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© José de Holanda
Nome Artístico
Jards Macalé
Nome verdadeiro
Jards Anet da Silva
Data de nascimento
3/3/1943
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Cantor Instrumentista (violonista). Arranjador. Ator.

Carioca da Tijuca foi influenciado pelos batuques do morro e pelos foxes, valsas e modinhas tocados pela mãe, ao piano, e pelo pai, ao acordeom.

Aos oito anos, foi morar em Ipanema, onde ganhou o apelido de Macalé, nome do pior jogador de futebol do Botafogo na época.

Começou a frequentar as emissoras Nacional e Mayrink Veiga, fazendo amizade com o baterista Chiquinho, filho de Severino Araújo.

Em 1959 formou, com o amigo, o conjunto Dois no Balanço. A dupla foi incorporando outros músicos até formar o Conjunto Fantasia de Garoto, que transitava pelo jazz, pela seresta e pelo samba-canção.

Em 1963, o grupo se desfez.

Foi aluno de Guerra Peixe (piano e orquestração), Peter Daulsberg (violoncelo), Ester Scliar (análise musical), Turíbio Santos (violão) e Jodacil Damasceno (violão). Estudou composição na Pró-Arte.

Como ator trabalhou em diversos filmes de vários diretores entre os quais em dois de Nélson Pereira dos Santos (Amuleto de Ogum, no papel de um cego cantador) e em “Tenda dos Milagres”, no qual fez o papel de Pedro Arcanjo. No ano de 2015, no papel do poeta-louco Príncipe Ribamar da Beira Fresca no filme “Big Jato”, do diretor Cláudio Assis, baseado em fatos de uma figura popular da região de Juazeiro do Norte, muito conhecido nas décadas de 1960/1970.

No ano de 2020 escreveu a apresentação da biografia “Meu nome é ébano – A vida e a obra de Luiz Melodia”, escrita pelo jornalista Toninho Vaz e lançada pela Editora Tordesilhas. Neste mesmo ano, foi a vez de sua biografia ser lançada. Intitulada “Jards Macalé – Eu só faço o que quero”, o livro foi escrito pelo jornalista Fred Coelho e editado pela Numa Editora.

Dados artísticos

Iniciou sua carreira profissional em 1965, substituindo o violonista Roberto Nascimento junto ao Grupo Opinião. Participou, ainda neste ano, do espetáculo “Arena conta Bahia”. No ano seguinte, em 1966, assinou a direção musical do recital de Maria Bethânia no Rio de Janeiro.

Atuou na década de 1960 principalmente como violonista e arranjador de Elizeth Cardoso, Maria Bethânia, Gal Costa, entre outras. Por essa época, teve gravadas algumas de suas composições, como “Meu mundo é seu”, por Elizeth Cardoso, e “Amo tanto”, por Nara Leão.

No ano de 1968 iniciou uma parceria com José Carlos Capinan. Atuou como violonista do show e LP “Mudando de conversa”, de Nora Ney e Cyro Monteiro. Participou da criação da Empresa Tropicarte, com Gal Costa, Paulinho da Viola e Capinan, destinada a produzir e empresariar seus próprios espetáculos. A sociedade desfez-se seis meses depois. Participou, no ano seguinte, em 1969, do “IV Festival Internacional da Canção”, com a composição “Gotham City”, parceria com o poeta Capinam. Gravou o compacto duplo “Só morto”, e trabalhou com Gal Costa na gravação do disco “Le-Gal” e no show “Meu nome é Gal”, realizado na Boate Sucata, no Rio de Janeiro.

Em 1971 viajou para Londres, convidado por Caetano Veloso, que estava morando nesta capital. Realizou, como violonista e produtor de Caetano Veloso, diversas apresentações em toda a Europa. No ano seguinte, em 1972, retornou ao Brasil e gravou seu primeiro disco solo, o LP “Jards Macalé”, lançado pela Philips. Ainda em 1972, fez o circuito universitário carioca e paulista com Gilberto Gil.

