Compositor. Cantor. Humorista. Ator.
Filho de imigrantes italianos. Ainda muito jovem em Jundiaí, passou a ajudar o pai no serviço de cargas em vagões da E.F. São Paulo Railway, atual E.F.Santos – Jundiaí. Ainda em Jundiaí, trabalhou como entregador de marmitas e varredor numa fábrica. Em 1924, transferiu-se com a família para Santo André, onde exerceu as funções de tecelão, pintor, encanador, serralheiro e garçom, na casa do então Ministro da Guerra, Pandiá Calógeras. Posteriormente, foram para São Paulo, onde aprendeu o ofício de metalúrgico – ajustador no Liceu de Artes e Ofícios. Foi obrigado a abandonar a função porque seus pulmões ficaram afetados pelo pó do ferro esmerilhado. Empregou-se em outras funções, entre as quais a de vendedor.
Foi apelidado de “Noel Rosa paulista”. E um símbolo quase unânime do chamado samba paulista/paulistano do Brás. Seu nome artístico surgiu a partir do aproveitamento do nome Adoniran, do amigo Adoniran Alves, colega de boemia, e Barbosa, do cantor e compositor Luiz Barbosa, pioneiro do samba de breque.
Na década de 1960 trabalhou na propaganda da cervejaria Antártica no spot “Nós viemos aqui pra beber ou pra conversar?”, criando o bordão com a sua voz rascante.
Em 1965 a composição “Trem das onze” ganhou o “Concurso Oficial de Músicas Carnavalescas do Quarto Centenário do Rio de Janeiro”, sendo eternizado depois da primeira gravação do grupo Demônios da Garoa.
Em 2015 foi produzido o curta-metragem, dirigido por Pedro Serrano, “Dá Licença de Contar”, ganhador de vários prêmios no país em sua categoria.
No ano de 2018 o diretor Pedro Serrano retorno ao universo de Adorniran Barbosa, desta vez com o documentário “Adoniran – Meu Nome é João Rubinato”. Neste mesmo ano, de 2018, foi homenageado, nas salas de exposição do Banco Santander, no centro comercial da cidade de São Paulo, com a mostra inédita “Trem das Onze” reunindo mais de 100 itens do acervo pessoal do músico, entre filmes, discos, documentos, fotografias e partituras. Segundo informações de divulgação: “Com curadoria do cineasta Pedro Serrano e do jornalista Celso de Campos Jr., biógrafo do sambista, a exposição reuniu mais de 100 itens raros do acervo pessoal do músico, que foi organizado ao longo de 40 anos pela esposa dele, Matilde, e mantido preservado desde os anos de 1980. Organizada em dez salas imersivas, essa vasta coleção reúne objetos pessoais, documentos, recortes de jornais e revistas, filmes, fotografias, partituras e discos, além de trechos do documentário “Adoniran – meu nome é João Rubinato”.
No ano de 2024 o diretor Pedro Serrano lançou em o longa-metragem “Saudosa Maloca”, tendo como atores principais Paulo Miklos, Gero Camilo e Gustavo Machado. Neste mesmo ano foi lançado o livro “Histórias das Malocas”, produzido pelo Núcleo Rubinato, criado pelo pesquisador Tomás Bastian, que deu a Sílvio Essinger (Segundo Caderno, de O Globo – 20/03;2024) a seguinte entrevista:
“Adoniran é muito famoso, mas muito pouco conhecido.”
Tomás Bastian acrescentou ao livro o capítulo “Decionáurio de Adonirês”, com 190 verbetes. O pesquisador é o criador do podcast “Histórias das Malocas”, no qual revisita episódios do programa e de esquetes de Charutinho, personagem criado por Adoniran Barbosa e seu parceiro de roteiro, o escritor e letrista Osvaldo Moles.
Em 1974 participou como ator da novela “Mulheres de Areia”, da TV Globo.
Entrou para a história da Música Popular Brasileira como um dos maiores nomes da cultura e da produção artística de São Paulo, um originalíssimo cronista musical da vida de sua cidade. Suas primeiras composições foram “Minha vida se consome”, com Pedrinho Romano e Verídico, e “Socorro”, com Pedrinho Romano. Tentava a sorte em programas de calouros da Rádio Cruzeiro do Sul de São Paulo.
