
Cantor. Ator.
Começou a cantar ainda menino, no coro da igreja evangélica que freqüentava na sua cidade natal. Posteriormente mudou-se para a cidade de São Paulo, onde cantava nas ruas, especialmente na Rua Barão de Itapetininga, Centro, na hora do rush, para ganhar alguns trocados.
Ingressou no cenário artístico em 1983, quando participou da ópera-rock “Amapola”, de Miguel Briamonte, que viria, mais tarde, a assinar a direção musical de seus discos.
Em 1988, participou de outra ópera-rock, “Hair”, de Gerome Ragni, James Rado e Galt McDermot, com direção de Antônio Abujamra.
No ano seguinte, atuou no clássico de Molière, “O doente imaginário”, dirigido por Cacá Rosset, peça com a qual viajou pelos EUA, México, América Central e Europa.
Em 1990, iniciou sua carreira como cantor solista. Apresentou-se, nesse ano, na casa noturna Mistura Fina (RJ). O sucesso foi tão grande que várias gravadoras passaram a disputá-lo.
Com contrato assinado com a Sony Music, lançou, em 1992, o CD “Edson Cordeiro”, no qual interpretou músicas do repertório de Nina Hagen, Janis Joplin e Prince. O disco contou com a participação especial de Cássia Eller e de Marisol, cantora espanhola de flamenco.
Em 1994, gravou mais um CD, cujo maior destaque foi a sua interpretação para “Babalu”, sucesso na voz de Ângela Maria. Nesse ano e no seguinte, fez vários shows na Europa, com muito sucesso na Alemanha, onde chegou a impressionar a cantora Nina Hagen, que o convidou a participar de uma de suas apresentações.
Em 1996, lançou “Terceiro sinal”, disco eclético em que demonstrou toda a sua versatilidade. Nele interpretou “Bidu Saião e o canto de cristal”, samba-enredo da Beija-Flor, além de duas áreas de Haendel e “Super-homem, a canção”, de Gilberto Gil.
No ano seguinte, lançou o CD “Clubbing” e fez a turnê “Disco Clubbing”, show que correu pelo Brasil e rendeu um disco ao vivo que vendeu mais de 150 mil cópias. No disco e no show interpretou sucessos da era discothèque.
Lançou, em 1999, “Clubbing 2 – Mestre de Cerimônia”, com o mesmo tipo de repertório, interpretando canções lançadas por Donna Summer, Bee Gees, Santa Esmeralda, Gretchen, Tim Maia e As Frenéticas.
Por alcançar quatro oitavas na escala musical, é considerado um contratenor, isto é, voz masculina aguda, com o mesmo alcance do soprano feminino. Ainda em atividade, apresenta-se em shows pelo Brasil e no exterior.
Em 2001, lançou o CD “Dê-se ao luxo”, mantendo o estilo dance dos trabalhos anteriores. O disco contou com a participação de Ney Matogrosso, Rita Lee e DJ Patife.
Em 2003, fez show no Teatro Rival (RJ), dirigido por Flávio Marinho, com direção musical de Tuco Marcondes.
Lançou, em 2005, o CD “Contratenor”, interpretando árias de óperas barrocas escritas por Händel, Willibald von Gluck, Johann Hasse, Mozart, Vivaldi e Bach. O disco contou com a participação do pianista Antonio Vaz Lemes e da harpista Liúba Klevtsova.
Morando em Berlim desde 2008 ao lado do marido, o escritor de livros infantis Oliver Beaber, declarou que não pensava em voltar a morar no Brasil, mesmo tendo que vir ao país para cumprir sua agenda de shows.
Em 2018, encerrou, no Teatro Net Rio em Copacabana, sua turnê “Fado tropical”, iniciada em 2017. Ainda em 2018, após produzir cinco discos direcionados para o público europeu, lançou o primeiro single do álbum Bem na foto, a canção “Voz e Violão”. O lançamento marcou seu retorno ao mercado fonográfico brasileiro.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.