Cantor. Compositor. Instrumentista. Ator. Produtor.
Desde criança mostrou-se interessado por música. Com apenas cinco anos de idade, tirou o primeiro lugar num concurso de cantores infantis em homenagem ao dia das mães, promovido pela Rádio Iracema de Fortaleza. Nos colégios onde estudou, formou grupos vocais e conjuntos de rock.
Em 1968, já tendo composto diversas músicas, participou do IV Festival de Música Popular do Ceará e tirou o primeiro lugar, com a composição “Nada sou”, feita em parceria com Marcus Francisco. Em 1969, participou do Festival de Música Popular promovido pela Rádio Assunção Cearense, com a composição “Luzia do algodão”, também em parceria com Marcus Francisco e que seria sua primeira composição gravada. Na mesma época, formou com Belchior, Rodger Rogério, Ednardo e Ricardo Bezerra o grupo chamado de “Pessoal do Ceará”, que tomou parte num programa semanal na Rádio Ceará. Em 1971, mudou-se para Brasília, onde ingressou na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Brasília. Desistiu, entretanto, logo no primeiro ano. No mesmo ano, participou do Festival de Música Popular do Centro de Estudos Universitários de Brasília, inscrevendo três obras. “Manera frufru manera”, em parceria com Ricardo Bezerra, obteve o sexto lugar; “Cavalo ferro”, ainda em parceria com Ricardo Bezerra, obteve o prêmio de melhor intérprete e também menção honrosa, e “Mucuripe”, em parceria com Belchior, obteve o primeiro lugar. Suas músicas passaram a ser bastante executadas nos bares da Capital Federal e ele resolveu então mudar-se para o Rio de Janeiro. Na Cidade Maravilhosa, formou dupla com Cirino, com quem lançou um compacto simples, com as composições “Nova conquista”, de sua autoria, e “Copa luz”, de autoria de Cirino e Sérgio Costa.
Em 1972, Elis Regina gravou “Mucuripe”, que se tornou um grande sucesso, divulgando o nome de Fagner pelo país afora. No mesmo ano, participou da série “Disco de Bolso”, lançada pelo jornal “Pasquim”, gravando num dos lados do segundo compacto da série, a música “Mucuripe”. No outro lado, Caetano Veloso aparecia com “A volta da Asa Branca”. No mesmo período, gravou pela Philips um compacto duplo com as composições “Amém-amém”, “Cavalo ferro”, “Fim do mundo”, parceria com Fausto Nilo, e “Quatro graus”, em parceria com Dedé. Esta última seria apresentada no VII Festival Internacional da Canção, na TV Globo.
Ainda no ano de 1972, gravou o LP “Manera Frufru Manera”, pelo selo Philips. No álbum, que contou com a direção de produção de Paulinho Tapajós, constaram as seguintes músicas assinadas por Fagner: “Penas do Tiê” (adaptação); “Mito 1” (c/ Belchior); “Mucuripe” (c/ Belchior); “Como se fosse” (c/ Capinan); “Canteiros”, (com letra de um poema de Cecília Meireles);”Sina” (c/ Ricardo Bezerra); “Tambores” (c/ Ronaldo Bastos); “Serenou na madrugada” (adaptação) e “Manera Frufru Manera” (c/ Ricardo Bezerra).
Em 1973, sua composição “Cavalo ferro” foi gravada no disco “Meu corpo, minha embalagem, tudo gasto na viagem”, que reuniu o “Pessoal do Ceará”, agora composto por Ednardo, Rodger Rogério, Teti e Cirino. No mesmo ano, gravou seu primeiro LP, “Manera frufu manera” pela Philips, onde interpretou, entre outras, as composições “Último pau-de-arara”, de Venâncio, Corumba e J. Guimarães, “Mucuripe”, dele e Belchior, e “Canteiros”, sobre versos de Cecília Meirelles, que lhe renderia rumoroso processo da família da poeta para retirar o disco de circulação, apesar do sucesso da composição.O disco contou com a participação do percussionista Naná Vasconcelos, de Ivan Lins no piano e da cantora Nara Leão, que interpretou “Penas do Tiê”, do folclore nordestino. No mesmo período foi convidado para compor parte da trilha sonora do filme “Joana, a francesa”, de Carlos Diégues. Os elogios recebidos no trabalho da trilha sonora do filme renderam-lhe convite para ir à França para trabalhar com o músico Pierre Barouh e com Naná Vasconcelos.