Em 10 de  dezembro de 1973 gravou ao vivo (em show no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro) o evento  “Direitos Humanos no Banquete dos Mendigos”, homenageando o 25º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, produzido em parceria com o poeta Xico Chaves. O espetáculo contou com a participação de vários artistas, entre os quais Edu Lobo, Chico Buarque, Gonzaguinha, Paulinho da Viola, Raul Seixas, Jorge Mauther, Luiz Melodia e Milton Nascimento. O show só seria lançado em álbum duplo, pela gravadora RCA, somente seis anos depois, em 1979, quando foi liberado pela Censura Federal.

No ano de 1974 lançou o LP “Apreender a nadar”, do qual destacou-se a regravação de “Mambo da Cantareira”, de Gordurinha. Compôs a trilha sonora do filme “Amuleto de Ogum”, de Nélson Pereira dos Santos. Participou também das trilhas sonoras de “Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade, “O dragão da maldade contra o santo guerreiro”, de Glauber Rocha, “Rainha diaba”, de Antônio Carlos Fontoura (baseado em argumento de Plínio Marcos), “Getúlio Vargas”, documetário de Ana Carolina, e “Se segura malandro”, de Hugo Carvana, entre outras.

Viajou por todo o Brasil com o show “O homem que comia flores”, considerado um dos melhores do ano pela crítica especializada.

Em 1976, apresentou-se ao lado de Moreira da Silva, pelo “Projeto Seis e Meia”, no Teatro João Caetano (RJ). No ano posterior, em 1977, gravou o LP “Contrastes” e apresentou-se na Concha Verde da Urca, pelo projeto “Quem sabe, sobe”.

No ano de 1978, novamente com Moreira da Silva, participou do “Projeto Pixinguinha”. No ano posterior, em 1979, pela gravadora RCA foi lançado o álbum duplo “Direitos Humanos no Banquete dos Mendigos”.

No ano de 1981 a cantora Elza Maria, no LP “Entra na Rosa”, gravou sua composição “Pano pra manga” (c/  Xico Chaves).

Lançou, em 1987, o LP “Quatro batutas e um curinga”, disco somente com composições de Geraldo Pereira, Wilson Batista, Noel Rosa e Paulinho da Viola.

Em 1994 lançou o CD “Lets play that”, no qual se  destacou a faixa “Pano pra manga” (c/ Xico Chaves) e a faixa-título, parceria com o poeta Torquato Neto. Neste mesmo ano, de 1994, a composição “Let’s Play That” foi regavada pelo autor no disco do percussionista pernambucano Naná Vasconcelos.

No ano de 1998 lançou o disco “O q  eu faço é música”.

Realizou diversos shows pelo país, destacando-se a apresentação em homenagem aos 90 anos de Cartola, em 1998. Participou dos songbooks de Ary Barroso, Noel Rosa e Tom Jobim. Neste mesmo ano de 1998 participou do CD “Balaio do Sampaio”, disco produzido por Sergio Natureza para a MZA e distribuído pela PolyGram. O CD contou com as participações de João Nogueira, Erasmo Carlos, Zizi Possi, Chico César, Zeca Baleiro, Elba Ramalho, Eduardo Dusek, João Bosco, Luiz Melodia, Renato Piau, Lenine e o próprio Jards Macalé interpretando a faixa “Velho bandido”, de Sérgio Sampaio. Um ano depois, em 1999, gravou a faixa “Acorda, amor”, no songbook de Chico Buarque.

Em 2001, lançou, em homenagem ao amigo Moreira da Silva, o CD “Macalé canta Moreira”, no qual registrou obras deste compositor, com arranjos de Vittor Santos, Jayme Vignoli e Moacyr Luz, além dos arranjos próprios nas faixas “Acertei no milhar”, gravada só com voz e violão, e “Choro esdrúxulo”, na qual contou com a participação do fagotista Juliano Barboza. Participaram ainda do disco, Zeca Baleiro (“Na subida do morro”), Chico Caruso e Tim Rescala. Destaca-se, também, no repertório, sua única parceria com Moreira, “Tira os óculos e recolhe o homem”.

