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Nome Artístico
Wanderléa
Nome verdadeiro
Wanderléa Charlup Boere Salim
Data de nascimento
5/6/1946
Local de nascimento
Governador Valadares, MG
Dados biográficos

Cantora.

Após o seu nascimento, a família se mudou para a cidade de Lavras, também em Minas Gerais. Em 1955, transferiram-se para o bairro da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro.

Dados artísticos

Iniciou a carreira em meados dos anos 1950, apresentando-se em programas infantis como o “Clube do Guri”, da Rádio Mayrink Veiga, e “Vovô Odilon”, da Rádio Tupi. Nessa época apresentou-se na TV Rio e ganhou o título de “A mais bela voz infantil”.

Sua estréia em disco foi em 1962, com um 78 rotações pela Columbia, cantando “Tell me how long”, de Kelsey, e “Meu anjo da guarda”, de Rossini Pinto e Fernando Costa. No mesmo ano lançou outro disco, com as canções “Quero amar”, de Castro Perrete, “Ao nascer do sol”, de M. Rigual, C. Rigual e J. Morais. O relativo sucesso desses primeiros discos fez com que a CBS gravasse seu primeiro LP em 1963, com o título “Wanderléa”, quando, com acompanhamento de  Orquestra e Coro sob a direção do maestro Astor interpretou as músicas “Não Existe O Amor (Non Esiste LAmor)”, de Luciano Beretta, Piero Vivarelli e Ezio Leoni, versão de Othon Russo, “Quando Setembro Vier (Come September)”, de Bobby Darin, versão de Titto Santos, “Estudante” e “Quero Amar”, de Castro Perret, “Picada da Pulguinha”, de Gilberto Lima e Dora Lopes, “Goody Goody”, de Matty Malneck e Johnny Mercer, “Dá-me Felicidade (Free Me)”, de Jimmy Breedlove e Lynn Breedlove, versão de Rossini Pinto, “Meu Coração Canta (My Heart Sings) (Ma Mie)”, de Henri Laurent Herpin e Jean Marie Blanvillain Jamblan, versão de Harold Rome, e adaptação de Fred Jorge, “Meu Maior Desejo” e “Meu Anjo da Guarda”, ambas de Rossini Pinto e Fernando Costa, “Birutinha”, de Jorge Smera e Othon Russo, e “Pescaria Com Twist”, de Murillo Latini e Renan França. Foi ainda na CBS que conheceu Roberto Carlos, encontro-chave em sua carreira. Em 1964 lançou o LP “Quero você”, pela CBS, cantando acompanhada pelo conjunto Renato e Seus Blue Caps, do qual fizeram grande sucesso as músicas “Meu bem lollipop”, versão de  Gerson Gonçalves para “My boy lollipop”, de M. Levy e J. Roberts, “Exército do surf”, versão de Mongol para “Lesercito del surf”, de Pataccini, “Capela do Amor (Chapel Of Love)”, de Jeff Barry e Ellie Greenwich, versão de Neusa de Souza, e “Me Apeguei Com Meu Santinho (Lets Get Ready For The Summer)”, de Don Thomas e Jean Thomas, versão de Rossini Pinto. Também fizeram parte desse disco as músicas “Você Não Vai Partir (You Cant Say Goodbye)”, de Trini Lopez, “Peço Paz (Just Once More)”, de Al Western, “Longe de Ti (Away From You)”, de Gerry Marsden e John Chadwick, e “Colibri (Little Bird)”, as quatro em versões de Neusa de Souza, “Não (Juventud Twist)”, de Manuel Alejandro, versão de Erasmo Carlos, “Sem Amor Ninguém Vive”, de Rossini Pinto, “Sem Endereço (Memphis Tennessee)”, de Chuck Berry, versão de Rossini Pinto, e “Quero Você (Prima Di Te Dopo Di Te)”, de Lunero e Mogol, versão de Francisco Rodrigues. Em 1965, junto com Roberto Carlos e a Erasmo Carlos, passou a liderar o programa “Jovem Guarda”, exibido ao vivo todos os domingos na TV Record de São Paulo. Nesse período atingiu o auge de sua carreira e, pela