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Termo
G. R. E. S. Portela
Dados Históricos e Descrição

Em 1922 existia no subúrbio da Central, no bairro de Oswaldo Cruz, o bloco carnavalesco Baianinhas de Osvaldo Cruz, fundado por Paulo Benjamim de Oliveira (Paulo da Portela), Candinho, Antonio Caetano, Galdino dos Santos e os componentes Claudionor Marcelino, Angelino Vieira, Manuel Barbeiro, Alfredo Pereira da Costa, Carminha, Álvaro Sales, Galdino José da Costa e Benedito do Braz. Por essa mesma época, outro bloco também desfilava pelas ruas de Osvaldo Cruz, era o Quem Fala De Nós Come Mosca, criado por Dona Esther Maria de Jesus e formado, exclusivamente, por crianças, fato que o obrigava a desfilar durante o dia, inclusive com autorização da Polícia, sendo o único a ter registro e permissão de funcionamento. Quando o Baianinhas de Osvaldo Cruz desfilava à noite, levava o registro e a permissão de funcionamento do Quem Fala De Nós Come Mosca,  fazendo com que muita gente os confundisse.

Em 1926 na casa de Seu Napoleão (pai de Natal da Portela), foi fundado o Bloco Carnavalesco Conjunto de Osvaldo Cruz, constando entre seus fundadores, Paulo Benjamim de Oliveira, Antônio Rufino e Antônio Caetano, sendo as reuniões feitas na casa de Paulo da Portela.

Em 1929 Heitor dos Prazeres venceu o primeiro concurso entre escolas de samba, representando o Bloco Carnavalesco Conjunto de Osvaldo Cruz.

No ano de 1930 Manuel Bam-Bam-Bam transformou o bloco carnavalesco Quem Nos Faz É O Capricho em Bloco Carnavalesco Vai Como Pode. Da junção, surgiu a Portela.

Tomando como base os blocos que antecederam à escola, sua fundação iniciou-se em 1922, ano do primeiro bloco, que já constava com vários sambistas que iriam, anos depois, “fundar” a Portela, Escola considerada pioneira em vários aspectos do carnaval:

em 1929, antes de se chamar Portela, Adalberto dos Santos criou a caixa surda e o reco-reco. Outra inovação que a escola trouxe para o carnaval carioca foram as “alegorias”.

Foi a primeira escola a fazer, em 1939, o primeiro samba enredo, “Teste ao samba”, de Paulo da Portela. Além de introduzir a Comissão de Frente uniformizada, utilizou a “corda” para delimitar o espaço entre a escola e o público.

No ano de 1935, Paulo da Portela, Cláudio Manuel, Heitor dos Prazeres, José Natalino (Natal), Candinho, Alcides Dias Lopes (Alcides Histórico), Manuel Gonçalves (Manuel Bam-Bam-Bam), Antônio Rufino e Antônio Caetano fundaram a Portela.

O nome Portela, segundo relatos de componentes mais antigos, foi sugerido pelo delegado Dulcídio Gonçalves, da Delegacia de Costumes e Diversos, na época, a responsável pela inscrição e desfile dos bocos carnavalescos, que ao discordar do nome Vai Como Pode, indagou onde eram feitos os ensaios, quando responderam que era na Estrada da Portela: “Então vai se chamar Portela”.

Em 1935 a nova escola ganhou o primeiro título.

Segundo o livro “Carnaval – Seis Mil Anos de História”, de autoria de Hiram Araújo, durante todos os anos em que desfilou, conseguiu dois bicampeonatos, dois tricampeonatos, dois tetracampeonatos, um pentacampeonato, um hexacampeonato e um heptacampeonato, totalizando 21 títulos. Seus enredos e suas colocações são as seguintes:

1931: terceiro lugar com o enredo “Sua Majestade, O Samba”;

1932: quarto lugar com o enredo “Carnaval Moderno”;

1933: quarto lugar com o enredo “Voando para a Glória”;

