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Nome Artístico
Elisa Lucinda
Nome verdadeiro
Elisa Lucinda Campos Gomes
Data de nascimento
2/2/1958
Local de nascimento
Vitória, ES
Dados biográficos

Poeta. Atriz. Letrista. Cantora. Romancista.

No início dos anos de 1970, em sua cidade natal, Vitória, fez o curso de interpretação teatral da poesia com Maria Filina.

Cursou Comunicação Social na Universidade Federal do Espírito Santo, formando-se em Jornalismo na década de 1980.

Trabalhou como professora primária e universitária.

Em 1986, transferiu-se para o Rio de Janeiro, ingressando na CAL (Casa de Artes de Laranjeiras), onde cursou interpretação teatral. No ano seguinte, trabalhou no filme “Referência”, de Ricardo Branco. Três anos depois, em 1989, no Teatro Villa-Lobos, atuou no musical “Rosa – Um musical brasileiro”, de Domingos de Oliveira e Joaquim Assis. Neste mesmo ano, participou da novela “Kananga do Japão”, de Tizuka Yamazaki, na TV Manchete do Rio de Janeiro. Ainda neste ano de 1989, ganhou o” Prêmio de Atriz Revelação” no “Festival de Cinema Brasileiro”, “Troféu Candango”, em Brasília.

No ano de 1990 atuou na minissérie “A escrava Anastácia”, dirigida por Henrique Martins, na TV Manchete de São Paulo. Neste mesmo ano, ganhou o “Prêmio de Melhor Atriz” no “Rio Cine Festival”. No ano seguinte, em 1991, participou da peça “Bukowski – Bicho solto no mundo”, adaptação de Domingos de Oliveira e Taciana Studart, e atuou no filme “A causa secreta”, de Sérgio Bianchi. Ainda em 1991, escreveu com Maurício Abud e Walney Costa a peça “60 e over”, cujo elenco contou com Felipe Camargo e Vera Barreto.

Em 1992 participou do filme italiano, rodado no Brasil, “Butterfly”, de Toni Cervi. Neste mesmo ano, escreveu a peça “A lua que menstrua”, com direção de Ana Kfouri, com textos de Elisa Lucinda, Clarice Lispector e Adélia Prado. No ano seguinte, escreveu a peça “Deus”, que estava sendo ensaiada com Grande Otelo no papel principal e não chegou a ser encenada, em decorrência da morte do ator.

No cinema atuou como protagonista, ao lado de Zezé Polessa, do filme “Alegres comadres”.

Coordenou no Rio de Janeiro a Escola Lucinda de Poesia Viva, na qual ensina interpretação teatral de poesia.

Apresentou-se em recitais na cidade de Barcelona, na Espanha.

Em 2003 interpretou a cantora Pérola na novela “Mulheres apaxonadas”, da Rede Globo.

Em 2016, ao lado de Martinho da Vila, Maíra Freitas, Lucinda, Zezé Motta, Maria Ceiça, Dani Ornellas, Ju Colombo, Maria Gal, Flávia Oliveira e Wagner Cinelli, particpou da 4ª edição do projeto “Ocupação Poética”, coordenado pelo poeta e jornalista Paulo Sabino. Neste mesmo ano participou de um sarau com o poeta inglês Lemn Sissay pela FLIP (Feira Literária de Paraty). Ainda em 2016 lançou o primeiro romance intitulado “Fernando Pessoa: Cavaleiro de Nada”, sobre o qual Mia Couto (pseudônimo de António Emílio Leite Couto – escritor moçambicano) escreveu:

 

“Conheço, enfim, quem tenha querido escrever como Pessoa. Mas não conheço quem quisesse sendo Pessoa. Elisa Lucinda não apenas quis: ela fez.”

 

O livro foi lançado no teatro do Centro Cultural Cândido Mendes, em Ipanema, durante a 6ª edição do projeto “Ocupação Poética”, coordenado pelo poeta e jornalista Paulo Sabino. Além da sessão de autógrafos, a escritora recebeu convidados especiais, entre os quais, o cantor e compositor Moraes Moreira, e atriz Dani Ornellas.

Em 2019 fez temporada com o texto autoral “Parem de falar mal da rotina” no Teatro João Caetano, na Praça Tiradentes, Centro do Rio de Janeiro. O monólogo, em 17 anos, percorreu diversos palcos no Brasil e no exterior.

Em 2021 lançou o livro de poemas “Diário do Vento”, com fotos de Vitor Nogueira, inaugurando o selo Casa Poema em parceria com a Editora UFES (Universidade Federal do Espírito Santo).

Lançou, em 2015, o seu primeiro romance intitulado Fernando Pessoa, o Cavaleiro do Nada”, uma autobiografia do poeta português, finalista no “Prêmio São Paulo de Literatura 2015”. Posteriormente, lançou o livro de poemas “Vozes Guardadas” e, pela Editora Malê, seu décimo sétimo livro, o volume “O Livro do Avesso, o Pensamento de Edite”.