Na viagem, conheceu Pedro Soler e Pepe de La Matrona. Na capital francesa, apresentou-se em espetáculo de músicos brasileiros no Teatro Olympia. Em 1975, lançou seu segundo disco, “Ave noturna”, onde destacam-se as composições “Fracassos”, que mais tarde seria gravada em dueto com o cantor Cauby Peixoto, “Ave noturna”, em parceria com Cacá Diégues, do filme “Joana, a francesa”, “Astro vagabundo”, em parceria com Fausto Nilo, e “Riacho do navio”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, grande sucesso do Rei do Baião.
Em 1976, lançou pela CBS o LP “Raimundo Fagner”, no qual fez uma mistura de ritmos, indo do puro rock de “ABC”, ao romantismo de “Conflito” e “Asa partida”, esta em parceria com Abel Silva, e a música nordestina, presente em “Matinada”. Fez ainda uma surpreendente regravação de “Sinal fechado”, de Paulinho da Viola, já gravada de forma marcante por diversos intérpretes, conseguindo criar uma nova versão para um clássico da MPB. Em 1977, surpreendeu com um inusitado disco, “Orós”, com arranjos e produção de Hermeto Pascoal, e que trazia músicas de grande elaboração mas pouco aceitas pela mídia das rádios. A composição mais tocada do disco e que se tornou um enorme sucesso foi “Cebola cortada”. Destacaram-se ainda “Orós” e “Flor da paisagem”, de Fausto Nilo e Robertinho do Recife. No ano seguinte, lançou “Quem viver chorará”, dedicado a seus pais José Fares e Dona Francisca, disco que fez com que estourasse definitivamente no mercado fonográfico. O disco destacou-se com diversos sucessos. “Revelação”, de Clodô e Clésio, tocou sucessivamente em todas as rádios. Fizeram sucesso também as composições “Motivo”, com letra do poema de Cecília Meirelles, “Jura secreta”, de Sueli Costa e Abel Silva, e “Punhal de prata”, que contou com a participação do cantor pernambucano Alceu Valença. Destacou-se, ainda, a regravação do samba “As rosas não falam”, do compositor carioca Cartola. Por essa época, criou e dirigiu o selo Epic da gravadora CBS, destinado a lançar novos talentos, que lançou diversos artistas, entre os quais Amelinha, Zé Ramalho, Elba Ramalho, Robertinho do Recife, Petrúcio Maia e Manassés. Pela Epic foi lançado, pouco depois, o disco “Soro”, no qual reuniu diversos poetas, músicos, compositores e cantores, que realizaram solos instrumentais, declamações e interpretações. Estiveram presentes, entre outros, Patativa do Assaré, Ferreira Gullar, Geraldo Azevedo, Fausto Nilo, Belchior, Nonato Luiz e Cirino.
Em 1979, lançou o LP “Beleza”,que trazia a música “Noturno” grande sucesso que se tornou tema de abertura da novela “Coração alado”, na TV Globo. O lançamento do disco foi realizado com grande êxito em show , no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro. No mesmo ano, venceu o Festival 79 da TV Tupi, com a composição “Quem me levará sou eu”, de Dominguinhos e Manduka. Em 1980, gravou “Raimundo Fagner”, que marcou pela diversidade, onde gravou “Vaca Estrela e Boi Fubá”, de Patativa do Assaré, e “Oh, my Love”, de John Lennon e Yoko Ono, numa homenagem ao ex-Beatle, morto naquele ano. Fez grande sucesso com “Eternas ondas”, a música mais executada do disco.
