Compositor. Percussionista. Mestre de capoeira. Educador. Dançarino. Artesão.
Considerado um dos maiores mestres de Capoeira Angola da Bahia. Começou a praticar capoeira aos oito anos de idade, no terreiro de sua tia, o Ilê Axé Omin Bain. Foi discípulo do Mestre Bobó na Academia de Capoeira Angola Cinco Estrelas, na comunidade do Dique Pequeno, onde foi criado, em Salvador (BA). Formando-se mestre de capoeira no ano de 1987, avaliado por uma banca formada pelo Mestre João Grande, Mestre João Pequeno, Mestre Vermelho e Dona Romélia (esposa do Mestre Pastinha).
Nos anos de 1971 e 1974, Mestre Bobó formou alas de capoeiristas para integrar as escolas de samba como Filhos do Tororó e Diplomatas de Amaralina.
O apelido Moa foi dado na infância, por seus irmãos mais velhos, para facilitar a pronúncia de seu nome próprio.
Teve quatro filhos.
Foi professor de percussão do maestro Letieres Leite, quando este tinha apenas 12 anos de idade.
Tornou-se um agente importante no processo de resgate das origens africanas nos blocos de carnaval na Bahia.
No final da década de 1980, mudou-se para São Paulo, onde trabalhou ensinando Capoeira Angola em escolas públicas. Trabalhou no projeto FASE (Fundação Nacional de Assistência Social), na antiga FEBEM e no SOS Criança.
Como artesão se aprimorou na confecção de instrumentos como berimbau, caxixi, xequeré, entre outros.
Nos anos de 1998 a 2002 assumiu o cargo de diretor cultural da Associação Brasileira de Capoeira Angola (ABCA), assumindo sua presidência em 2003.
Participou de diversos documentários sobre capoeira a cultura afro-brasileira.
Ministrou oficinas de afoxé, capoeira, música e dança afro, na Bahia, no Sudeste e Sul do Brasil, na Colômbia e também na Europa.
Em 2018 foi assassinado com doze facadas pelas costas por manifestar posição política contrária à do agressor, para eleição presidencial de 2018. Caetano Veloso e Gilberto Gil prestaram homenagem em sua memória, assim como o artista internacional Roger Waters, em turnê pelo Brasil. Chico César e Caetano compuseram músicas em seu tributo. Nesse mesmo ano foi lançado o documentário “Mestre Moa do Katendê: a primeira vítima”, dirigido por Carlos Pronzato e produzido por Paulo Magalhães.
Nos anos de 1976 e 1977 integrou o grupo folclórico de percussão Viva Bahia, liderado pela pesquisadora Emília Biancardi, com o qual viajou em turnê pela Europa, apresentando-se em Portugal, Itália e Alemanha. Logo após, ingressou na Orquestra Afro-Brasileira de Percussão, também dirigida por Emília.
Em 1977 foi o vencedor de “Festival da Canção” do bloco Ilê Aiyê, com a música “Bloco beleza”.
Em 1978 fundou o bloco afoxé Badauê, integrado pelos moradores do Engenho Velho de Brotas, em Salvador (BA). No ano seguinte, o bloco foi vencedor do carnaval na categoria “Afoxé”, com as cores azul, amarelo e branco, simbolizando os orixás Ogum, Oxum e Oxalá, respectivamente.
Em 1979 Caetano Veloso gravou “Badauê”, música de sua autoria, no LP “Cinema transcendental” (PolyGram/Philips)
Participou dos projetos musicais “Negra Música” (1988) e “Venha ao Vale” (1989), ao lado de Jorge Ben Jor,
Em 1994 fundou na Praça da República, em São Paulo, o afoxé Amigos de Katendê.
Em 1995 participou do carnaval paulistano na Cohab José Bonifácio. Mantendo o intercâmbio entre as cidades nos anos seguintes.
Em 2003 fundou a Agremiação Gunga, o primeiro bloco de capoeira do Brasil, com o apoio das modalidades de capoeira, angola, regional e contemporânea.
Em 2005 participou do “Festival de Artes” de Bruxelas, na Bélgica.
Gravou o CD “Capoeira Angola na Porteira do Dique”, com músicas autorais de capoeira angola e afoxé.
Em 2009 participou do “Encontro Universo Negro” em Barcelona (Espanha).
Em 2011 viajou para Londres para dar aulas de capoeira e percussão.
Em 2016 começou a gravar um disco autoral, com o apoio da produtora Mandril Audio.
Em 2022 foram lançados os singles autorais “Festa de magia”, gravado por Luedji Luna, e “Embaixada africana”, que compôs em tributo à instituição negra carnavalesca homônima, fundada em Salvador (BA) no ano de 1895, em gravação póstuma com a participação de Criolo.