
Escritor. Crítico literário. Professor universitário. Considerado um dos mais brilhantes ensaístas brasileiros. Por volta dos 12 anos de idade, transferiu-se com a família para Belo Horizonte onde prestou exame de admissão, sendo matriculado no ginásio do Colégio Estadual de Minas Gerais. Começa a trabalhar, aos 14 anos, na empresa aberta por seu pai, a Dental Santiago Ltda, onde faz entregas e depois se torna balconista e escriturário. Na capital mineira freqüenta o Centro de Estudos Cinematográficos (CEC). Lê “Os moedeiros falsos”, de André Gide, “ABC of Reading”, de Ezra Pound, e “Páginas de doutrina estética”, de Fernando Pessoa, livros que lhe são emprestados pelo amigo e mentor Jacques do Prado Brandão. Escreve artigos para uma revista de cinema, ao mesmo tempo em que freqüenta o curso clássico. Em meados da década de 1950 passa a publicar crônicas e contos em periódicos mineiros. Participa da criação da revista “Compieniento”. Conhece Glauber Rocha, em 1956, quando este visita a capital mineira. O futuro diretor de “Deus e o Diabo na Tera do Sol” o incentiva a ler Euclides da Cunha e José Lins do Rego. No ano seguinte, ingressa no curso de Letras Neolatinas da Universidade Federal de Minas Gerais. Torna-se secretário da companhia de balé dos coreógrafos Klaus e Angel Vianna. Envia poemas sob pseudônimo para o suplemento literário do Jornal do Brasil. Diploma-se na Aliança Francesa e torna-se monitor de literatura francesa. Em 1959, na Faculdade de Filosofia, conhece o poeta Affonso Romano de SantAnna. Diploma-se em Letras Neolatinas. Recebe bolsa da CAPES para especializar-se em literatura francesa, no Rio de Janeiro, onde convive com futuros diretores do Cinema Novo, como Joaquim Pedro de Andrade e Walter Lima Júnior, e os críticos Sérgio Augusto e Eli Azevedo, entre outros.
Recebe uma bolsa de estudos do governo francês para fazer o doutorado na Universidade de Paris – Sorbonne, em 1961. Publica, juntamente com Ivan Ângelo, o livro “Duas faces”, pela Editora Itabaia. Mora em Paris e viaja pela Europa. Participa do programa “Cruzeiro do sul”, transmitido pela Radio Télévision Française para o Brasil. Inicia atividade como professor universitário no exterior, primeiro no México, depois nos Estados Unidos. Publica artigos nas seguintes revistas norte-americanas: Luso-Brazilian Review, Hispania e MLA. Em 1966 participa do Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, na Universidade de Harvard. Ministra um curso de verão na Universidade de Stanford (EUA) e em 1968 passa a lecionar na Universidade de Toronto, no Canadá, depois de presenciar, em Paris, os acontecimentos de “Maio de 68”. Publica artigo sobre a ação dos estudantes franceses no jornal Estado de Minas. Participa do II Festival de Inverno de Ouro Preto. Em 1969 publica, em Nova York, a antologia “Brasil. Prosa e poesia”, pela Las Amedcas Publishing Co. Participa do III Festival de Inverno de Ouro Preto. Na década de 70 foi um dos primeiros críticos literários a publicar artigos e ensaios sobre a música popular brasileira. Publica, em 1970, o livro de poemas “Salto” e o livro de contos “O Banquete”. Em abril do mesmo ano, participa do simpósio “Geração 70 em Portugal”, na Universidade de Indiana, onde apresenta o trabalho “Eça, autor de Madame Bovary”. Em setembro de 1971 é nomeado Chefe do Brazilian Studies Committee. Apresenta uma retrospectiva dos filmes de Glauber Rocha, com a presença do cineasta, e organiza uma exposição de Hélio Oiticica, seu amigo pessoal. Em 1972, licenciado de SUNY at Buffalo, recebe convite para lecionar no Departamento de Letras da PUC-Rio, onde tem como colegas os professores Affonso Romano de Sant’Anna, Gilberto Mendonça Telles e Luiz Costa Lima. Participa do VI Festival de Inverno de Ouro Preto e das comemorações do Cinquentenário da Semana de Arte Moderna, na UERJ. Em 1974 é nomeado Professor Associado no Departamento de Letras da PUC-Rio, tornando-se Supervisor da cadeira de Literatura Brasileira até 1979. Publica o romance “O Olhar”. É membro da comissão organizadora e participante do I Encontro de Professores de Literatura, na PUC. Seria, posteriormente, membro da comissão organizadora do II e III Encontros e organizador do IV e V Encontros. Em 1975, publica antologia de prosa e verso de Ariano Suassuna e a edição comentada do romance “Iracema”, de José de Alencar. Com Affonso Romano de Sant’Anna, coordena a Oficina de Criação Literária na PUC-Rio, da qual participam Stellla Leonardos, Helena Jobim e Geraldo Carneiro, entre outros. Participa do IX Encontro Nacional de Escritores, em Brasília. Em 1976, publica um ensaio sobre Carlos Drummond de Andrade. Com seus alunos de mestrado em Letras publica “Glossário de Derrida”. Participa do X Festival de Inverno de Ouro Preto. É contratado como professor convidado pela Universidade Federal Fluminense (UFF) onde leciona até 1980. Passa um semestre na Universidade do Texas, em Austin, como professor visitante. Em 1977, participa do Simpósio internacional organizado pelo Departamento de História e pela CEHILA sobre História da Igreja na América Latina. Participa do simpósio sobre José de Alencar, organizado pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Participa, também, do I Encontro com a Literatura