Em 1981, lançou “Traduzir-se”, arrojado trabalho lançado simultaneamente no Brasil e na Espanha. O disco, que foi dedicado a Glauber Rocha, contou com a participação de diversos artistas latinos, como Mercedes Sosa, que gravou “Años”, de Pablo Milanês, Manzanita, Joan Manuel Serrat e Camaron de La Isla. Uma das composições mais executadas do disco foi “Fanatismo”, com música de Fagner para poema de Florbela Espanca. No mesmo ano, participou do disco infantil “A Arca de Noé”, com músicas de Vinicius de Moraes. No ano seguinte, foi lançado o LP “Fagner”, que foi gravado no mesmo estúdio em que o músico inglês Jonh Lennon gravara seu último disco, o Hit Factory. No disco está presente outro poema de Florbela Espanca, “Fumo e tortura”. Destacaram-se também “Qualquer música”, que foi bastante executada nas rádios, e “Orós II”, composição de João do Vale, especialmente dedicada a Fagner. A música “Pensamento”, do mesmo disco, foi tema da novela “Final feliz”, da TV Globo. No mesmo ano, produziu o disco “Homenagem a Picasso”, com poemas do poeta espanhol Rafael Alberti, dedicados ao pintor. As melodias foram compostas por ele próprio, Paco de Lucia e Ricardo Pachón. No mesmo ano, participou do LP “João do Vale”, de João do Vale, produzido por Chico Buarque para a gravadora CBS, elaborando o arranjo e realizando participação especial nos vocais na música “Bom vaqueiro”, de João do Vale e Luiz Guimarães. No ano de 1983, foi feito o lançamento de um disco mais romântico, “Palavra de amor”, que teve como maior sucesso “Guerreiro menino”, de Luiz Gonzaga Jr. Destacou-se, também, a regravação de “Prelúdio para ninar gente grande”, um clássico de Luiz Vieira. O disco contou ainda com as participações de Chico Buarque, cantando “Contigo”, e do conjunto de rock Roupa Nova, na composição “Palavra de amor”, de Manassés e Fausto Nilo. Em 1984, gravou na Inglaterra o disco “Cartaz”, que obteve boa repercussão, tendo apenas a composição “Cartaz” razoavelmente tocada nas rádios. No mesmo ano, lançou pela RCA/Victor um disco com Luiz Gonzaga, em que os dois interpretaram diversos clássicos nordestinos, entre os quais “Boiadeiro”, “Súplica cearense”, “O cheiro de Carolina” e “Xote das meninas”. Em 1985, lançou seu último disco pela CBS, contando com arranjos de Lincoln Olivetti, Wagner Tiso e Reinaldo Arias. O disco apresentava diversos ritmos: a música nordestina em “Dona dos teu olhos”, de Humberto Teixeira, o romantismo em “Sobre a terra”, o rock popular de “Contra-mão”, feita em parceria com Belchior. Participam do disco Chico Buarque, na música “Paroara”, de parceria com Fausto Nilo e Chico Buarque, Cazuza em “Contra-mão” e Beth Carvalho em “Te esperei”. Destacaram-se também “Semente”, música de Fagner sobre poema de Mário de Andrade. Participou, no mesmo ano, do disco “Corsário do Rei”, trilha sonora do musical de Chico Buarque.
Em 1986, estreou na RCA com o disco “Fagner”, onde interpretou “Dona da minha cabeça”, de Geraldo Azevedo e Fausto Nilo. No mesmo disco, musicou os poemas “Os amantes”, de Afonso Romano de SantAnna, e “Rainha da vida”, de Ferreira Gullar. O LP conta ainda com a participação de Gonzaguinha em “Forró do Gonzagão”, as regravações de “Sabiá”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas”, e “Como é grande o meu amor por você”, de Roberto e Erasmo Carlos e a participação do maestro Isaac Karabtchevsky, que regeu a orquestra na composição “Cantigas”, de Alberto Nepomuceno com música de D. Branca Colaço. Participou, no mesmo ano, do disco “Luiz Vieira 40 anos de música”, pela Continental. No mesmo ano, musicou e cantou o poema “Aurora”, traduzido por Chico Buarque do original de Frederico Garcia Lorca. O LP foi uma homenagem lançada mundialmente. Em 1987, lançou “Romance no deserto”, versão da composição “Romance in Durango”, de Bob Dylan, em que se destacou a música “Deslizes”, de Paulo Massadas e Michael Sullivan, que alcançou primeiro lugar em todas as paradas de sucesso. No mesmo ano, participou como ator na minissérie “Rainha da vida”, na TV Manchete, interpretando um padre em conflito entre o celibato e um ex-amor. Na trilha sonora estiveram presentes as composições “Rainha da vida”, “Preguiça”, “À sombra de um vulcão”, de sua autoria, além de composições de Chico Buarque e Milton Nascimento.
