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Nome Artístico
Capiba
Nome verdadeiro
Lourenço Fonseca Barbosa
Data de nascimento
28/10/1904
Local de nascimento
Surubim, PE
Data de morte
31/12/1997
Local de morte
Recife, PE
Dados biográficos

Compositor. Instrumentista.

Foi o 10º filho de uma família de 13 irmãos. Em 1907, com três anos de idade, mudou-se com a família para a cidade do Recife. Seu pai, Severino Atanásio de Souza Barbosa, era orquestrador, arranjador, professor de música, tenor de igrejas, clarinetista e violinista. Criou com os filhos Lourenço, Sebastião, Severino, José Mariano (mais tarde conhecido como o compositor Marambá), João, Pedro e Antônio, a banda de música “Lira da Borborema”, da cidade de Taperoá, na Paraíba. Assim como os irmãos, aprendeu música com o pai. Em 1908, a família mudou-se para a cidade de Floresta dos Leões, hoje conhecida como Campina. Começou a compor aos 10 anos de idade. Em 1913, foi para a cidade de Batalhão, na Paraíba, conhecida atualmente como Taperoá. Dois anos depois, seu pai foi dirigir a Charanga Afonso Campos, a famosa Bacurau, banda de música da oposição na cidade de Campina Grande. Nessa época, a família Capiba, como eram conhecidos, gozava da estima e da admiração de todos pelos seus hábitos e disciplina. Com nove anos de idade, foi vítima de bexiga e esteve entre a vida e a morte. Entre 13 e 14 anos, apresentava-se na Banda Bacurau e cantava músicas sacras nas festas da padroeira da cidade. Com 16 anos, começou a trabalhar como pianista no Cine Fox, de Campina Grande, em substituição à irmã Josefa, que estava de casamento marcado. Mesmo sem saber tocar piano, aprendeu a tocar sete valsas em 11 dias e foi contratado. Seu progresso no piano foi enorme, chegando a ser convidado a integrar a Jazz Campinense como pianista e a acompanhar o cantor lírico italiano Brilhantini, que apresentou-se em curta temporada no Salão Nobre do Clube Municipal. Nesse período era um aficcionado do futebol, tendo chegado a jogar de “center forward”, como eram chamados os atacantes na época, no América de Campina Grande. Atuou, ainda, no Campinense Clube e no Recife. Mais tarde, foi artilheiro do Satélite, time dos funcionários do Banco do Brasil. Em 1924, aos 20 anos de idade, foi mandado pelos pais de volta para João Pessoa a fim de estudar no Liceu Pernambucano, com as instruções paternas de não envolver-se mais nem com futebol nem com  música. Por essa época, assumiu cada vez mais o apelido de família “Capiba”, que foi, segundo ele, herdado do avô materno, e que é sinônimo de jumento teimoso.