Em 2003 lançou o CD “Amor, Ordem & Progresso”.

No ano seguinte, em 2004, participou ao lado de Gilberto Gil e outros artistas, da gravação do CD “Hino do Fome Zero” (Roberto Menescal e Abel Silva).

Lançou, em 2005, o CD “Real Grandeza”, contendo exclusivamente canções de sua parceria com Waly Salomão: “Rua Real Grandeza”, “Senhor dos sábados”, “Anjo exterminado”, “Dona de castelo”, “Vapor barato”, “Mal secreto”, “Negra melodia”, “Revendo amigos”, “Pontos de luz”, “Berceuse crioulle” e “Olho de lince”, as duas últimas até então inéditas. O disco teve direção musical de Cristóvão Bastos e contou com a participação de Maria Bethânia, Adriana Calcanhotto e Luiz Melodia, entre outros artistas.

Em 2010, foi lançado o documentário “Jards Macalé – Um morcego na porta principal”, dirigido por Marco Abujamra e João Pimentel. No ano posterior, em 2011, atuou como convidado da Orquestra Imperial no “Tributo a Jorge Mautner”, realizado no Circo Voador (RJ). Nesse mesmo ano, participou do “Agora no ar” (Rádio Roquete Pinto), programa de auditório roteirizado e conduzido por Ricardo Cravo Albin. Ainda em 2011, o documentário “Jards Macalé – Um morcego na porta principal” foi exibido no Instituto Cultural Cravo Albin (RJ), seguido de um mini-show do artista. Também nesse ano, dividiu o palco do Teatro Rival Petrobras com Jorge Mautner. O show contou com a participação de Nelson Jacobina. No ano seguinte, em 2012, fez o show de abertura do “V Festival de Música, Dança e Cultura Afro-brasileiras”, no Teatro Dulcina (RJ). Também nesse ano participou da série “Grandes nomes, grandes discos”, na casa de show Miranda, na Zona Sul do Rio de Janeiro, falando sobre o LP “Aprender a nadar” e interpretando composições do disco gravado em 1974. A mesa contou com a participação do crítico musical Tárik de Souza. Neste mesmo ano, apresentou-se no projeto “MPB Búzios 2012”. Ainda neste ano, foi a atração da série “Grandes discos da música brasileira”, realizada no Instituto Moreira Salles, cantando o repertório e falando sobre seu primeiro LP, “Jards Macalé”, lançado em 1972. Ainda em 2012 apresentou-se no projeto “MPB Búzios”. Neste mesmo ano foi a atração da série “Grandes discos da música brasileira”, realizada no Instituto Moreira Salles, cantando o repertório e falando sobre seu primeiro LP, “Jards Macalé”, lançado em 1972.

Em 2013 o selo Discobertas lançou o CD “Só morto”, contendo as quatro faixas de seu compacto duplo homônimo “Só morto”, de 1969, acompanhado do grupo Soma “Soluços”, “O crime”, “Só morto (Burning Night)” e “Sem essa” -, e 10 faixas gravadas ao vivo entre 1970 e 1973, incluindo “Gotham City”. O disco trouxe a arte original do compacto, lançado originalmente pelo selo RGE.