performance peculiar de suas apresentações, especialmente na interpretação do então hit em todas as paradas de sucesso, a música “Ternura”, ganhou o apelido de Ternurinha, pelo qual é conhecida até hoje. No mesmo ano, lançou o LP “É tempo de amor”, disco no qual teve acompanhamento de Renato e Seus Blue Caps nas faixas “É Tempo do Amor (Le Temps de LAmour)”, de Marc Aryan, Françoise Hardy e Roger Samyn, versão de Rossini Pinto, “Do Wah Diddy Diddy”, de Jeff Barry e Ellie Greenwich, versão de Roberto Nunes, “Será Você (Do You)”, de Lolita Rivera e Sven Libaek, versão de Neusa de Souza, “O Tipo do Rapaz (The Kind Of Boy You Cant Forget)”, de Jeff Barry e Ellie Greenwich, versão de Rossini Pinto, e ” Diga Que Você Me Quer (Tell Me That You Love Me Too)”, de Barry Stanton, versão de Neusa de Souza, e nas faixas “Um Beijinho Só (Just A Little Kiss)”, de Sandra Brennan e Steve Verroca, versão de Rossini Pinto, “É Pena (Im Sorry)”, de Ronnie Self e Dub Allbritten, “Vivendo Sem Ninguém”, de Rossini Pinto, “Um Quilo de Doce”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Ternura (Somehow It Got To Be Tomorrow) (Today)”, de Estelle Levitt e Kenny Karen, versão de Rossini Pinto, e “Três Rapazes (Three Little Piggies)”, de Sid Tepper e Roy C. Bennett, e “Boneca de Cera Boneca de Pano (Poupée de Cire Poupée de Son)”, de Serge Gainsbourg, versões de Neusa de Souza, teve o acompanhamento do conjunto The Youngsters. Em 1966, gravou um de seus maiores sucessos: “Pare o casamento”, versão de Luiz Keller para “Stop de wedding”, de Resnick e Young, música incluída no LP “A ternura de Wanderléa”, disco que contou com acompanhamento do conjunto Renato e Seus Blue Caps e no qual ela interpretou também “Boa Noite Meu Bem (Goodnight Irene)”, de Huddie Ledbetter e John Lomax, “Esta Noite Eu Sonhei (Si Jétais Le Fils Dun Roi)”, de Marc Aryan, “Viver Sem Você (Long Live Love)”, de Chris Andrews, “Aquele Triste Adeus (Just A Little Bit Better)”, de Kenny Young, e “Não Vai Baby (June Bride Baby)”, de Bob Goldstein e Beverly Ross, todas em versões de Rossini Pinto, além de “Em Meus Sonhos (When Im Alone)”, de Dave Clark e Mike Smith, versão sua e de Lilian Knapp, “Devoção”, de Rossini Pinto, “Assinado, Seu Bem”, de Carlinhos, “Imenso Amor”, com Renato Corrêa, “Tudo Morreu Quando Perdi Seu Amor”, de Renato Barros, e “Vá Embora”, de Getúlio Cortes. Em 1967, gravou o seu maior sucesso, “Prova de fogo”, de Erasmo Carlos, em LP que levou seu nome e que incluiu ainda as músicas “Gostaria de Saber (River Deep, Mountain High)”, de Jeff Barry, Ellie Greenwich e Phil Spector, e “Menina Só (Single Girl)”, de Martha Sharp, versões de Luiz Keller, “Nenhuma Carta Sua (Keine Post Von Dir)”, de James Last e Günter Loose, “Vou Lhe Contar (Pushin Too Hard)”, de Sky Saxon, “Ele É Meu Bem (Hes My Guy)”, de Hash Brown, Steve Jerome e Bill Jerome, “Hei de Encontrar Meu Bem (The Boat That I Row)”, de Neil Diamond, e “Meu Bem Só Gosta de Mim (Just So Bobby Can See)”, de Jack Segal e Gloria Shayne, todas em versões de Rossini Pinto, além de “Você Tão Só (Einsamer Boy)”, de Ralf Olivar e Kurt Hertha, versão de Rubem Carneiro, “Acho Que Vou Lhe Esquecer”, de Ed Wilson, “Horóscopo”, de Carlos Imperial, e “Te Amo”, de Roberto Corrêa e Sylvio Son. Em 1968 participou do filme “Juventude e ternura”, de Aurélio Teixeira. No mesmo ano fez sucesso com “Eu já nem sei”, de