0.000
Nome Artístico
Orestes Barbosa
Nome verdadeiro
Orestes Dias Barbosa
Data de nascimento
7/5/1893
Local de nascimento
Rio de Janeiro, RJ
Data de morte
15/8/1966
Local de morte
Rio de Janeiro, RJ
Dados biográficos

Compositor. Poeta. Escritor. Jornalista. 

Nasceu no bairro carioca de Vila Isabel. Depois de seu nascimento sua família morou na ilha de Paquetá, mudando-se para a Gávea quando ele tinha sete anos. Seu pai chamava-se Caetano Lourenço da Silva Barbosa e era major. Sua mãe chamava-se Maria Angélica Bragança Dias Barbosa. A família passou por dificuldades financeiras ao longo de toda a sua infância. Por causa disso não freqüentou a escola. Aprendeu a ler sozinho, vendo os letreiros de bondes e manchetes de jornais com a ajuda de um vizinho, Clodoaldo de Moraes, pai de Vinícius de Moraes, que também lhe ensinou as primeiras lições no violão, quando ele tinha dez anos. 

Em 7 de maio de 1902, o jornalista João Guedes de Melo registrou no jornal “O Paiz”, o aniversário do menino: “Aniversaria hoje Orestes Dias Barbosa, meigo e talentoso menino que se faz estimar por quem o vê, tão clara e reveladora é a sua inteligência.” Entrou para a escola aos 12 anos, O Liceu de Artes e Ofícios, onde aprendeu o ofício de revisor. Aos 13 anos, venceu um concurso literário na revista “Tico-tico”. Em 1907, então com 14 anos, empregou-se como revisor do jornal “O Século”, dirigido por Rui Barbosa. Aos vinte anos, tornou-se repórter do “Diário de Notícias”, também sob a direção de Rui Barbosa. Além de repórter, trabalhou como revisor, secretário e cronista, exercendo todas as funções dentro de um jornal. Uma das manchetes criadas por ele, a pedido de Rui Barbosa, tornou-se célebre: “Cortou o mal pela raiz”, anunciava um caso policial em que a esposa cortara o órgão sexual do marido que a havia traído. Trabalhou nos periódicos “A gazeta de Notícias”, “A Manhã”, “O Radical”, “Opinião”, “O Mundo”, “A Hora”, “O Avante”, “A Folha”, “A Noite”, “O Dia”, “A Notícia”, “O Globo”, “Diretrizes”, “A Pátria” e “A Imprensa”. 

Em 1913, quando trabalhava para o jornal “A Noite”, de Irineu Marinho, liderou um grupo de repórteres na instalação, no Largo da Carioca, de uma roleta de papelão com o seguinte cartaz: “Jogo é franco – Roleta com 32 números – só ganha freguês”. O jornal fazia campanha contra a jogatina desenfreada que ocorria na capital do país, insinuando a conivência das autoridades. Foi esse episódio que inspirou a famosa letra do samba “Pelo telefone”, de Donga e Mauro de Almeida: “O Chefe da Polícia pelo telefone mandou avisar/ Que na Carioca tem uma roleta para se jogar…”.

Estreou como poeta em 1917 com o livro “Penumbra sagrada”. Em 1920, foi a Portugal, onde entrevistou Teófilo Braga e encontrou-se com Guerra Junqueiro. Foi um jornalista destemido, escrevendo artigos sobre acontecimentos e críticas aos políticos de então. Por causa disso, esteve preso várias vezes. A primeira prisão foi em 1921, quando escreveu artigo denunciando o Grêmio Euclides da Cunha como aproveitador dos direitos autorais do patrono.  Ainda em 1921, publicou o primeiro livro de crônicas intitulado “Na prisão”, onde conta casos de dentro do cárcere, além de “Água-marinha”, seu segundo livro de poemas. Foi um dos primeiros a manter uma coluna radiofônica no jornal “A Manhã”, em meados dos anos 1920. Durante o governo de Artur Bernardes (1922-1926), esteve preso novamente. Apesar disso, continuou escrevendo e publicando livros em prosa: “Bam-bam-bam” (1923), “Portugal de perto!”(1923), “O português no Brasil”(1925) e “O Pato preto” (1927). 