Em 1933, foi aprovado num desses concursos, interpretando o samba “Filosofia”, de Noel Rosa. Iniciou carreira artística a convite do cantor Paraguaçu, que o levou a se apresentar num programa semanal (de 15 minutos de duração), onde era acompanhado por conjunto regional. Dois anos depois, em 1935, teve sua primeira composição gravada, a marcha “Dona boa”, registrada por Raul Torres na Columbia, composição na qual colocou versos em música de J. Aimberê. Essa marcha recebeu o prêmio de primeira colocada em concurso de músicas carnavalescas promovido pela Prefeitura de São Paulo. Ainda nesse mesmo ano, adotou o pseudônimo com o qual se tornaria posteriormente conhecido pelo grande público.
Entre os anos de 1935 e 1940, atuou na Rádio Cruzeiro do Sul como cantor e animador de programas de discos. No ano seguinte, em 1941, levado por Otávio Gabus Mendes, transferiu-se para a Rádio Record, onde fez radioteatro numa série chamada “Serões Domingueiros”. Por essa época, trabalhava na emissora Osvaldo Moles, responsável pela criação de diversos personagens com linguajar tipicamente popular, tipos que iriam influenciar profundamente sua obra produzida nos anos subsequentes.
No ano de 1943, foi formado o conjunto Demônios da Garoa e passou a atuar com o grupo. Passaram a animar a torcida nos jogos de futebol promovidos por artistas de rádio no interior paulista. Em 1945, participou do filme “Pif-paf”, e em 1946, do filme “Caídos do céu”, ambos dirigidos por Ademar Gonzaga.
Em 1951, gravou seu primeiro disco, na Continental, com a marcha-rancho “Os mimosos “colibri”, de Hervê Cordovil e Osvaldo Moles, e o samba “Saudade da maloca”, de sua autoria. Nesse ano, seu samba “Malvina” foi premiado em concurso carnavalesco em São Paulo e gravado pelos Demônios da Garoa e lançado pelo selo Elite Special para o carnaval do ano seguinte, em 1952, quando gravou o “Samba do Arnesto”, de sua autoria e Alocin, e o samba “Conselho de mulher”, de sua autoria, José B. Santos e Osvaldo Moles. Nesse ano, fez com Osvaldo França, o samba “Joga a chave”, premiado em concurso carnavalesco da cidade de São Paulo e gravado pelos Demônios da Garoa.
Em 1953, atuou no filme “O cangaceiro”, de Lima Barreto. dois anos depois, em 1955, os Demônios da Garoa gravaram “Saudosa maloca” e “Samba do Arnesto”, este, parceria com Alocin, músicas onde firmou seu estilo peculiar de composição, retratando o universo das camadas populares de São Paulo, com linguajar caipira e paulistano italianado. São essas as características básicas do estilo que o tornou o compositor mais popular da cidade de São Paulo. “Saudosa maloca” foi logo depois registrada pela cantora Marlene e é considerado um dos seus maiores sucessos, a ponto de ser incluído na coletânea “As 14 músicas do século XX”, produzido por Ricardo Cravo Albin no ano 2000 para a E.M.I/Odeon. Ainda nesse ano, os sambas “Conselho de mulher” e “As mariposas” foram gravados com grande sucesso pelo grupo Demônios da Garoa.
Em 1956, teve o samba “Iracema”, outro de seus grandes sucessos, gravado pelos Demônios da Garoa na Odeon. O mesmo grupo gravou também no mesmo período os sambas “Um samba no Bixiga”, “Quem bate sou eu”, com Artur Bernardo, e “Apaga o fogo mané”. No mesmo ano, o grupo Os Modernistas gravou seu samba “O legume que ele quer”, parceria com Manezinho Araújo. No ano seguinte, em 1957, lançou “Bom-dia tristeza”, uma única parceria com o poeta Vinicius de Moraes, cujo esboço original de Vinicius lhe foi entregue inicialmente pela cantora Aracy de Almeida, que logo depois a gravaria. No ano posterior, em 1958, seus sambas “Pafunça”, com Osvaldo Moles, e “Abrigo de vagabundos” foram gravados pelos Demônios da Garoa. Nesse ano, gravou os sambas “Pafunça”, com Osvaldo Moles, e “Nois não usa os bleque tais”, com Tião. Gravou também o samba “Pra que chorar”, de Peteleco. No lado A desse disco Paulo Augusto gravou sua marcha “Dotô Vardemá (Conheço muito)”, parceria com Geraldo Blota e Raguinho. Em 1959, mais um samba gravado pelos Demônios da Garoa: “No morro da Casa Verde”.
