
Dinho Ouro Preto
Loro Jones
Flávio Lemos
Fê Lemos
Grupo de rock formado em 1982 na cidade de Brasília e integrado por Dinho Ouro Preto (voz), Loro Jones (guitarra), Flávio Lemos (baixo) e Fê Lemos (bateria). Com a dissolução do grupo punk Aborto Elétrico, que atuou entre os anos de 1978 e 1982, integrado pelos irmãos Flávio e Felipe Lemos uniram-se a Loro Jones e Dinho, e formaram o conjunto. Algumas músicas do grupo Aborto Elétrico foram mantidas no repertório da banda, como “Música urbana” (Fê Lemos, Flávio Lemos André Pretórius e Renato Russo), “Fátima” e “Veraneio vascaíno”, ambas de autoria de Flávio Lemos e Renato Russo.
Em 1984 o grupo lançou pela CBS um compacto com as músicas “Descendo o rio Nilo” e “Leve desespero” de autoria de Fillipão, Loro, Flávio e Dinho. No ano seguinte, participou da coletânea “Os intocáveis”, lançada pela CBS, e da trilha sonora do filme “Areias escaldantes”, de Francisco de Paula, ambas com pouca repercussão. Contratado pela Polydor, transferiu-se para São Paulo, onde gravou o LP de estréia, “Capital Inicial”, no qual se destacaram, além das aproveitadas do repertório do Aborto Elétrico, outras composições: “Psicopata”, “No cinema” e “Leve desespero”. O disco vendeu 200.000 cópias. Contudo, o segundo disco lançado em 1987, “Independência”, não registraria o mesmo número de cópias vendidas. A estratégia de fazer um som mais pop, além de não trazer novos fãs, fez com que os antigos se afastassem, de modo que o disco acabou vendendo menos da metade do disco anterior. Contudo, a faixa-título “Independência”, de Bozo Barretti, Fê Lemos, Loro Jones, Flávio Lemos e Dinho Ouro Preto, foi muito executada em emissoras de rádio de todo o país. No mesmo ano de 1987, o grupo abriu o show do cantor Sting (ex-Police) para um Maracanã lotado. No ano seguinte, em 1988, foi lançado “Você não precisa entender”, vendendo menos ainda: 50.000 cópias. O disco que se seguiu, “Todos os lados”, só veio a confirmar o declínio do grupo, vendendo apenas 30.000 cópias. O lançamento oficial do disco se deu no segundo festival “Hollywood Rock”, em janeiro de 1990.
Em 1992 seria a vez do disco “Eletricidade” ser lançado. Com menos sucesso e as vendas em franco declínio, Dinho Ouro Preto acabou saindo do grupo, sendo substituído por Murilo Lima. Dois anos depois, em 1994 a banda lançou pelo selo independente QC o disco “Rua 47”, o último de estúdio nessa fase.
No ano de 1999 o grupo retomou suas atividades e lançou o CD “Atrás dos olhos”, que vendeu 70.000 cópias. No ano posterior, em ano 2000, lançou o CD “Acústico MTV”, contando com as participações de Kiko Zambianchi e Zélia Duncan. No CD foram incluídas “Natasha” (Alvin L. e Dinho Ouro Preto), “Primeiros erros” (Kiko Zambianchi), “O mundo” (Pit Passarell) e “Fogo”, de Bozo Barretti e Dinho Ouro Preto.
Em 2003 lançou o CD “Rosas e vinho tinto”, no qual foram incluídas novas composições de integrantes da banda: “À sua maneira”, “Quatro vezes você”, além de sucessos dos discos anteriores “Natasha”, “Música urbana” e “Independência”. Poucos meses após o lançamento, a banda chegou ao “Disco de Platina”, pela marca de 250 mil cópias vendidas. Neste mesmo ano, ao lado de Rita Lee, Frejat, Cláudio Zoli e O Rappa, a banda apresentou-se no “Festival Oi de Inverno de Itaipava”, cidade do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, a “Video Music Brasil 2003” (principal premiação de vídeos clipes no Brasil) da MTV, indicou o grupo para as categorias “Clipe do ano”, “Fotografia”, “Edição” e “Escolha de Audiência” pelo clipe “Quatro vezes você”. Participou, ao lado de Mick Hucknall, Alanis Morissette, Charlie Brown Jr., Ultraje a Rigor, entre outros, do “Brasília Music Festival”, em Brasília.
Em 2004 lançou o CD “Gigante”, 11º disco de carreira. No ano seguinte, em 2005, a banda participou do projeto “Ôi Noites Cariocas”, no Morro da Urca, no Rio de Janeiro. Participou, ao lado dos grupos COM 22, Leela, Placebo, Ira!, Dibob e Claro Q é Rock, entre outros, do evento “Coca-Cola Vibezone”, na Cidade do Rock, situada em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
No ano de 2011 o grupo foi uma das atrações do “Rock In Rio IV”, apresentando-se com grande sucesso de público e crítica no principal espaço do festival, o Palco Mundo. No ano posterior, em 2012, lançou o CD “Saturno” composto principalmente por rock-baladas e pop rocks, tais como “Tarde demais”.
Em 2013 lançou o EP “Viva a revolução”, com seis composições inéditas inspiradas nas manifestações sociais nas várias capitais do país. O disco foi produzido pelo guitarrista Liminha, destacando-se as faixas “Bom dia, mundo cruel”, “Melhor do ontem”, além de “Coração vazio”, com a participação especial do guitarrista Thiago Castanho (da banda Charlie Brown Jr.) e a faixa-título “Viva a revolução”.
No ano de 2019 o ex-integrante (da primeira formação) da banda, o guitarrista Loro Jones e um dos idealizadores do grupo nos anos 80, voltou a processar a banda em cobrança sobre royalties na 38º Vara Cívil do TJ de São Paulo.
(vários)
(vários)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.