1934: não houve concurso, enredo “Academia do Samba”;

1935: primeiro lugar com o enredo “O Samba dominando o Mundo”;

1936: segundo lugar com enredo “Voando para a glória”;

1937: segundo lugar com o enredo “O Carnaval-Samba de Boaventura”;

1938, não houve concurso, enredo “Democracia do Samba”;

1939: primeiro lugar com o enredo “Teste ao Samba”;

1940: segundo lugar com o enredo “Homenagem à Justiça”;

1941: primeiro lugar com o enredo “Dez Anos de Glória”;

1942: primeiro lugar com o enredo “A Vida do Samba”;

1943, primeiro lugar com o enredo “Carnaval de Guerra”;

1944: primeiro lugar com o enredo “Brasil Glorioso”;

1945: primeiro lugar com o enredo “Motivos Patrióticos”;

1946: primeiro lugar com o enredo “Alvorada do Novo Mundo”;

1947: primeiro lugar com o enredo “Honra ao Mérito”;

1948: segundo lugar com o enredo “Princesa Isabel”;

1949: segundo lugar com o enredo  “Despertar do Gigante”;

1950: segundo lugar com o enredo “Riquezas do Brasil”;

1951: primeiro lugar com o enredo “A Volta do Filho Pródigo”;

1952: carnaval anulado;

1953: primeiro lugar com o enredo “Seis Datas Magnas”;

1954: quarto lugar com o enredo “São Paulo Quatrocentão”;

1955: terceiro lugar com o enredo “Festas Juninas em Fevereiro”;

1956: segundo lugar com o enredo “Tesouros do Brasil, Riquezas do Brasil ou Gigante Pela Própria Natureza”;

1957: primeiro lugar com o enredo “Legados de D. João”;

1958: primeiro lugar com o enredo “Vultos e Efemérides do Brasil”;

1959: primeiro lugar com o enredo “Brasil, Panteon de Glórias”;

1960: primeiro lugar com o enredo “Rio, Cidade Eterna”;

1961: terceiro lugar com o enredo “Jóias e Lendas do Brasil”;

Em 1962, na ocasião dos ensaios da escola para o carnaval daquele ano, a atriz norte-americana Rita Hayworth em visita ao Brasil e presente aos ensaios na quadra antiga da Portela, declarou ao jornal O Globo:

“Esta dança me faz lembrar os batuques que vi na África. Só que o samba brasileiro é mais ritmado e melhor cultivado. Eu já conhecia muita coisa do Brasil. Orson Welles descreveu-me o que aqui viu. Também assisti aos documentários por ele realizados quando aqui esteve. Mas o que estou vendo supera as minhas previsões”.

Neste mesmo ano de 1962 a Portela desfilou com o enredo “Rugendas ou Viagens Pitorescas pelo Brasil”, classificando-se em primeiro lugar do Grupo 1, na época, o grupo principal.

1963: quarto lugar com o enredo “Barão de Mauá e sua Época”;

1964: primeiro lugar com o enredo “O Segundo Casamento de D. Pedro I “;

1965: terceiro lugar com o enredo “História e Tradição do Rio Quatrocentão”;

1966: primeiro lugar com o enredo “Memórias de um Sargento de Milícias “;

1967: sexto lugar com o enredo “Tal Dia é o Batizado”;

1968: quarto lugar com o enredo “Tronco do Ipê”;

1969: terceiro lugar com o enredo “Treze Naus”;

1970: primeiro lugar com o enredo “Lendas e Mistérios da Amazônia”;

1971: segundo lugar com o enredo “A Lapa em Três Tempos”;

1972: terceiro lugar com o enredo “Ilu Ayê”;

1973: quarto lugar com o enredo “Passárgada, o Amigo do Rei”;

1974: segundo lugar com o enredo “O Mundo Melhor de Pixinguinha”;

1975: quinto lugar com o enredo “Macunaíma, Herói da Nossa Gente”;

1976: quarto lugar com o enredo “O Homem de Pacoval”;