Dados artísticos

Em 1924, ao chegar a João Pessoa para estudar, recebeu a notícia do falecimento da mãe em Recife, vítima de cirurgia mal sucedida. Na ocasião, compôs com o irmão Antônio a valsa “Lágrimas de mãe”, que seria sua primeira música editada, mandada por ele a São Paulo, para a Oficina Graphica-Musical Campassi & Camin. Com licença do pai, assumiu o lugar do pianista do Cine Rio Branco que havia falecido. No mesmo período,  ingressou como atacante no time do América de João Pessoa e fundou a Jazz Independência, onde atuou até 1930, quando voltou para Pernambuco. Ainda na capital paraibana, conheceu Oliver Von Sohsten, homem rico e educado na Inglaterra que gostava de financiar orquestras para brincar o carnaval. A partir da amizade entre os dois, foram surgindo bandas  carnavalescas dirigidas por Capiba e financiadas pelo amigo. Em 1926, o carnaval paraibano foi aberto pela banda “Mulher sem coração”. Em 1927, foi a vez de “Eu sou doido por você”. Em 1928, “Quem tem amor tem ciúmes”. Em 1929, “Aluga-se um coração”. Nesse mesmo ano, participou do concurso musical da Revista Vida Doméstica com o tango “Flor das ingratas”, que tirou o primeiro lugar. Por essa época, fundou outra orquestra, a Jazz Independência, que teve pouco tempo de duração. Em 1930, passou o último carnaval em Campina Grande, onde desfilou à frente da Jazz Independência, que recebeu o apelido de Jazz da Saudade, com todos os seus integrantes fantasiados de pierrô. Nesse ano, sua composição “Não quero mais” foi classificada em quarto lugar no concurso de músicas para o carnaval no Rio de Janeiro, patrocinado pela revista O Malho e Casa de Discos Odeon. Um fato curioso nesse concurso foi que Capiba e seu parceiro João dos Santos Coelho registraram-se com os pseudônimos de “Pé-de-Pato” e “Joca da Beleza”, respectivamente, e quando a composição foi gravada por Francisco Alves, permaneceu com os pseudônimos, o que os obrigou a apresentar inúmeros documentos para provar a autoria da música e receber o prêmio a que faziam jus, uma vez que outra pessoa apresentara-se no Rio de Janeiro como autor da música, tendo desaparecido após receber o prêmio. No mesmo ano, passou em concurso para o Banco do Brasil, no qual havia sido inscrito pelo irmão mais velho, instituição na qual iria trabalhar durante 31 anos. Foi nomeado para trabalhar na cidade do Recife, para onde foi acalentando o desejo de criar uma orquestra formada por estudantes. Nessa época compôs no Recife sua primeira marcha: “Dona, não grite!”. Em 1931, organizou a Jazz Band Acadêmica, que estreou em novembro daquele ano, tocando no tradicional baile de formatura dos Acadêmicos de Medicina no Derby. Na ocasião, Capiba lançou um de seus maiores sucessos, a “Valsa verde”, composta especialmente para a data, com letra do poeta Ferreyra dos Santos.  A valsa tornou-se mania no Recife, sendo executada em todas as residências onde havia um piano, com suas partituras esgotando-se rapidamente nas lojas especializadas. Em 1932, foi aprovado no concurso para a Faculdade de Direito, a qual cursou para fazer jus ao título de acadêmico, já que era dirigente de uma orquestra formada por acadêmicos. No mesmo ano, organizou a primeira excursão da Jazz Band Acadêmica que atuou em diversas cidades do Norte e Nordeste, tendo-se apresentado em Fordlândia, Fortaleza, Natal e João Pessoa, com grande sucesso. A excursão teve como finalidade angariar fundos para a Casa do Estudante Pobre. No mesmo ano, musicou o poema “É de tororó”, de Ascenso Ferreira. A composição, em ritmo de maracatu, venceu em 1935 um concurso promovido pelo Diário de Pernambuco. Na mesma ocasião, foi incluída em um dos quadros da revista que o ator Jardel Jércolis apresentou na excursão que realizou a Portugal e Espanha. Em 1933, compôs o frevo-canção “Agüenta o rojão”, terceira colocada no concurso promovido pelo Diário de Pernambuco, e gravada no mesmo ano por Breno Ferreira, e “Tenho uma coisa pra lhe dizer”, que ganhou o primeiro lugar. Na mesma ocasião, a Jazz Band Acadêmica realizou uma excursão ao Rio de Janeiro, tendo-se apresentado no Tênis Club de Petrópolis, no Automóvel Club e nos bailes do Clube Municipal e do Copacabana Palace. Nesse mesmo ano, seu irmão mais velho e conselheiro, Tantão, morreu de uma injeção mal-aplicada, no dia em que Capiba completaria  29 anos de idade. Ainda sob o impacto da morte do