Cantor. Compositor. Rapper. Escritor. Ator. Apresentador de TV e Rádio. Cineasta-Documentarista.
Nasceu na Cidade de Deus, favela-bairro do Rio de Janeiro.
Um dos fundadores do PPPOMAR (Partido Popular Poder para a Maioria) e integrante da CUFA (Central Única de Favelas), formada por moradores de 107 favelas cariocas, além de artistas, produtores e pessoas ligadas à Associações de Moradores.
Atua também na Rádio Viva-Favela (via internet) coordenando o programa “EfeitoCufa”.
Sua irmã, Nega Gizza, cantora de rap, lançou em 2002 o disco “Na humildade”.
No ano de 2005, em parceria com o produtor Celso Athayde e o antropólogo e sociólogo Luiz Eduardo Soares, publicou o livro “Cabeça de porco”, pela Editora Objetiva. O livro, lançado no Cine Odeon, no centro do Rio de Janeiro, traz visões diferentes dos três escritores sobre temas polêmicos (droga, dinheiro, rinhas de animais e humanos – no caso crianças, assaltos etc), além de entrevistas com pessoas otimistas e pessimistas das favelas por todo o país.
Em 2006 o programa “Fantástico” apresentou o documentário “Falcão – os meninos do trafico”, feito por MV Bill e Celso Athaíde, gerando grande comoção nacional, ao ponto de o rapper ser convidado pelo Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, para uma audiência. O polêmico documentário seria exibido no programa “Fantástico”, da Rede Globo, como chegou a ser amplamente anunciado no ano de 2003. Contudo, os autores proibiram a exibição alegando motivos de foro íntimo. Ainda em 2006, também com grande expectativa, foi lançado o livro “Falcão, os meninos do tráfico”, no qual narrou os bastidores das gravações do documentário.
No ano de 2008 manteve um programa na rádio Roquette Pinto 94.1 FM de nome “A Voz das Periferias”, no qual lançava novos valores do hip-hop nacional, assim como divulgava artistas de todo o país e de outros países. Neste mesmo ano lançou o livro “Falcão – Mulheres do Tráfico”, no qual comentava a situação de mulheres que cumprem pena nas penitenciárias do Brasil.
No ano de 2013 estreou o programa “O Bagulho é Doido”, no Canal Brasil de TV.
Como ator trabalhou no seriado “Malhação”, da Rede Globo, e no filme “Odeio o Dia dos Namorados”, dirigido por Roberto Santuci, além de atuar no seriado “Se Eu Fosse você”, do canal a cabo Fox.
Em 1999 lançou o CD “Traficando informações”, cuja faixa “Soldado do morro”, de sua autoria, chamou a atenção da midia e causou polêmica nacional, inclusive com um processo por apologia às drogas contra o rapper e o produtor e co-diretor do videoclipe Celso Athayde. O clipe foi lançado no Natal de 2000, durante uma apresentação do rapper para cerca de três mil pessoas, entre elas Caetano Veloso, Djavan e Toni Garrido. O trabalho dividiu a opinão pública sobre à apologia ou não ao tráfico de drogas, por ter o rapper empregado no seu trabalho integrantes do tráfico. Contudo, duas escolas do Rio de Janeiro, uma pública e a outra, particular, solicitaram à gravadora cópias do clipe por achar o trabalho didático no esclarecimento relativos às drogas.
Em 2001 ganhou da MTV o prêmio de “Melhor Videoclipe” com a composição “Soldado do morro”, que também foi apresentado no evento “Brasil Documenta”, fórum internacional de documentários que o canal GNT promoveu no Instituto Moreira Sales. Na ocasião, recebeu da empresa Brasil Telecom uma verba para a produção de seu primeiro documentário “Di menor”, que foi gravado nas principais favelas de algumas cidades brasileiras, entre elas, Rio de Janeiro, Brasília, São Paulo e Recife, com distribuição na Alemanha e apoio do Instituto Goethe.
