4.001
Nome Artístico
Luiz Eça
Nome verdadeiro
Luiz Mainzi da Cunha Eça
Data de nascimento
3/4/1936
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
25/5/1992
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Iinstrumentista (pianista). Arranjador. Arranjador. Compositor.

Aos cinco anos de idade, iniciou seus estudos de piano e, mais tarde, de teoria musical. Em 1958, foi estudar em Viena, na Áustria, com bolsa de estudos concedida pelo governo brasileiro. No fim dos anos 60 mudou-se para a Califórnia, EUA.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira nos anos 1950 como pianista de casas noturnas no Rio de Janeiro. Antes mesmo de completar a maioridade, participou de encontros musicais como os ocorridos na casa do saxofonista Paulo Moura. Freqüentou também boates cariocas, onde ia ouvir músicos mais experientes como Johnny Alf, o qual acabou substituindo na Boate Plaza, no trio formado também por Ed Lincoln (contrabaixo) e Paulo Ney (guitarra). Mais tarde, com a saída de Ney, entraram no grupo João Donato (acordeom), Milton Banana (bateria) e a crooner Claudette Soares.

Trabalhou na Rádio Mayrink Veiga onde, ao lado de Candinho (violão) e Jambeiro (contrabaixo), formou o Trio Penumbra.

Na década de 1950, lançou os LPs “Uma noite no Plaza” (1955) e “Sambas da saudade – Luizinho e seu piano” (1956).

Participou ativamente como músico da chamada primeira fase da Bossa Nova (1958-1962), acompanhando inúmeros cantores da época.

Gravou, em 1961, com o trombonista Astor, o LP “Luiz Eça & Astor – Cada qual melhor!”.

Formou o Tamba Trio, inicialmente ao lado do contrabaixista Otávio Bailly e do baterista Hélcio Milito. Em seguida, Otávio foi substituído por Bebeto Castilho, que tocava sax e flauta, e mais tarde a formação final contou com Dorio (baixo) e Ohana (bateria). O trio foi pioneiro na realização de pocket-shows, no Bottles Bar do famoso Beco das Garrafas, reduto da Bossa Nova no Rio de Janeiro, e lançou vários discos.

Ainda nos anos 1960, excursionou junto com o trio pelos Estados Unidos e Argentina.

Estreou como arranjador no disco “Barquinho” da cantora Maysa, lançado em 1961 pela Columbia.

Em 1968, dividiu, com Radamés Gnattali, o LP “Os 6 mais numa imagem barroca”.

Formou o conjunto A Sagrada Família, com o qual lançou, em 1970, o LP “Luiz Eça e La Familia Sagrada”. Nesse mesmo ano, gravou os LPs “Luiz Eça, piano e cordas” e “Brazil 70”.

Ainda na década de 1970, lançou os LPs “Vanguarda” (1972), com o Quinteto Villa-Lobos, “Laços Concerto Show”, com Cláudia Versiani e Marcos Paulo (1976, e “Antologia do piano” (1976).

Na década de 1980, lançou os LPs “Patápio Silva;Altamiro Carrilho, Luiz Eça, Galo Preto e Banda do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro” (1983), “Luiz Eça” (1984), “Triângulo” (1985), com o baterista Robertinho Silva e o baixista Luiz Alves, “Pra tanto viver”, com Pery Ribeiro, e “Duas suítes instrumentais”, com o violinista Jerzy Milewski.

Constam também de sua discografia “Encontro marcado” (1992), com Maria Petersen, “Luiz Eça e Victor Assis Brasil no Museu de Arte Moderna” (1993) e “Luiz Eça Trio” (1995).

Foi professor de jovens músicos, tendo sua atividade didática registrada na dissertação de mestrado da pianista Sheila Zaguri “A harmonia criativa: uma descrição dos procedimentos didáticos de Luiz Eça”, defendida em 1996 na UNIRIO.

Atuou como pianista da casa noturna Chikos Bar, no Rio de Janeiro.

Faleceu no dia 25 de maio de 1992.

Em 2003, foi lançado o CD “Reencontro”, contendo obras de sua autoria: “Dolphin”, “Alegria de viver”, “Reencontro” (c/ Fernanda Quinderé), “Melancolia” (c / Ronaldo Bôscoli), “Oferenda” (c/ Lenita Eça), “Três minutos para um aviso importante” (c/ Novelli), “Quietly (Simplesmente)” (c/ Dorio e Ohana), “Imagem” (c/ Aloysio de Oliveira), “Reflexos” (c/ Fernanda Quinderé), “Weekend”, “Quase um adeus” e “Prelúdio Pai e Filho”. O disco contou com arranjos de Francis Hime, Mario Boffa Jr., Chico Adnet, Gilson Peranzzetta, Wagner Tiso, Mario Adnet, Alberto Rosenblit, Célia Vaz, Nelson Angelo, Jaques Morelenbaum e Nivaldo Ornelas, além do próprio compositor (na faixa “Quase um adeus”).