irmão, inscreveu-se novamente no concurso do Diário de Pernambuco para o carnaval do ano seguinte com o frevo “É de amargar”. Mesmo sem ter se envolvido na promoção e na votação do frevo, este já conquistara o público, através das apresentações da Jazz Band Acadêmica. Durante a eleição final ocorrida no Teatro Santa Isabel, “É de amargar” foi escolhida por aclamação popular, uma vez que chegara até às finais graças aos votos dos próprios promotores do concurso. Capiba, que não havia ido às finais do concurso, ficou observando por uma fresta o que ocorria no teatro. Sendo descoberto, foi levado pelas ruas da cidade nos braços da multidão que cantava o frevo “É de amargar”. Este tornou-se um dos frevos mais tocados na história pernambucana, sendo executado até pelos clubes carnavalescos que normalmente apresentavam apenas suas próprias  músicas. Em 1934, esse frevo virou título de uma revista da atriz argentina Alda Garrido. No mesmo ano, foi gravado na RCA Victor pelo cantor Mário Reis, além de tornar-se um dito popular. No mesmo ano, desentendeu-se com alguns dos integrantes da Jazz Band Acadêmica e deixou a orquestra. Logo em seguida, envolveu-se com a organização do Bando Acadêmico do Recife, criado nos moldes da Jazz Band Acadêmica. A nova orquestra estreou na Festa da Primavera no Clube Náutico Capibaribe em 1935, durando, porém, pouco tempo, já que no ano seguinte Capibe a abandonava. Ainda em 1935, teve sua composição “Vou cair no frevo” gravada por Almirante. Continuou colecionando sucessos no carnaval. Em 1936, fez sucesso com “Manda embora essa tristeza” e “Quando eu passo em sua porta”, gravadas, respectivamente, por Aracy de Almeida, ainda em 1936, e por Claudionor Germano, em 1978. Em 1937, foi a vez de “Quem vai pra farol é o bonde de Olinda”, gravada no mesmo ano pela Columbia, pelo Coro Columbia. Em 1937, quase morreu afogado durante banho de mar na Praia de Boa Viagem, ocasião na qual faleceu seu colega e estudante de Medicina Roberto Hugo de Andrade. Após o incidente, viajou para o Rio de Janeiro em companhia de Fernando Lobo, onde passou um mês em licença do banco para tratamento de saúde. No mesmo ano, a Rádio Tupi apresentou um programa carnavalesco exclusivamente com músicas pernambucanas, incluindo as composições de Capiba “Quem vai pra farol…”, cantada por Hermano, e os maracatus “Cadê guerreiros” e “Eh! Uá Calunga”, interpretadas por Mara Henrique, acompanhada pelo Bando da Lua e da Orquestra Tupi, com direção do maestro Zuzinha. Em 1938, concluiu o curso de Direito. No mesmo ano, Carlos Galhardo gravou o frevo-canção “Casinha pequenina” e Francisco Alves obteve grande sucesso no carnaval com o frevo-canção “Júlia”. Em 1939, Cyro Monteiro gravou os frevos-canção “Quero essa” e “Gosto de te ver cantando”. Em 1940, Cyro Monteiro gravou o frevo-canção “Linda flor da madrugada”, sucesso no carnaval daquele ano. Musicou poemas de diferentes poetas, como “Macambira”, de Joaquim Cardoso e “A pena e a lei”, de Ariano Suassuna. Musicou, ainda, versos de Manoel Bandeira, Jorge de Lima, Carlos Pena Filho, Guilherme de Almeida, Ribeiro Couto, João Cabral de Mello Neto, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade e Castro Alves. Em 1942, Cyro Monteiro gravou o frevo-canção “Quem me dera”. Em 1943, fez por encomenda a canção “Maria Betânia”, que faria parte de uma peça baseada na obra “Senhora de Engenho”, do autor pernambucano Mário Sette, a ser encenada por um grupo teatral no Sindicato dos Bancários do Recife. Em 1944, Nélson Gonçalves, em visita ao Recife, tomou conhecimento da composição e gravou “Maria Bethânia”, que tornou-se um enorme sucesso, ensejando com que muitos pais colocassem em suas filhas o nome da personagem da música, inclusive a posteriormente famosa cantora baiana Maria Bethânia, que teve seu nome sugerido por Caetano Veloso. A composição, além do sucesso na voz de Nélson Gonçalves, conheceu mais de 10 gravações. Em 1946, Gilberto Milfont gravou o frevo-canção “E…nada mais”. Em 1947, musicou as peças “Haja pau”, de José de Morais Pinho e “Mãe da lua”, de Hermilo Borba Filho. No mesmo ano, Nélson Gonçalves obteve sucesso com o frevo-canção “Morena flor de canela”. Em 1948, musicou a peça “Amor de Dom Perlimquim”, do escritor espanhol Garcia Lorca. Musicou ainda as peças “Mandrágora”, de Maquiavel e “Viola do diabo”, apresentadas pelo Teatro Popular do