Líder espiritual. Cantor. Compositor. Dançarino. De família católica, chegou a ser coroinha da paróquia de sua cidade natal. Com 17 anos deixou sua família e mudou-se para Salvador. Aos 18 anos ingressou no candomblé e logo passou a ter seu próprio terreiro. Seu trabalho foi importante para a consagração do culto de Candomblé Angola e sua popularização. Intelectuais como Jorge Amado e Édison Carneiro projetaram o Terreiro da Goméia para o resto do Brasil. Foi importante colaborador de Édison Carneiro durante a realização do II Congresso Afro-Brasileiro, realizado em 1937, em Salvador. Em 1948, deixou Salvador e mudou-se para o Rio de Janeiro passando a residir em Duque de Caxias onde abriu seu terreiro. Nas décadas de 1950 e 1960, seu Terreiro da Goméia passou a ser referência por ser um dos primeiros da região sudeste e por ser frequentado por políticos e artistas como Cauby Peixoto, Dorival Caymmi, Emilinha Borba, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Maria Antonieta Pons, Marlene, Paulo Gracindo, Solano Trindade, e Tenório Cavalcanti, entre outros.
Sua carreira como cantor começou em 1956 quando foi contratado pela gravadora Todamérica e lançou dois discos em 78 rpm com as macumbas “Saudação A Oxoce Nº 1”, “Saudação A Inhançan”, “Saudação A Oxoce Nº 2”, conforme grafia do selo do disco, e “Saudação Ao Caboclo Pedra Preta”, todos temas populares tradicionais com adaptações suas. Em 1958, lançou pela Todamérica o LP “Rei do Candomblé – Joãozinho da Goméa Com Ritual de Terreiro” que seria relançado pela Musicolor/Continental em 1971. Neste disco interpretou os pontos de macumba “Bombongira”, “Pemba”, “Oxocê”, “Caiaia”, “Ogum”, “Xangô”, “Pavão”, “Vou-me Embora Pro Sertão”, “Sou da Mina do Santé”, “Pedrinha”, “Saudação A Logundê” e “Oxum”, todos de sua autoria. Em 1962, as composições do LP “Rei do Candomblé – Joãozinho da Goméa Com Ritual de Terreiro” foram relançadas pela Continental divididos em 5 discos de 78 rpm.
Em 2020, foi homenageado no carnaval carioca pela Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio que levou para o desfile na Marquês de Sapucaí o enredo “Tata Londirá: O Canto do Caboclo no Quilombo de Caxias” dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora contando sua trajetória na qual acabou se tornando em uma espécie de celebridade religiosa. O samba enredo foi composto por Dere, Robson Moratelli, Rafael Ribeiro e Toni Vietnã.