
Rossini Ferreira
Altayr Manoel dos Reis
Waldir Carpenter
Wilson Dião da Cunha
Jair Justino de Oliveira
Adoniram Pinto Borges
Belmiro de Pinho
Gerson Ferreira Pinto
Carlos Eduardo Souza
Nilza Peixoto de Oliveira
Grupo de choro formado no Rio de Janeiro em 1966 por Jair Justino de Oliveira (violão), Adoniram Pinto Borges (violão de sete cordas), Belmiro de Pinho (bandolim) e Gerson Ferreira Pinto (flauta). Com o falecimento de Belmiro de Pinho o grupo ficou sem bandolinista, mas passaram a integrá-lo Altayr Manoel dos Reis (Reizinho – cavaquinho) e Waldir Carpinter (Pança – pandeiro). Outros músicos participavam eventualmente nas apresentações do grupo: Horacy Medella (violão) e Alcides Lyra Lopes (pandeiro). Por volta de 1972 ingressou no conjunto o bandolinista Rossini Ferreira. Por essa época, o grupo foi batizado pela pianista Maria Alice Saraiva com o nome Amigos do Choro, pois era formado por amigos que se encontravam no Bar do Abrahão, na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, para tocar choro, sem pretensões profissionais. Outros dois membros foram integrandos ao grupo, Carlos Eduardo Souza (violão) e Nilza Peixoto de Oliveira (afoxé). Em 1975 o flautista Gerson Ferreira Pinto conheceu no Museu da Imagem e do Som, no Rio de Janeiro, o pesquisador Ary Vasconcelos, que convidou o grupo para se apresentar no evento “Semana Jacob do Bandolim”, no Museu, naquele mesmo ano. Entre 1975 e 1977 o grupo continuou apresentando-se regularmente no Bar do Abrahão. No final do ano de 1977 o grupo apresentou-se no programa “Concerto para a juventude”, da TV Globo. Neste mesmo ano, participou também do “1º Concurso de Conjuntos de Choro”, promovido pela Secretaria Municipal de Eduacação e Cultura do Município do Rio de Janeiro, obtendo o 1º lugar com a composição “Recado” (Rossini Ferreira). Neste mesmo ano, foi ao ar no programa Fantástico, da TV Globo, uma apresentação do grupo. O grupo também participou do “1º Festival Nacional do Choro – Brasileirinho”, da Rede Bandeirante, classificando-se em primeiro lugar com o choro “Ansiedade”, de Rossini Ferreira. A composição foi gravada ao vivo, junto com outras 11 e incluída no LP oficial do festival, disco que contou também com a participação de Sivuca, Maurício Magalhães de Carvalho ( Mú Carvalho – A Cor do Som), João Carrasqueira, Vivaldo Medeiros, entre outros. Com o sucesso obtido no festival, o grupo foi convidado a participar de vários programas de televisão: “Programa Levanta Poeira” (TV Globo) e “Choro na Praça”, da TV Vila Rica, de Belo Horizonte. Em 1978 o grupo foi convidado pela Secretaria de Cultural do Município a fazer uma série de quatro aprsentações no Planetário da Gávea, no Rio de Janeiro. Nas apresentações recebeu os seguintes convidados: Durval Berredo Guimarães (flautista); Heitor Avena de Castro (citarista); Josefina Mignone (pianista) e Vivaldo Medeiros (craviola). Apresentou-se também no programa “Concertos prar a Juventude”. Nestre mesmo ano o grupo lançou o primeiro disco, que contou com texto de apresentação de Ary Vasconcelos. No LP, lançado pela gravadora RGE/Fermata, no qual foram incluídas composições de integrantes do grupo, entre elas, “Conselho” (Altayr Manoel dos Reis) e ainda “Ansiedade”; “Concordiando”; “Melancolia”; “Pé de boi”; “Recado”; “Ritinha” e “Tita”, todas de autoria de Rossini Ferreira. Ainda no disco o grupo interpretou os clássicos “Vibrações” (Jacob do Bandolim) e “Lamento” (Pixinguinha e Vinicius de Moraes), além de composições pouco conhecidas de Avena de Castro “Okik Ryas” e “Queixumes”. Do encarte do LP destacamos o seguinte trecho de Ary Vasconcelos: “…Pois dizer que todas as músicas são belíssimas. Que Rossini é um gênio do bandolim, que Gerson toca uma flauta de ouro, que os violões, comandados por Jair, dão uma consistência explêndida, que a percussão completa o som característico do conjunto, e que todos irão constatar à mera audição do disco. Portanto, nada mais falta a não se ouvir. Isto é, consumir, prato a prato, este explêndido banquete sonoro que os Amigos do Choro nos servem para gozo total dos ouvidos. Em matéria de choro, pelo menos – para usar uma expressão muito usada pelo chorão – escritor – Alexandre Gonçalves Pinto, neste álbum o gato não dorme no fogão”. O disco acumulou críticas favoráveis de Sérgio Cabral (Jornal O Globo), José Ramos Tinhorão (Jornal do Brasil) e Fernando Roberto (Jornal Última Hora). Neste mesmo ano de 1978 o grupo participou do “II Festival Nacional do Choro”, da TV Bandeirante, no qual defendeu o choro “Relembrando Pixinguinha”, da autoria do bandolinista Moacyr Cardoso, classificando-se entre os dez primeiro lugares, sendo incluído no LP do festival. Entre 1979 e 1988 o grupo diminiu substancialmente as apresentações. Vários de seus integrantes faleceram ou estavam envolvidos em outras atividades musicais. Em 1989 o grupo voltou à atividade apresentando-se no Bar do Abrahão (Abrahão Hadad , o Rei Momo, falecido em 5/7/1981). O bar passou a ser adimistrado pelo filho de Wagner Abrahão. O conjunto contava apenas com Carlos Eduardo, Gerson Pinto e Adoniram Borges, logo depois foram integrados Sérgio Reis Alencastro Mattos (violão) e Paulo Céar da Cunha Heleno (cavaquinho). Em 1993 o conjunto apresentou-se no programa “Onde canta o sabiá”, na Rádio Nacional AM. No ano de 1996, reintegrou-se ao grupo o pandeirista Wilson Dião. Logo depois o grupo deu por encerradas as atividades.
(vários)
(vários)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
CAZES, Henrique. Choro do quintal ao Municipal. Rio de Janeiro: Editora 34, 1998.
VASCONCELOS, Ary. Carinhoso etc – história e inventário do choro. Rio de Janeiro: Gráfica Editora do Livro Ltda, 1984.