3.002
Nome Artístico
Orlando Silveira
Nome verdadeiro
Orlando Silveira de Oliveira Silva
Data de nascimento
circa 1922
Local de nascimento
Rincão, SP
Data de morte
22/12/1993
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Regente. Arranjador. Instrumentista. Compositor.

O primeiro contato com a música foi aos nove anos, aprendendo cavaquinho. Três anos depois, por influência do pai, o músico amador Delfino Oliveira Silva, trocou o cavaquinho pelo acordeom. Mas foi somente aos 17 que teve as primeiras noções de teoria musical. Pouco depois, mudou-se para São Paulo a fim de tentar a carreira artística. Em 1983, dez anos antes de morrer, formou-se em Direito pela Universidade Gama Filho.

Dados artísticos

Recomendado pelo acordeonista Arnaldo Meireles, assinou o primeiro contrato profissional, com a Rádio Tupi, em 1º de setembro de 1944, em São Paulo, passando então a integrar o conjunto regional de Antônio Rago. Em parceria com o cavaquinista do grupo, Esmeraldino Sales, fez suas primeiras composições. No mesmo ano, fez sua primeira gravação acompanhando o cantor Arnaldo Pescuma, na valsa “Nossa Senhora do Amparo”. No ano seguinte, fez a primeira gravação solo, pela Continental, com a valsa “Triste carnaval”, de  Américo Jacomino, o “Canhoto” e a rancheira “Jeitosa”, parceria com Juraci Rago. Em 1946, gravou mais uma parceria com Juraci Rago, a polca “Debulhando milho”, além da valsa “Saudades de Matão”, de Raul Torres e Jorge Galatti. No ano seguinte, gravou as valsas “Proposta de amor” e “O sírio”, ambas de domínio público. Em 1949, gravou  a clássica valsa “Ave Maria”, de Erotides de Campos. Em 1950, gravou de sua autoria o choro “Indeciso” e a valsa “Lembrança do passado”.

Chegou no Rio de Janeiro, em maio de 1951, pelas mãos de Luiz Gonzaga, e participou  do Regional de Canhoto (Valdiro Tramontano). A época foi fértil para o aperfeiçoamento teórico, pois estudou com Leo Peracchi, Henrique Morelenbaum e Hans Koellreuther. Foi neste período que começou a fazer arranjos. No mesmo ano, gravou na Odeon ao acordeom a toada “Ter amor é bom”, de B. Fonseca e C. Gencini e o samba canção “Separação”, de José Roy e Orlando Monello. Ainda no mesmo ano, gravou na Continental com o grupo vocal Vagalumes do Luar o balanceio “Balanceando”, de sua parceria com Orlando Pinto e os baiões “Paraíba”, “Baião de dois”, de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, “Vô pro Ceará”, de sua parceria com Mário Vieira e “Bananeira”, de Arlindo Pinto e Mário Vieira.

Em 1952, gravou dois discos para a RCA Victor com o choro “Romântico”, de sua parceria com Horondino Silva, os baiões “Baionada”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira e “Baião na Síria”, de Altamiro Carrilho e Ari Duarte e o choro “Passatempo”, de sua autoria. No mesmo ano, ingressou na Copacabana e lançou o samba “Pé de anjo”, de Sinhô, interpretado em ritmo de baião ao acordeom e o choro baião “Bodinho de galocha”, de sua parceria com Horondino Silva. Em seu segundo disco na nova gravadora gravou o maxixe “Leão de chácara”, parceria com Horondino Silva.

Em 1953, gravou o samba “Caso de amor”, parceria com Esmeraldino Sales. Em 1954, gravou o dobrado “Ipiranga”, de sua autoria e a valsa “Meus quinzes anos”, de Jaime Florence e Mauro Afonso.

Em 1955, ingressou na Odeon e gravou o “Ragtime 1929”, de Oscar Bellandi e Álvaro Matos e o bolero “Saudade dos teus lábios”, parceria com Jaime Florence. No mesmo ano, gravou os choros “Os pintinhos no terreiro” e “Não me toques”, de Zequinha de Abreu. No ano seguinte, gravou com seu conjunto as valsas “E o destino desfolhou” e “Assim acaba um grande amor”, de Gastão Lamounier e Mário Rossi. No mesmo ano, gravou com sua bandinha a polca “Pé de vento”, parceria com Arlindo Pinto e a rancheira “Babozeira”, de Lamartine Babo. Em 1957, gravou com seu conjunto o cha cha cha “Aqueles olhos verdes”, de N. Menendez e o choro “Perigoso”, parceria com Esmeraldino Sales.

