde solar”. Fez show de lançamento do CD na casa Miranda (RJ), nesse mesmo ano.
No ano de 2015, começou uma rotina de turnês anuais no formato “Encontro Marcado”, em conjunto com a banda 14Bis e com a dupla Sá & Guarabyra. Neste formato, todos tocaram os sucessos de todos no palco. Em 2017 foram lançados o CD e o DVD do show.
Em 2023 fez, nos meses de agosto e setembro, com o Encontro Marcado, turnê pelo nordeste que incluiu Maceió(AL), Natal(RN), Recife(PE) e João Pessoa(PB). A turnê incluiu também Juiz de Fora(MG), Rio de Janeiro(RJ), Brasília(DF) e Goiânia (GO).
No ano de 2025 iniciou a turnê “Minha História”, no palco do Vivo Rio, no Rio de Janeiro, em comemoração aos 50 anos de carreira, lançando o álbum homônimo com vários de seus sucessos, trabalho no qual contou com as participações especiais de Djavan, Ivete Sangalo, Guilherme Arantes, Vanessa da Mata, Jota Quest, Frejat, Ritchie, Glória Groove, Ana Cañas, Gabi Melim, Ney Matogrosso e Roupa Nova. A turnê passou por São Paulo, no Espaço Tokio Marine Hall, e Belo Horizonte, no palco do Palácio das Artes, sempre acompanhado por uma banda integrada por Torcuato Mariano (guitarra, direção musical e arranjos), Marcelo Mariano (baixo), Sérgio Melo (bateria), Renato Fonseca (teclados), Marcelo Martins (sax e flauta), (Marquinhos O Sócio (backing vocal).
EMI-Odeon
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
VENTURINI, Flávio: O melhor de Flávio Venturini. Irmãos Vitale.