1977: segundo lugar com o enredo “A Festa da Aclamação”;

1978: quinto lugar com o enredo “Mulher à Brasileira”;

1979: terceiro lugar com o enredo “Incrível, Fantástico, Extraordinário”;

1980: primeiro lugar com o enredo “Hoje Tem Marmelada”;

1981: terceiro lugar com o enredo “Das Maravilhas do Mar, Fez-se o Esplendor de uma Noite”;

1982: segundo lugar com o enredo “Meu Brasil Brasileiro”;

1983: segundo lugar com o enredo “A Ressurreição da Coroa, Reisado, Reino e Reinado”;

1984: primeiro lugar no desfile de domingo, segundo lugar no super campeonato com o enredo “Contos de Areia” (Dedé da Portela e Norival Reis);

1985: quarto lugar com o enredo “Recordar é Viver”;

1986: quarto lugar com o enredo “Morfeu no Carnaval, a Utopia Brasileira”; 1987: terceiro lugar com o enredo “Adelaide, a Pomba da Paz”;

1988: terceiro lugar com o enredo “Na Lenda Carioca, O Sonho do Vice-Rei”; 1989: sexto lugar com o enredo “Achado Não é Roubado”;

Em 1990, a escola passou a fazer parte do Grupo Especial e teve as seguintes colocações e enredos:

1990: 10º lugar com o enredo “É de Ouro e de Prata este Chão”;

1991: sexto lugar com o enredo “Tributo à Vaidade”;

1992: quinto lugar com o enredo “Todo Azul que o Azul Tem”;

1993: 10º lugar com o enredo “Cerimônia de Casamento”;

1994: sétimo lugar com o enredo “Quando o Samba era Samba”;

1995: segundo lugar com o enredo “Gosto que me Enrosco”;

1996: oitavo lugar com o enredo “Essa Gente Bronzeada Mostra o seu Valor”; 1997: oitavo lugar com o enredo “Linda, Eternamente Olinda”;

1998: quarto lugar com o enredo “Os Olhos da Noite”;

1999: oitavo lugar com o enredo “Pelos Caminhos de Minas Gerais”;

2000: 10º lugar no Grupo Especial com o enredo “Trabalhadores do Brasil – A Época de Getúlio Vargas”;

2001: Desfilou com o enredo “Querer É Poder”.

No ano 2000, pelo Selo Phonomotor, da cantora Marisa  Monte, a Velha-Guarda da Portela lançou o disco “Tudo azul”, no qual foram incluídos alguns sambas emblemáticos de compositores da escola.

No ano 2002 a escola desfilou com o samba-enredo “Amazonas, esse desconhecido! (Delírios e verdades do Eldorado Verde)” de autoria de David Correa, Grillo e Naldo, tendo como puxador oficial o cantor Gera e classificando-se em 8º lugar no Grupo Especial. A escola tem uma das Velhas-Guardas mais admiradas, respeitadas e atuantes no cenário carioca. Sua Velha-Guarda foi fundada por Paulinho da Viola em 1970 e, inicialmente, gravou o disco Portela, Passado de Glória. No decorrer dos anos lançou outros discos com composições de seus integrantes como Mijinha, Casquinha, Argemiro, Manacéa, Chico Santana e Monarco, entre outros.

No ano de 2003, desfilou com o samba-enredo “Ontem, hoje, sempre Cinelândia. O samba entra em cena na Broadway brasileira” de Caixa D’Água, Alexandre Fernandes, Lilian Martins e Júlio Alves.

