1.001
Nome do Grupo
Conjunto Tupi
Componentes

J. B. de Carvalho

Zaíra de Oliveira

Yolanda Osório

Francisco Sena

Herivelto Martins

Gastão Viana

Euclides

Dados Históricos e Artísticos

Conjunto vocal e instrumental criado e diridido pelo cantor e compositor João Paulo Batista de Carvalho, conhecido artísticamente como J. B. de Carvalho. O grupo, criado por volta de 1930, passou a atuar no ano seguinte na extinta Rádio Cajuti interpretando corimas, músicas cantadas durante os rituais de macumba. O grupo logo passou a ter seu próprio programa e foi um dos pioneiros a ter programa de umbanda em rádio. Apresentaram-se em quase todas as Rádios cariocas da época e era comum as apresentações serem interrompidas pela polícia pois as pessoas entravam em transe ao ouvirem os pontos e rezas. O grupo era integrado basicamente por dois violões, banjo, pandeiro, reco-reco e duas vozes, uma masculina e outra feminina. A voz masculina era a de J. B. de Carvalho, e a feminina era às vezes a de Zaíra de Oliveira, e outras, a da cantora Yolanda Osório. Também integraram o conjunto de forma incidental, Francisco Sena, Herivelto Martins, Gastão Viana e Euclides, que era tocador de banjo. Em 1931, o conjunto foi contratado pela Victor e gravou o primeiro disco com o batuque “Cadê Viramundo”, de J. B. de Carvalho, que logo se tornou um grande sucesso, e o cateretê “Bambaia”, de J. B. de Carvalho e Paulo Nascimento. Em seguida lançou os sambas ” Foi sem querer” e “Fica no mocó”, ambos de J. B. de Carvalho. Do conjunto também fazia o cantor Francisco Sena que por essa época conheceu o compositor Herivelto Martins, que em começo de carreira foi levado pelo compositor Príncipe Pretinho a um ensaio do conjunto. Lá, Herivelto conheceu J. B. de Carvalho que gostou do seu jeito de tocar e o contratou para fazer parte do conjunto. Herivelto inclusive começou a ensaiar as harmonias vocais do grupo e pouco tempo depois deixaria o conjunto com Francisco Sena e criaria com ele a Dupla Preto e Branco, embrião do Trio de Ouro. Em 1932, o conjunto gravou a canção “Minha cabocla serrana” e o batuque “Saci Pererê”, as duas de J. B. de Carvalho; as macumbas “No terreiro de Alibibi”, de Gastão Viana, e “Mironga de moça branca”, de Gastão Viana e J. B. de Carvalho; o choro “O galo enfezado”, de Abelardo Neves; as marchas “Me dá, me dá”, de Príncipe Pretinho, e “Da cor do meu violão”, primeira composição gravada de Herivelto Martins; os sambas “O destino há de falar” e “Isto é que é”, de J. B. de Carvalho, e a canção humorística “O terço de Zé Faustino”, de Herivelto Martins e Euclides José Moreira. Em 1933, foram lançados os batuques “Lá no horizonte”, “Rei coroado” e “Rompendo a madrugada” e a canção “Boiadeiro”, todas de J. B. de Carvalho, gravados em 1931, mas somente lançados dois anos depois. Em 1934, ocorreu algo semelhante quando foi lançado um disco com músicas gravadas dois anos antes, o jongo “Quando o sol sair” e a toada “Depois daquela montanha”, de J. B. de Carvalho. Em 1935, saiu um último disco do conjunto com os sambas-canção “A palavra adeus”, de J. B. de Carvalho, e “Mata virgem”, de Prícipe Pretinho. Na realidade, nessa época, o conjunto já havia terminado pois desde 1933, Herivelto Martins e Francisco Sena já haviam deixado o grupo para formar a Dupla Preto e Branco e J. B. de Carvalho resolveu seguir carreira solo. O grupo lançou doze discos com um total de 22 músicas e ficou marcado pelo pioneirismo de interpretar pontos de umbanda no Rádio carioca.

Discografias
1935 Victor 78 A palavra adeus/Mata virgem
1934 Victor 78 Quando o sol sair/Depois daquela montanha
1933 Victor 78 Lá no horizonte/Rei coroado
1933 Victor 78 Rompendo a madrugada/Boiadeiro
1932 Victor 78 Me dá, me dá/Da cor do meu violão
1932 Victor 78 Minha cabocla serrana/Saci Pererê
1932 Victor 78 No terreiro de Alibibi/Mironga de moça branca
1932 Victor 78 O destino há de falar/Isto é que é
1932 Victor 78 O galo enfezado
1932 Victor 78 O terço de Zé Faustino
1931 Victor 78 Cadê Viramundo/Bambaia
1931 Victor 78 Foi sem querer/Fica no mocó