No ano de 2019, participou da antologia poética “Amor e outras revoluções – Grupo Negrícia”, organizada pelo poeta Éle Semog para a Editora Malê. Do volume também participaram os autores Salgado Maranhão, Éle Semog, Conceição Evaristo, Hélio de Assis e Luís Turiba, entre outros.

Dados artísticos

Em 1987 fez o espetáculo de poesia “Pode café”, no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Dois anos depois, em 1989, montou o espetáculo, também de poesia, “Há uma da madrugada”, no Teatro do Hotel Meridien, no Rio de Janeiro, apresentando também este espetáculo em Lisboa, Portugal.

Montou inúmeros espetáculos solo, shows, recitais e pockets shows com música e poesia em diversas casas noturnas e teatros por todo o Brasil.

Em 1993 lançou o livro de poemas “Aviso da lua que menstrua” e, no ano seguinte, em 1994, pela Massao Ohno Editor, o livro “O semelhante”, que transformou em espetáculo e percorreu várias capitais brasileiras. No ano de 1997, lançou o CD “O semelhante”. No disco, interpretou vários de seus poemas e ainda contou com as participações especiais de Miguel Falabela, Mauro Salles, Paulo José, Zezé Polessa, Juliano Gomes e Leandro Braga.

No ano de 1999, sua composição “Alma-te boca” foi incluída no disco “Estrada”, Bete Calligaris, lançado pelo selo Geléia Geral. No ano seguinte, em 2000, atuou ao lado de Zezé Polessa, Kakau Gomes, Sheila Mattos e Tuca Andrada, no musical “Crioula”, de Stella Miranda. O musical, que estreou no Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil, contou a vida de Elza Soares. Participou, ao lado de João Ubaldo Ribeiro, Marco Lucchesi e Anibal Bragança, do Seminário “A Cara do Livro – Poética do texto e produção musical”, realizado em outubro deste mesmo ano no Teatro da UFF, em Niterói. No ano posterior, em 2001, lançou o disco “Euteamo e suas estreias”, que contou com a participação de Marília Pêra interpretando “LilithBalangandã” e “Saga de amor e sorte”. Ainda em 2001, Kátia Rocha interpretou “Central Park”, parceria de ambas incluída no disco, “Brasileira”, e no qual a faixa-título foi de sua autoria em parceria com Leandro Braga, ataundo como vocalista em algumas faixas do disco.

No ano de 2002 apresentou o show “Pare de falar mal da rotina”, no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, ao lado de Chico Buarque, Abel Silva, Antônio Cícero, Paulinho Lima, Ana Terra, Alcione, Leila Coelho Frota, Adélia Prado, Afonso Romano de SantAnna, Ritchie, Ronaldo Bastos, Fernando Brant, Gabriel, O Pensador, José Carlos Capinam e Murilo Antunes, entre outros, em um total de 149 pessoas, participou da caixa com quatro CDs em homenagem ao poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade. O trabalho, intitulado “Reunião – O Brasil dizendo Drummond”, foi lançado pelo selo Luz da Cidade. Ainda em 2002 escreveu a peça “Te pego às nove – uma tragicomédia da espera”.

Em 2003 apresentou o espetáculo “A língua do amor” no Ballroom e participou como atriz na novela “Mulheres apaixonada”, da Rede Globo e a ainda da da segunda trilha sonora desta mesma novela, na qual interpretou “Alguém como tu” (antigo sucesso do cantor Dick Farney). Apresentou o espetáculo “Parem de falar mal da rotina” na Casa do Riso, no Leblon, no Rio de Janeiro. Sua composição “Amor, cuidado”, em parceria com Wagner Tiso, foi gravada em coro por um rol de artistas que incluiu Chico Buarque, Wagner Tiso e Luiz Melodia, entre outros, em favor da campanha contra a AIDS no Brasil. No ano posterior, em 2004, apresentou o espetáculo “Parem de falar mal da rotina”, um monólogo em castelhano, no Teatro do Acesso do “Forum Barcelona 2004”, com grande participação da plateia. Apresentou na TVE, do Rio de Janeiro, um especial sobre a cidade de Vitória, no qual contou detalhes de sua vida. Neste mesmo ano, ao lado do Farofa Carioca, Eletrosamba, Da Gama (Cidade Negra) e Torquato Mariano, apresentou-se com o grupo capixaba Maninal, no Ballroom, no Rio de Janeiro. Fez participação especial no disco da cantora capixaba Kátia Rocha, no qual interpretou em dueto a faixa “Espírito santinho”, parceria com Leandro Braga. Em novembro deste mesmo ano, apresentou, ao lado de Tony Garrido, o lançamento do Selo Sesc-Rio em show no Canecão, que reuniu Ney Matogrosso e Pedro Luís e A Parede, Luana Cozzetti, André Gabeh, Vander Lee, Carlos Malta, Paulo Moura, Eliana Printes, Jussara Silveira, Preta Gil, Luciana Mello, entre outros. Ainda em 2004 sua parceria com Augusto Martins “No meio da banda”, deu título ao disco do cantor.

