
J. Thomaz
Henrique Vogeler
Orquestra organizada em 1929 pelo compositor e baterista J. Thomaz que também foi regente, para fazer acompanhamento de gravações na gravadora Brunswick que se instalou no Brasil naquele ano e que aqui permeneceu até 1931. A orquestra gravou também alguns discos. O primeiro deles em dezembro de 1929, nos dois primeiros discos lançados no Brasil pela Brunswick, ambos com vocal de J. Thomas interpretando os sambas “Sarambá”, de J. Thomaz, com letra em francês do dançarino Duque, “Rian”, de J. Thomaz e “Tu vais chorar”, de M. Caldeira, além do samba-canção “Terezinha”, de J. Thomaz. Em seguida, a orquestra acompanhou J. Thomaz na gravação de “Batuque”, e Edgard Arantes na toada “Muchocho”, ambas de autoria de Marcelo Tupinambá e Coelho Neto. Acompanhou no mesmo período a atriz Margarida Max nas marchas “Bocas”, de Martinez Grau, e “Dona boa”, de Lamartine Babo, músicas da revista “Vai haver o diabo”.
Em 1930, a orquestra gravou com vocal de J. Thomaz os sambas “Aída”, “Malvada” e “Eu sou gostoso”, de J. Thomaz, “Miolo de baiano”, de Donga e J. André, “Lei é dura”, de Donga e Oscarito, “Iaiá da Bahia”, de Bonfíglio de Oliveira, e “Guiomar”, de João da Gente. Com vocal de Elpídio Dias, o Bilu, a orquestra gravou as marchas “Ter ciúme é querer bem”, de Donga, “Trem da Pavuna”, de Casseli, “És engraçadinha”, de Vantuil de Carvalho, um enorme sucesso carnavalesco na época, “Toca pro pau”, de R. C. Alvear, “Manoelinha”, de Ricardo Nascimento, e “Nosso carnaval”, de Henrique Vogeler, além dos sambas “Meu feitiço” e “Não chores”, de Bonfíglio de Oliveira, “Minha devoção”, de Homero Dornellas, “Não posso com a tua vida”, de Aramis Moreira, e “Pra quem servir”, de Heitor dos Prazeres. Nesse período, a orquestra gravou com vocais de outros cantores. Com vocal de Àlvaro do Amaral, o samba “Entrou areia”, de Milton Amaral, e a marcha “Vamos deixá de encrenca”, de Osvaldo Cardoso de Menezes; com vocal de Artur Costa o samba “Saudade de pierrô”, de Zé da Pavuna; com vocal de Ildefonso Norat, os sambas “Amostra a mão”, de Sinhô, e “Eu vou à feira”, de Átila Soares; com vocal de Sebastião Rufino, os sambas “Adeus crioula”, de Zé da Pavuna, “Perdi a noção”, de Alfredo Pereira, e “Macaco velho”, de Lourival Ferreira; com vocal de Juca do Rio, a marcha “Não digas”, de Marques da Gama, e o samba “Mulher condenada”, de Osvaldo Cardoso de Menezes; com vocal de Ângelo de Freitas o samba “Viver”, de Alfredo Pereira, e a marcha “Um beijo no escuro”, de Marques da Gama. Ainda em 1930, foram gravados de forma instrumental os sambas “Dureza”, de Romualdo Peixoto, o Nonô, “Desse amor se vive”, de M. Caldeira e Ernani Braga, e “Dança dos ursos”, de Pixinguinha; os maxixes “Guanabara”, de J. Rebelo da Silva, e “Chuca-chuca”, de Oscar Cardona; e os choros “Choramingando”, de M. Caldeira, e “Eu tenho fé”, de Henrique Vogeler.
Em meados de 1930, a Orquestra passou a ser dirigida por Henrique Vogeler, já celebrado autor do sucesso “Ai ioiô”, gravado por Aracy Cortes. Ainda no mesmo ano, gravou de forma instrumental os sambas “Sarambá”, de J. Thomaz, e “Bandoleiro”, de M. Caldeira, e os maxixes “Batuque”, de Henrique Vogeler, e “Bailador”, de M. Caldeira. Também no mesmo ano, fez acompanhamentos para as gravações de Laura Suarez no samba “Semente da dor”, de Henrique Vogeler, e na marcha “Alto-falante”, de Lamartine Babo; Ana de Albuquerque Melo no samba-canção “Ceci moderna”, de Henrique Vogeler, e na valsa “Um sonho que se apaga”, de Vogeler Gomes; Sílvio Vieira no samba-canção “Eu tenho fé”, de Henrique Vogeler e Sílvio Vieira, e na toada “É na viola que chora”, de Sílvio Vieira;a Sebastião Rufino nos sambas “Jura desfeita”, de Sebastião Rufino, e “Rosa não chores”, de Heitor dos Prazeres e Sebastião Rufino, e Sílvio Caldas nos sambas “Ioiô deste ano”, de Henrique Vogeler, e “O teu amor eu desprezei”, de Benedito Lacerda e G. Oliveira, entre outros acompanhamentos.
Em 1931, a orquestra gravou o maxixe “Recordações do oriente”, de Rondon, os sambas “Um caso perdido”, de Pixinguinha, e “Pomposo”, de M. Caldeira, o choro “Nossa alvorada”, de Henrique Vogeler, e a “Rapsódia infantil”, de Homero Dornelas. No mesmo ano, acompanhou o cantor Sílvio Caldas na gravação dos sambas “Não faz mal”, de Alcebíades Barcelos e Benedito Lacerda, “Criança louca”, de Heitor dos Prazeres e “Bonequinha”, de Jaci Pereira, e da marcha “Na praia”, de Mário Bravo. Em pouco menos de dois anos a orquestra gravou 30 discos com 46 músicas além de fazer acompanhamento em 74 gravações de artistas como Sílvio Caldas, Gastão Formenti, Sílvio Vieira e Sebastião Rufino, entre outros.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.