Compositor, crítico musical e produtor cultural
Um dos 10 filhos de Gertrudes Régis e Aldo Krieger, Iniciou estudos de violino com o pai aos sete anos. Nasceu em Brusque, Santa Catarina, a 17 de março de 1928. Iniciou aos sete anos estudos de violino com seu pai, Aldo Krieger.
Aos 14 anos deu um concerto em Florianópolis. A apresentação proporcionou uma bolsa de estudos do governo do estado para estudar no Rio de Janeiro.
Aos 15 entrou no Conservatório Brasileiro de Música, onde estudou com Hans-Joachim Koellreutter no curso livre de composição e teve aulas de violino com Edith Reis.
Quando Koellreutter saiu do Conservatório, continuou a estudar com ele composição, análise musical e história da música.
No decorrer dos anos 1980, recebeu o título de Cidadão Emérito do estado do Rio de Janeiro (1982), a Medalha Anita Garibaldi de Santa Catarina (1986) e o Prêmio Shell de Música (1987) entre outros.
Ocupava a cadeira 34 da Academia Brasileira de Música, que, na ocasião do falecimento do músico, divulgou a seguinte nota:
“Edino Krieger deixou-nos no início desta noite chuvosa e triste no Rio de Janeiro. A música brasileira de concerto despede-se de seu maior defensor, que dedicou a vida à composição, direção de instituições culturais, crítica musical, ações de formação, criação e coordenação de festivais dedicados à música contemporânea, entre outras iniciativas que fazem de Edino um personagem monumental e incontornável da cultura brasileira. Sua presença está marcada para sempre na história da música brasileira e instituições culturais do país”.
Integrou o Grupo Música Viva ao lado de Koellreutter, Claudio Santoro, Guerra-Peixe e Eunice Catunda.
Em 1944 compôs a primeira obra, uma Sonata para violino em estilo barroco que relembra Corelli.
Em 1945 recebeu o Prêmio Música Viva pela peça “Música 1945” para oboé, clarinete e fagote.
Em 1948 foi selecionado como bolsista do Departamento de Estado dos EUA, após indicação de Koellreutter concorrendo entre compositores com menos de 21 anos. Na banca examinadora, presidida por Aaron Copland, estavam Henry Cowell, Gilbert Chase e Carleton Sprague Smith. Inicialmente estudou no Berkshire Music Center de Massachussets
Enquanto estudava com Aron Copland e Darius Milhaud, participou do Festival de Verão de Tanglewood,
Também recebeu bolsa para estudar composição por um ano na Juilliard School of Music de Nova York, com Peter Mennin. Não deixou de estudar violino, instrumento que tocou na Mozart Orchestra de Nova York.
Representou a Juilliard no Simpósio de Compositores dos Estados Unidos e Canadá realizado em Boston, na qual teve executada sua obra “Música de Câmara para flauta, trompete, violino e tímpanos”.
Em 1949 voltou ao Brasil.
Em 1950 trabalhou com Koellreutter na organização do I Curso de Férias de Teresópolis. Também trabalhou com terapia musical no Hospital do Engenho de Dentro. Ainda no mesmo ano tornou-se colaborador da Rádio MEC, da Rádio Roquette Pinto e crítico musical do jornal Tribuna da Imprensa.
Em 1955 recebeu bolsa do British Council para aperfeiçoamento em composição em Londres. Participando da delegação brasileira para o Festival da Juventude em Varsóvia, ganhou lá o Prêmio Internacional da Paz.
Em 1956, em Londres, estudou composição com Lennox Berkeley e trabalhou para a Rádio BBC em programas sobre compositores britânicos contemporâneos. Os programas transmitidos para o Brasil. Quando retornou ao Brasil, voltou a trabalhar na Radio MEC como diretor musical. Também se tornou regente assistente da Orquestra Sinfônica Nacional.
Em 1959 conquistou o primeiro prêmio I Concurso Nacional de Composição do Ministério da Educação. A obra premiada foi “Divertimento para Cordas”. No mesmo ano recebeu a Medalha de Honra do Cinqüentenário do Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Em 1961 ganhou o Prêmio Nacional do Disco com a composição “Quarteto de Cordas nº 1”. No mesmo ano compôs a trilha do filme “Bruma Seca”, de Mário Brasini e Mário Civelli.
Em 1965 estreou as “Variações Elementares” no III Festival Interamericano de Música de Washington.
Em 1966 teve o “Ludus Symphonicus” executado pela primeira vez com a Orquestra de Filadélfia no III Festival de Música de Caracas, Venezuela.
Em 1968 recebeu o Troféu Golfinho de Ouro pelo conjunto da obra. No mesmo ano compôs a obra “Convergências”.
Em 1969 e 1970 organizou e dirigiu os Festivais de Música da Guanabara.
Ainda em 1970 fez a trilha de “O Meu Pé de Laranja Lima”, dirigido por Aurélio Teixeira.
Em 1972 compôs “Canticum Naturale”, para soprano e orquestra.
Em 1974 compôs a obra para violão solo “Ritmata”.
Em 1975 lançou a composição – em um sistema de serialismo vertical – “Estro Armonico”.
Em 1976 foi indicado Diretor Artístico da Fundação de Teatros do Rio de Janeiro (FUNTERJ). No cargo, organizou a temporada de reabertura do Teatro Municipal e o Centro de Produções Teatrais de Inhaúma.
Em 1979 criou o Projeto Memória Musical Brasileira no Instituto Nacional de Arte.
Em 1981 compôs “Sonâncias I para violino e dois pianos”. No mesmo ano começou a dirigir o Instituto Nacional de Música da Funarte, no qual ficou até 1989.
Em 1989 compôs o “Romance de Santa Cecília”, para narrador, soprano, coro infantil e orquestra, em três movimentos. Ainda em 1989 começou a presidir a Funarte, cargo onde ficou até o ano seguinte.
Em 1994 fez o “Concerto para dois violões e cordas”.
Em 1997 fez o “Te Deum puerorum Brasiliae”, composto para a visita do Papa ao Rio de Janeiro, com sistemas modais decantos gregorianos, regionalistas e indígenas, e “Terra Brasilis”, por encomenda do Ministério da Cultura para os 500 anos do descobrimento do Brasil.
Entre 2003 a 2006 exerceu a Presidência da Fundação Museu da Imagem e do Som do Rio de Janeiro. Foi também presidente da Academia Brasileira de Música eleito por unanimidade.
No decorrer da carreira, transitou entre o barroco da primeira peça, em 1944, o impressionismo e o dodecafonismo. Compôs obras para orquestra sinfônica e de câmara, oratórios, música de câmara, vozes em coro e solistas, assim como instrumentos. Também fez trilhas para teatro e cinema.
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