0.000
Termo
G. R. E. S. São Clemente
Dados Históricos e Descrição

Escola fundada a 25 de outubro de 1961 por Ivo da Rocha Gomes, João Marinho e Ailton Teixeira, exibe em sua bandeira as cores amarela, preta e ouro. Sua sede localiza-se na Rua Assunção, 63. Em meados de 1953, um grupo de jovens do bairro de Botafogo organizou um time de futebol, o S. Clemente F. C., com uniforme nas cores azul e branca. Para uma das frequentes excursões do time, o grupo se reuniu em frente à Vila Ganhy, na Rua São Clemente, nº 176, onde moravam alguns de seus componentes, pertencentes ao time de futebol. Estes, resolveram fundar um bloco de sujo, que mais tarde viria a ser uma escola de samba. A opção pela cor preta e amarela surgiu quando Ivo da Rocha Gomes assistiu a um jogo de futebol entre o Fluminense e o Peñarol. Gostando da combinação de cores do time uruguaio, e após consultar os companheiros, substituiu as cores azul e branca do bloco pelas novas cores.

A partir de 1984, a São Clemente optou por uma linha de enredo que, comprovadamente, a define como uma escola de samba preocupada com a problemática do povo brasileiro. Naquele ano, no  Grupo 2, apresentou o enredo “Não corra, não mate, não morra – O diabo está solto no asfalto”, referindo-se à violência do trânsito das grandes cidades.

Dando continuidade à proposta, em 1985, no  Grupo 1, desfilou com o enredo “Quem casa, quer casa”.

Em 1986, apresentou o enredo “Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são”, dentre muitos outros sambas de protesto. Suas colocações nos grupos e seus enredos, segundo Hiram Araújo, no livro “Carnaval – Seis mil anos de história”, foram:

1962: quarto lugar no Grupo 3 (sem dados do enredo);

1963: terceiro lugar no Grupo 3 (sem dados do enredo);

1964: primeiro lugar no Grupo 3 (sem dados do enredo);

1965: terceiro lugar no Grupo 2 com o enredo “Relíquias e memórias do Rio”;

1966: primeiro lugar no Grupo 2 com o enredo “Apoteose ao folclore brasileiro”;

1967: décimo lugar no Grupo 1 com o enredo “Festas e tradições populares do Brasil”;

1968: sétimo lugar no Grupo 2 com o enredo “Apoteose à cultura nacional”;

1969: décimo quarto lugar no Grupo 2 com o enredo “Assim dança o Brasil”;

1970: nono lugar no Grupo 2 com “Histórias fantásticas”;

1971: quinto lugar no Grupo 2  com o enredo “O beijo de 3 saudades”;

1972: quinto lugar no Grupo 2 com o enredo “Danças de um povo livre”;

1973: sétimo lugar no Grupo 2 com o enredo “Monumentos inesquecíveis de Tapoagipe”;

1974: décimo primeiro lugar no Grupo 2 com o enredo “Sonhos fascinantes de um jovem adolescente”;

1975: quinto lugar no Grupo 2 com o enredo “Quem quebrou meu violão – taí, taí, tra-lá-lá”;

1976: décimo lugar no Grupo 2 com o enredo “Recife, nosso amor distante”;

1977: décimo lugar no Grupo 2 com o enredo “Acredite se quiser”;

1978: nono lugar no Grupo 2 com o enredo “Apoteose ao teatro de revista”;

1979: quinto lugar no Grupo 2-A com o enredo “Louvação às 3 rainhas”;

1980: nono lugar no Grupo 1-B com o enredo “A doce ilusão do sambista”;

1981: terceiro lugar no Grupo 2-A com o enredo “Assim dança o Brasil”;

1982: terceiro lugar no Grupo 2-A com o enredo “As intocáveis tempestades de Dam”;

1983: segundo lugar no Grupo 2-A com o enredo “Criação da noite”;

1984: quarto lugar no Grupo 1-B com o enredo “O diabo está solto no asfalto”;

1985: décimo quinto lugar no Grupo 1-B com o enredo “Quem casa quer casa”;

1986: segundo lugar no grupo 1-B com o enredo “Muita saúva, pouca saúde, os males do Brasil são”;

1987: sétimo lugar no Grupo 1 com o enredo “Capitães do asfalto”;

1988: décimo lugar no Grupo 1 com o enredo “Quem avisa amigo é”; 1989: décimo terceiro lugar no Grupo 1 com o enredo “Made in Brazil, Yes nós temos bananas”;

1990: sexto lugar no Grupo Especial com o enredo “E o samba sambou”;

1991: décimo terceiro lugar no Grupo Especial com o enredo “Já vi este filme”;

1992: sétimo lugar no Grupo 1 com o enredo “E o salário ó…”;

1993: sétimo lugar no Grupo Especial com o enredo “O pão nosso de cada dia”;