Em 1988, lançou sua segunda parceria com Luiz Gonzaga, que privilegia o lado compositor de Luiz Gonzaga. São gravados os clássicos “Xamego”, “Abc do sertão”, “Vem morena”, “Estrada do Canindé” e “Amanhã eu vou”. O disco contou com a participação e a co-produção de Gonzaguinha. Também neste ano, participou do LP duplo “Há sempre um nome de mulher”, do qual foram vendidas 600 mil cópias exclusivamente nas agências do Banco do Brasil espalhadas pelo país. Neste disco beneficente, no qual gravaram 28 grandes intérpretes da MPB, Fagner cantou “Xanduzinha”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, que veio a ser a mais longa das 58 músicas incluídas pelo produtor Ricardo Cravo Albin. Seu disco seguinte, “O quinze”, lançado em 1989, serviu de abertura para o filme de mesmo nome, baseado na obra de Raquel de Queiroz. O disco teve participação de Chico Buarque na gravação de “Joana Francesa”. Quase todas as faixas tiveram arranjos computadorizados por Lincoln Olivetti. Ainda em 1988, participou do disco de Pena Branca e Xavantinho, “Canto violeiro”. Em seguida, gravou com Roberta Miranda o clássico sertanejo “Cabecinha no ombro” e com o conjunto Roupa Nova, “Rio deserto”. No mesmo ano, fez parte do disco “Viva Cazuza”, em memória do roqueiro. Em 1993, regravou diversos clássicos do samba-canção, no álbum “Demais”, acompanhado por Roberto Menescal, que produziu o disco, dando nova roupagem a sucessos de compositores variados, como “Eu sei que vou te amar”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes; “Minha namorada”, de Carlos Lyra e Vinicius de Moraes; “Nunca” e “Vingança”, de Lupcínio Rodrigues; “Ronda”, de Paulo Vanzolini; “João valentão”, de Dorival Caymmi; “Da cor do pecado”, de Bororó; e “Brigas”, de Evaldo Gouveia e Jair Amorim. O LP, do selo BGM/Ariola foi lançado na residência do crítico musical Ricardo Cravo Albin, no bairro da urca, Rio de Janeiro. No mesmo período, gravou com Menescal um disco ao vivo no Japão, durante show de despedida do jogador de futebol Zico. Também participou do disco “Lauro Maia: 80 anos”. Em 1994, grava composições em que faz um retorno às raízes nordestinas, como “Lembrança de um beijo” e “Cavaleiro da noite”. No ano seguinte, voltou a gravar com seus compositores mais tradicionais, Fausto Nilo, Petrúcio Maia, Clodô e Nonato Luiz. Em 1996, gravou uma coletânea de músicas nordestinas, anteriormente gravadas por ele. No mesmo ano, gravou com a dupla Chitãozinho e Xororó a composição “Cabocla Tereza”, de João Pacífico, no disco “Clássicos sertanejos”. Em 1997, gravou “O vendedor de biscoito”, de Gordurinha, “Vorta morena”, de João Lira e Paulo Cesar Pinheiro, e “Forró do tio Augusto”, de Luiz Vieira. No mesmo ano, participou do disco “Casa de samba 2”.
Em 1998, para comemorar seus 25 anos de carreira, gravou um CD duplo interpretando seus principais sucessos, quase todos em duetos com grandes nomes da MPB. Estão presentes no disco, entre outros, Chico Buarque, em “Traduzir-se”, Nana Caymmi, em “Penas do Tiê”, Emílio Santiago, em “Noves fora”, Djavan, em “Mucuripe”, Ney Matogrosso em “Retrato marrom”, e Luiz Melodia em “Sangue e pudins”.