Em 2004, ao lado da Tradição, Império Serrano e Viradouro, foi uma das Escolas de Samba que optou em comemorar o 20º aniversário do Sambódromo, quando foi construída a “Passarela do Samba”, levando para a avenida sambas-enredo anteriores a 1984. A Portela escolheu o samba-enredo que lhe deu o título de 1970: “Lendas e mistérios da Amazônia”, de Catoni, Jabolô e Waltenir. Com este samba-enredo, puxado por Gera, a Águia classificou-se em 7º lugar no Grupo Especial. Neste mesmo ano, através de uma pesquisa do Ibope foi apontada como a quarta escola de samba mais querida no Estado do Rio de Janeiro, vindo logo após da Beija Flor em primeiro, a mangueira em segundo e a Mocidade em terceiro na preferência do público. Em 2005 desfilou com o samba-enredo “Nós podemos: oito idéias para mudar o mundo”, de Noca da Portela, Darcy Maravilha, J. Rocha e Noquinha, tendo como intérprete Bruno Ribas, classificando-se em 13º lugar no Grupo Especial.

Em 2006 com o samba-enredo “Brasil marca tua cara e mostra para o mundo”, de Mauro Diniz, Ary do cavaco, Júnior Escafura, Marquinhos de Oswaldo Cruz e Naldo, interpretado por Gilsinho, a esccola classificou-se em 7º lugar. No ano posterior, em 2007, no Grupo Especial, a escola classificou-se em 8º lugar com o samba-enredo “Os Deuses do Olimpo na terra do carnaval; Uma festa dos esportes da Saúde e da Beleza”, de Diogo Nogueira, Ciraninho e Celsinho de Andrade.

Em 2008, com enredo criado pelo carnavalesco Cahê Rodrigues,  classificou-se em 4º  lugar do Grupo Especial com o samba-enredo “Reconstruindo a natureza, recriando a vida: o sonho vira realidade”, de Junior Escafura, Diogo Nogueira, Ciraninho, Ari do Cavaco e Celsinho Andrade, tendo como intérprete Gilsinho. No ano seguinte, em 2009, a escola classificou-se em 3º lugar do Grupo Especial com o enredo “E por falar em amor, onde anda você?”, tendo como presidente Nilo Mendes Figueiredo; carnavalescos: Lane Santana e Jorge Caribé; mestre-sala e pora-bandeira: Fabrício e Danielle Nascimento; mestre de bateria: Nilo Sérgio; comissão de frente: Jorge Teixeira; rainha de bateria: Luma de Oliveira; enredo de Cláudio Vieira e Marta Queiroz; intérprete: Gilsinho; autores do samba-enredo: Ciraninho, Diogo Nogueira, Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo e Júnior Escafura.

Em 2010 classificou-se em 9º lugar, no Grupo Especial, com o samba-enredo “Derrubando fronteiras, conquistando liberdade… Rio de paz em estado de graça!”, de Ciraninho, Rafael dos Santos, Diogo Nogueira, Naldo e Júnior Escafura.

No ano de 2011 a escola desfilou com o samba-enredo “Rio, azul da cor do mar”, de Wanderley Monteiro, Gilsinho, Luiz Carlos Máximo, Junior Escafura e Naldo, tendo como intérprete Gilsinho. A Portela, União da Ilha e Acadêmicos do Grande Rio tiveram seus barracões destruídos por um grande incêndio ocorrido em fevereiro, na Cidade do Samba, poucas semanas antes do carnaval. Por decisão do Prefeito do Rio, Eduardo Paes, o secretário municipal de Turismo e presidente da Riotur, Antônio Pedro Figueira e a diretoria da LIESA em conjunto com os presidentes das Escolas de Samba do Grupo Especial, todas as três escolas prejudicadas desfilaram “hors concours”, isto é, sem a avaliação dos julgadores.

No ano de 2012 a escola classificou-se, no Grupo Especial do carnaval carioca, em 6º com o samba-enredo “… E o povo na rua cantando. É feito uma reza, um ritual”, Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo, Toninho Nascimento e Naldo. Neste mesmo ano foi lançada a biografia da escola na Livraria da Travessa, no bairro do Leblon, Zona Sul do Rio de Janeiro. Escrita por “Tantas páginas belas”, do historiador Luiz Antônio Simas. A biografia faz parte da Coleção “Cadernos de Samba”, da Editora Verso Brasil.

