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Nome Artístico
Dilu Melo
Nome verdadeiro
Maria de Lourdes Argollo Oliver
Data de nascimento
25/9/1913
Local de nascimento
Viena, MA
Data de morte
27/4/2000
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Cantora. Compositora. Instrumentista.

Começou a estudar música e violino aos cinco anos de idade. Aos nove anos, iniciou seu aprendizado de violão com sua mãe D. Nenê e de piano com Elizéne DAmbrósio. Lecionou dicção, empostação, danças folclóricas e história da música. Escreveu peças infantis.

Dados artísticos

Aos 10 anos, compôs sua primeira obra, uma valsinha. Com 13 anos tirou diploma no Conservatório de Música de Porto Alegre, recebendo medalha de ouro pela impressionante técnica demonstrada em tão pouca idade. Na mesma época, realizou concerto no Teatro Colon, na Argentina, juntamente com o também precoce pianista Angelito Martinez. Recebeu um prêmio do governo argentino para viajar por toda a Argentina, divulgando seu talento e o de Angelito Martinez. Tocou também no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, árias das óperas “Bohéme” e “Vida de Jesus”.

Em 1930, aos 17 anos terminou os estudos de canto lírico. Apaixonada pela música dos tropeiros do sul, abandonou à música clássica e passou a dedicar-se a música regional gaúcha e de países vizinhos. Naquele período, a família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi ouvida cantando e tocando violão numa festa pelo maestro Martinez, que impressionado com seu talento, a levou para tocar na Rádio Cruzeiro do Sul. Ouvida em São Paulo, foi convidada para apresentar-se na Rádio Kosmos, recebendo em seguida, convite para gravar um disco. Seu primeiro disco foi gravado em 1938, e continha “Engenho dágua” (“Cena brasileira”), de sua autoria e Santos Meira e “Coco babaçu”, de sua autoria. O Departamento de Imprensa e Progaganda (DIP), do Estado Novo contratou-a para percorrer o Brasil divulgando a música brasileira. Viajou também pela Argentina divulgando a música do Brasil. Morou dois anos no país vizinho.

Em 1944, gravou seu segundo disco, acompanhada de Antenógenes Silva ao acordeom, com o calango “Cesário” e o xote “Planta milho”. Ainda naquele ano, gravou novo disco onde apareceram o coco “Sapo cururu”, de sua autoria e o xote “Fiz a cama na varanda”, em parceria com Ovídeo Chaves. “Fiz a cama na varanda” acabaria se tornando um clássico da Música Popular Brasileira, tendo sido regravada diversas vezes, entre outros, por Inezita Barroso, Dóris Monteiro, Nara Leão, Cantores de Ébano e a orquestra de Radamés Gnattali, além de ter recebido uma versão na França.

Foi contratada pela Rádio Nacional e atuou no Cassino Atlântico. Ao longo dos anos 1940, realizou outras gravações tais como “Menino dos olhos tristes”, xote, em parceria com Ovídeo Chaves, a valsa “Lá na serra”, de Capiba e a valsa “Tempinho bom”, de sua autoria. Em 1947, os Trigêmeos Vocalistas gravaram “Meu cavalo trotador”, de sua autoria. Em 1949, a cantora Marlene gravou o jongo “Conceição da praia”.

Em 1958, gravou de Altamiro Carrilho e Armando Nunes, o xote “Nos velhos tempos”. Por influência de Antenógenes Silva, começou a tocar acordeom recebendo da imprensa a denominação de “Rainha do Acordeom”. Autora de 104 músicas, entre as quais o “Hino do Maranhão”. Entre seus intérpretes estão Ademilde Fonseca, Amália Rodrigues, Carmen Costa, Nara Leão, Fagner, Clara Nunes e Dóris Monteiro. Desde 1966 era filiada à SBAT, Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Dentre os LPs que lançou destacam-se “Quadros brasileiros”, lançado pela Odeon e “Diluindo-se em melodias”, pela gravadora SOM.

Discografias
[S/D] SOM LP Diluindo-se em melodias
[S/D] Discobrás 78 Festa de luz/Fiz a cama na varanda
[S/D] SOM 78 Um amor em cada porto/Adeus à sanfona
S/D Odeon 33/10 pol. Quadros brasileiros
1996 Revivendo CD Marlene, meu bem
1994 Revivendo CD Músicas brasileiras vol 3
1962 Continental 78 Harpa guarani/Canção de ninar meu bem
1958 Copacabana 78 Nos velhos tempos/Sou eu
1956 Odeon 78 Changa, changô/Navio gaiola (cena do Amazonas)
1955 Odeon LP Quadros brasileiros
1955 Continental 78 Sereno/Fiz a cama na varanda
1954 Continental 78 Sans souci/Os 10 mandamentos do sanfoneiro
1952 Star 78 Carta a Papai Noel/Tempinho bom
1952 Continental 78 Maravia/Tudo é verdade
1952 Continental 78 Rendinha de algodão/Meia canha
1950 Continental 78 Recordando os pagos/As coisas erradas do mundo
1949 Continental 78 Lá na serra/Qual o valor da sanfona
1945 Odeon 78 Cesário/Planta milho
1945 Continental 78 Menino dos olhos tristes/Coisas do Rio Grande
1944 Continental 78 Fiz a cama na varanda/Sapo cururu
1938 Columbia 78 Engenho d'água/Coco babaçu
Obras
Adeus à sanfona c/ Celso Guimarães Filho
As coisas erradas do mundo (c/ Mardoréo Nacre)
Coco babaçu
Coisas do Rio Grande
Conceição da praia (c/ Oldemar Magalhães)
Engenho d'água (c/ Santos Meira)
Fiz a cama na varanda (c/ Ovídeo Chaves)
Harpa guarani (c/ Latini)
Maravia (c/ Jairo José)
Meia canha (c/ Ovídeo Chaves)
Menino dos olhos tristes (c/ Ovídeo Chaves)
Meu barraco
Meu cavalo trotador (c/ Ademar Pimenta)
Qual o valor da sanfona
Recordando os pagos (c/ Zélia Majessi)
Rendinha de algodão
Rolete de cana (c/ Osvaldo Santiago)
Sapo cururu
Saudades do Maranhão
Tempinho bom
Tudo é verdade (c/ Nestor de Holanda)
Um amor em cada porto (c/ Celso Guimarães Filho)
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da Música Popular. Edição do autor. Rio de Janeiro, 1965.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.