Roberto Correia e Sylvio Son, incluída no LP “Pra ganhar meu coração” que incluiu ainda as músicas “Atende-me (I Stand Accused) (Of Loving You)”, de Warren Levine, “Ele Só Serve Pra Mim (All I Know About You)”, de Edward Holland, Brian Holland, Lamont Dozier e Frank de Vol, versões de Rossini Pinto, “Tem de Ser Assim (Its Nice To Be With You)”, de Jerry Goldstein, “Se Estou Contigo (If That Aint Lovin)”, de Billy Swan, e “Não Lhe Quero Nunca Mais (Sad Sack)”, de Paul Kelly e Buddy Killen, versões de Luiz Keller, “Canção de Enganar Um Coração”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Toque Pra Frente”, de Getúlio Cortes, “Quem Muito Fala Pouco Acerta”, de Newton de Siqueira Campos, “Pra Ganhar Seu Coração”, de Eduardo Araújo e Chil Deberto, “Estou Com Raiva de Você (Papas New Bag Aint Nothing But A Hag)”, de Darryl Carter, versão de Robert Livi, e “A Menina”, de Regina Correia. Em 1969, em pleno ocaso da Jovem Guarda não gravou nenhum LP, lançando apenas um compacto simples com as músicas “Nunca Mais Vou Repetir Que Te Amo”, de Getúlio Cortes, e “Chegou, Sorriu, Gostei (You Came, You Saw, You Conquered)”, de Toni Wine, Irwin Levine e Phil Spector, em versão de Leno, que cantou essa música em dueto com ela. Em 1970, lançou dois compactos simples com as composições “Você Vai Ser O Meu Escândalo”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Atende-me (I Stand Accused) (Of Loving You)”, de Warren Levine, versão de Rossini Pinto, e “Quando Eu Vi Você Dormindo” e “Eu Respiro Você”, ambas de Dom. No mesmo ano, participou do V Festival Internacional da Canção Popular defendendo a música “A Charanga”, parceria sua com Dom. Ainda em 1970, participou do filme “Roberto Carlos e o diamante cor-de-rosa”, dirigido por Roberto Farias. Apesar do fim do movimento da Jovem Guarda, do qual foi a principal musa, continuou gravando e se apresentando. Em 1971, lançou três compactos simples, pela Polydor, com as músicas “Bye Bye (Sing Sing Barbara)”, de Michel Laurent e Luc Aulivier, versão sua, e “Anônimo Veneziano”, de Stelvio Cipriani, “Lourinha”, de Fred Falcão e Arnoldo Medeiros, “Que Horas São?”, de Ravel, Dias e Costinha, “Chuva, Suor E Cerveja”, de Caetano Veloso, e “Pula, Pula (Salto de Sapato)”, de Jards Macalé e Capinan. Essas duas últimas músicas inclusive demonstram a tentativa da cantora de modificar seu estilo fugindo dos rótulos que a ligavam à Jovem Guarda. No mesmo ano, participou do VI Festival Internacional da Canção defendendo a composição “Lourinha”, de Fred Falcão e Arnoldo Medeiros. Em 1972 lançou pela Polydor o LP “Maravilhosa”, trazendo um repertório diferente de seus discos anteriores, com músicas como “Back in Bahia”, de Gilberto Gil, “Uva de caminhão”, de Assis Valente, e “Quero ser locomotiva”, de Jorge Mautner. Também fizeram parte do repertório do disco as composições “Mata-me Depressa”, de Rossini Pinto, “Alegria”, de Fábio, “Telegrama”, de Cacao e José Renato, “Vida Maneira”, de Hyldon, “Valsa Antiga”, de Roberto Menescal e Paulinho Tapajós, “Casaquinho de Tricô”, de Paulo Barbosa, “Badalação (Bahia Volume 2)”, de Nonato Buzar, Tom e Dito, “Deixa”, de Hyldon, e “Tempo de Criança (I Hear Those Church Bells Ringing)”, de Irwin Levine e Lawrence Russell Brown, versão de Mazola. No mesmo ano apresentou no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, show com o mesmo nome do disco.