No ano de 2013 a escola classificou-se em 7º lugar do Grupo Especial, desfilando com o enredo “Madureira…o meu coração se deixou levar”, do carnavalesco Paulo Menezes, tendo como Coordenadores de Carnaval Alex Fab e Júnior Escafura; Diretor de Harmonia Marcelo Jacob; Mestre de Bateria Nilo Sérgio; Rainha de Bateria Patrícia Nery; Mestre Sala Robson e Porta Bandeira Ana Paula, em samba-enredo composto por Wanderley Monteiro, Luiz Carlos Máximo, Toninho Nascimento e André do Posto 7, tendo como intérprete Gilsinho. No ano seguinte, em2014, a escola classificou-se em 3º lugar, no Grupo Especial, desfilando com o samba-enredo ”Um Rio de mar a mar: do Valongo à glória de São Sebastião”, de Toninho Nascimento, Luiz Carlos Máximo, Waguinho, Edson Alves e J. Amaral, tendo como intérprete Wantuir. Destacamos também Luiz Carlos Bruno (Diretor de Carnaval); Alexandre Louzada (Carnavalesco); Nilo Sérgio (Mestre de Bateria); Patricia Nery (Rainha de Bateria); Diogo Jesus (Mestre-Sala); Danielle Nascimento (Porta-Bandeira) e Ghislaine Cavalcante (Comissão de Frente).

No ano de 2015, tendo como presidente Sérgio Procópio da Silva; carnavalesco e autor do enredo Alexandre Louzada; autores da sinopse do enredo Alexandre Louzada e Luiz Carlos Bruno; vice-presidente de carnaval Marcos Falcon; diretor geral de carnaval Luiz Carlos Bruno; diretor geral de bateria Nilo Sérgio, auxiliado por Vitinho, Douglas, Nilson, Bombeiro, Júnior, Vinícius (Rato), Sidiclei, Arcênio, André, Armando, Marçal e Cacau; 1º Mestre-Sala Alex Marcelino e 1ª Porta-Bandeira Danielle Nascimento, a escola desfilou na avenida com o samba-enredo “ImaginaRio, 450 janeiros de uma cidade surreal”, de Noca da Portela, Celso Lopes, Charlles André, Vinícius Ferreira e Xandy Azevedo, tendo como puxador oficial do samba Wantuir, que contou com auxílio de Wander Pires (participação especial), Rixa, Cremilson, Pingo, Edinho e Victória, classificando-se em quinto lugar no desfile das escolas de samba do grupo especial do carnaval carioca.

No ano de 2016 a escola classificou-se em 3º lugar no Grupo Especial, desfilando com o samba-enredo “No voo da Águia, uma viagem sem fim”, de Samir Trindade, Wanderley Monteiro, Elson Ramires, Lopita 77, Dimenor e Edmar Jr., tendo Paulo Barros como carnavalesco; Luiz Carlos Bruno como Diretor de Carnaval e a Comissão de Harmonia integrada por Jeronymo Portela, Tavinho Novello, Nilce Fran, Valci Pelé e Leonardo Brandão, além de Wantuir e Gilsinho como intérpretes do samba-enredo. A agremiação também desfilou tendo Nilo Sérgio como mestre de bateria; Patrícia Nery como Rainha de Bateria; Alex Marcelino como Mestre-Sala e Danielle Nascimento como Porta-Bandeira, e ainda uma Comissão de Frente criada por Ghislaine Cavalcante, Marcelo Sandryni e Roberta Nogueira. Seu Presidente de Honra na ocasião foi o compositor Monarco e como Presidente a escola tinha, também integrante da Velha-Guarda, o músico Sérgio Procópio.

No ano de 2017 a escola foi a campeã do desfile do Grupo Especial, dividindo o título com a Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel. Na ocasião, desfilou com o samba-enredo “Foi um rio que passou em minha vida e meu coração se deixou levar”, de Samir Trindade, Elson Ramires, Neizinho do Cavaco, Paulo Lopita 77, Beto Rocha, Girão e J.Sales, tendo Paulo Barros como carnavalesco. Os dirigentes da Escola reclamaram em ter de dividir o título com a Mocidade Independente de Padre Miguel, mas por fim, aceitaram a resolução da LIESA.