Em 1960, fez em parceria com Osvaldo Moles, o samba “Tiro ao Álvaro” gravado posteriormente por ele e Elis Regina. Por essa época, Osvaldo Moles escreveu especialmente para ele o programa “História das malocas”, inspirado no samba “Saudosa maloca”, programa no qual interpretou com sucesso o personagem “Charutinho”, criado por Moles. A “História das malocas”, foi apresentada até 1965 na Rádio Record, chegando a ser levada para a televisão.
No ano de 1965, os Demônios da Garoa lançaram aquele que seria seu maior sucesso, o samba “Trem das onze”, composição que recebeu prêmio no concurso de músicas de carnaval no quarto centenário da fundação do Rio de Janeiro. A música marcaria definitivamente a carreira do compositor, tornando-se um verdadeiro hino da cidade de São Paulo, com repercussão em todo o país. Participou de novelas e programas humorísticos da TV Record de São Paulo, como “Papai sabe nada” e “Ceará contra 007”.
Em 1968, participou da I Bienal do Samba com “Mulher, patrão e cachaça”, com Osvaldo Moles. Atuou como radioator e também em telenovelas especialmente na Rádio e Tv Record.
Em 1973, atuou na primeira versão da novela “Mulheres de areia”, de Ivani Ribeiro na TV Tupi. Posteriormente, em 1974, lançou seu primeiro LP individual, registrando antigas e novas composições como “Abrigo de vagabundos”, “As mariposas”, “Apaga o fogo Mané”, “Trem das onze”, “Saudosa maloca” e “Iracema”. No ano seguinte, lançou o LP “Adoniran Barbosa” interpretando entre os sambas “No morro da casa verde”, “Vide verso meu endereço”, “Tocar na banda”, “Malvina”, “Não quero entrar”, “Samba italiano”, “Triste margarida (Samba do metrô)”, “Mulher, patrão e cachaça”, “Pafunça”, “Samba do Arnesto”, “Conselho de mulher” e “Joga a chave”. O LP foi gravado e lançado em 1974 (aos 63 anos) e produzido por Pelão (João Carlos Botezelli) teve a faixa “Samba do Arnesto” proibida pela censura, pois um dos agentes chegou a sugerir que Adoniran recorresse ao MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização).
O segundo LP é de 1975 e foi lançado pela gravadora Odeon.
Nos últimos anos de sua vida, suas apresentações tornaram-se esporádicas, sempre restritas à região metropolitana de São Paulo, com acompanhamento do Grupo Talismã.
Em 1977, apresentou-se no Teatro 13 de Maio, no Bairro paulista do Bixiga juntamente com os sambistas cariocas Cartola, Nelson Cavaquinho, Zé Kéti, Mário Lago e Carlos Cachaça.
Em 1980, a EMI-Odeon lançou o LP “Adoniran Barbosa” em comemoração aos 70 anos de vida do compositor. Para a ocasião, foram convidados inúmeros intérpretes, entre os quais, Elis Regina, Clara Nunes, Clementina de Jesus, Djavan, Carlinhos Vergueiro, entre outros, contando com a direção de Fernando Faro. Nesse disco, Elis Regina cantou “Tiro ao Álvaro”, com Osvaldo Molles; Roberto Ribeiro “Bom dia tristeza”, com Vinícius de Moraes; Djavan, “Agenta a mão, João”, com Hervé Cordovil; o grupo MPB 4, “Vila Esperança”, com Marcos César; Clementina de Jesus e Carlinhos Vergueiro, “Torresmo à milanesa”, com Carlinhos Vergueiro, e Gonzaguinha, “Despejo na favela”. Nessa época, dividiu com Radamés Gnatalli a trilha sonora do filme “Eles não usam black-tie”. Em 1984, foi lançado pelo selo Eldorado o LP “Documento inédito” onde aparecem raridades como o prefixo do programa “Fino da bossa”, com ele e Elis Regina, além de falas suas entrecortadas por músicas como “Só tenho a ti”, parceria com a poetisa Hilda Hilst, “Fala Mathilde”, “Rua dos Guimarães” e outras.