1994: segundo lugar no Grupo 1 com o enredo “Uma andorinha só não faz verão ou aonde vai a corda vai a caçamba”;

1995: décimo sétimo lugar no Grupo Especial com o enredo “O que é, o que é… Que não é mas será? “;

1996: terceiro lugar no Grupo de Acesso A com o enredo “Se a canoa não virar a São Clemente chega lá”;

1997: terceiro lugar no Grupo de Acesso A com o enredo “A São Clemente Botafogo na Sapucaí”;

1998: segundo lugar no Grupo de Acesso A com o enredo “Maiores são os poderes do povo! Se liga São Clemente”;

1999: enredo “A São Clemente comemora e traz Rui Barbosa para os braços do povo”;

2000: enredo “No ano 2000, a São Clemente é tupi, com Sergipe na Sapucaí”;

2001: segundo lugar no Grupo A com o enredo “A São Clemente mostrou e nada mudou neste Brasil”.

No ano de 2002 desfilou com o samba-enredo “Guapimirim, paraíso ecológico abençoado pelo Dedo de Deus” de autoria de Rodrigo Índio, Eugênio Leal, Fabinho, Paulo Renato e Anderson Paz. Teve como Puxador oficial Anderson Paz e classificou-se em 14º lugar no Grupo Especial, sendo rebaixada para o Grupo de Acesso.

Em 2003 voltou ao Grupo Especial.

No ano de 2004 com o samba-enredo “Boi-voador sobre o Recife: O cordel da galhofa nacional” (Jorge Melodia, Noronha, Marcos Zero e César Ouro), puxado por Anderson Paz, a Escola foi a última colocada no Grupo Especial, voltando ao Grupo de Acesso.

No ano de 2006, tendo como presidente Renato Almeida Gomes, desfilou no Grupo de Acesso com o samba-enredo “De Gonzagão a Gonzaguinha”, de Rodrigo Índio, Naldo, Ricardo Góes, Fábio Rossi e Claudinho Filé, tendo também como intérprete Leonardo Bessa.

Em 2007 a escola foi a campeã do Grupo de Acesso, passando assim para o Grupo Especial no ano seguinte.

Em 2008, com enredo dos carnavalescos Milton Cunha, Fábio Santos e Mauro Quintaes, classificou-se em 12º no Grupo Especial com o samba-enredo “O Clemente João VI no Rio: A redescoberta do Brasil…”, de Helinho 107, Ricardo Góes, Naldo, Cláudio Filé, Armandinho do Cavaco e Marcelo Santa Clara, interpretado por Leonardo Bessa. Com essa colocação a escola foi rebaixada para o Grupo de Acesso.

No ano de 2010 a escola foi a vencedora do, Grupo de Acesso A, passando a desfilar no Grupo Especial das Escolas de Samba do Rio de Janeiro.

Em 2011 desfilou com o samba-enredo “O seu, o meu, o nosso Rio, abençoado por Deus e bonito por natureza”, de Helinho107, Ricardo Góes, Cláudio Filé, Naldo, Armandinho do Cavaco, FM, Nelson Amatuzzi, Grey, Fabio Portugal, Serginho Machado, Rodrigo Maia, Flavinho Segal, J.J.Santos e Junior Fionda, tendo como intérprete Igor Sorriso, classificando-se em nono lugar no carnaval carioca.

No ano de 2012 a escola desfilou no carnaval carioca pelo Grupo Especial, classificando-se em 11º lugar com o samba-enredo “Uma aventura musical na Sapucaí”, de Ricardo Góes, Grey, Serginho Machado,  Marcos Antunes, FM, Guguinha, Vânia e Flavinho Segal.

No ano de 2013 o G. R. E. S. São Clemente classificou-se em 10º lugar no desfile do Grupo Especial com o enredo “Horário Nobre”, do carnavalesco Fábio Ricardo, tendo como Diretor de Carnaval Ricardo Gomes; Diretores de Harmonia Marquinhos e Fábio Harmonia; Mestres de Bateria Gilberto Almeida e Caliquinho; Rainha da Bateria Bruna Almeida; Mestre Sala Fabrício Pires e Porta Bandeira Denadir, em samba-enredo “Horário Nobre (das 8 ou das 9, é sempre 10!)” composto por Nelson Amatuzzi, Victor Alves, Floriano do Caranguejo, Sacadura Cabral, Guguinha, Fabio Portugal e Gabrielzinho Poeta, interpretado na avenida por Igor Sorriso.

