
Luizinho
Limeira
Zezinha
Cantores. Compositores (Luizinho e Limeira).
Luís Raimundo, o Luizinho – São Paulo, SP-1916-São Paulo, SP- 1983
Ivo Raimundo, o Limeira – São Paulo, SP-1924
Carmela Bonano, a Zezinha – São Paulo, SP-1928 – Perdizes, SP – 1982
Luizinho iniciou a carreira artística em 1939, formando dupla com Mariano, da dupla Caçula e Mariano. Quando a dupla se desfez Luizinho se juntou a Nenete, que formara com Ninão e Nininho o Trio Saudade. Valdemar de Franchese, o Nenete, passou a se chamar Limeira, formando dupla com Luizinho. Em 1953, lançaram pela RCA Victor um disco em 78 rpm com as músicas “Gaúcho amigo”, de Luizinho e Arlindo Pinto, e “Mil e quinhentas cabeças”, de Anacleto Rosas Jr. No mesmo ano, lançaram também “Rosa de sangue”, de Ado Benatti e Luizinho, “Zé valente”, de Anacleto Rosas Jr., “Tapera caída”, de João Pacífico, e “Rio Grande do Sul”, de Arlindo Pinto e Luizinho, também pela RCA Victor. Em 1954, lançaram, também pela RCA Victor, “Fim de felicidade”, de João Pacífico e Luizinho, e “Conselho de caboclo”, de João Pacífico. Em 1955, lançaram um dos maiores clássicos sertanejos, “O menino da porteira” de Teddy Vieira e Luizinho. No mesmo ano, lançam, de Arlindo Pinto e Luizinho, “A valsa dos roceiros”. Lançaram discos nos três anos seguintes, com destaque para “Rancheira de meu pai”, de Luizinho e Limeira, de 1956, “Guarda-civil”, de Ado Benatti e Luizinho, de 1957, e “Cidade feitiço”, de Nhô Pai e Luizinho, de 1958. Com a dissolução da dupla, Luizinho convidou o irmão para cantar com ele, com o nome de Limeira. Mas em vez de continuar como na antiga dupla, eles se juntaram à Carmela Bonano, formando o trio Luizinho, Limeira e Zezinha. Carmela Bonano era descendente de italianos e recebeu o apelido de Zezinha ainda em criança. Começou a estudar acordeão aos nove anos de idade e teve como professor Ângelo Reale, que a ensinou a tocar de ouvido. Em 1953, formou-se em Música Clássica no Conservatório Aidir Meirelles. Sua carreira musical teve início em 1946, quando, aos 18 anos, foi convidada por Zulmiro, do Trio Mineiro, e ligou-se à música sertaneja. Depois de meses de ensaio, assinou contrato com a Rádio Tupi, onde chamou a atenção por sua beleza e por ser uma das raras mulheres a tocar acordeom naquela época. Ficou trabalhando com o Trio Mineiro durante um ano. Em 1947, foi convidada por Tonico e Tinoco para excursionar com eles, o que fez durante oito meses. O trio Luizinho, Limeira e Zezinha foi o mais famoso da música sertaneja e recebeu o título de Trio Orgulho do Brasil. Não tinham cachê fixo e costumavam ganhar 50% da bilheteria dos locais onde iam-se apresentar, geralmente circos e circos-teatros. Em 24 de setembro de 1960 Zezinha sofreu um atentado que entrou para a história do grupo, rendendo-lhes um dos maiores sucessos. O trio apresentava-se no Circo-Teatro Estrela Dalva, em Itanhaém, e Zezinha, como de costume, abria o show cantando sozinha e tocando acordeom. Ela cantava a primeira música, quando foi atacada à faca pelo sergipano Edmundo Freire que a feriu na perna. Ele era seu fã e pretendia dar uma facada no coração da artista. Dizia que, se ela não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém. Zezinha foi ferida na mão, na perna e no pé, e teve o fole de seu acordeão furado por 11 facadas. A cantora ficou mais de 50 dias afastada dos palcos em recuperação. Zezinha e Limeira escreveram então a música “O crime do circo”, que se transformaria também numa peça. O trio apresentou ainda as peças “Pedro feio” e “O menino da porteira”. O maior sucesso do trio foi “O menino da porteira”, de Teddy Vieira e Luisinho. Gravaram com muito sucesso várias outras músicas, entre as quais “Mil e quinhentas cabeças”, de Anacleto Rosas Jr., “Pretinho sábio”, de Palmeira e Teddy Vieira, “O sino de três lagos (Pretinho aleijado)”, de Teddy Vieira e Laureano, e “Lenço preto”, de Teddy Vieira e Laureano. O trio apresentou-se em diversos programas de rádio, cantando sempre ao vivo. Com o fim dos programas de auditório, tornaram-se difíceis as viagens e o trio se desfez. Limeira passou a dar aulas de produtos cosméticos, Zezinha se aposentou, indo viver em Perdizes e tendo recebido o título de Imperatriz da Harmônica. Em 1982, ainda voltaram a gravar um LP com músicas inéditas e mais as regravações de “Menino da porteira” e “Pretinho sábio”, pela Chantecler. Com a morte de Zezinha, em 1982, o grupo desfez-se em definitivo.
Em 2000, a BMG, dentro da série “Luar do sertão” lançou o CD Luizinho, Limeira e Zezinha com 14 sucessos do trio, entre as quais, “Gaúcho trovador”, de Serrinha e Luizinho; “Fim de felicidade”, de João Pacífico e Luizinho; “O menino caçador”, de Teddy Vieira; “Conselho de caboclo”, de João Pacífico; “É a lei”, de Luizinho; “Encontro divino”, de Piraci e Ado Benatti e “As três lágrimas”, de Campos Negreiros e Serrinha.