Em princípios de 2000, lançou pela Sony Music, sua nova gravadora, um CD gravado ao vivo em show no Centro Cultural Dragão do Mar, na Praia de Iracema, em Fortaleza, Ceará. O CD trouxe a composição “Canteiros”, com música de Fagner sobre letra de Cecília Meirelles que, após 20 anos proibida de execução, foi liberada, depois que a gravadora conseguiu um acordo com a família da poeta. Além de interpretar antigos sucessos, cantou também as inéditas “Último trem”, feita em parceria com Fausto Nilo, e “Chama quente”, com música sobre versos de Florbela Espanca. O disco vendeu cerca de meio milhão de cópias tornando-se um dos mais vendidos do artista. Em 2001 lançou o CD “Raimundo Fagner”, trazendo novas composições da parceria com Fausto Nilo, como “O vinho” e “Jardim dos animais”. O CD conta com a participação especial de Zeca Baleiro na faixa “Tua boca”, parceria dos dois, que também assinam “Tempestade” e “Outra face”. Estão presentes também no disco a composição do dominicano Antonio Caban, “Puedo”, cantada em espanhol e “Olhar matreiro”, parceria inédita com Cazuza. Em 2002 gravou CD e DVD ao vivo no Teatro João Caetano no Rio de Janeiro, com destaque para uma nova versão para o antigo sucesso “Quem me levará sou eu”, “Festa da natureza”, poema de Patativa do Assaré musicado por Gereba e “Me leve”, de Ferreira Gullar. No show, cantou em dueto com Zeca Baleiro a música “Você só pensa em grana”, de Zeca Baleiro. No mesmo ano, participou no Teatro Rival no Rio de Janeiro do show de entrega do Troféu Humberto Teixeira no 1º Prêmio Rival BR de Música. No mesmo ano, produziu em parceria com a Fundação Demócrito Rocha um CD com as obras gravadas pelo poeta Patativa do Assaré para a antiga CBS, e que na época, contaram com sua produção. Em 2003, lançou o CD “Raimundo Fagner e Zeca Baleiro”, com destaque para “Balada de agosto”, “Um real de amor”, “Palavras e silêncios”, “Dezembros”, “Hotel à Beira-Mar” e “Canhoteiro”. No mesmo ano, participou do projeto “Todos cantam Zé Dantas & Luiz Gonzaga”, um CD lançado pela Som Livre, em que grandes nomes da música brasileira interpretaram as principais obras que Luiz e Zé compuseram juntos. No disco, interpretou “Riacho do navio”. Do projeto, também participaram artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil, Gonzaguinha, Sérgio Reis, Alceu Valença e Dominguinhos. Em 2004, participou da festa da rádio JB FM, no Claro Hall, (RJ) que reuniu para o evento 8 artistas de sete estados do país, privilegiando a música popular do Brasil. No show, Fagner cantou com o maranhense Zeca Baleiro “Palavras e silêncios”, “Balada de agosto” e “Canhoteiro”, relembrando a turnê que os dois artistas fizeram em 2003. Também em 2004, Fagner lançou pela Indie Records o CD “Donos do Brasil”, com direção artística de Liber Gadelha e produzido por Fagner & Rildo Hora. O disco que traz dois bonus track, entre eles, “Dezembros”, parceria de Fagner com Zeca Baleiro e Fausto Nilo, apresenta composições de Fagner com diversos parceiros, entre eles, Francisco Carvalho, “Bicho homem” entre outros, Abel Silva, “Ressureição”, Capinan, “Nome de estrela” e Nonato Luiz e Paulinho Tapajós na música título do disco. Foi lançado ainda o pacote de 12 CDs reunindo gravações suas entre 1973 e 1985 numa compilação do produtor Marcelo Fróes lançado pela Sony Music. Em 2005, foi indicado para o Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Música Romântica, com o disco Donos do Brasil, concorrendo com Roberta Miranda (Alma Sertaneja), Roberto Carlos (Pra Sempre Ao Vivo No Pacaembu), Leonardo (Leonardo Canta Grandes Sucessos) e Alexandre Pires (Alto Falante). Teve a sua música “Jardim dos animais” (c/ Fausto Nilo) gravada nos CDs “Targino Gondim – Ao vivo” e “Forró pra todo lado”, lançados em 2004 e 2006, respectivamente, pelo cantor e sanfoneiro Targino Gondin. Ainda em 2005, teve participação especial no DVD, gravado ao vivo, do cantor e compositor Jorge de Altinho, na faixa “Petrolina”, de Ricardo Reias e Léo Jr. Em 2007, lançou o CD “Fortaleza”, pela Som Livre. O disco contou com participações especiais de Zeca Baleiro, na música “Colando a boca no teu rosto”, de Capinan e Mirabô; e Jorge Vercilo em Paulo Façanha em “Fácil de entender”, composta por Jorge Vercilo. No mesmo ano, a música “Outra era”, uma parceria sua com Zeca Baleiro, foi gravada por Chico Salles, no CD “Tá