Em 1975 gravou “Que besteira”, de Gilberto Gil e João Donato, “Conversa mole”, de Hermínio Bello de Carvalho e Vital Lima, e “Palavras”, de Gonzaguinha. No mesmo, ano apresentou no Teatro Tereza Rachel, no Rio de Janeiro, o espetáculo “Feito gente”, nome do seu disco. Em 1981 gravou, de sua autoria, “Um jeito novo de amar”. No mesmo disco está presente “Ser estranho”, parceria com Aristeu e Casablanca. Ao longo dos anos 1980 lançou alguns  discos, porém sem o mesmo êxito. Em 1983 gravou com Raul Seixas a música “Quero mais”, que aparece no LP do cantor baiano lançado naquele ano pelo Estúdio Eldorado. Em 1996 participou do show “O novo de novo – festa de arromba”, no Tom Brasil em São Paulo, juntamente com Golden Boys, Eduardo Araujo, Os Incríveis, Bob di Carlo, Ronnie Von, Silvinha e Martinha, em comemoração aos trinta anos da Jovem Guarda. Fez dueto com Reginaldo Rossi no CD “Rossi the king”, lançado em 1999, pela Sony Music, interpretando “Prova de fogo”

Em 2002 apresentou show no Teatro Rival BR, no Rio de Janeiro, após 25 anos sem se apresentar na cidade. Na ocasião, interpretou sucessos como “Foi assim”, “Sentado à beira do caminho” e “Ternura”. Em agosto do mesmo ano, a cantora, juntamente com Erasmo Carlos, abriu o projeto Concertos MP-Br, no Canecão, no Rio de Janeiro, contando com a participação de Maria Bethânia e Zélia Duncan. Nesse espetáculo, o público foi ao delírio, com a apresentação de Wanderléa, consagrando-a a rainha da noite. Muita gente sabia de cor a coreografia de “Pare o casamento”, e seu jeito de interpretar “Ternura”, que arrebatavam o público nas tardes da Jovem Guarda.

Em 2003, lançou o CD “O amor sobreviverá”, produzisdo por ela e o marido, o guitarrista Lalo Califórnia. O disco foi lançado pela BMG e reuniu músicas de seu último show como “Menino bonito”, de Rita Lee, “Mané João”, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, “Negro gato”, de Getúlio Cortes, “Nação vou ficar”, de Tim Maia e “Back in Bahia”, de Gilberto Gil. A renda do disco foi destinada a instituições de caridade.