Nordeste. Em 1949, conheceu o maestro Guerra Peixe que fora pesquisar a música do Nordeste e trabalhar na recém-inaugurada Rádio Jornal do Commércio. Teve aulas de composição e harmonia com o maestro de quem tornou-se amigo. No mesmo ano, compôs uma suíte baseada em quadros do pintor pernambucano Lula Cardoso Ayres para  comemorar o centenário do Teatro Santa Isabel. Em 1950, o samba-canção “Recife cidade lendária” foi lançado por Paulo Molin pelo selo Continental. No mesmo ano, o cantor José Tobias gravou o samba-canção “Igaraçu, cidade do passado”. Em 1951, Carmélia Alves lançou “É frevo meu bem”, verdadeira definição do frevo. Em 1952, Carmélia Alves gravou o frevo-canção “Deixa o homem se virar”. Em 1953, as irmãs Linda e Dircinha Batista gravaram o samba “Carro de boi”. Em 1956, a Rainha do Baião, Carmélia Alves, gravou pela Copacabana o frevo “Amanhã eu chego lá”. Em 1958, numa de suas várias viagens à Europa, assistiu ao Brasil conquistar seu primeiro título mundial de futebol. Na mesma viagem, assistiu em Paris a um show no Cabaré À  La Romance com músicas suas: “Olinda cidade eterna”, “Recife, cidade lendária”, “Cais do porto”, “Serenata suburbana” e outras, cantadas pelo cantor Hélio Mota. Realizou, também, diversas viagens à África. Em 1960, o Duo Guarujá gravou em forma de guarânia “Serenata suburbana”, originalmente uma valsa. Como guarânia, a composição obteve grande sucesso, sendo tocada em todo o país e no exterior, chegando a fazer parte do repertório de grupos e conjuntos vocais no Chile, Paraguai e Peru. Em 1961, aposentou-se do Banco do Brasil após 30 anos de serviços. Na mesma época, casou-se com Zezita, na época com apenas 20 anos, 34 anos mais nova do que ele. Em 1962, a cantora Maysa gravou aquele que seria um dos maiores sucessos do compositor, o samba canção “A mesma rosa amarela”, feito em parceria com o poeta Carlos Pena Filho, e que conheceria mais de  10 gravações, entre as quais as do Conjunto Farroupilha, Claudionor Germano, Paulinho Nogueira e Jair Rodrigues. Em 1963, Paulo Molin gravou o samba “Cais do porto”, no LP “Meu bom amigo Capiba”, também registrado em disco por Jorge Goulart. No mesmo ano, musicou o poema “Soneto da fidelidade”, de Vinicius de Moraes. Em 1965, Expedito Baracho gravou o frevo-canção “Essa mulher não me larga”, no LP “Capiba o poeta do frevo”. Em 1966, participou do Primeiro Festival Nacional de MPB com a toada afro-xangô “Dia cheio de Ogum”, gravada por Edy Souza. No mesmo ano, participou do I Festival Internacional da Canção no Rio de Janeiro, com a composição “Canção do negro amor”, em parceria com Ariano Suassuna e defendida por Sílvio Aleixo, que obteve o quarto lugar. No mesmo festival, Capiba inscreveu mais cinco composições, sendo que mais duas seriam classificadas para as finais: “Canção do amor que não vem”, defendida por Claudionor Germano e “Festa de cores”, defendida por José Orlando. Na ocasião, o artista gravou um depoimento para o Museu da Imagem e do Som sobre sua trajetória artística.  Em 1967, participou do II Festival Internacional da Canção com o baião “São os do norte que vem”, em parceria com Ascenso Ferreira e defendido por Claudionor Germano, obtendo o quinto lugar. No mesmo ano, participou do III Festival da Música Popular da TV Record com a “Cantiga pra Jesuíno”, defendida pela cantora De Kalafe, e também do Concurso de Músicas de Carnaval, criado e julgado pelo Conselho Superior de MPB, do MIS, com apoio da Secretaria de Turismo da Guanabara, com dois frevos-canções,  “Europa, França e Bahia”, defendida por Sílvio Aleixo e “Na minha rua”, por Dilma Leal. Em 1968, Claudionor Germano gravou o frevo-canção “Na minha rua”. No início dos anos de 1970, participou do Movimento Armorial criado no Recife por Ariano Suassuna, compondo para a Orquestra Armorial e depois para o Conjunto Armorial. Em 1971, o Quinteto Armorial estreou na Igreja do Rosário dos Pretos em Recife, dedicando a apresentação a Capiba. Foi considerado o patrono do Movimento Armorial. Recebeu os títulos de Cidadão Benemérito do Recife, de Olinda e de Campina Grande, além de receber as medalhas Estácio de Sá, Duarte Coelho e Pernambucana do Mérito. Em 1974, Claudionor Germano lançou o frevo-canção “A mulher que eu queria”. Em 1975, o Quinteto Armorial gravou a “Toada em desafio”. Em 1977, por ocasião das comemorações do sesquicentenário da criação dos cursos