no sangue e no suor”. Em 2009, lançou o CD “Uma canção no rádio”, pela som livre. O álbum, que lançou um repertório inédito, contou, assim como o anterior, com participações especiais em duas músicas: Gabriel O Pensador, em música “Martelo”; e Zeca Baleiro, na música que dá nome ao disco. Em 2011, foi convidado especial do programa de auditório “Agora no ar”, apresentado pelo produtor e pesquisador Ricardo Cravo Albin, na rádio Roquette Pinto FM, do Rio de Janeiro. No programa, gravado ao vivo, Fagner falou sobre momentos marcantes de sua carreira, bem como de seus projetos, além de interpretar vários sucessos. Desde 2000, o cantor trabalha à frente da FRFagner (Fundação Raimundo Fagner), crianda por ele próprio. Com objetivos sociais e atuação em diversas frentes, como a criação de condições e oportunidades para que crianças e adolescentes atendidas nas cidades de Fortaleza e Orós (Ceará) possam desenvolver seu potencial como pessoas, cidadãos e futuros profissionais. Tendo a arte como centralidade no processo educativo, a Fundação iniciou suas atividades na cidade de Orós em parceria com a Fundação Banco do Brasil/Programa AABB Comunidade. A partir de outubro de 2003, com a conquista de novos parceiros financiadores, ampliou suas atividades para bairros da periferia de Fortaleza, passando a o atender a um público formado por crianças e adolescentes na faixa etária de 7 – 17 anos de idade, matriculadas na rede pública de ensino. No reveillon de 2012, foi uma das atrações da festa da virada de ano em Fortaleza (CE), ao lado de artistas como Titãs, Ivete Sangalo e os sanfoneiros Italo e Renno. Em 2012 realizou participação especial no DVD “Janelas do Brasil – ao vivo”, da cantora Amelinha. No álbum, gravado ao vivo no Rio de Janeiro e produzido por Thiago Marques, formou trio com Zeca Baleiro e a própria Amelinha para cantar a música “Flor da paisagem”. Na mesma época, estava em fase final de elaboração de um disco em parceria com Zé Ramalho. No mesmo ano, produziu o disco “Luiz Gonzaga – Baião de dois”, lançado pela Sony Music, em homenagem ao centenário do nascimento do Rei do baião. O disco apresentou quinze obras interpretadas por Luiz Gonzaga, remasterizadas digitalmente, em duetos virtuais com nomes como, além do próprio Fagner, que cantou “Asa Branca”, Zélia Duncan, Amelinha, Zeca Pagodinho, Alcione, Dominguinhos, Chico César, Zeca Baleiro, Ivete Sangalo e Jorge de Altinho. Ainda em 2012, participou do disco “Luas do Gonzaga”, produzido por Gereba, e que trouxe letras inéditas de artistas como Gilberto Gil, Abel Silva, Fernando Brant e Zeca Baleiro para choros e valsas que Luiz Gonzaga havia composto nos anos 1940. No CD, interpretou a faixa “Numa serenata”, de Luiz Gonzaga e Carlos Pitta. Em 2014, lançou um novo disco, pela Sony Music, “Pássaros urbanos”, trazendo parcerias com o velho colega Fausto Nilo, como “Balada fingida”; a composição de Belchior “Paralelas”, inédita na voz de Fagner; novas músicas de Michael Sullivan; além de duas composições de Zeca Baleiro, “Toda luz” e “Samba nordestino”, faixa em que o mesmo Zeca teve participação especial. Em 2014, estabeleceu uma parceria com Zé Ramalho e gravou o DVD “Fagner e Zé Ramalho ao vivo”, pela Sony Music. O disco, gravado ao vivo no Teatro Net Rio, no Rio de Janeiro (RJ), passeou pelo repertório de sucesso de ambos, com músicas como “Dois Querer”, “Asa Partida”, “Pelo Vinho E Pelo Pão”, “Mucuripe”, “Noturno (Coração Alado)”, “Jura Secreta” e “Fanatismo”, sucessos com Fagner, e “Chão De Giz, “Romance No Deserto”, “A Terceira Lâmina”, “Garoto De Aluguel”, “Kamikaze”, “Pedras Que Cantam” e “Admirável Gado Novo”, sucessos com Zé Ramalho. Em 2015, concedeu entrevista especial no programa “Sarau”, da Globo News, apresentado por Chico Pinheiro. Na ocasião, contou histórias, relembrou o início de sua carreira, e falou sobre a importância para ela da música “Mucuripe”, que o revelou como compositor.
Em 2018, realizou participação especial no DVD “Daquele jeito”, o primeiro da carreira da cantora e compositora Anastácia, lançado pela Atração Fonográfica, e indicado ao prêmio Grammy Latino na categoria “Melhor álbum de música de raízes em língua portuguesa”, interpretando a música “O Sertão Te Espera”.
Na virada de 2019 para 2020, foi uma das principais atrações da festa de ano novo realizada no Polo Acaiaca, em Recife (PE).
