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Nome do Grupo
Irmãs Castro
Componentes

Maria de Jesus Castro

Lourdes Amaral Castro

Dados Históricos e Artísticos

Cantoras. Dupla sertaneja. Compositoras. Formada pelas irmãs Maria de Jesus Castro – Itapeva, SP-1926, e Lourdes Amaral Castro – Bauru, SP-1928. Em 1938, Maria de Jesus e Lourdes Amaral participaram escondidas dos pais do concurso Descobrindo Astros do Futuro, em Bauru (SP). Venceram o concurso e continuaram a cantar músicas em inglês numa rádio local. A carreira profissional da dupla teve início quando Nhô Pai as viu cantando e gostou do duo perfeito das vozes. Nhô Pai pediu então autorização aos pais de Maria de Jesus e Lourdes Amaral para ensiná-las o gênero sertanejo. No início dos anos 1940, receberam convite para cantar no Rio de Janeiro. Devido à idade, tiveram que falsificar as certidões de nascimento para poder cantar em cassinos. Na Capital Federal cantaram nas Rádios Tupi, Globo, Mayrink Veiga. Em São Paulo atuaram nas rádios Cultura, Tupi e Bandeirantes. Em 1944, gravaram seu primeiro disco, interpretando o corrido “Não me escrevas”, de Gabriel Ruiz e Nhô Pai, e o rasqueado “Che cabu (Vem cá)”, de Nhô Pai. No ano seguinte, gravaram novo disco contendo o valseado “Faz um ano”, de F. Valdez Leal e Nhô Pai, e o corrido “Beijinho doce”, de Nhô Pai, que se tornaria o maior sucesso da dupla e um dos clássicos da música sertaneja. Com o sucesso obtido com a gravação de “Beijinho doce”, as Irmãs Castro tornaram-se estrelas. Seus discos começaram a vender em grandes quantidades. Em 1945, gravaram “Sou roceira”, chamego de Cuates Castilla e Ariovaldo Pires, e a valsa “Cidade morena”, de Nhô Pai e Riellinho. Em 1947, gravaram “Noites do Paraguai”, guarânia de S. Aguayo, com versão de Ariovaldo Pires, uma das muitas versões de canções paraguaias e mexicanas que a dupla gravou. No mesmo disco estava o rasqueado “Ciriema”, de Nhô Pai e Mário Zan, outro de seus grandes sucessos. Da mesma dupla gravaram o rasqueado “Orgulhoso”, ainda em 1947. Com o sucesso que estavam obtendo, passaram a receber vários convites. Apresentaram-se em circos e rádios por todo o Brasil. Cantaram também em diversos países da América Latina, tais como Paraguai, Uruguai e Argentina. Em 1949, gravaram, entre outras músicas, o rasqueado “Cambu-cuá”, de Nhô Pai e Nhô Fio, “Cidades de Mato Grosso”, rasqueado de Mário Zan e Arlindo Pinto, e o valseado “Apenas uma cartinha”, de Geraldo Costa e Arlindo Pinto. Em 1951, lançaram o valseado “O beijo era meu” e a toada “Rio acima”, de autoria da dupla e Antônio Bruno. Em 1952, gravaram os baiões “Bem-te-vi”, de autoria da dupla com Luiz Lauro, e “Sentimental”, das irmãs com Antônio Bruno. Em 1954, gravaram as guarânias “Flor silvestre”, de Cuates Castilla, com versão de Ariovaldo Pires, e “Eu queria saber”, de Sebastião Godoy. No ano seguinte, gravaram a moda de viola “Mágua sertaneja”, de Tonico e Tinoco. Em 1956, gravaram a guarânia “Luar de Aquidauana”, de Anacleto Rosas Jr. e Zacarias Mourão. Por essa época fizeram excursão ao Paraguai para se apresentar por uma semana no Teatro Vitória, o maior de Assunção. Acabaram ficando um mês, sendo transferidas em seguida para o Teatro Municipal, já que o conjunto americano The Platers iria se apresentar no Vitória. The Platers teve que esperar a transferência das irmãs Castro e ficou com lotação pequena enquanto as duas estiveram em Assunção. De retorno ao Brasil, vieram em avião cedido pelo governo daquele país. No Paraguai fizeram sucesso principalmente com “Che Yara porã tupy”, de Ariovaldo Pires e Riellinho, e “Che china mi”, de Antônio Cardoso e Ariovaldo Pires. Em 1960, gravaram a toada “Encruzilhada”, de Angelino de Oliveira, e o rasqueado “Lembrando alguém”, das irmãs e Zezinho Brasil. Em 1974, lançaram um LP pela Chantecler, quando regravaram antigos sucessos como “Beijinho doce”, além de outras músicas, como “Pelejo pra te deixar”, de Biá e Gauchito. Em 1984, participaram do programa “Viola minha viola”, na TV Cultura de São Paulo. Dissolvida em 1985, foi a primeira dupla feminina a gravar música sertaneja. Foram também as pioneiras no ritmo corrido.

