
João Gordo
Mingau
Jabá
João
Spagueti Junqueira
Grupo de punk-rock formado na cidade de São Paulo no ano de 1981, tendo várias formações, das quais participaram João Gordo (guitarra e voz), Mingau (guitarra e voz), Jabá (baixo), João (bateria) e Spagueti Junqueira (bateria). Um dos grupos mais importantes do movimento punk paulista surgido nesta época.
Em 1982 o grupo participou da coletânea “Sub” de bandas punks paulista, lançada pelo selo Red. Neste mesmo ano, lançou seu primeiro disco solo, o LP “Crucificados pelo sistema”, pelo selo independente New Face. No ano seguinte, em 1983, o grupo abriu o show do Paralamas do Sucesso, em uma noite punk, no Circo Voador, no Rio de Janeiro.
No ano de 1985, ao lado das bandas Garotos Podres, Cólera, Vírus 27, Armagedom, Grinders, Espermogramix, Lobotomia, Auschwitz, Desordeiros e Homicídio Cultural participou da coletânea “Ataque Sonoro”, lançada pelo selo paulista Ataque Frontal, LP no qual interpretou as faixas “Condenado” e “Cérebros atômicos”. Neste mesmo ano de 1985 a banda gravou um disco ao vivo junto com o grupo Cólera e participou da coletânea inglesa de bandas punks de todo o mundo, a “World class punk”. Com a saída de Mingau, no ano seguinte, João passou para a guitarra e Spagueti Junqueira assumiu a bateria. No mesmo ano, assinou com o selo independente Baratos Afins, lançando o LP “Descanse em paz”. Gravando sempre por selos independentes, é um dos grupos punks brasileiros de maior discografia. Com grande sucesso no exterior, principalmente Europa, gravou os discos “Brasil” e “Anarkophobia”, em estúdios na cidade de Berlim, Alemanha, distribuídos no exterior pelo selo holandês Roadrunner.
Em 1995 lançou o disco duplo “Feijoada acidente?”, no qual constaram versões para músicas de bandas punks brasileiras e estrangeiras. Dois anos depois, em 1997, o vocalista João Gordo fez o último show com a banda no Circo Voador, pois o espaço seria fechado pelo prefeito da cidade, Luiz Paulo Conde, que fora expulso do show pelo próprio João Gordo. No dia seguinte o Circo Voador foi proibido de abrir, ficando fechado por sete anos.
No ano de 1998 foi a vez do grupo ser homenageado com o CD “Traidô”, no qual vários grupos tocaram músicas da banda, entre os quais Gangrena Gasosa, Poindexter, Verminose e Anões de Jardim.
Em 2002 a banda lançou o CD “Onisciente coletivo” no qual incluiu as inéditas “O sistema me engoliu”, “Terror declarado”, “Próximo alvo” e “Necrochorume”, “Rabia social” (João Gordo e Viviana), entre outras composições de integrantes do grupo. A banda conquistou os prêmios “Melhor Disco Nacional de 2002” pela Revista Rock Press, e de “Melhor Álbum de punk/hardcore” pela revista Dynamite. O vocalista, João Gordo, além de apresentador na rádio 89 FM (SP), também trabalha na MTV, emissora de TV na qual mantém o programa “Gordo a Go-go”, além de produtor musical da gravadora Trama. No ano seguinte, em 2003, a banda apresentou-se no Florença Rock Clube, na Vila da Penha, Zona Norte e ainda no Ballroom, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano ganhou o prêmio de “Melhor Clipe Independente” por “Próximo alvo” no Video Music Brasil 2003 MTV, apresentando-se ao lado de outros premiados no Palácio do Anhembi, em São Paulo.
No ano de 2006 o grupo lançou, pela gravadora Quanto, o CD “Homem inimigo do homem”, no qual foram incluídas as inéditas “Pedofilia santa” e “DNA da pilantragem”, entre outras. O disco comemorou os 25 anos da banda e a estreia de Paulo Sangiorgio, novo baixista da banda.
Em 2012 a banda foi uma das principais atrações no “Festival Pro Rock”, de Recife. Nesta edição do evento, a 20ª, também se apresentaram os grupos Antibalas Afrobeat Orchestra, Nada Surf (ambos dos Estados Unidos); Los Hermanos (Rio de Janeiro), Buraka Som Sistema (de Portugal); Mundo Livre S/A (Pernambuco); Otto (Pernambuco); Ratos do Porão (São Paulo); Brujeria (México), Strobo (Pará), além de bandas novas do cenário recifense, tais como Ska Maria Pastore e Tibério Azul. Neste mesmo ano o grupo fez show no Circo Voador, no centro do Rio de Janeiro, no qual reuniu vários integrantes de suas diversas fases no evento “A Grande Roubada”. O show contou com João Gordo (voz e guitarra), Juninho (baixo) e Boka (bateria), além de participações especiais de antigos integrantes, tais como Jabá (baixista entre 1981 e 1993); Spaguetti (baterista entre 1985 e 1991), Betinho (vocalista entre 1981 e 1983), Mingau (guitarrista entre 1982 e 1984 e depois baixista do grupo Ultraje a Rigor) e Fralda (baixista entre os anos de 1998 e 2003). Ainda em 2012 o grupo finalizou o CD “Século Sinistro”, com composições inéditas, destacando-se a faixa “Neocanibalismo”.
Em 2013 foi lançado o documentário “Guidable”, dirigido por Fernando Rick, da produtora paulistana de filmes Trash Black Vomit.
No ano de 2019 montou o show “Brasil”, apresentado no “Festival Abril Pró-Rock”, em Recife e logo depois partiu para a turnê pela Europa em comemoração aos 37 anos do disco “Brasil”, lançado em 1989 pela gravadora holandesa Roadrunner, do qual se destacaram as faixas “S.O.S país falido”, “Aids, pop, repressão”, “Lei do silêncio”, “Amazônia nunca mais”, “Farsa nacionalista” e “Retrocesso”. O LP é um dos marcos na carreira da banda. Gravado em Berlim e produzido por Harris Jhons, um dos mais conceituados produtores europeus de metal extremo, o disco tornou-se um clássicos do punk rock nacional e sendo um dos mais executados da banda, ao lado de outras composições como “Crucificados pelo sistema” e “Beber até morrer”, de discos anteriores.
Alemanha/Holanda
Alemanha/Holanda
(vários - Inglaterra)
(vários)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
CHAVES, Xico e CYNTRÃO, Sylvia. Da Pauliceia à Centopeia Desvairada – as Vanguardas e a MPB. Rio de Janeiro: Elo Editora, 1999.
DAPIEVE, Arthur. BRock: o rock brasileiro dos anos 80. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.
ESSINGER, Silvio. Punk: anarquia planetária e a cena brasileira. São Paulo: Editora 34, 1999.
FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.