Em 2018 a Escola classificou-se em quarto lugar no desfile do Grupo Especial do carnaval carioca comandada pela carnavalesca Rosa Magalhães, apresentando na Marquês de Sapucaí o samba-enredo “De Repente de Lá Pra Cá e Dirrepente de Cá Pra Lá”, dos compositores Samir Trindade, Elson Ramires, Neyzinho do Cavaco, Paulo Lopita 77, Beto Rocha, J. Salles e Girão, tendo como intérprete Gilsinho. Neste mesmo ano, de 2018 a carnavalesca Rosa Magalhães, o presidente da escola, Luís Carlos Magalhães e Fábio Pavão, presidente do Conselho Deliberativo da escola definiram o enredo “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma sabiá”, em homenagem à cantora Clara Nunes, contando sua trajetória artística no desfile na Marquês de Sapucaí. Neste mesmo ano de 2018, na cidade de São Paulo, mais especificamente no Instituto Glória Ao Samba, foi encontrada pelos pesquisadores Paulo Mathias e Rafael Ló Ré uma fita de rolo com a gravação de sete (dos 12 sambas) de um LP produzido para o Selo Festa no ano de 1959. Criado pelo jornalista Irineu Garcia em sociedade com o editor Carlos Ribeiro no ano de 1959, o selo foi responsável pela gravação discos de poesias e lançamento do disco “Canção do amor demais”, de Elizeth Cardoso, considerado o embrião do movimento bossa-nova. Segundo Gracita Garcia, sobrinha de Irineu Garcia e detentora do espólio do selo:

“Não havia outros de samba no catálogo do Festa.”

“Talvez Vinicius de Moraes tenha apresentado as belezas da Escola para Irineu.”, reafirma o pesquisador paulista Rafael Lo Ré, do Instituto Glória Ao Samba.

Das 12 composições relacionadas na capa da fita, só foram encontradas sete gravações feitas no Estúdio Odeon, sendo uma delas “Vultos e efemérides nacionais” (também conhecido pelo título “Vultos e Efemérides do Brasil”), samba-enredo de autor desconhecido interpretado por Avelino de Andrade (1927-1999), cantor e puxador da Escola até o ano de 1970 e conhecido pelo epíteto “O Crooner de Ouro”, segundo seu filho Celso de Andrade, presidente da Escola Mirim Filhos da Águia.

No ano de 2019 , tendo como presidente Luiz Carlos Magalhães e carnavalesca, Rosa Magalhães, a Escola classificou-se em 4º lugar no carnaval carioca, no desfile do Grupo Especial, apresentando na avenida o samba-enredo “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma Sabiá”, em homenagem à cantora Clara Nunes, composto por Jorge do Batuke, Valtinho Botafogo, Rogério Lobo, Beto Aquino, Claudinho Oliveira, José Carlos, Zé Miranda, D’Sousa e Araguaci, interpretado por Gilsinho. Um dos destaques do desfile foi a atriz Glória Píres, ao lado do marido, o cantor Orlando Morais, representando os pais da cantora Clara Nunes, que foi interpretada pela cantora e atriz baiana Emanuelle Araújo. O intérprete Gilsinho foi o vencedor dos prêmios “Estandarte de Ouro” e “Estrela do Carnaval” na categoria “Melhor Intérprete do Grupo Especial”.

A escola, a maior campeã de todos os tempos, conquistou 23 campeonatos no decorrer de sua existência.