Em 2015 apresentou a série de shows “Macalândia” no espaço cultural Áudio Babel, no bairro de Botafogo, nos quais fazia releitura de alguns de seus discos em cada show. Também fez show de voz e violão na Casa da Gávea, interpretando “Mal secreto” (c/ Wally Salomão), “Hotel das estrelas” (c/ Duda Machado) e “Dona do castelo” (c/ Wally Salomão), além de clássicos de Lupicínio Rodrigues e Nelson Cavaquinho. Ainda em 2015 o selo Discobertas lançou uma caixa com três CDs do antológico show “Direitos Humanos no Banquete dos Mendigos” (originalmente lançado em 1979 em álbum duplo). Os produtores do originais do disco, Xico Chaves e Jards Macalé, autografaram o trabalho na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon. Neste mesmo ano de 2015 lançou CD e DVD ao vivo intitulados “Jards Macalé Ao Vivo”, registro do show no Theatro São Pedro, Porto Alegre (Rio Grande do Sul), com direção de Rejane Zilles (esposa do artista) acompanhado pela banda Let´s Play That, tendo como convidados especiais Zeca Baleiro, Thaís Gulin e Luiz Melodia. Fez lançamento em show na Livraria da Travessa, no Shopping Leblon, no Rio de Janeiro. Também em 2015, em dupla com Jorge Mautner, participou do ciclo de palestra “Literaturas: Questões do nosso tempo”, apresentado no SESC Palladium, com a palestra-show “Neurônios Saltitantes – Uma conversa sobre música, vida e poesia – Jorge Mautner & Jards Macalé”. Também em 2015, apresentou-se acompanhado pela Orquestra Petrobras Sinfônica, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, no “Projeto Série MPB & Jazz”, dirigido por Wagner Tiso; fez lançamento de seu CD “Contrastes”, LP lançado originalmente em 1977 e vertido para CD pelo Selo Discobertas. Nos shows de lançamento do DVD contou com acompanhamento da banda Lets Play Thats, integrada por Leandro Joaquim (trompete), Thiago Queiroz (flauta e saxofone), Victor Gottardi (guitarra), Ricardo Rito (teclados), Thomas Harves (bateria) e Pedro Dantas (baixo).

No ano de 2016, apresentou, com Victor Biglione, o show “Música e Cinema”, no palco do Pátio de Eventos, do “Gravatá Jazz Festival 2016”, em Pernambuco. No show interpretou algumas de suas composições, tais como “Vapor barato”, “Hotel das estrelas”, “Mal secreto”, “Gotham City”, “Tigre de papel” e “Movimento dos barcos”, e Victor Bilgione executou de sua autoria as composições “San Telmo tango y bolero”, “Outras praias”, “Chuva em Ipanema”, “Enseada”, além de seu clássico internacional “Baleia azul”. A dupla de compositores e instrumentistas interpretou, em dueto clássicos da MPB, do jazz, do blues, do rock e do cinema internacional, como, entre outros, “Blue sued shoes” (Carl Perkins), “The shadow of your smile” (Johnny Mandell), “Consolação” (Baden Powell e Vinicius de Moraes), “There will never be another you” (Warren- Gordon), “Fotografia” (Tom Jobim), e ainda suas trilhas para o cinema brasileiro: “O Amuleto de Ogum” e “Tenda dos Milagres” (Jards Macalé) e “Como Nascem os Anjos” e “Operação Condor” (Victor Biglione). Neste mesmo ano de 2016 o Selo Musical Discobertas, dom jornalista e crítico Marcelo Fróes, lançou uma caixa intitulada “Jards Macalé – Anos 70”, com os dois primeiros LPs do cantor: “Jards Macalé, 1972” e “Aprender a nadar, 1974”. Também foram incluídas neste mesmo box os CDs “Raro & Inédito volumes 1 e 2”, com gravações retiradas de fitas cassetes dos anos 60 e 70, do acervo pessoal do compositor, destacando-se a faixa “Raparigas” (Jards Macalé e Capinan).

No ano de 2017, dividindo o palco com outros artistas como Chico César, Marcelo Jeneci e Xênia França, apresentou-se com a Orquestra Brasileira do Auditório (OBA), sob a regência de Nailor Proveta e Edson José Alves, em comemoração ao aniversário da cidade de São Paulo, evento promovido pela Rádio CBN intitulado “São Paulo 463 Anos – A Cultura Compartilhada”. Também se apresentou no projeto “Música da 7”, no Teatro Riachuelo, no Centro do Rio de Janeiro, lançando o CD “Dobrando a Carioca Ao Vivo”, feito em parceria com Guinga, Moacyr Luz e Zé Renato. Neste mesmo ano fez turnê pela Europa intitulada “Jards Macalé – Euro Tour 2017”, apresentado-se no “Festival MIMO” (Amarante / Portugal); Galeria ZDB (Lisboa); Casa da Música (Porto) e Nells Jazz And (Londres, Inglaterra).