Discografias
[S/D] MUSI-COLOR Amor de fronteira/Recordação
[S/D] Continental 78 Rainha de Mato Grosso/Volta pra mim
[S/D] Caboclo 78 Terra paraguaia/Quando voltarei
[S/D] Continental 78 Vilão/Ausência
[S/D] Caboclo 78 Índia soberana/Eu não posso
1983 PolyGram LP Beijinho doce
1974 Chantecler LP Irmãs Castro
1963 Sertanejo 78 Teu abandono/Volte, querido
1960 Cabocla 78 Encruzilhada/Lembrando alguém
1957 Continental 78 O sertanejo/Cantineiro
1957 Continental 78 Sou uma estranha/Três dias
1956 Continental 78 Alma guarany/Violão amigo
1956 Continental 78 Luar de Aquidauana/Canta, carro, canta
1955 Continental 78 Mágua sertaneja/Tapera
1955 Continental 78 Recordações de Ipacaraí/Mariposa porã-mi
1954 Continental 78 Chalana/Olhos feiticeiros
1954 Continental 78 Flor silvestre/Valsa da meia-noite
1953 Continental 78 Peixinho arisco/Nossa união
1953 Continental 78 Pirraça/Primeiro amor
1953 Continental 78 Três estados (percorrendo meu Brasil)/Vingada
1952 Continental 78 Bem-te-vi/Sentimental
1952 Continental 78 Meu amor/Che Yara porã tupy
1952 Continental 78 Paranaense/Roceira
1951 Continental 78 Figa no peito/Duas bandeiras
1951 Continental 78 O beijo era meu/Rio acima
1950 Continental 78 A morte de Lurdinha/Pinheirinho que dá uma pinha
1950 Continental 78 Aventureira/Moreninho lindo
1949 Continental 78 Apenas uma cartinha/Cidades de Mato Grosso
1949 Continental 78 Cambu-cuá/Meu neguinho
1949 Continental 78 Meu cavalinho/Culpada
1947 Continental 78 Noites do Paraguai/Ciriema
1947 Continental 78 Sou fronteiriça/Orgulhoso
1946 Continental 78 Moreninho porã-mi/Minha pequena
1945 Continental 78 Faz um ano/Beijinho doce
1945 Continental 78 Sou roceira/Cidade morena
1944 Continental 78 Não me escrevas/Che cabu (Vem cá)
Obras
Aventureira (c/ Riellinho)
Bem-te-vi (c/ Luiz Lauro)
Figa no peito (c/ Antônio Bruno)
Lembrando alguém (c/ Zezinho Brasil)
Meu neguinho (c/ Mário Zan)
O beijo que era meu (c/ Antônio Bruno)
Paranaense (Riellinho/Lourdes Castro)
Pinheirinho que dá uma pinha
Primeiro amor (Zezinho Brasil e Lourdes Castro)
Rio acima (c/ Antônio Bruno)
Sentimental (c/ Antônio Bruno)
Três estados (percorrendo meu Brasil)
Vingada (Antônio Alves dos Santos e Maria Castro)
Shows
Teatro Municipal, Assunção, Paraguai.
Teatro Vitória, Assunção, Paraguai.