No ano de 2005 escreveu e dirigiu o espetáculo poético “Amor, essa palavra de luxo”, apresentado pelo atores Nando Rodrigues e Geovana Pires no Conjunto Cultural da Caixa – Camarote das Artes, no Rio de Janeiro. Neste mesmo ano sua composição “Coisa mais linda mais cheia de graça” (c/ Moacyr Luz) foi incluída no disco “A sedução carioca do poeta brasileiro”, de Moacyr Luz e grupo Água de Moringa. Ainda em 2005 Ana Carolina e Seu Jorge apresentaram-se em São Paulo. Os dois artistas interpretaram no espetáculo sucessos de suas respectivas carreiras, além duas composições, que musicaram em parceria: “Só de sacanagem” e “Alfredo é Gisele”, ambas com letras de Elisa Lucinda. O show foi gravado ao vivo para lançamento no DVD “Ana e Jorge”. No ano seguinte, em 2006, apresentou-se como cantora ao lado do cantor e compositor Marcos Lima no Centro Cultural Carioca. Neste mesmo ano trabalhou como atriz na novela “Páginas da vida”, de Manoel Carlos, na Rede Globo.

Em 2016 foi uma das atrações da FLIP (Feira Literária de Paraty), proferindo palalestras e ainda, fazendo performances de seus poemas. No ano seguinte, em 2017, a convite da ACL (Academia Carioca de Lertras), na ocasião presidida por Ricardo Cravo Albin e tendo como debatedor o professor e acadêmico Ivan Cavalcanti Proença, participou de palestra e mesa redonda sobre a obra e a vida da escritora Carolina Maria de Jesus, mediados pelos acadêmicos Marcus Vinicius Quiroga e Martinho da Vila. O evento fez parte do projeto “Fórum Carioca de Cultura – Mulheres na Literatura – Homenagem a Carolina Maria de Jesus”. A homenagem à Carolina acabou em grande debate, viralizado na internet, por conta, das opiniões contrárias dos debatedores. Enquanto Ivan Cavalcanti Proença entendia que a obra-prima da escritora, negra e favelada, não era literatura e sim denúncia social, Elisa Lucinda afirmou o oposto. E mais: a escritora seria forte vítima de preconceito tanto racial quanto social. Neste mesmo ano, de 2017, Zélia Duncan e Sandra de Sá compuseram a trilha sonora para a montagem de “L, o Musical”, apresentado no palco do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasi), no Rio de Janeiro, trabalho no qual atuou como atriz principal.

No ano de 2019, ao lado de Ana Maria Gonçalves, Fabiana Cozza, Leci Brandão, Conceição Evaristo e Marcelle Motta, participou do CD “Voz bandeira”, da cantora e compositora Marina Íris, declamando textos.

Discografias
2003 vários CD Mulheres apaixonadas

2ª trilha

2002 Selo Luz da Cidade CD Reunião - O Brasil dizendo Drummond

(vários)

2001 CD Euteamo e suas estréias
1997 Rob Digital CD O semelhante
Obras
Alfredo é Gisele (c/ Seu Jorge e Ana Carolina)
Alma-te boca
Amor, cuidado (c/ Wagner Tiso)
Brasileira (c/ Leandro Braga)
Central Park (c/ Kátia Rocha)
Coisa mais linda mais cheia de graça (c/ Moacyr Luz)
Espírito Santinho (c/ Leandro Braga)
LilithBalangandã
Meu par (c/ Tureko)
No meio da banda (c/ Augusto Martins)
Saga de amor e sorte
Só de sacanagem (c/ Seu Jorge e Ana Carolina)
Shows
A língua do amor. Ballroom, RJ.
Aviso da lua que me instrua. Ouro Preto, MG,
Dona da frase. Porto Alegre, RS.
Dona da frase. Salvador, BA.
Elisa Lucinda e Marcos Lima. Centro Cultural Carioca, RJ.
Grupo Manimal convida Elisa Lucinda. Ballrrom, RJ.
Há uma da madrugada. Lisboa, Portugal.
Há uma da madrugada. Teatro do Hotel Meridien, RJ.
Parem de falar mal da rotina. Casa do Riso. Leblon, RJ.
Parem de falar mal da rotina. Teatro Carlos Gomes, RJ.
Pode café. Circo Voador, RJ.
Projeto Razão de Ler. Recital e palestra. Casa de Cultura Nova Iguaçu. Nova Iguaçu, RJ.
Rodas de Leitura do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil), RJ.
Sósias dos sonhos. Teatro Crowne Plaza, SP.
Sósias dos sonhos. Teatro Rival, RJ.
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009. 3ª ed. EAS Editora, 2014.