Em 1996, foi lançado pela Editora Globo um CD e o fascículo “Adoniran Barbosa”, dentro da “Coleção MPB – Compositores”.
No ano 2000, o violeiro Passoca lançou CD com composições inéditas do autor de “Trem das Onze” nas comemorações dos 90 anos de nascimento do sambista. Suas composições inéditas foram guardadas por Juvenal Fernandes, escritor amigo do sambista, que trabalhou em editoras de música e tem um baú com 90 letras do compositor.
Em 2001, a gravadora Kuarup lançou o CD “Adoniran ao vivo”, último show do compositor gravado no extinto Ópera Cabaré, de São Paulo, em 1979. Foi homenageado pelo cantor baiano e do movimento tropicalista Tom Zé no disco “Estudando o samba” na música “Augusta, Angélica e Consolação”. Em 2002, foi lançado o livro “Adoniran, dá licença de contar…”, pela editora 34 com um rico material iconográfico, autoria de Ayrton Mugnaini Jr. No mesmo ano, foram lançados mais dois livros sobre a vida e a obra do compositor “Adoniran Barbosa – O poeta da cidade”, de Francisco Rocha, e “Adoniran – Se o senhor num tá lembrado”, de Flávio Moura e André Nigri. Em 2007, foi lançado em DVD sua participação no programa “Ensaio” apresentado por Fernando Faro pela TV Educativa em programa gravado em 1972, no qual o sambista paulista interpretou clássicos de sua autoria como “Saudosa maloca”, “Samba do Arnesto”, “As mariposas”, “Um samba do Bixiga”, “Trem das onze” e “Prova de carinho”, além de outras menos conhecidas como “Joga a chave”, “Por onde andará Maria” e “Dondoca”. Em 2009, foi lançado um livro-agenda como parte das comemorações do centenário de nascimento do compositor em 2010. Segundo Fred Rossi idealizador da série “Anotações com arte”, “O formato livro-agenda permite um olhar leve, que combina com Adoniran”. No livro são destacadas curiosidades como o parecer da censura sobre a música “Tiro ao Álvaro”, a foto da aliança que ele deu a Mathilde de Lutiis, sua mulher durante 40 anos, além de trechos de entrevistas do autor de “Trem das onze”, como uma na qual ele afirma que “O Vanzolini é um erudito, eu sou pitoresco”, fazendo uma comparação entre o compositor Paulo Vanzolini e ele.
Em 2010, no dia em que completaria cem anos de nascimento foi reverenciado por diversas reportagens que rememoraram sua carreira e os maiores sucessos. Também por ocasião das comemorações por seu centenário de nascimento foi lançado pela gravadora Lua Music o CD “Adoniran 100 anos” produzido por Thiago Marques Luiz, com direção musical de Rovilson Pascoal e André Bedurê. O CD contou com a participação de 37 artistas interpretando 33 composições de João Rubinato, o verdadeiro nome do compositor. Entre outros fizeram parte da gravação Arnaldo Antunes, Markinhos Moura, Zélia Duncan, Maria Alcina, Cauby Peixoto, Vânia Bastos, Edgard Scandurra, Quinteto Em Preto e Branco, Verônica Ferriani, Diogo Poças, Graça Braga, Passoca e o grupo Demônios da Garoa. O CD foi lançado em uma série de oito shows gratuitos no Centro Cultural São Paulo reunindo vinte dos artistas que participaram do projeto. Ainda em 2010, foi homenageado com o livro “Trem das onze” sobre sua obra poética inspirada nos tipos de São Paulo e no linguajar típico dos habitantes mais pobres da grande metrópole. O livro foi ilustrado com fotos de época de fotógrafos como Hildegard Rosenthal, Alice Brill e Gautherot. Foi também homenageado por dois maestros. No teatro Oi Casa Grande, na zona sul do Rio de Janeiro, o maestro Wagner Tiso regeu a Orquestra Petrobras Sinfônica que tocou obras de autoria de Adoniran, contando ainda com as participações especiais do violinista Nicolas Krassik, do saxofonista Nailor Proveta, do cavaquinista Henrique Cazes e do gaitista Gagriel