
Humorista. Ator. Escritor. Compositor. Cantor. Um dos mais importantes comediantes brasileiros com uma longa carreira de mais de 65 anos no nádio, televisão, teatro e cinema. Criou mais de 200 personagens. Faleceu aos 80 anos depois de ter ficado internado por três meses no Hospital Samaritano no Rio de Janeiro.
Começou sua carreira artística no Rio de Janeiro como redator e ator de programas humorísticos na Rádio Mayrink Veiga. Paralelamente, escreveu letras de músicas, como “A fia de Chico Brito”, gravada por Dolores Duran no LP “Estrada da Saudade”, lançado pela Copacabana. A cantora ainda gravou no LP “Esse Norte é minha sorte” as canções “Não se avexe não” e “Tá nacendo fio”, ambas compostas por ele em parceria com Haydée Paula, e “Zéfa Cangaceira”. Em 1954 teve a marcha “Guarda chuva de pobre”, parceria com Rubens Silva e Raul Sampaio gravada com sucesso pelos Vocalistas Tropicais na Continental. Essa marcha foi escolhida no ano seguinte por um juri reunido no Teatro João Caetano como uma das dez marchas mais populares do carnaval de 1955.
Em 1960 gravou pela Todamérica as marchas “Não sou de nada” e “Eu sou durão”, ambas de Bruno Marnet e Mário Lago. Em 1965 compôs com João Roberto Kelly a marcha rancho “Rancho da Praça Onze”, gravada por Dalva de Oliveira e que foi um dos grandes sucessos daquele ano. Em 1968, foi classificado em terceiro lugar pelo júri popular do IV Festival de Música Brasileira, promovido pela TV Record de São Paulo, com a música “A família”, composta em parceria com Ari Toledo e defendida por Jair Rodrigues. Nos anos 1970, fez com Nonato Buzar o sucesso “Rio antigo”, que foi gravado pela cantora Alcione. Gravou discos com muitos dos personagens humorísticos que interpretava em programas de televisão, dentre eles “Azambuja”, “Coalhada” e “Roberval Taylor”. Em 1974, lançou “Baiano e os Novos Caetanos”, ao lado de seu parceiro em diversas composições, Arnaud Rodrigues. Juntos formavam a dupla que parodiava Caetano Veloso e os Novos Baianos, e que fez muito sucesso na década de 1970, especialmente com a música “Eu vou batê pa tú podê batê”, de Arnaud Rodrigues. O disco de 1976, com o personagem radialista “Roberval Taylor”, lançado pela Som Livre, contou com a participação de artistas como Carlos Alberto, Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Betinho, entre outros. Foi ainda eventual parceiro de diversos outros artistas da MPB, como Benito Di Paula, com quem compôs “De quem é essa morena”.
Em 2010, prestou depoimento ao MIS (Museu da Imagem e do Som) no Rio de Janeiro, no qual contou detalhes de sua longa carreira que teve início no Rádio, passando depois à consagração na TV como um grande criador de tipos.
AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.