
Creed Taylor nasceu e passou sua infância em Pearisburg, Virginia (EUA). Tocou trompete na banda marcial e na orquestra sinfônica do colégio.
Após o ensino médio, graduou-se em psicologia pela Duke University em 1951, ao mesmo tempo em que tocou com os grupos de jazz de estudantes, os Duke Ambassadors e os Five Dukes. Logo em seguida, passou dois anos na Marinha antes de retornar para a mesma universidade por conta de um ano de estudos de pós-graduação.
Taylor mudou-se para Nova York com o objetivo de se tornar um produtor musical e convenceu a direção da Bethlehem Records a permitir que ele gravasse o vocalista Chris Connor com o trio do pianista Ellis Larkins. Devido ao sucesso do álbum, Taylor se tornou o chefe de A&R (Artistas e Repertório) da Bethlehem Records. Trabalhou nos anos mais importantes da Bethlehem, gravando artistas como Oscar Pettiford, Ruby Braff, Carmen McRae, Charles Mingus, Herbie Mann, Charlie Shavers e J.J. Johnson.
Sua ligação com a música brasileira começou nos Estados Unidos, a partir da bossa nova, no início dos anos 1960. Muito antes, contudo, iniciou sua carreira de produtor musical, salvando da falência a Bethlem Records, em função da grande vendagem dos discos da cantora Chris Connor, em 1954. A partir desse sucesso, tornou-se conhecido como o Midas do Jazz. Dois anos depois, transferiu-se para a ABC-Paramount, fundando o selo Impulse, que lançou no mercado discos de John Coltrane, Gil Evans e Oliver Nelson, nos anos 60.
Em 1962, assumiu a direção artística do selo Verve/MGM, pelo qual lançou diversos LPs de artistas brasileiros. Obteve êxitos de vendagem com discos históricos como “Jazz samba”, de Luiz Bonfá e Stan Getz, e “Getz Gilberto”, de Stan Getz e João Gilberto, esse último contemplado com quatro prêmios Grammy em 1964, além de ter ultrapassado a vendagem de um milhão de cópias e ter figurado por mais de 96 semanas na parada pop da revista “Billboard”, registrando o retumbante sucesso da faixa “The Girl from Ipanema”, versão para a língua inglesa de “Garota de Ipanema” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), interpretada por Astrud Gilberto.
Ainda na Verve, lançou discos de Tom Jobim, João Gilberto, Astrud Gilberto, Walter Wanderley, Luiz Bonfá e Bola Sete.
No final da década de 1960, migrou para a A&M Records de Herb Albert, fundando o selo de jazz CTI (Creed Taylor Incorporation), pelo qual lançou, entre outros, o primeiro disco de Milton Nascimento nos Estados Unidos, o LP “Courage”, além de ter contratado o Tamba 4.
Em 1970, desligou-se da A&M e fundou a gravadora CTI, contratando artistas como Eumir Deodato, cujo disco de estréia “Prelude”, que incluiu a faixa “2001/Zarathustra”, bateu a marca de cinco milões de cópias vendidas, tornando-se o best-seller da gravadora.
Em 1989, concebeu o primeiro vídeo de jazz filmado em alta definição, “Rhythmistick”, com os brasileiros Airto Moreira, Flora Purim e Romero Lubambo, ao lado de Dizzy Gillespie, Tito Puente e Phil Woods, entre outros. A partir desse ano, passou a registrar suas sessões de gravação para lançamento também em laser video disc.
Idealizou diversos “All Stars Bands”, juntando artistas de diferentes estilos em espetáculos como “Califórnia Concert” e “CTI All Stars Live at Hollywood Bowl”, além do já citado “Rhythmstick”.
Ao longo de sua carreira, além de álbuns de George Benson, Joe Farrell, Ron Carter, Stanley Turrentine, Chet Baker, Bill Evans, Lalo Schifrin e Paul Desmond (“From the hot afternoon”, com participação de Edu Lobo), entre inúmeros outros, lançou, com sucesso, importantes discos de diversos artistas brasileiros (pela A&M ou pela CTI), destacando-se, além dos já citados: Luiz Bonfá: “Jazz samba encore” (com Stan Getz) e “The composer of Black Orpheus plays and sings bossa nova”; Bola Sete: “Live at Monterey Festival”; Tom Jobim: “The composer of Desafinado plays”, “Wave”, “Tide” e “Stone flower”; Astrud Gilberto: “The Astrud Gilberto álbum”, “Astrud with Turrentine”; Walter Wanderley: “When it was done”, “Moondreams”, “Rain forest”, “Chegança” e “Batucada”; Astrud Gilberto & Walter Wanderley: “A certain smile, a certain sadness”; Eumir Deodato: “Deodato 2”, “Free”, “Fingers”; Claudio Roditti: “Red on red”.
Em 2000, em comemoração aos 30 anos de existência da CTI, estabeleceu uma parceria com o produtor Arnaldo DeSouteiro e com os japoneses Susumu Morikawa e Yoichi Nakao, para o relançamento, nos mercados japonês, europeu e norte-americano, de uma série de discos do catálogo da gravadora. Da coleção, com capa original, remixagem de Rudy Van Gelder (o técnico original das gravações da CTI), remasterização em 24 bits de Seiji Kaneko e novos textos de contracapa assinados pelo produtor e pesquisador brasileiro, já foram lançadas as séries “Jazz bassies”, “CTI best selection” e “Groove masters”.
Em 2009, fez turnê pela Europa com a banda CTI All Stars. O primeiro concerto no Montreux Jazz Festival foi gravado e filmado para um lançamento em CD / DVD / Blu-ray, “CTI All Stars At Montreux 2009”, com Hubert Laws, Airto, Flora Purim, Randy Brecker, John McLaughlin, George Duke, Mark Egan e o convidado especial Jamie Cullum. No mesmo ano Taylor produziu uma série de reedições do CTI no formato SHM-CD – a série “The CTI + RVG” – trabalhando com Van Gelder.
Em 2010, reuniu novamente o CTI All Stars para outra turnê, desta vez com Bryan Lynch substituindo Randy Brecker. Um vídeo foi filmado no Festival de Burghausen e transmitido pela TV alemã.