Em 2005, participou de diversos eventos e shows comemorativos dos 40 anos da Jovem Guarda, como o projeto realizado pelo Sesc que apresentou, em diversas unidades da entidade, shows trazendo Wanderléa com os Golden Boys, os Fevers e outros expoentes da Jovem Guarda e o projeto “Festa de arromba- 40 anos da Jovem Guarda”, apresentado durante todo o mês de agosto, noTeatro II do CCBB (Centro Cultural do Banco do Brasil),no Rio de Janeiro, passando também por Brasília e São Paulo, no qual fez dupla com Erasmo Carlos, em temporada de 3 dias,  alternada com outros expoentes da Jovem Guarda, que também se  apresentaram em duplas, como Jerry Adriani e Waldirene, Golden Boys e Vanusa,Wanderley Cardoso e Martinha. Nesse ano, Wanderléa participou, em São Paulo, das gravações de CD e DVD ao vivo, ao lado de Erasmo Carlos, The Fevers, Golden Boys e outros expoentes da Jovem Guarda. Com agenda lotada, a cantora participou de gravações, shows e programas comemorativos por todo o Brasil. Em 2006, integrou a caixa “Jovem Guarda”, lançada pela EMI, que registrou diversos expoentes que atuaram naquele movimento. No mesmo ano, apresentou, juntamente com Erasmos Carlos e o conjunto The Fevers, o show, rememorando o movimento, no Canecão(Rio de Janeiro). Em 2009, teve um grande sucesso seu, “Te Amo”, de Roberto Correa e Sylvio Son, incluído na trilha sonora da novela “Caras e bocas”, da Rede Globo de Televisão. A música foi o tema do casal protagonista da trama, interpretado pela atriz Flávia Alessandra e o ator Malvino Salvador. A mesma canção já havia sido incluída, nos anos 1990, na trilha de outra novela da Rede Globo; “Pedra sobre pedra”. No ano seguinte, fez participação especial no disco “SP 55”, do ex-intergrante da banda Titãs, Sérgio Britto. Com esse cantor, fez dueto na faixa “Essa gente solitária”. Em 2012, realizou apresentação, ao lado dos Tremendões, no programa “Encontro com Fátima Bernardes”, na Rede Globo de Televisão, ao lado de Jerry Adriani, Lafayette, Marcelo Fróes e a banda Del Rey, numa emissão que teve como intenção relembrar a época da Jovem Guarda. Em 2016, lançou o CD “Vida de artista”, produzido por Lalo Califórnia com Thiago Marques Luiz, em homenagem à compositora Sueli Costa, no qual a cantora interpretou, entre outras, as músicas “Amor, amor”, de Sueli Costa e Cacaso, “Jura secreta” e “Alma”, de Sueli Costa e Abel Silva, “Poeira e solidão” e “Coração ateu”, de Sueli Costa, “Vamos dançar”, de Sueli Costa e João Paulo Medeiros, “Dentro de mim mora um anjo”, de Sueli Costa e Cacaso, “Vinte anos blue”, de Sueli Costa e Vitor Martins. Em 2017, prosseguiu apresentando-se no espetáculo musical “60! Década de Arromba – Doc. Musical”, no palco do Theatro NET Rio ao lado de um super elenco de 24 atores, cantores e bailarinos, acompanhados por uma orquestra de 10 músicos. Este grande espetáculo foi dirigido por Frederico Reder, com roteiro e pesquisa de Marcos Nauer e direção musical de Tony Lucchese, e que conta com 20 cenários assinados por Natália Lana, 300 figurinos por Bruno Perlatto, as coreografias de Victor Maia, o design de luz de Dani Sanchez  por trás das 10 toneladas de materiais de luz e led  e o design de som de Talita Kuroda, como a estrela do show, a artista interpretou seus principais sucessos. Em 2019, preparando um novo CD, ganhou de presente do amigo Erasmo Carlos a música “A  menina dos olhos”, para o repertório do disco.

Em 2020, participou da live de Roberto Carlos em homenagem ao dia das mães, cantando à distância com ele, devido à pandemia de coronavírus, a balada “Ternura”, versão de Rossini Pinto para “Somehow It Got To Be Tomorrow”, de Estelle Levitt e Kenny Karen. 

Em maio de 2023 lançou “Wanderléa canta choros” pelo Selo Sesc. O trabalho teve a direção artística de Luiz Nogueira e arranjadores como Cristóvão Bastos, João Poletto, Milton de Mori e Ângelo Ursini. No repertório do álbum foram incluídas “Uva de caminhão”(Assis Valente); “Galo garnizé”(Luiz Gonzaga, Antônio de Almeida e Miguel Lima); “Apanhei-te cavaquinho”(Ernesto Nazareth, Darci de Oliveira e Benedito Lacerda), “Carinhoso”(João de Barro e Pixinguinha), “Brasileirinho”(Waldir Azevedo e Pereira da Costa),  “Doce Melodia”(Abel Ferreira e Luiz Antônio), “Pedacinhos do céu”(Waldir Azevedo e Miguel Lima), “Delicado”(Waldir Azevedo e Ary Vieira), “O que vier eu traço”(Alvaiade e Zé Maria), “Acariciando”(Abel Ferreira e Lourival Faissal), “Nova ilusão”(Zé Menezes e Luiz Bittencourt) e “Um chorinho para Wandeca”(Douglas Germano e João Poleto). “Delicado”, que teve a participação de Hamilton de Holanda, foi lançada em versão single.