Em 2004, Michel Legrand gravou, no Brasil, o CD “Michel Legrand – Luiz Eça”, com a participação de Sérgio Barroso (contrabaixo), Kiko Freitas (bateria), Idriss Boudrioua (sax soprano), Jessé Sadoc (trompete e flugelhorn), Marcos Nimrichter (acordeom), Jaques Morelenbaum (cello) e Zé Nogueira (sax soprano), além de Francis Hime (piano elétrico), Ivan Lins (piano elétrico e voz) e Mario Adnet (violão), responsável também pela produção musical do disco. No repertório, as composições de Luiz Eça “Mestre Bimba” (c/ Bebeto e Hélcio Milito), “Dolphin”, “Daielle” (c/ Bebeto), “Alegria de vivier”, “Valsinha urgente para um cidadão passageiramente triste”, “O homem” (c/ Fernanda Quinderé), “Lá vamos nós” (c/ Ruy Guerra), “Melancolia” (c/ Ronaldo Bôscoli), “Sempre será” (c/ Bebeto) e “Imagem”, além de “Febrônio”, esta recuperando um encontro entre os dois pianistas.

Discografias
2004 Biscoito Fino CD Michel Legrand - Luiz Eça

(Tributo:) Michel Legrand

2003 Biscoito Fino CD Reencontro

(Tributo:) Vários artistas

1997 PolyGram CD Tamba Trio

(Coletâneas:) Série Classics

1996 EMI Music CD Aloysio de Oliveira apresenta Luiz Eça

(Coletâneas:)

1996 BMG/RCA CD Tamba Trio

(Coletâneas:) Série Aplauso

1995 Velas CD Luiz Eça Trio
1993 Imagem CD Luiz Eça e Victor Assis Brasil no Museu de Arte Moderna
1992 Line Records LP Encontro marcado

Luiz Eça e Maria Petersen

1988 Independente LP Duas suítes instrumentais

Luiz Eça e Jerzy Milewski

1986 Continental LP Pra tanto viver

Pery Ribeiro e Luiz Eça

1985 Carmo LP Triângulo

Luiz Eça (piano), Robertinho Silva (bateria) e Luiz Alves (baixo)

1984 Carmo LP Luiz Eça
1983 Funarte LP,CD Patápio Silva

Altamiro Carrilho, Luiz Eça, Galo Preto e Banda do Corpo de Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro

1982 RCA LP Tamba Trio: 20 anos de sucessos

Tamba Trio

1976 Phonogram LP Antologia do piano
1976 Som Livre LP Laços Concerto Show

Luiz Eça, Cláudia Versiani e Marcos Paulo

1975 RCA LP Tamba Trio

Tamba Trio

1974 RCA LP Tamba Trio

Tamba Trio

1972 Odeon LP Vanguarda

Quinteto Villa-Lobos e Luizinho Eça

1970 Elenco LP Brazil 70
1970 LP Luiz Eça e La Familia Sagrada
1970 Elenco/Philips LP Luiz Eça, piano e cordas
1968 CBS LP Os 6 mais numa imagem barroca

Luiz Eça e Radamés Gnattali

1968 A&M Records LP Samba blim

Tamba Trio

1967 A&M Records LP We and the sea

Tamba Trio

1966 Philips LP Tamba Trio saluda México

Tamba Trio

1965 Philips LP 5 na bossa

Tamba Trio, Edu Lobo e Nara Leão

1965 Philips LP Tamba Trio

Tamba Trio

1964 Philips LP Tempo

Tamba Trio

1963 Philips LP Avanço

Tamba Trio

1962 Philips LP Tamba Trio

Tamba Trio

1961 Odeon LP,CD Luiz Eça & Astor-Cada qual melhor!

Luiz Eça e Astor

1956 Columbia LP Sambas da saudade

Luizinho e seu piano

1955 Discos Rádio LP Uma noite no Plaza
Obras
Alegria de viver (c/ Fernanda Quinderé)
Barumbá (c/ Bebeto)
Danielle (c/ Bebeto)
Dolphin
Duro na queda
Em casa (c/ Carlos Vereza)
Febrônio
Imagem (c/ Aloysio de Oliveira)
Infinito (c/ Hélcio Milito e Adalberto)
Lá vamos nós
Maysa (c/ Ronaldo Bôscoli)
Melancolia (c/ Ronaldo Bôscoli)
Mestre Bimba (c/ Hélcio Milito e Adalberto)
O homem
Oferenda (c/ Lenita Eça)
Prelúdio
Prelúdio Pai e Filho
Quadros
Quase um adeus
Quietly Simplesmente (c/ Dorio e Ohana)
Reencontro (c/ Fernanda Quinderé)
Reflexos (c/ Fernanda Quinderé)
Rítmica I
Semelhança
Sempre será
Sonda 1999 (c/ Hélcio Milito e Adalberto)
Tambá
Tema de Anita
Trindade (c/ Adalberto)
Triângulo (c/ Luiz Alves e Robertinho Silva)
Três minutos para um aviso importante (c/ Novelli)
Valsinha urgente para um cidadão passageiramente triste
Weekend
Yansã (c/ Bebeto)
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

CASTRO, Ruy. Chega de saudade. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.