
Radialista. Apresentador de TV. Ficou populariza do como “O Velho Guerreiro”. Entre os muitos bordões criou e lançou em seus programas, um tornou-se um verdadeiro lema da comunicação: “Quem não se comunica se trumbica”. Foi considerado o primeiro comunicador do Brasil pela facilidade como se comunicava e hipnotizava o público dos auditórios. Em 2018, foi homenageado pela Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio, de Duque de Caxias, que desfilou no Sambódromo com o enredo “Vai para o trono ou não vai?”, com samba-enredo assinado pelos compositores Edispuma, Licinho JR., JL Escafura, Marcelinho Santos, Gylnei Bueno e Hélio Oliveira.
Em 1935, aos 18 anos, estreou como locutor na Rádio Clube de Recife. Em 1940, realizou pequenos papéis na Rádio Vera Cruz no Rio de Janeiro. No mesmo ano, atuou como locutor na Rádio Tupi. Em 1943 e 1944, trabalhou na Rádio Clube de Niterói com o programa “O Rei Momo na Chacrinha”, depois batizado “Cassino da Chacrinha” e finalmente “Cassino do Chacrinha”, começando a chamar atenção para o seu trabalho. No mesmo período, atuou nas Rádios Tupi e Guanabara. Em 1945, passou a atuar na Rádio Nacional, apresentando os programas “Noite dançante”, aos sábados, e aos domingos, quando não havia futebol, o programa “Tarde dançamte melhoral”. Em 1946, passou a apresentar na Rádio Tamoio o “Cassino do Chacrinha” e “Vesperal das moças”. No mesmo ano, passou a trabalhar na Rádio Mauá. Em 1947, apresentou o “Cassino do Chacrinha” na Rádio Globo. No mesmo ano, trabalhou na Rádio Tupi, com o programa “Rancho alegre”. Em 1952, gravou pela Sinter a “Marchinha do curió” e “Vesúvio”, ambas de Armando Cavalcânti e Klécius Caldas. Em 1959, gravou na Chantecler a marcha “Olha a vassoura”, de Luiz Vanderley e Miguel Gustavo. Em 1957, estreou na TV Tupi com o programa “Rancho alegre”. Apresentou a “Discoteca do Chacrinha” e a “Hora da buzina” nas TVs Rio, Excelsior, Tupi e Globo. Em 1960, gravou também na Chantecler o arrasta-pé “Fandango no arraial”, de Leonel da Cruz e Milton Gomes, e a “Marcha do Chacrinha”, de Luiz Vanderley e Elias Soares. Nos anos 1980, quando trabalhava na TV Bandeirantes, gravou diversas músicas para o carnaval, tendo como mais constante parceiro José Roberto Kelly. O primeiro grande sucesso da dupla foi “Maria Sapatão”. A parceria com Roberto Kelly rendeu dez músicas. Em 1987, a dupla emplacou outro grande sucesso, “Bota a camisinha”, popularizando o uso do preservativo. O apresentador recebeu diversas músicas em sua homenagem, tais como “Baile do Chacrinha”, de Nestor de Holanda e Jorge Tavares, e “Como vai, vai bem?”, de Jairo Aguiar, Joluz e Paulo Rogério. Diversos artistas foram lançados em seus programas, entre os quais Elba Ramalho, o conjunto de rock A Blitz, que estourou depois de cantar durante dois meses no Cassino do Chacrinha o sucesso “Você não soube me amar”, as bandas Kid Abelha e Chiclete com Banana, o cantou Elymar Santos, entre outros. Em 2003, foi paralizado o filme sobre sua vida produzio por seu irmão Jarbas Barbosa e inicialmente dirigido pelo documentarista Nelson Hoineff. Em 2006, ano em que completaria 90 anos, e dezoito depois de sua morte, foi homenageado com a exposição “18 anos sem o Velho Guerreiro” montada por seu filho José Aurélio Barbosa, o Leleco, que dirigiu o programa do pai por 25 anos. Nessa mostra foram reunidas 140 fotos e vídeos dos programas Buzina do Chacrinha” e “Discoteca do Chacrinha” exibidos pela TV Globo. Em 2009, foi lançado o filme documentário “Alô, alô Terezinha”, direção de Nelson Hoineff que reuniu farto material de arquivo com imagens do apresentador, além de reunir diversos depoimentos entre os quais os de várias chacretes, como eram chamadas as dançarinas que se apresentavam nos programas do “Velho Guerreiro”. Em 2017, foi homenageado pelo Canal Viva e pela TV Globo com a edição de uma versão “atemporal” de seu programa intitulado “Chacrinha, o eterno guerreiro” com direção artística de Rafael Dragaud e direção geral de Daniela Gleiser com o ator Stepan Nercessian fazendo o papel do “Velho Guerreiro” e mesclando artistas que se apresentaram no “Casino do Chacrinha” original como Sidney Magal, Fábio Júnior, Ney Matogrosso, Alcione, Blitz, Luiz Caldas e Roberto Carlos com astros da nova geração como Ivete Sangalo, Anitta e Marília Mendonça. Em 2018, estreou o longa metragem “Chacrinha, o Velho Guerreiro” direção de Andrucha Waddington, roteiro de Claudio Paiva com a colaboração de Julia Spadaccini e Carla Four, com os atores Stepan Nercesian e Eduardo Sterblictch vivendo o artista em diferentes idades. O filme narra a trajetória do apresentador de TV desde a chegada ao Rio de Janeiro vindo de Pernambuco.
Bibliografia Crítica:
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.