Em outubro de 2022, Fagner lançou, pela Universal Music, o álbum “Meu Parceiro Belchior”. O trabalho incluiu duas músicas inéditas e participações de Amelinha, Frejat, Xand Avião e um dueto virtual “post-morten”entre o cantor e Belchior. O álbum celebrou o 73º aniversário de Fagner e a amizade e parceria com Belchior, falecido em 2017. O trabalho, gravado entre fevereiro e abril com produção musical e arranjos de Robertinho de Recife e teve em seu repertório as canções . “A Palo Seco”, “Posto Em Sossego”, “Na Hora Do Almoço”, “Galos, Noites E Quintais”, “Alazão”, “Moto 1”, “Bolero Em Português” (com participação de Amelinha), “Contra-mão” (com participação de Frejat), “Paralelas” (Ao Vivo No Rio De Janeiro / 2022), “Mucuripe” (Ao Vivo No Rio De Janeiro / 2022), “Noves Fora” (com participação de Xand Avião) e Romanza.“Alazão” – uma parceria de Fagner, Belchior e Fausto Nilo – e “Posto em Sossego” são duas canções inéditas encontradas em 2021 em registros da censura da ditadura militar (1964-1985) e encaminhadas a Fagner pelo pesquisador Marcelo Fróes. “Bolero em português” foi dedicado pelos compositores à cantora Angela Maria e teve a participação de Ney Marques no violão. “Na hora do almoço” foi composta apenas por Belchior e era inédita na voz de Fagner. “A Palo Seco” já havia sido gravada por Fagner no segundo álbum do cantor, “Ave Noturna”, e teve a voz de Belchior – editada a partir da gravação do álbum dele “Alucinação”, – colocada em dueto com Fagner. “Galos, noites e quintais” era mais uma inédita na voz de Fagner. Além de Frejat, “Contramão” teve a participação dos músicos Alexandre Kassin (baixo), Marcelo Costa (bateria e percussão) e Humberto Barros (teclados). Na gravação original, em 1985, esta canção teve a participação de Cazuza. Gravada originalmente em 1972 por Wilson Simonal, “Noves fora” teve arranjos e teclados de Emanuel Dias e a sanfona de Nonato Dias. “Romanza”, que já foi gravada nos álbuns “Orós” (1977) e “Canta en Español”, tem os músicos e irmãos Arthur Monticelli (guitarra), Bruno Monticelli (bateria) e Vitor Monticelli (baixo).
Em 2022 lançou pela Kuarup, com Renato Teixeira, o álbum “Naturezas”, com oito canções da dupla, sendo seis delas parcerias inéditas. As músicas gravadas foram “Tocando em Frente”, “Mucuripe”, “Arte e Poesia”, “Eu Só Quero Ser Feliz”(parceria da dupla com Antônio Adolfo), “Juro Procê”, “Eu Comigo Mesmo”, “Para o Nosso Amor Amém”, “Linda de Mansinho”, “Rastros da Paixão” e “Aqui é Ceará”. Os músicos de apoio foram Natan Marques (guitarra e violão de 12), Maurício Novaes (teclados, violão, violão de 12 e vocal), Cainã Cavalcante (violão), João Cristal (piano), Wilson Levy (contrabaixo) e Maguinho Alcântara (bateria). Os arranjos foram de Natan Marques, Maurício Novaes e Cainã Cavalcante. Em Tocando em Frente” e “Para o Nosso Amor Amém”, teve a participação especial de Almir Sater.
Em 2024 lançou, pela Kuarup, o segundo álbum de parcerias com Renato Teixeira denominado “Destinos”. Foram gravadas as músicas “Romaria (Renato Teixeira), “Travesseiro e cafuné”(com participação do filho de Renato Teixeira, Chico Teixeira); “Blues 73”(com a participação de Evandro Mesquita), “Magia e Precisão”(com a participação de Isabel Teixeira, filha de Renato Teixeira), “Quando for amor”(com as participações de Roberta Campos e Maurício Novaes); “Arde mas cura”(com a participação de Roberta Spindel) e “O prazer de lembrar é bom”(com a participação de Zeca Baleiro), “Dominguinhos”, “Amor, amar” e “Linda flor da madrugada”(Capiba).
Com Renato Teixeira
Com Elba Ramalho.
Ao vivo em Brasília, 2002.
Ao Vivo na TV Cultura
Série "Mega Hits".
Série "Seleção Essencial".