Grossi. Já no Teatro Municipal, centro do Rio de Janeiro, o maestro Júlio Medaglia regeu a Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro no tema “Variações sobre o Trem das Onze”, seu grande clássico. Em 2012, seu samba “Saudosa maloca” foi interpretado pela cantora Sonia Delfino na homenagem prestada no Instituto Cultural Cravo Albin à cantora Marlene, por ocasião do 90º aniversário natalício da mesma, com a abertura da exposição “Marlene – 90 anos de glórias”, em show que contou ainda com as participações de Dória Monteiro e Ellen de Lima, que formam o grupo Cantoras do Rádio. Em 2014, foi lançado pela Editora Dead Hamster a revista em quadrinhos “Quaisqualigundum”, alusão ao refrão do samba “Trem das Onze”. Com roteiro de Roger Cruz e desenhos de Davi Calil, o gibi, segundo reportagem do jornal O Globo, “é todo ambientado no universo das canções do cantor e compositor paulista Adoniran Barbosa”. (…) “Além de “Saudosa Maloca”, as outras músicas que inspiram o álbum são “Apaga o fogo Mané”, “Samba no Bixiga” e “Samba do Arnesto”. O enredo mistura tramas narradas nas canções, como a busca de Mané por sua mulher, Inez; uma briga generalizada no Bixiga; o saudosismo de quatro amigos por uma maloca; e o sumiço de Arnesto, anfitrião de um samba no Brás”.
Em 2017, sua obra foi revisitada no projeto “Se assoprar, posso acender de novo”, com o lançamento de CD e DVDS no qual diferentes nomes da música popular fizeram uma leitura pessoal de 14 composições inéditas do compositor paulista. O projeto teve início quando o produtor de cinema Cássio Pardini foi convidado pelo cineasta Pedro Serrano para transformar em longa metragem o curta “Dá licença de contar”, que Pedro havia dirigido. O produtor iniciou então uma pesquisa sobre a obra do autor de “Trem das onze” em busca de composições menos conhecidas, e acabou descobrindo duas obras inéditas de João Rubinato, que depois de apresentados à filha do compositor se transformaram em 14. No CD e DVD foram feitas as seguintes gravações: “Passou”, com Pepe Ávila, na voz de Ney Matogrosso; “O rostinho de Maria”, com Pepe Ávila, nas vozes de Fernanda Takai e Leo Cavalcanti; “Ninguém pode negar”, com Portinho, na de Eduardo Pitta; “Só vivo de noite”, com Paulinho Nogueira, na interpretação de Kiko Zambianchi e sua filha Ana Julia; “Receita de pizza”, com Jorge Costa, interpretada por Maurício Pereira; “O sol e a lua”, com Zaé Junior, na de Diogo Poças; “Até amanhã”, com Wilma Camargo, na criação do rapper Criolo; Foi na mosca”, com Chico, na de Simoninha; Procissão de amor”, com Maximino Parize, na de Guri de Assis Brasil e Gero Camilo; “O barzinho”, com Renato Luiz, teve leitura de Lineker; “O mundo vai mal”, com Antônio Rago, foi registrada por Estevão Quiroga e Yasir Chediak; “Naquele tempo”, com Serafim da Costa Almeida, foi gravada pela dupla Os Versos Que Compomos na Estrada; “Messias”, valsa instrumental feita em parceria com Copinha, foi gravada pelo trio Lulinha Alencar, no acordeom, Nucolas Krassik, no violino e Gabriel Selvage, no violão, e “Encalacrado”, só de sua autoria, registrada por Marco Mattoli e Fabiana Cozza.
Participação de Roberto Ribeiro, Talismã e Seu Conjunto, Elis Regina e Carlinhos Vergueiro.
Participação de Oswaldo Moles, Marcos César, Carlinhos Vergueiro, Alocin, Vinicius De Morais e Oswaldo Moles.
Série "2 por 1". Participação de Oswaldo Moles, Alocin, João Belarmino dos Santos, Elis Regina, Talismã, Carlinhos Vergueiro e Djavan.
Participação de Elis Regina, Djavan e Gonzaguinha.
Série "O talento de". Participação de Elis Regina, Gonzaguinha, Djavan, Roberto Ribeiro, Clara Nunes, Carlinhos Vergueiro, Clementina de Jesus e Conjunto Nosso Samba.