de Direito no Brasil, musicou a peça “Nesse caso eu caso”, de um acadêmico do século XIX. Em 1978, Cesar Bismarck gravou o frevo-canção “A nega de quem gosto”. No mesmo ano, Claudionor Germano gravou o frevo-canção “À procura de alguém”. Em 1979, foi homenageado no Festival da Música Popular Brasileira da Rede Globo, sendo ainda jurado e presidente de um dos júris. Em 1982, Expedito Baracho gravou o frevo-canção “A turma da boca livre”. Em 1984, a Fundarpe lançou o LP “80 anos de Capiba”, por ocasião da comemoração dos 80 anos do artista. O disco registrou, entre outras, a canção “A uma dama transitória”, parceria com Ariano Suassuna, com Expedito Baracho, o samba “Cais do porto”, com Claudionor Germano, o choro “Cem anos de choro”, com a Orquestra de Cordas Dedilhadas e a ciranda “Minha ciranda”, com Lia de Itamaracá. Na mesma ocasião, assistiu na Igreja de Nossa Senhora do Carmo no Recife à primeira audição da “Grande missa armorial”, de sua autoria. Em 1985, publicou pela Fundarpe o “Livro das ocorrências”, uma autobiografia. Faleceu dia 31 de dezembro de 1997, aos 93 anos, por infecção generalizada no Hospital Jayme da Fonte, em Recife. O governo do estado e a prefeitura local decretaram luto oficial de três dias. No mesmo ano foi lançado pela FUNARTE o CD “Capiba”, com a participação, entre outros, de Claudionor Germano, Expedito Baracho, Lia de Itamaracá e Orquestra Dedidalhadas de Pernambuco. No CD, são interpretadas diversas obras de Capiba, entre as quais, “Eu quero é ver”, “Linda flor da madrugada”, “É de tororó” e “É de amargar”. Consta ainda do CD um depoimento de Capiba falando sobre a “Valsa verde”, um de seus maiores sucessos. Em 1999, o cantor pernambucano Antônio Nóbrega gravou o CD “Madeira que cupim não rói”, título de um frevo de Capiba.
Em 2002, foi finalizado o CD “Mestre Capiba” com obras suas interpretadas por artistas como Paulinho da Viola (Valsa verde), Caetano Veloso (Olinda, cidade eterna), (Chico Buarque (Recife, cidade lendária), Ney Matogrosso (Serenta suburbana), Alceu Valença (Iguaraçu, cidade do passado), Gal Costa (Resto é saudade) e Claudionor Germano que interpretou um pot pourri de frevos. O disco começou a ser produzido em 1995 pelo violonista Raphael Rabello e além de homenagear o mestre do frevo pernambucano faria parte da campanha “Natal sem fome”, do sociólogo Betinho. A morte do precoce do produtor paralizou o projeto, que foi retomado sete anos depois pela irmã de Raphael rabello, Luciana e por Daniel de Souza, filho de Betinho.
Em 2004, em comemoração ao centenário de seu nascimento o selo Revivendo lançou dois CDs intitulados “Capiba – O poeta do frevo”, cada um com com 21 composições de sua autoria interpretadas por grandes nomes da música popular brasileira. No volume 1 estão presentes, entre ooutros “Não quero mais”, na voz de Francisco Alves;  “tenho uma coisa para lhe dizer”, com a Jazz Band Academica de Pernambuco; “Manda embora essa tristeza”, com  Aracy de Almeida; “Gosto de te ver cantando” e “Linda flor da madrugada”, com Cyro Monteiro; “Teus olhos”, com Carlos Galhardo; “Não aguento mais” e “Segure no meu braço”, com Nelson Gonçalves; “Você faz que não sabe”, com Francisco Carlos; “É frevo meu bem”, com Carmelia Alves; “Se você me quisesse”, com Angela Maria e “Frevo da felicidade”, com Orlando Silva, além de “Madeira que cupim não rói”, com a interpretação do Bloco Mocambinho da Folia.
O segundo CD traz, entre outras, as gravações de “Aguenta o rojão”, com Breno Ferreira; “É de amargar”, com Mario Reis; “Vou cair no frevo”, com Almirante; “Quem vai pra farol é o bonde de Olinda”, com o Coro Columbia do Rio de Janeiro; “Julia”, com Francisco Alves; “Casinha pequenina”, com Carlos Galhardo; “Quero essa”, com Cyro Monteiro; “Quem bom vai ser”, com Nelson Goncalves; “O anel que tu me deste”, com Expedito Baracho; “Oh Bela!”, com a  Orquestra e Coro RCA Victor e “Frevo e ciranda”, com Claudionor Germano.
No início de 2005, também comemorando os 100 anos do compositor, o cantor Gonzaga Leal revisitou sua obra, com o CD “Cantando Capiba”,  em que participaram  artistas como Francis e Olívia Hime, Teca Calazans, Naná Vasconcellos, Dalva Tores e Kelly Benevides, sob direção musical e regência do maestro Nenéu Liberalquino. Em 2008, teve a sua música “Recife, cidade lendária”, gravada no álbum “Cem carnavais”, do cantor e compositor André Rio.