No ano de 2020 a escola desfilou com o samba-enredo “Guajupiá, Terra Sem Males”, dos compositores Valtinho Botafogo, Rogério Lobo, José Carlos, Zé Miranda, Beto Aquino, Pecê Ribeiro, D’Sousa e Araguaci, interpretado por Gilsinho, classificando-se em sétimo lugar no desfile do Grupo Especial, tendo como presidente de honra o compositor Monarco; presidente Luis Carlos Magalhães; carnavalescos Renato Lage e Márcia Lage; comissão de carnaval integrada por Claudinho Portela, Júnior Escafura e Higor Machado; mestre de bateria Nilo Sérgio; rainha de bateria Bianca Monteiro; mestre-sala e porta-bandeira Marlon Lamar e Lucinha Nobre e comissão de frente criada pelo dançarino Carlinhos de Jesus.

Após hiato nos desfiles de escola de samba no Rio de Janeiro em 2021, por conta da pandemia do coronavírus, e o adiamento dos desfiles para abril de 2022 pelo mesmo motivo,  foi a segunda escola de samba a desfilar na segunda noite de desfiles, no dia 23 de abril. A Portela desfilou contando a história do Baobá, árvore de origem africana que simboliza um portal de contato entre o mundo sagrado e o humano. O nome do samba de enredo, criado por Wanderley Monteiro, Vinicius Ferreira, Rafael Gigante, Bira, Edmar Jr, Paulo Borges e André do Posto 7, foi “Igi Osè – Baobá”.  Os carnavalescos foram Renato Lage e Márcia Lage. A direção de carnaval ficou por conta de Claudinho Portela, Júnior Escafura e Higor Machado. O mestre de bateria foi Nilo Sérgio, a rainha de bateria foi Bianca Monteiro. O mestre-sala e a porta-bandeira foram Marlon Lamar e Lucinha Nobre e a comissão de frente ficou a cargo de Leo Senna e Kelly Siqueira. A escola de samba obteve, com o desfile, o 5° lugar do Grupo Especial, recebendo a pontuação de 269,2.

Letra do samba enredo

Azul e “banto”, Aguerê e Alujá

Pra poeira levantar, de crioula é meu tambor

Iluayê na ginga do meu lugar

Portela é baobá no congá do meu amor

Prepara o terreiro, separa a mucua

Apaoká baixou no xirê

Em nosso celeiro a gente cultua

Do mesmo preceito e saber

Raiz imponente da “primeira semente”

Nós temos muito em comum

O elo sagrado de Ayê e Orun

Casa pra se respeitar: meu baobá!

Obatalá, Colofé

Tem batucada no Arê

Pra minha gente de fé, Ayeraye

Nessa mironga tem mão de Ofá

Põe aluá no coité e dandá

Saluba, mamãe! Fiz do meu samba curimba

Mata a minha sede de axé

Faz do meu Igi Osè moringa

Quem tenta acorrentar um sentimento

“Esquece” que ser livre é fundamento

Matiz suburbano, herança de preto

Coragem no medo!

Meu povo é resistência

Feito um “nó na madeira” do cajado de Oxalá

Força africana vem nos orgulhar

Em junho do mesmo ano o Instituto Cultural Glória ao Samba (IGS) – entidade fundada em 2008 dedicada à pesquisa, preservação e divulgação do samba praticado entre as décadas de 1920 e 1960 – lançou o disco “Portela 1959” no Centro Cultural São Paulo, em São Paulo (SP). O disco foi gravado naquele ano, mas não teve lançamento comercial na ocasião. Ele foi localizado por membros do IGS no ano de 2017 com a detentora do acervo do Selo Festa, de Irineu Garcia, Gracita Garcia Bueno, sobrinha do responsável pela gravação do disco. Entre as negociações e pesquisas para descobrir os participantes da gravação, passando pela restauração do áudio, se passaram quatro anos. No repertório da gravação estavam sete sambas. Dos sete, quatro não tinham nenhuma versão gravada na ocasião do lançamento e três já foram lançados em outros trabalhos mas tiveram suas primeiras versões gravadas nele, como “Manhã Brasileira” (Manacéa); “Mulher Ingrata”, gravada com o nome “Você Não Soube Ser Mulher” em 2002 em gravação do autor Jair do Cavaquinho e “Incrível Destino”, parceria do mesmo Jair com Beatriz Lima da Silva, gravada e lançada em “Grandes Sucessos da E.S. Portela”, de 1962. O samba enredo de 1958, “Vultos e Efemérides Nacionais”, de Jorge Portela e Waldomiro, também foi colocado no álbum em vinil, assim como “Bahia”, de Chatim, e “Crepúsculo”, originalmente conhecida como “Indumentária”, de Walter Rosa. A tiragem em vinil teve 460 discos na cor preta e 40 especiais na cor branca, em um total de 500.  Este foi o segundo registro gravado da Portela.