Brasileira, promovido pela Câmara Brasileira do Livro, e da oficina de criação do XI Festival de Inverno, na UFMG. Em 1978, lança os livros “Crescendo durante a guerra numa província ultramarina” e “Uma literatura nos trópicos”. Recebe o diploma “Cidadão da Poesia”, conferido pela Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel. No contexto do V Encontro Nacional de Professores de Literatura, organiza a exposição “Arte da Gente”, em colaboração com a Universidade Federal de Pernambuco e a FUNARTE. Em Paris, participa de um programa de televisão da Antenne 2. Passa um semestre na Universidade de Indiana, Bloomington, nos Estados Unidos, como professor visitante. Faz conferências na Universidade do Texas e no Seminário de Estudos Brasileiros, da Universidade de Columbia. Participa do debate “Brasil Anos 70: os intelectuais e a repressão”, na reunião anual da SBPC, em Fortaleza. Participa da II Semana de Cultura Nordestina, na Universidade do Rio Grande do Norte. Em 1981, lança o romance “Em liberdade”, que recebe o Prêmio Jabuti. No ano seguinte, participa do ciclo de palestras sobre Lima Barreto, na Fundação Casa de Rui Barbosa. É nomeado Professeur Associé (visitante) na Universidade de Paris III, Sorbonne Nouvelle. Em 1982 publica “Vale quanto pesa”. Em 1985, publica “Stella Manhattan” e uma tradução das poesias de Jacques Prévert. Participa de diversos encontros e seminários na PUC-Rio, na Biblioteca Nacional e na Fundação Casa de Rui Barbosa. Em 1987, ganha bolsa de pós-doutorado do programa CAPES/DAAD, na Universidade de Colônia. Na Alemanha, organiza o livro “Brasilianische Literatur der Zeit der Militarherrschaft”, sobre literatura brasileira no período 1964-1988. É nomeado assessor do CNPq. Em 1988 deixa a PUC-Rio e é contratado como pesquisador “A” pela UFRJ e como professor adjunto pela UFF. Torna-se co-coordenador da área de Ciências Humanas e Sociais da FAPERJ. Em 1989, é eleito coordenador de pós-graduação em Letras da UFF e passa a escrever para o caderno Idéias, do Jornal do Brasil. Publica “Nas malhas da letra”. Integra o Conselho Editorial da Editora da UFRJ e é Consultor do CNPq para a área de Letras no âmbito da Avaliação e Perspectivas – 1989. Em 1992, é nomeado Diretor do Centro de Pesquisas da Fundação Casa de Rui Barbosa, demitindo-se no final do mesmo ano. Em 1993, lança o romance “Uma história de família”, que recebe o Prêmio Jabuti. Membro da Comissão de 11 escritores que outorga o Prêmio Neustadt de Literatura, concedido pela revista World Literature Today, apresenta e defende a candidatura do poeta João Cabral de Melo Neto, que é escolhido para o prêmio recebido em cerimônia na Academia Brasileira de Letras. No Palácio do Itamaraty, participa das comemorações de cinquentenário do texto “O Movimento modernista”, de Mário de Andrade. Lê conferência no ciclo “Tempo e história”, organizado pela Secretaria de Cultura de São Paulo e no ciclo “O desejo, a vida e a morte”, organizado pela Fundação do Campo Lacaniano. Participa do volume “Cartas a Mário de Andrade”, organizado por Fábio Lucas. Participa do projeto “Terça-Feira Poética”, coordenado por Guilherme Zarvos. Em 1994, recebe o título de Chevalier dans L’Ordre des Palmes Académiques, em solenidade realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. No ano seguinte, lança “Cheiro forte” e “Viagem ao México”. É curador da exposição “Roland Barthes Artista Amador” e da mostra “Filmes de Allain Robbe-Grillet”, no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Traduz e publica “Por que amo Barthes”. É convidado pelo Doreen B. Towsend Center for the Humanites, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, para passar um período como “Leitor do ano”. Apresenta em duas sessões, seguidas de debates, o trabalho “Atração do Mundo: políticas de identidade e de globalização na moderna cultura brasileira”. Fala sobre sua obra ficcional na Stanford University. Participa da reunião dos hispanistas alemães, em Münster. Participa do 20º Encontro Internacional de Poetas, na Universidade de Coimbra. Em 1996, é professor visitante na Universidade de Yale. Faz conferências na Duke University e na New York University. Colhe material para redigir o projeto de doutorado do PACC/ECO-UFRJ em políticas culturais. Participa em Toronto da conferência sobre o projeto de História da Literatura Latino-americana. Escreve o livro de contos “Keith Jarrett at the Blue Note”. Em 1999, lança o romace “De cócoras”. No ano seguinte, organiza o volume “Intérpretes do Brasil”. Em 2002 participa do livro “The Space in-between (essays on Latin-american culture)” editado pela Duke University Press. No mesmo ano, organiza o volume da correspondência completa entre Mário de Andrade e Carlos Drummond de Andrade. A contribuição mais significativa de Silviano Santiago para a MPB está em seu livro “Uma literatura nos trópicos”, no qual há ensaios sobre as obras de Caetano Veloso e Chico Buarque. Em 1973, no Suplemento Literário de Minas Gerais, publicou um texto sobre Milton Nascimento que permanece inédito em livro. No Jornal do Brasil publicou artigos onde se referia a grupos de rock contemporâneos. Escreve nos principais veículos da imprensa brasileira, em particular no Caderno Mais da Folha de São Paulo.