Junto à banda AfroReggae criou o projeto “Conexões urbanas”, que leva grandes artistas para apresentações em comunidades carentes. Neste mesmo ano de 2001 o projeto estreou no Morro da Formiga com a participação de Fernanda Abreu. A segunda edição do projeto ocorreu na favela da Vila Cruzeiro, na Penha e teve apresentação de Caetano Veloso. Em sua terceira edição, o projeto levou para Inhaúma, Zona Norte do Rio de Janeiro, o grupo Titãs, além dos criadores do projeto. No ano seguinte, em 2002, pelo projeto “Conexões urbanas”, apresentou-se ao lado do AfroReggae, Gabriel, O Pensador e Racionais MC, na favela Furquim Mendes, em Jardim América, subúrbio do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, ao lado de sua irmã Nega Gizza, participou da trilha sonora do filme “Cidade de Deus” e ainda lançou o CD “Declaração de guerra”, disco no qual interpretou “Soldado morto”, “Só Deus pode me julgar”, “Cidadão comum refém” (em dueto com Chorão – da banda Charlie Brown Jr.), “Só se for D” (junto com Nega Gizza e K-Mila) e ainda “Mina de fé” e “Testemunho”. Neste mesmo ano, ao lado de Fernanda Abreu, Sandra de Sá e da rapper K Mila, participou do show de lançamento do disco “Na humildade”, de sua irmã Nega Gizza.
No ano de 2003, ao lado de Caetano Veloso, Lenine e Banda Makala, foi um dos convidados para o show em comemoração aos 10 anos do grupo AfroReggae, apresentado ao ar livre nos Arcos da Lapa, no Centro do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, apresentou-se no projeto “Conexões urbanas”, no campo do Itaquê, em Santíssimo, Zona Oeste do Rio de Janeiro e, ao lado das bandas AfroReggae e O Rappa, participou do projeto “Conexões urbanas”, no qual se apresentou no bairro da Cidade de Deus. Em dueto com Fernanda Abreu, interpretou “Tudo vale a pena” (Fernanda Abreu e Pedro Luis) no CD “Drop the debt” (Cancelem a dívida), organizado pela ONG Dette & Développement, disco do qual também participaram Chico César, Lenine e a banda maranhense Tribo de Jah. Neste mesmo ano, ao lado da irmã Nega Gizza e do grupo de rappers paulista Racionais MCs, apresentou-se no Olimpo, no Rio de Janeiro. No ano posteiror, em 2004, voltou a apresentar-se no projeto “Conexões urbanas”, desta vez junto aos grupos AfroReggae e Os Paralamas do Sucesso, em Bangú, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Em 2005 fez turnê pelas cidades de Tramandaí e Torres, no Rio Grande do Sul e ainda apresentou-se no Sesc de Copacabana, no Rio de Janeiro. No ano seguinte, em 2006, lançou o CD “Falcão – o bagulho é doido”, trabalho inspirado no documentário “Falcão – Meninos do Tráfico”. Segundo o próprio rapper as composições foram surgindo quando das entrevistas para o filme. Dentre as músicas do disco, produzido por MV Bill e os DJs Luciano, Parteum, Kapony e Digital Dubs, destacaram-se “Sei quem sou”, “Minha flecha na sua mira”, “9h da manhã”, “Falso profeta” e “Não acredito”, além de “Estilo vagundo”, com a participação da rapper, sua irmã, Kmilla.
Em 2010 lançou em show no Circo Voador, no Rio de Janeiro, o CD “Causa e efeito”. Neste mesmo ano finalizou, em parceria com o produtor Celso Athayde, o livro com título provisório “CDD anos 80”, no qual traça um panorama sobre sua vida e obra tendo como pano de fundo o bairro de Cidade de Deus, local onde nasceu e reside.
No ano de 2013 lançou o CD “Monstrão”, produzido pelo curitibano André Laudz (do grupo Tropkillaz), pelo baiano Gug e pelo paulistano Luciano SP. No disco sampleou vários artistas, entre os quais Caetano Veloso e Burt Barcharah, entre outros, em faixas como “Vivo”, “Eu vou”, “O soldado que fica”, “Vibe da nite” e “Estilo vagabundo 3”, gravada em dueto com Kamila CDD, além da faixa “Pra jogo”, dividindo a interpretação com os rapperes Rapadura, Kamila CDD e Projota.
Em 2015 lançou o CD “Contemporâneo”, do qual se destacaram as faixas “Cê é louco”, “Egresso”, “Inclusão policial” e “Menino do tráfego”, com a participação especial da rapper Kmilla CDD.
Em 2022 publicou, pela Editora AGE, o livro “A vida me ensinou a caminhar”, com crônicas autobiográficas sobre sua trajetória no rap. Nesse mesmo ano lançou o EP “Dr. Drill”, com cinco faixas e participações como a de Rashid e Major RD na faixa “Aulas e palestras” (MV Bill, Insane Tracks, Rashid e Major RD), Froid e Lord ADL em “Olhos apagados” (MV Bill, Insane Tracks e Froid).
(Cancelem a dívida)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.