
Instrumentista. Compositor. Professor.
Iniciou seus estudos musicais com o pai, que o ensinou a tocar “zither” (da família da cítara) e piano. Estudou violoncelo, tendo se aperfeiçoado nos conservatórios de Zurique, Salzburgo e Viena, onde se diplomou, em 1934.
Em 1937, mudou-se para o Brasil, contratado por uma orquestra de Porto Alegre. Trabalhou, em seguida, no Rio de Janeiro e em São Paulo, tocando em festas e nas rádios. Acompanhou artistas estrangeiros e brasileiros, como Carmem Miranda, entre outros.
Em 1957, convidado por H.J. Koellreuter, foi contratado pela Universidade Federal da Bahia, onde durante 12 anos realizou pesquisas de som e criou mais de cem instrumentos musicais, utilizando cabaças e ferro velho.
Foi violoncelista da Orquestra Sinfônica da universidade, onde lecionou som e acústica.
Em 1967, participou da I Bienal de Artes Plásticas, realizada em Salvador.
Dois anos depois, seu atelier começou a ser freqüentado por Gilberto Gil, Rogério Duarte e Tuzé de Abreu.
Em 1972, foi homenageado por Caetano Veloso na faixa “Épico”, do disco “Araçá azul”, com a citação “Smetak, Smetak & Musak & Smetak & Musak & Smetak & Musak & Razão”.
Formou, com alunos da universidade, o Conjunto dos Mendigos, que realizou apresentação em São Paulo, em 1973, utilizando a técnica e os instrumentos criados pelo músico.
Em 1975, gravou o LP “Smetak”, com produção musical de Caetano Veloso e Roberto Santana. No repertório, suas composições “Tijolinhos, material de construção (Audição espontânea do silêncio, violão eólico)”, “Akwas”, “Dos mendigos”, “Sarabanda, projeção improvisada”, “Mantram”, “Iêéaóôu”, “Música dos mendigos”, “Indiferenciações”, “Preludiando com Joseba”, “Uibitús e beija-flores – Poluição quebratória”.
Em 1980, lançou, com o Conjunto Microtons, o LP “Interregno”, contendo as faixas “Tendenciosa”, “Plágio”, “Espelhos”, “Trifase”, “Sementeira”, “Ofício” e “Convite”, todas de sua autoria.
Falecido em 1984, influenciou vários artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, o percussionista Djalma Correia e Marco Antônio Guimarães, do grupo Uakti.
Os instrumentos criados pelo músico, como vina, vau, violão em microtom e araras, encontram-se na Biblioteca Reitor Macedo Costa, no Campus de Ondina, em Salvador.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.