Série "A arte de"
Série "20 Super Sucessos".
Série "Maxximum".
Série "20 Super Sucessos".
Com Elba Ramalho, Zé Ramalho e Amelinha.
Série "Perfil )".
Série "2 Ases".
Participação de Michael Sullivan, Chico Buarque, Roberta Miranda, Gonzaguinha, Miranês, Luiz Gonzaga, Elba Ramalho, Joanna, Roupa Nova, Carlinhos Vergueiro, Nelson Gonçalves, Guilherme de Brito, Chitãozinho & Xororó e Farofa Carioca.
Ao vivo
Série "RCA 100 anos de música"
Série "Enciclopédia Musical Brasileira".
Série "Eu só quero um forró".
Série "XXI - Vinteum: 21 Grandes Sucessos".
Série "O Melhor De 2".
Série "Brilhantes".
Série "Focus".
Série "O melhor de"
Coletânea de músicas nordestinas.
Participaçaõ de Marinês e Luiz Gonzaga
Série "Brilhantes".
Série "Brasil Popular".
Série "Presença de".
Disco gravado no Brasil com o objetivo de angariar fundos para a população carente do Nordeste do país. Participação de Aizik, Alceu Valença, Alcione, Amelinha, Antônio Carlos, Baby Consuelo, Bebeto, Belchior, Beth Carvalho, Bussler, Caetano Veloso, Camarão, Carlinhos Vergueiro, Carlão, Celso Fonseca, Charlot, Chico Buarque, Cláudio Nucci, Cristina, Cristovam Bastos, Dadi, Daltro de Almeida, Dinorah (as gatas), Djavan, Dorinha Tapajós, Dori Caymmi, Ednardo, Edu, Edu Lobo, Eduardo Dusek, Elba Ramalho, Elifas Andreato, Elizeth Cardoso, Elza Soares, Emilinha Borba, Eunydice, Erasmo Carlos, Fafá de Belém, Faini, Fátima Guedes, Fernando Brant, Gal Costa, Geraldo Azevedo, Gereba, Gilberto Gil, Golden Boys, Gonzaguinha, Guilherme Arantes, Ivan Lins, Jamil, Jaques Morelenbaum, Joanna, João Mário Linhares, João do Vale, José Luiz, Joyce, Kleiton & Kledir, Kid Abelha, Kid Vinil, Lana, Leoni, Leo Jaime, Lúcio Alves, Luiz Avellar, Luiz Carlos, Luiz Carlos da Vila, Luiz Duarte, Luiz Gonzaga, Luiz Melodia, Lulu Santos, Malard, Manassés, Maria Bethânia, Marina Lima, Marlene, Martinho da Vila, Marçal, Maurício Tapajós, Mauro Duarte, Mazola, Miguel Denilson, Mirabô, Milton Banana, Milton Nascimento, Milton Araújo, Miúcha, Moraes Moreira, MPB4, Nara Leão, Olivia Byington, Olívia Hime, O Quarteto, Paulinho da Viola, Patativa do Assaré, Pareschi, Penteado, Perrotta, Perrottão, Pepeu Gomes, Raphael Rabello, Reinaldo Arias, Ricardo Magno, Rita Lee, Roberto de Carvalho, Roberto Carlos, Roberto Ribeiro, Roberto Teixeira, Rosane Guedes, Roger, Rosemary, Rubão, Sandra de Sá, Sérgio Ricardo, Simone, Sílvio César, Sueli Costa, Stephani, Tânia Alves, Tavito, Teo Lima, Telma, Telma Costa, Terezinha de Jesus, Tim Maia, Tom Jobim, Tunai, Verônica Sabino, Vilma Nascimento, Virgílio, Yura, Wagner Tiso, Walter, Zenilda, Zé da Flauta, Zé Ramalho, Zé Renato e Zizi Possi.
Série " História da MPB"
Com Rafael Alberti, Paco De Lucia e Mercedes Sosa.
Com Zico.
Com Ednardo E O Pessoal Do Ceará, Belchior, Ney Matogrosso.
EP.
Com Jeanne Moreau e Chico Buarque.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: Edições Baleia Azul, 2009. 2ª ed. Esteio Editora, 2011.3ª ed. EAS Editora, 2014.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.
ECHEVERRIA, Regina. Raimundo Fagner – Quem me levará sou eu. Agir: Rio de Janeiro, 2019.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A Canção no Tempo. Volume 2. São Paulo: Editora 34, 1998.