No ano de 2019 lançou o CD “Besta fera”, após 20 anos sem produzir um trabalho musical com inéditas. Com 12 faixas inéditas e parcerias com a vanguarda paulistana, no disco foram incluídas “Valor” (Jards Macalé); “Peixe” (Jards Macalé, Kiko Dinucci e Rodrigo Campos), com a participação especial da cantora Juçara Marçal; “Vampiro de Copacabana” (Jards Macalé e Kiko Dinucci); a faixa-título “Besta fera”, composição feita na década de 1970 sobre versos de “Aos vícios”, poema de Gregório de Matos (1636/1696), com a participação especial do cavaquinista Rodrigo Campos; “Buraco da Consolação” (Jards Macalé e Tim Bernardes), com participação de sopro dos metais orquestrados pelo saxofonista Thiago França e gravada em dueto com Tim Bernardes; “Pacto de sangue” (Jards Macalé e José Carlos Capinan); “Obstáculos” (Jards Macalé); “Meu amor e meu cansaço” (Jards Macalé, Kiko Dinucci, Thomas Harres e Romulo Fróes), com participação especial de Kiko Dinucci ao violão; “Contratempo” (Jards Macalé); “Longo caminho do sol” (Jards Macalé); “Longo caminho do sol” (Jards Macalé, Kiko Dinucci, Thomas Harres e Clima), com participação especial de três pastoras da Velha-Guarda da Nenê da Vila Matilde, também gravada em dueto com Rômulo Fróes; “Limite” (Jards Macalé e Ava Rocha), além da composição “Trevas”, uma adaptação do poema “Canto I”, do poeta norte americano Ezra Pound (1885 /1972), com tradução de Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos. A faixa ganhou um clipe produzido e dirigido por Gregório Gananian. Na gravação do disco, pelo Edital Natural Musical, contou com Rômulo Fróes (diretor artístico do disco) e uma banda integrada por Kiko Dinucci (violão e produção musical), Pedro Dantas (baixo), Thomas Harres (bateria e produção musical) e Guilherme Held (guitarra), tendo sido lançado, com esta mesma banda, em shows no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, e no Circo-Voador, no Rio de Janeiro.

Constam da relação dos intérpretes de suas composições Gal Costa (“Hotel das Estrelas” e “Vapor barato”), Maria Bethânia (“Anjo exterminado” e “Movimento dos barcos”), Clara Nunes (“O mais-que-perfeito”, parceria com Vinicius de Moraes), Camisa de Vênus (“Gotham City”) e O Rappa (“Vapor Barato”), entre outros.

No ano de 2020 Frejat no CD “Ao redor do precipício” incluiu a composição “E você diz”, parceria de Luiz Melodia, Frejat e Jards Macalé.

Em maio de 2021, Jards Macalé lançou shows on-line com releituras de sucessos como “Vapor barato” e “Farinha do desprezo”. O nome da série, composta por três shows disponíveis online por tempo limitado, foi “Em seis rotações”. Cada um foi reproduzido duas vezes. O primeiro show da série trouxe releituras do álbum de 1972, que tinha clássicos como “Vapor barato” e “Farinha do desprezo”. O segundo, em voz e violão, teve composições como “Anjo exterminado” e “Falam de mim”. O terceiro foi com canções do álbum  “Besta fera”, de 2019, que foi indicado ao Grammy Latino. Por conta da pandemia do coronavírus, o projeto foi gravado de forma remota, com Jards enviando os arquivos de voz e violão para os músicos Thomas Harres (bateria), Pedro Dantas (baixo) e Guilherme Held (guitarra), diretor musical do projeto. Cada um gravou seu instrumento de casa e mandou o material para mixagem e masterização. O projeto foi idealizado pela produtora cultural Rejane Zilles, mulher do artista, em parceria com Held.