No ano de 2014 a escola classificou-se em 10º lugar, no Grupo Especial, desfilando com o samba-enredo “Favela”, de Ricardo Góes, Serginho Machado, Naldo, Grey, Anderson Benson, FM e Flavinho Segal,tendo como intérprete Igor Sorriso. Destacamos também Ricardo Gomes (Diretor de Carnaval); Comissão de Carnaval (Carnavalescos); Marquinhos Harmonia (Diretor de Harmonia); Gilberto Almeida e Caliquinho (Mestres de Bateria); Raphaela Gomes (Rainha de Bateria); Fabrício Pires (Mestre-Sala); Denadir (Porta-Bandeira) e Regina Celi e Carlos Bolacha (Comissão de Frente).

No ano de 2015, tendo como presidente Renato Almeida Gomes; carnavalesco, autora do enredo e sinopse do enredo Rosa Magalhães ; Diretores Geral de Bateria Gil e Caliquinho, auxiliados por Tião Belo, Bruno, Estalone, Rafael, Kaka, David e Patrick; Diretor Geral de Harmonia Marquinho São Clemente; Diretor Geral de Carnaval Roberto Gomes; 1º Mestre-Sala Fabricio Pires e 1ª Porta-Bandeira Denadir Garcia, a escola desfilou com o samba-enredo “A incrível história do homem que só tinha medo da Matinta Perera, da tocandira e da onça pé de boi”, de autoria de Leozinho Nunes, W. Machado, Hugo Bruno, Diego Estrela, Ronni Costa e Victor Alves, interpretado na avenida por Igor Sorriso, tendo como auxiliares Maninho, Leozinho, Julia Lan, Cecilia, Rosilene, Digão e Tinganá, classificando a escola em oitavo lugar no desfile do carnaval carioca.

No ano de 2016 a escola classificou-se em 9º lugar no desfile do Grupo Especial, apresentando o samba-enredo “Mais de mil palhaços no salão”, de Rodrigo Índio, Alexandre Araújo, Fabio Rossi, Vinícius Nagem, Amado Osman, Armando Daltro, Rodrigo Telles e Davi Costa, tendo como carnavalesca Rosa Magalhães; Diretor de Carnaval Roberto Gomes; Diretor de Harmonia Marquinhos Harmonia; intérprete do samba-enredo Leozinho Nunes; Mestres de Bateria Gilberto Almeida e Caliquinho; Rainha de Bateria Raphaela Gomes; Mestre-Sala Fabrício Pires; Porta-Bandeira Denadir; Comissão de Frente de Sérgio Lobato e como presidente Renato Almeida Gomes.

No ano de 2017 a agremiação classificou-se em 9º lugar do Grupo Especial com o samba-enredo “Onisuáquimalipanse” (Envergonhe-se quem pensar mal disso), de Toninho Nascimento, Luiz Carlos Máximo, Anderson Paz, Gustavo Albuquerque, Camilo Jorge e Marcelo SP.

No ano de 2018 a Escola classificou-se em décimo primeiro lugar do Grupo Especial do carnaval carioca tendo como carnavalesco Jorge Silveira, desfilando na Marquês de Sapucaí com o samba-enredo “Academicamente Popular”, dos compositores Ricardo Góes, Flavinho Segal, Naldo, Serginho Machado, Fabiano Paiva, Igor Marinho e Gusttavo Clarão, interpretado por Leozinho Nunes.

Em 2019 a Escola classificou-se em 12º lugar no desfile do Grupo Especial, tendo como carnavalesco Roberto Gomes, apresentando na avenida o samba-enredo “E o Samba Sambou..”, em uma reedição do carnaval de 1990, composto por Helinho 107, Mais Velho, Nino, Chocolate e Alceu Maia, desta vez interpretado pelo trio composto por Leozinho Nunes, Bruno Ribas e Larissa Luz.

Em 2020 a escola desfilou com o samba-enredo “O Conto do Vigário”, dos compositores Marcelo Adnet, André Carvalho, Pedro Machado, Gustavo Albuquerque, Gabriel Machado, Camilo Jorge, Luiz Carlos França e Raphael Candeia, puxado pelo trio Leozinho, Bruno Ribas e Grazzi Brasil, classificando a escola em décimo lugar no desfile do Grupo Especial, tendo como presidente Renato Almeida Gomes; diretor de carnaval Roberto Gomes; carnavalesco Jorge Silveira; mestre de bateria Caliquinho; rainha de bateria Raphaela Gomes; mestre-sala e porta-bandeira Fabrício Pires e Giovanna Justo e comissão de frente organizada por Júnior Scapin.

A Escola classificou-se em quinto lugar no desfile da Série Ouro no Sambódromo do Rio de Janeiro em 2024.

No ano de 2025 a Escola classificou-se em décimo terceiro lugar na Série Ouro, no desfile do Carnaval carioca na Marquês de Sapucaí.

 

BIBLIOGRAFIA CRÍTICA:

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

ARAÚJO, Hiram. Carnaval – Seis milênios de história. Rio de Janeiro: Editora Gryphus, 2000.