Discografias
2004 Revivendo CD Carnaval, sua história sua glória - vol. 33 - Capiba - O poeta do frevo
2004 Revivendo CD Carnaval, sua história sua glória - vol. 34 - Capiba - O poeta do frevo
2002 CD Mestre Capiba
1997 Funarte CD Capiba
1995 LG CD Capiba, cidadão do frevo
1993 Polydisc CD Carnaval de Capiba: 25 anos de frevo, Claudionor Germano e Orquestra de Nelson Ferreira
1985 Bandepe LP Capiba e seus poemas
1984 Funarte LP Capiba 80 anos

"Na contra-capa, textos de Maria Edinéa Saldanha de Arruda Falcão, Gilberto Freyre e Mauro Mota. A produção do disco teve a colaboração da Prefeitura da Cidade do Recife. Encarte com texto de Hermínio B. de Carvalho, Gilberto Freyre, entre outros e fotos"

1982 Macambo LP "Capiba, ontem, hoje e sempre"

Encarte contendo as letras das músicas e texto de Capiba assinado e datado de agosto de 1982.

1981 Rozemblit LP Carnaval Capiba I. 25 anos de frevo
1978 Abril Cultural/História da MPB 33/10 pol. Capiba - Nelson Ferreira

"Este disco faz parte da Coleção 'História da Música Popular Brasileira' e vem acompanhado de um fascículo, nº 44, com textos sobre os compositores e fotos destes. Contém as letras das músicas."

1978 Rozemblit LP Carnaval Capiba II. Carnaval começa com C de Capiba
1977 [Funarte]/Série Arquivo LP Cancioneiro Pernambucano

"Este disco faz parte 'Série Arquivo', 'Encontro de Corais do Recife Cancioneiro Pernambucano'. Produção da Funarte - Governo de Pernambuco Secretaria de Educação e Cultura - Departamento de Cultura disco de capa dupla, contendo na parte central texto de L"

1974 Passarela LP Carnaval Capiba III. Frevo alegria da gente
1974 Passarela LP Carnaval de Capiba

"Na contra-capa, texto de Capiba."

1972 Abril/Cultural/Coleção Nova História da MPB 33/10 pol. Capiba - Nélson Ferreira

"Este disco faz parte da Coleção 'Nova História da Música Popular Brasileira' e vem acompanhado de um fascículo contendo textos dos compositores, um histórico sobre eles, fotos e as letras das músicas. Contém um desenho de Capiba."

1960 Mocambo LP Sambas de Capiba

"Na contra-capa, texto de Ariano Suassuna."