Em outubro de 2021 Lançou, com João Donato, pela gravadora Rocinante, o álbum “Síntese do Lance”. A parceria entre os músicos teve Jards Macalé na voz e violão e João Donato na voz e piano. Os dois foram acompanhados por Guto Wirtti (baixo acústico), José Arimatéa(trompete), Kainã do Jêje (bateria), Luizinho do Jêje (percussão), Marlon Sette (trombone) e Neném da cuíca(percussão). As músicas gravadas no álbum foram Côco táxi (João Donato / Jards Macalé), Dona Castorina(João Donato), Ontem e hoje(Jards Macalé / Sylvio Fraga), Cururu (Marlon Sette / Sylvio Fraga), João Duke(Jards Macalé), Síntese do lance (João Donato / Marlon Sette / Adaptação de canção popular), Açafrão(João Donato / Marlon Sette / Sylvio Fraga), Um abraço do João(Jards Macalé / Joyce Moreno), O amor Vem da Paz(Jards Macalé / Ronaldo Bastos) e Lídice (Jards Macalé). O álbum foi produzido por Marlon Sette, Sylvio Fraga e Pepê Monnerat; gravado por Pepê Monnerat, Edu Costa e Bráulio Passos no Estúdio Rocinante; mixado por  Pepê Monnerat no Estúdio Rocinante e masterizado por Alexandre Rabaço.  O álbum gerou um show homônimo que foi apresentado em 2021 e 2022.

Em novembro de 2022 apresentou, no Circo Voador, show com o repertório do álbum “Jards Macalé”, de 1972. A apresentação, idealizada pela companheira e empresária do cantor Rejane Ziles, teve na banda o baterista Tutti Moreno – que gravou o disco original com Lanny Gordin no baixo e violão  e Jards – Guilherme Held no violão de aço e Pedro Dantas no baixo.

Na data do aniversário de 80 anos foi lançado, pela Biscoito Fino,  “Coração Bifurcado”(Jards Macalé e Kiko Dinucci), single que iniciou o lançamento do novo álbum homônimo , com mais 11 músicas. Os músicos que acompanharam o cantor foram Guilherme Held (guitarra), Pedro Dantas (baixo), Rodrigo Campos (violão, cavaquinho e percussão) e Thomas Harres (bateria).

Em abril de 2023 lançou o álbum “Coração Bifurcado” como um dos eventos que marcou a comemoração dos 80 anos. O álbum teve como banda base Guilherme Held (guitarra), Pedro Dantas (baixo), Rodrigo Campos (guitarra, cavaquinho e percussões) e Thomas Harres (bateria), também produtores sob a direção artística de Jards Macalé e Romulo Fróes. As músicas incluídas foram “Coração Bifurcado” (de Jards Macalé e Kiko Dinucci com participação de Analimar Ventapane, Dandara Ventapane e Maíra Freitas); “A arte de não morrer”(Jards Macalé e José Carlos Capinan); “Mistérios de nosso amor” (Jards Macalé e Ronaldo Bastos com participação de Maria Bethânia na voz); “O amor vem da paz” (Jards Macalé e Ronaldo Bastos),  “Amo tanto” (Jards Macalé); “Grãos de açúcar” (Jards Macalé e Alice Coutinho); “A foto do amor” (Jards Macalé e Rodrigo Campos); “Pra um novo amor chegar” (Jards Macalé, Guilherme Held e Romulo Fróes);  “Simples assim” (Jards Macalé e Romulo Fróes com participação de Ná Ozzetti na voz); “Você vai rir” (Jards Macalé e Clima) e “Cante” (Jards Macalé).