Em 2024, ano em que completou 80 anos, foi indicada ao Prêmio da Música Brasileira pelo álbum Wanderléa canta choros” nas categorias “Lançamento MPB” e “Intérprete MPB”

Discografias
2023 h Selo Sesc Wanderlea canta choros
2023 Selo Sesc Delicado

Single com Hamilton de Holanda

2019 Discobertas Eu daria a minha vida

Single

2016 Eldorado CD Vida de artista
2014 Coqueiro Verde Wanderléa maravilhosa
2010 OBI Music A ternurinha da Jovem Guarda

Reedição

2009 Discobertas I Me Mine

Single

2008 Nova estação - Lua Music - CD
2008 Nova estação - Lua Music - DVD
2005 Sony Music Wanderlea

Reedição

2003 BMG CD O amor sobreviverá
2002 Sony Music Wanderléa as Melhores

Coletanea

2000 Columbia CD Os maiores sucessos do século-21 grandes sucessos de Wanderléa
1996 Paradoxx CD O novo de novo. Ao vivo
1992 Som Livre LP Te amo
1989 3M LP Wanderléa
1985 Som Livre LP Menino bonito
1985 Som Livre Menino bonito/happy end

Single

1981 CBS Na hora da raiva / Um novo jeito de amar

Single

1981 CBS LP Ser estranho
1981 CBS LP Wanderléa
1980 CBS LP Wanderléa
1978 EMI-Odeon LP Mais que paixão
1977 EMI-Odeon LP Vamos que eu já vou
1975 Polydor LP Feito gente
1973 Polydor Compacto simples Mate-me depressa/Sem se atrapalhar
1972 Polydor Compacto simples Chuva, suor e cerveja
1972 Polydor LP Wanderléa maravilhosa
1971 Polydor Compacto simples Bye bye/Anônimo veneziano
1970 CBS Quando eu vi você dormindo/Eu respiro você

Single

1968 CBS LP Pra ganhar meu coração
1968 Discobertas Wanderléa em Castellano

Single

1967 CBS LP Wanderléa
1966 CBS LP A ternura de Wanderléa
1965 CBS LP É tempo do amor
1965 CBS Compacto simples É tempo do amor/Do wah diddy diddy
1964 CBS LP Quero você

(c/Renato e Seus Blue Caps)

1963 Sony Music Jovem Guarda 35 anos Wanderléa

Coletanea dois álbuns

1963 CBS LP Wanderléa
1962 Colúmbia 78 Ao nascer do sol/Quero amar
1962 Colúmbia 78 Meu anjo da guarda/Tell me how long
Obras
Imenso amor (c/ Renato Correia)
Ser estranho (c/ Aristeu/Casablanca)
Um jeito novo de amar
Shows
Concertos Mp -- BR. Canecão -RJ
Feito gente. Teatro Tereza Raquel, RJ.
Teatro Rival BR. RJ
Wanderléa maravilhosa. Teatro João Caetano, RJ.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: Edições Baleia Azul, 2009. 2ª ed. Esteio Editora, 2011. 3ª ed. EAS Editora, 2014. 4ª ed. EAS Editora, 2020.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

FRÓES, Marcelo. Jovem Guarda: Em ritmo de aventura. São Paulo: Editora 34, 2000.

FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.

PUGIALLI, Ricardo. No embalo da Jovem Guarda. Rio de Janeiro: Ampersand,1999.

REPPOLHO. Dicionário Ilustrado de Ritmos & Instrumentos de Percussão. Rio de Janeiro: GJS Editora, 2012. 2ª ed. Idem, 2013.

Crítica

Sociológicamente, Wanderléa é, antes de tudo e até de sua música, um fenômeno que reinou absoluto no país de 1963, até a metade dos anos 80, embora sem contar jamais com as graças da crítica desse tempo, amargo pela ditadura: seu repertório seria medíocre, meloso e seu cantar discutível. Na verdade, as duras críticas queriam atingir mesmo o movimento onde Wanderléa era rainha, símbolo e sua mais perfeita tradução: a Jovem Guarda. Distanciada dessa fase, experimentou novos sons com Egberto Gismonti, gravou João Donato, Caetano, Gonzaguinha, foi musa de Raul Seixas. Isso sem nunca deixar de arrastar senhoras e garotões chapados com seus antigos sucessos, provando que de rock e jogo-de-cintura ela sempre soube tudo. Não se pode esquecer também que as pernas, coreografias, cabelos, botas, roupas e ternura de Wanderléa, já estão definitivamente no inconsciente coletivo do país e podem ser considerados fetiches clássicos. Senão, como vamos explicar a manutenção deste personagem, e de sua surpreendente permanência na mídia? Sim, porque mesmo hoje Wanderléa ainda é a amada mulher-ternura. O resto não passa de vinil empenado pelo tempo…

Romy di Vitti