Obras
A chama (c/ Ascenso Ferreira)
A mesma rosa amarela (c/ Carlos Pena Filho)
A mulher que eu queria
A nega que eu gosto
A palavra saudade
A pisada é essa
A própria natureza
A turma da boca livre
A turma da pedra lascada
A uma dama transitória (c/ Ariano Suassuna)
Agüenta o rojão
Ai de mim (c/ Carlos Pena Filho)
Ai se eu tivesse
Amanhã eu chego lá
Amigo do rei
Amores da rua
Cais do porto
Cala a boca menino
Campina, cidade rainha
Cantando sem saber cantar
Cantiga de Jesuíno (c/ Ariano Suassuna)
Canção do amor que não veio
Capiba
Carro de boi
Casa Grande & Senzala
Casinha pequenina
Catirina meu amor
Cem anos de choro
Cinco, quatro, três, dois, um, frevo
Claro amor (c/ Carlos Pena Filho)
Começo de vida
Cotovia (c/ Manuel Bandeira)
Dance comigo
De chapéu-de-sol aberto (c/ Ferreyra dos Santos)
Deixa o homem se virar
Depois (c/ Talma de Oliveira)
Desesperada solidão (c/ Mauro Motta)
Dia azul
Dia cheio de Ogum
E eu drumo?
E... nada mais
Eh! Luanda
Eh! Uá calunga
Encontro marcado
Esta mulher não me larga
Eu já sei
Eu quero é ver
Europa, França e Bahia
Faça de conta
Festa de cores
Frevo alegria da gente
Frevo da alegria
Frevo da felicidade
Frevo da saudade
Frevo da solidão
Frevo de todo mundo
Frevo do cordão azul
Frevo dos namorados
Frevo e ciranda
Frevo tradicional
Gosto de te ver cantando
Igaraçu, cidade do passado
Juventude dourada
Já vi tudo
Júlia
Levanta a poeira
Linda flor da madrugada
Lá na serra
Madeira que cupim não rói
Manda embora essa tristeza
Manhã de tecelã (c/ Carlos Pena Filho)
Maracatu elefante
Maria Betânia
Mentira (c/ Fernando Lobo)
Minha ciranda
Modelos de verão
Morena cor de canela
Na minha rua
Nação nagô
Nem que chova canivete
Ninguém é de ferro
No balanço do frevo
Nos cabelos de Rosinha
Não agüento mais
Não quero amizade com você (c/ Carlos Pena Filho)
Não quero mais (c/ João dos Santos Coelho)
Não sei o que fazer
Não vá embora
O mais querido
O que é que eu vou dizer
O tocador de trombone
Oh! Bela
Olinda, cidade eterna
Onde está o meu amor (c/ J. Coelho Filho)
Onde o sol descamba (c/ Ascenso Ferreira)
Pobre canção (c/ Carlos Pena Filho)
Por causa de um amor
Por causa de uma mulher
Por quê?
Porque você não me quer
Praia da Boa Viagem
Primeira bateria
Quando passo em sua porta
Quando se vai um amor
Quando é noite de lua
Que bom vai ser
Que foi que eu fiz
Que será de nós
Que é que eu vou dizer
Quem me dera
Quem tem amor não dorme
Quem vai pra farol é o bonde de Olinda
Quero essa
Recife, cidade lendária
Recife, cidade lendária
Recordando
Rei de aruanda
Resto de saudade
Rosa do mar
Se o homem chora
Se você me quisesse
Segure no meu braço
Segure o seu homem
Sem amor
Sem lei nem rei I
Sem lei nem rei II
Serenata suburbana
Sim ou não
Sino, claro sino
Soneto da fidelidade (c/ Vinicius de Moraes)
Subúrbio triste
São os do norte que vem (c/ Ariano Suassuna)
Só a rosa
Tenho uma coisa para lhe dizer
Teus olhos
Toada e desafio
Trombone de prata
Tu que me deste o teu cuidado (c/ Manuel Bandeira)
Um pernambucano no Rio
Uma rosa é uma rosa
Umas e outras
Valsa verde (c/ Ferreyra dos Santos)
Vamos pra casa de Noca
Vamos pro frevo
Verde mar de navegar
Vira a moenda
Você está chorando
Você faz que não sabe
Vou cair no frevo
À procura de alguém
É de amargar
É de tororó (c/ Ascenso Ferreira)
É frevo, meu bem
É hora de frevo
Última carta
Bibliografia Crítica

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

BARBOSA, Lourenço da Fonseca. O livro das ocorrências. Recife: Fundarpe, 1985.

CÂMARA, Renato Phaelante da e BARRETO, Aldo Paes. Capiba é frevo, meu bem. Rio de Janeiro: Funarte, 1986.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.