Discografias
2023 Biscoito Fino Coração Bifurcado
2023 Biscoito Fino Coração Bifurcado

Single

2021 Rocinante Síntese do Lance

Com João Donato

2018 Selo Natura Musical CD Besta fera
2017 CD Dobrando a Carioca Ao Vivo (c/ Guinga, Moacyr Luz e Zé Renato)
2016 Selo Discobertas Jards Macalé - Anos 70
2016 Discobertas Raro e Inédito (vol 2)
2016 Discobertas Raro e inédito (vol 1)
2015 Som Livre Ao Vivo
2015 Selo Discobertas CD Direitos Humanos no banquete dos mendigos (vários)
2013 Discobertas Só morto
2011 Biscoito Fino Jards
2008 Biscoito Fino Macao
2005 Biscoito Fino CD Real Grandeza
2003 Lua Discos CD Amor, Ordem & Progresso
2001 Lua Discos CD Macalé canta Moreira
1998 MZA/PolyGram CD Balaio do Sampaio (vários)
1998 Atração CD O que eu faço é música
1994 Rock Company CD Let´s play that
1988 Funarte Ismael Silva-Peçam Bis. Jards Macalé e Dalva Torres
1987 Continental 4 batutas & 1 coringa
1987 Gravadora Continental LP Rio sem Tom. Blue Suede Shoes
1981 Discobertas A Volta para A Vitória
1979 Gravadora RCA LP Direitos Humanos no banquete dos mendigos (vários)
1978 Discobertas Jards Macalé Canta no Presídio
1977 Som Livre LP Contrastes
1977 Discobertas Contrastes (Ao vivo)
1974 Phonogram LP Apreender a nadar
1972 Phonogram LP Jards Macalé
1969 RGE Compacto Duplo Só morto
Obras
78 Rotações (c/ Capinan)
Alma penada (c/ Cacaso)
Alteza (c/ Caetano Veloso)
Amo tanto
Anjo exterminado (c/ Waly Salomão)
Berceuse crioulle (c/ Waly Salomão)
Boneca semiótica (c/ Duda e Ricardo Chacal)
Buraco da Consolação (c/ Tim Bernardes)
Choro do archanjo
Coração do Brasil
Dente no dente (c/ Torquato Neto)
Destino (c/ Torquato Neto)
Dona de castelo (c/ Waly Salomão)
E você diz (c/ Luiz Melodia e Frejat)
Encontro (c/ Naná Vasconcelos)
Estranha (c/ Xico Chaves)
Farinha do desprezo (c/ Capinan)
Garoto
Hotel das estrelas (c/ Duda Machado)
Jards Anet da Vida (sobre texto de Gilberto Gil)
Let's play that (c/ Torquato Neto)
Let's play that 2 (c/ Torquato Neto)
Lua luar
Língua de mosquito
Mais um abraço no nosso amigo Radamés
Mais uma Luz (c/ Xico Chaves)
Mal secreto (c/ Waly Salomão)
Meu amor me agarra & geme & treme & chora & mata (c/ Capinan)
Meu mundo é meu
Movimento dos barcos (c/ Capinan)
Mulheres no retrato (c/ Fausto Nilo)
Negra melodia (c/ Waly Salomão)
No meio do mato
O faquir da dor (sobre texto de Waly Salomão)
O mais-que-perfeito (c/ Vinicius de Moraes)
O senhor dos sábados (c/ Waly Salomão)
Olho de lince (c/ Waly Salomão)
Pano pra manga (c/ Xico Chaves)
Poema da rosa (sobre tradução de Augusto Boal da peça de Brecht "Mãe coragem")
Pontos de luz (c/ Waly Salomão)
Puntos cardinales (c/ Jorge Maultner)
Rei de Janeiro (c/ Glauber Rocha)
Revendo amigos (c/ Waly Salomão)
Rio sem Tom
Rua Real Grandeza (c/ Waly Salomão)
Sem essa (c/ Duda)
Senhor dos sábados (c/ Waly Salomão)
Serpente (c/ Abel Silva)
Terceira vez (c/ Abel Silva)
Tira os óculos e recolhe o homem (c/ Moreira da Silva)
Trevas (c/ Ezra Pound, Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos)
Um abraço no Oliveira
Vapor barato (c/ Waly Salomão)
Vício de fogo (c/ Abel Silva)
Vício de fogo (c/ Abel Silva)
Shows
2012 Jards Macalé. Grandes discos da música brasileira. – Instituto Moreira Salles, Rio de Janeiro
2012 Jards Macalé. Projeto “MPB Búzios” – Praça Santos Dumont, Búzios
2012 Macalé. Show de abertura do V Festival de Música, Dança e Cultura Afro-brasileiras – Teatro Dulcina, Rio de Janeiro
2011 Jards Macalé e Jorge Mautner - Teatro Rival Petrobras, Rio de Janeiro.
2011 Tributo a Jorge Mautner - participação – Circo Voador, Rio de Janeiro.
Arena conta Bahia. Teatro Opinião, RJ.
Mudando de carreira. Com Nora Ney e Cyro Monteiro.
O homem que comia flores.
Participação no show "Meu nome é Gal", de Gal Costa. Boate Sucata, RJ.
Projeto Pixinguinha. Com Moreira da Silva.
Projeto Seis e meia. Com Moreira da Silva. Teatro João Caetano, RJ.
Projeto quem sabe, sobe. Concha Verde da Urca, RJ.
Clips
2019 "Trevas" (Adaptação do poema "Canto I", do poeta norte americano Ezra Pound. Tradução: Augusto de Campos, Décio Pignatari e Haroldo de Campos. Produção e dirreção de Gregório Gananian.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. MPB, a história de um século. Rio de Janeiro: Atrações Produções Ilimitadas/MEC/Funarte, 1997.

ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na Música Popular Brasileira: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.

AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: 2ª ed. Esteio Editora, 2011. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

BRITO, Fábio Leonardo Castelo Branco. Torquato Neto e seus contemporâneos: vivências juvenis, experimentalismo e guerrilha semântica em Teresina. (Dissertação de Mestrado em História). Universidade Federal do Piauí, UFPI, 2013.

BRITO, Paulo Henriques. Torquato Neto. Centro de Cultura Alternativa/ Rio Arte / Projeto Torquato Neto/ Secretaria de Cultura, Desportos e Turismo do Piauí, 1985.

CABRAL, Sérgio. Elizeth Cardoso – Uma vida. Rio de Janeiro: Lumiar Editora, S/D.

CACASO. Mar de mineiro (Poemas e canções). Editora do Autor. Rio de Janeiro, 1982.

CALADO, Carlos. Tropicália – a história de uma revolução musical. São Paulo: Editora 34, 1997.

CAMPOS, Augusto de. Balanço da bossa e outras bossas. Coleção Debates. São Paulo: Editora Perspectiva, 1974.

CAMPOS, Haroldo de. Nosferatu. In: Correio da manha. Rio de Janeiro, 14/08/72.

CAMPOS, Haroldo de. Nosferatu: Nos /Torquato. In: Xadrez de Estrelas. São Paulo: Perspectiva, 2008.

CARDOSO, Ivan. O Mestre do Terrir. São Paulo: Imprensa Oficial, 2008.

CHAVES, Xico e CYNTRÃO, Sylvia. Da pauliceia à centopeia desvairada – as vanguardas e a MPB. Rio de Janeiro: Elo Editora, 1999.

COELHO, Frederico Oliveira. A Formação de um tropicalista: um breve estudo da coluna Música Popular de Torquato Neto. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, n.30, p. 129-146, 2002.

CYNTRÃO, Sylvia Helena. (Org.) A forma da festa -Tropicalismo: explosão e seus estilhaços. DF: Editora Universidade de Brasília, 1999.

DUARTE, Paulo Sergio, e NAVES, Santuza Cambraia. Do samba-canção à Tropicália. Rio de Janeiro: Faperj/Relume Dumará, 2003.

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