Série "2 em 1"
Série "Identidade". Elis Regina, Clara Nunes, Carlinhos Vergueiro, Clementina De Jesus, Roberto Ribeiro, Gonzaguinha, Djavan e Conjunto Bossa Nova.
Série "Reviva".
Série "Para sempre"
Série "Bis"
Série "Raízes do samba". Participação de Elis Regina, Djavan, Conjunto Nosso Samba, Vania Carvalho, Carlinhos Vergueiro, Clementina De Jesus e Gonzaguinha.
Série "2 Em Um". Participação de Oswaldo Moles, Alocin, João Belarmino dos Santos, Oswaldo França, Elis Regina, Talismã, Carlinhos Vergueiro e Djavan.
Participação de Roberto Ribeiro, Talismã e Seu Conjunto, Elis Regina, Carlinhos Vergueiro, Djavan, Vania Carvalho, MPB4, Clara Nunes, Gonzaguinha e Clementina de Jesus.
Série "20 Preferidas".
Sério "Prestígio".
Série "A Arte do Encontro".
Seu último show ao vivo, gravado no Ópera Cabaret (SP), em 1979
Com participação de Demônios Da Garoa, Roberto Ribeiro, Vania Carvalho, Carlinhos Vergueiro, Clementina De Jesus, Clara Nunes, Djavan, Gonzaguinha, Carlinhos Vergueiro, Talismã e Seu Conjunto, Conjunto Nosso Samba e MPB.
Com participação de Clara Nunes, Carlinhos Vergueiro, Clementina De Jesus e Elis Regina.
Com Wilson Miranda e Demônios Da Garoa.
Trilha sonora peça teatral escrita por Gianfrancesco Guarnieri, em 1958, e filme homônimo de 1981, dirigido por Leon Hirszman, com fotografia de Lauro Escorel.
Com Moreira Da Silva, Carlos Cachaça e Nelson Cavaquinho.
Participação de Nosso Samba.
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro:Ediouro, 2003.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.
AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.
MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.
MOURA, Flávio e NIGRI, André. Adoniran – Se o senhor num tá lembrado. São Paulo: Boitempo, 2002.
MUGNAINI Jr., Ayrton. Adoniran, dá licença de contar… São Paulo: Editora 34, 2002.
ROCHA, Francisco – Adoniran Barbosa – O poeta da cidade. São Paulo: Ateliê Editorial, 2002.
SEVERIANO, Jairo e MELLO, Zuza Homem de. A canção no tempo. Volume1. São Paulo: Editora: 34, 1999.
Se Vinícius de Moraes tivesse pelo menos lembrado da existência de Adoniran Barbosa, não teria injustamente decretado que São Paulo é o túmulo do samba. A frase não é boba como, ao se ouvir Adoniran, sempre com muito prazer, sente-se nele a síntese do ritmo com todas as características regionais – um samba legitimamente paulistano. Samba rock é assim. Não tem sotaque determinado. Tem assinatura. E a assinatura impressa por Adoniran é inconfundível. Até hoje é difícil encontrar alguma letra do gênero tão divertida quanto as que ele compunha. Adoniran abusava das gírias locais, destruía propositalmente o português e construía situações como poucos.
“Saudosa maloca” e “O samba do Arnesto” são exemplos típicos do seu dom de cronista de uma época, que contava histórias saborosas, criativas, com malícia implícita e musicadas de um jeito que tornaram as canções eternas.
Não se sabe se, para responder aos puristas chatos sobre a balela do não samba em São Paulo ou por pura diversão, ele compôs o delirante samba italiano no qual, ao som de cavaquinho, violão, violino, pandeiro e bateria, inventou uma absurda letra no idioma de Dante. Num outro clássico de sua autoria, “Trem das onze” – soberbamente regravado por Gal Costa, que enfatizou toda a beleza da letra e da canção –, o também intérprete de voz rouca determinou com pureza e pitadas de humor um caso de amor vivido nas mãos da pobreza. Boêmio incorrigível, mulherengo ao extremo – não havia moça bonita a que ele não se insinuasse –, Adoniran Barbosa deixou uma obra de estilo, marcada pela graça e pela sensibilidade como São Paulo e o Brasil merecem.
Apoenan Rodrigues