De 1956 a 1974, trabalhou na Odeon, escrevendo arranjos para os artistas da gravadora. No ano de 1962, ao lado de vários artistas, correu a Europa e o Oriente Médio, apresentando-se pela V Caravana Oficial da MPB, projeto criado pela Lei Humberto Teixeira. 

Em 1988, foi o arranjador e maestro de mais de 50 músicas incluídas no álbum duplo “Há sempre um nome de mulher”, produzido por R. C. Albin para a Campanha de Aleitamento Materno e do qual se venderam cerca de 600 mil cópias, nas agências do Banco do Brasil espalhadas em todo o país. No ano seguinte, convocado pelo mesmo produtor, participou do show de despedida de Sílvio Caldas no Teatro João Caetano, ao lado, entre outros, de Altamiro Carrilho. Mesmo aposentado, não abandonou a música. Continuou criando arranjos para discos de Luiz Gonzaga e Nélson Gonçalves, entre outros, e lecionou harmonia na Faculdade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro. Seu último trabalho foi em 1992, no CD duplo “Ary Barroso – 90 anos”, fazendo a orquestração e a direção musical do disco. Em 1997, a toada “Andarilho”, com Dalton Vogeler, foi gravada por Antônio Nóbrega, no CD “Madeira que cupim não rói”.

Discografias
1957 Odeon 78 Aqueles olhos verdes/Perigoso

(com seu conjunto)

1956 Odeon 78 E o destino desfolhou/Assim acaba um grande amor

(Com seu conjunto)

1956 Odeon 78 Paraíso do amor/De papo pro ar

(com seu conjunto)

1956 Odeon 78 Pé de vento/Babozeira

(com sua bandinha)

1955 Copacabana 78 Meu sentimento/Vira do Minho
1955 Odeon 78 Os pintinhos no terreiro/Não me toques
1955 Odeon 78 Ragtime 1929/Saudade dos teus lábios
1954 Copacabana 78 Dança da Naja/Meus quinzes anos
1954 Copacabana 78 Ipiranga/Dengoso
1954 Copacabana 78 Seleção de baiões (I)/Seleção de baiões (II)
1954 Copacabana 78 That's amore/Pretend

(c/ seu Conjunto)

1953 Copacabana 78 Balanceando/Caso de amor
1953 Copacabana 78 Bálsamo de amor/Bodinho de galocha
1953 Copacabana 78 Recordando o Líbano/Recordando uma lenda
1953 Copacabana 78 Tudo azul/Pé de anjo
1952 Copacabana 78 Adda/Leão de chácara
1952 RCA Victor 78 Baião na Síria/Passatempo
1952 Copacabana 78 Pé de anjo/Bodinho de galocha
1952 RCA Victor 78 Romântico/Baionada
1951 Continental 78 A pequena Elisabeth/Luar do sertão/Tristezas do Jeca
1951 Continental 78 Balanceando/Paraíba/Baião de dois

(com Vagalumes do Luar)

1951 Continental 78 Pagode no Sumaré/Saudade
1951 Odeon 78 Ter amor é bom/Separação
1951 Continental 78 Vô pro Ceará/Bananeira

(Com Vagalumes do Luar)

1950 Continental 78 Come la rose/La prima notte
1950 Continental 78 Indeciso/Lembrança do passado
1949 Continental 78 Ave Maria/Mineira
1949 Continental 78 Tesoro mio/Beriozca
1947 Continental 78 Felicitaciones/Angela mia
1947 Continental 78 Proposta de amor/O sírio
1946 Continental 78 Debulhando milho/Saudades de Matão
1946 Continental 78 Pisando no pé/Zilda
1945 Continental 78 Jeitosa/Triste carnaval
1945 Continental 78 Tudo azul/Dirce
Obras
Andarilho - com Dalton Vogeler
Balanceando (c/ Arlindo Pinto)
Bodinho de galocha (c/ Horondino Silva)
Caso de amor (c/ Esmeraldino Sales)
Debulhando milho (c/Juraci Rago)
Indeciso
Ipiranga
Jeitosa (c/ Juraci Rago)
Lembrança do passado
Leão de chácara (c/ Horondino Silva)
Meu sentimento (c/ Horondino silva)
Mineira
Pagode no Sumaré
Passatempo
Perigoso (c/ Esmeraldino Sales)
Pisando no pé
Pé de vento (c/ Arlindo Pinto)
Romântico (c/ Horondino Silva)
Saudade (c/ Esmeraldino)
Saudade dos teus lábios (c/Jaime Florence)
Tudo azul (c/ Esmeraldino)
Vô pro Ceará (c/ Mário Vieira)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.