Em 2023 Vilma Nascimento (85 anos) a histórica porta-bandeira da Escola, com diversos prêmios “Estandarte de Ouro”, sofreu constrangimento e crime de racismo dentro da Loja Duty Free Shop Brasil, do Aeroporto de Brasília, em seu retorno para o Rio de Janeiro, logo após ser homenageada em Brasília, na Câmara dos Deputados, no “Dia da Consciência Negra”, em 20 de novembro.

A Diretoria da Portela e o Grêmio Recreativo Escola de Samba Tradição indignaram-se com o acontecido, cobrando uma apuração mais eficaz por parte das autoridades. Na ocasião, Paulinho da Viola declarou em entrevista:

“Foi com dor e indignação que vi o vídeo dessa cena lamentável, onde Vilma, constrangida, mostra seus pertences e se explica para uma funcionária. Apesar de todos os esforços que temos feito para combater esse preconceito, ele acontece diariamente toda vez que uma pessoa é agredida, humilhada, constrangida e ferida dessa maneira. Eu também me sinto ferido. Sinto muito, querida Vilma, sinto mesmo. Você é muito maior que tudo isso.”

A Primeira-Dama do país, Janja Lula Silva, também fez declarações em apoio à Vila Nascimento, assim como a ministra Anielle Franco, que declarou:

“O Ministério da Igualdade Racial está em desenvolvendo um acordo de cooperação técnica com a ANAC, a Polícia Federal e os Ministérios dos Direitos Humanos e Porto e Aeroportos para medidas eficazes de combate ao racismo, envolvendo capacitação, preparo e formação antirracistas para servidores e bolsas para ampliar a diversidade na aviação.”

No ano de 2024 a Escola desfilou tendo como Presidente de Honra a cantora da Velha-Guarda Tia Surica e o Presidente Fábio Pavão. Apresentou na avenida Marquês de Sapucaí o samba-enredo “Um Defeito de Cor”, de Rafael Gigante, Vinicius Ferreira, Wanderley Monteiro, Bira, Jefferson Oliveira, Hélio Porto e André do Posto 7, tendo como intérprete o cantor Gilsinho, e como Carnavalescos a dupla Antônio Gonzaga e André Rodrigues, como Diretor de Carnaval contou com Júnior Schall, Mestre de Bateria Nilo Sérgio e a Rainha de Bateria Bianca Monteiro, e ainda, como Mestre-Sala e Porta-Bandeira Marlon Lamar e Squel Jorgea, além de uma Comissão de Frente criada e dirigida pela dupla Leo Senna e Kelly Siqueira. A escolha do tema para o enredo foi o livro “Um Defeito de Cor”, da escritora Ana Maria Gonçalves, lançado em 2017, repassando no enredo, também, o olhar do escritor abolicionista Luiz Gama, do século XIX. A Escola classificou-se em 5º lugar no desfile do Carnaval Carioca, na Marquês de Sapucaí.

No ano de 2025 a Escola classificou-se em 5º lugar do Grupo Especial na Marquês de Sapucaí, com enredo em homenagem a Milton Nascimento, que esteve presente no desfile.

 

BIBLIOGRAFIA CRÍTICA:

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Edição Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Esteio Editora, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

ARAÚJO, Hiram. Carnaval – Seis milênios de história. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2000.