
Primeira Fase:
Herivelto Martins
Francisco Sena
Segunda fase
Herivelto Martins
Nilo Chagas
Dupla vocal surgida a partir dos ensaios do Conjunto Tupy, no qual Herivelto Martins conheceu Francisco Sena e com ele passou a fazer elogiados arranjos vocais. Em 1933, durante uma apresentação do Conjunto Tupy, a dupla foi ouvida pelo empresário Vicente Marzullo que queria uma nova atração para o cine Odeon. Nessa apresentação, a dupla cantou o samba “Preto e branco”, de Herivelto Martins e Francisco Sena. Na ocasião, segundo depoimento de Herivelto Martins no livro “Herivelto Martins: Uma escola de samba”: “Passei a sapatear – frisa Herivelto – e o Sena ensaiou uma rasteira contra mim, eu ensaiei outra pra cima dele, pintamos os canecos. Marzullo ficou encantado e decretou a estréia da dupla para a segunda-feira seguinte. Como o número meu e do Sena não tinha nome próprio Marzullo decidiu: “Vai se chamar a Dupla do Preto e do Branco”.
Em 1934, a dupla gravou o primeiro disco, pela Odeon interpretando os sambas “Quatro horas” e “Preto e branco”, de Herivelto Martins e Francisco Sena, com acompanhamento de Bonfiglio de Oliveira e sua embaixada. No mesmo ano, a dupla gravou a marcha “Vamos soltar balão”, de Herivelto Martins e Francisco Sena, e o samba “Como é belo”, de Gastão Viana e Pereira Filho, que também contou com acompanhamento de Bonfíglio de Oliveira e sua embaixada. Apesar das gravações e apresentações solo a dupla continuou atuando no Conjunto Tupy, em locais como o circo Dudu, na Praça da Bandeira, Rio de Janeiro.
Em 1935, a dupla gravou as marchas “Bronzeada”, de Moisés Friedman e Pedro Paraguassu, e “Passado, presente, futuro”, de Herivelto Martins e Francisco Sena com acompanhamento da Orquestra Odeon. Ainda em 1935, a dupla gravou na Columbia as marchas “Um pouquinho só” e “Bela morena”, ambas de Príncipe Pretinho, com acompanhamento da Orquestra Columbia, naquele que seria o último disco com a participação de Francisco Sena, que faleceria no mesmo ano, o que acarretou no fim da dupla.
Algum tempo depois, quando Herivelto Martins trabalhava no Teatro Pátri, conheceu o cantor também negro Nilo Chagas e resolveu reativar a dupla Preto e Branco. Em 1937, a nova dupla gravou o primeiro disco, pela gravadora Victor com o jongo “Tamborim”, de Herivelto Martins e Jota Soares, e a toada “Última festa”, de Herivelto Martins e Zeca Ivo em disco em que a dupla contou com acompanhamento do grupo Boêmios da Cidade. No mesmo ano, a dupla gravou o samba “Bate palmas”, de Príncipe Pretinho e B. Guedes, com acompanhamento do grupo Boêmios da Cidade, e a marcha “Pra galinha descansar”, de Zé Pretinho e Oscar Lavado, com acompanhamento dos Diabos do Céu. Antes desse disco, no entanto, a dupla gravou com Dalva de Oliveira o batuque “Itaquari”, e a marcha “Ceci e Peri”, com acompanhamento do grupo Boêmios da Cidade e que seria o primeiro do futuro Trio de Ouro, que ainda não tinha esse nome. Ficou no selo do disco a indicação Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco.
Em 1938, a dupla lançou o samba “Palavra de rei”, de Príncipe Pretinho e Valdemar Crespo, com acompanhamento dos Boêmios da Cidade, e a marcha “Maria sapeca”, de Herivelto Martins e Sebastião Rodrigues, com acompanhamento dos Diabos do Céu, em disco que havia sido gravado em julho do ano anterior. Em dezembro de 1937, a dupla gravou um novo disco, que somente seria lançado no ano seguinte tendo no lado A, com acompanhamento do grupo Diabos do Céu, a dupla cantando a marcha “Vou me esborrachar”, de Darci de Oliveira e Felisberto Martins, última gravação apenas da dupla, e no lado B, com acompanhamento do conjunto regional Victor, a dupla e Dalva de Oliveira no samba “Estou triste com você”, de Herivelto Martins e Darci de Oliveira.
A dupla ainda apareceria em mais sete discos´até 1943, sempre com a referência Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco, embora com o nome Trio de Ouro já se destacasse nas emissoras de Rádio. Naquele ano, a dupla deixou definitivamente de existir ficando apenas a denominação Trio de Ouro com Nilo Chagas, Herivelto Martins e Dalva de Oliveira.
(Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco)
(Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco)
(Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco)
(Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco)
(Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco)
(Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco)
(Dalva de Oliveira e Dupla Preto e Branco)
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
VIEIRA, Jonas & NORBERTO, Natalício. Herivelto Martins: uma escola de samba. Rio de Janeiro: Ensaio, 1992.