Em 1933, fundou, junto com o amigo e parceiro Nássara, o jornal “A Jornada”, que tinha a seguinte epígrafe: “Não quero saber quem descobriu o Brasil; quero saber quem é que bota água no leite.” O jornal, que durou poucos meses, dedicava-se a artigos sobre a língua brasileira e a campanhas contra a Light, empresa canadense de energia elétrica. Noel Rosa inclusive, compôs o samba “Não tem tradução”, inspirado em uma crítica publicada em “A Jornada”, que falava das particularidades do idioma falado no Brasil. Ainda em 1933, publicou um livro de crônicas intitulado “Samba”, que em estilo telegráfico registra o aparecimento do samba urbano. Em 16 de agosto de 1966, dia seguinte ao de sua morte, assim noticiou o jornal O Globo: “O compositor Orestes Barbosa, de 73 anos, cuja vida artística está sendo contada num espetáculo  do Teatro da Arena da Guanabara, com o título da sua canção mais famosa – “Chão de estrelas” – morreu ontem, em sua residência, às 15 horas, vítima de trombose cerebral. O corpo está sendo velado na Assembléia Legislativa, de onde o enterro sairá hoje, às 15 horas, para o cemitério de São Francisco Xavier, no Caju. Orestes era compositor de  grande sucessos, entre eles, sua primeira música, “Flor do asfalto”, escrita quando era repórter de O Globo”.

Dados artísticos

Um dos grande letristas de nossa MPB. Assíduo freqüentador do famoso Café Nice, foi parceiro de grandes compositores como Custódio Mesquita, o pianista Nonô, Noel Rosa, Francisco Alves, Wilson Batista e Sílvio Caldas, com quem compôs valsas e canções antológicas, como o clássico da MPB, “Chão de estrelas”. Como letrista, estreou em 1930 com a cançoneta “Bangalô”, em parceria com Osvaldo Santiago, gravada pelo cantor Alvinho na Odeon. Em 1931, teve duas outras parcerias, com J. Thomaz, gravadas por Castro Barbosa na Victor, o fox-samba “Flor do asfalto” e o samba “Carioca” e o samba “Rosalina” por Jonjoca também na Victor. No mesmo ano, estreou cantando em disco um samba de Heitor dos Prazeres, “Nega, meu bem”. No ano seguinte, Francisco Alves gravou a canção “Meu companheiro”, parceria dos dois, e Paulo Neto de Freitas o fox-trot “Galgo russo”, parceria com J. Thomaz, ambas na Odeon e Aracy Cortes lançou na Columbia o samba “Verde e amarelo”, parceria com J. Thomaz. No mesmo ano, fez com Bonfíglio de Oliveira a valsa “Alvorada” gravada ao trompete pelo próprio Bonfíglio de Oliveira com vocal de Luciano Perrone, e Moacir Bueno Lobo gravou, com acompanhamento de guitarra de Gastão Bueno Lobo, a valsa “A abelha e a flor”, com Guilherme Pereira.

Em 1933, compôs com Francisco Alves a marcha “Há uma forte corrente contra você” gravada pelo próprio Francisco Alves na Odeon. No mesmo ano, gravou com o compositor Nássara na Odeon a marcha “As lavadeiras”, parceria dos dois e com o mesmo Nássara compôs o samba “Caixa econômica”, gravado em dueto por João Petra de Barros e Luiz Barbosa na Victor. Ainda nesse ano, compôs com Noel Rosa o samba “Positivismo”, que o próprio Noel Rosa gravou pela Columbia e com o pianista Nonô fez a canção “Vidro vazio” lançada na Victor por Sílvio Caldas. Em 1934, compôs com Sílvio Caldas o samba “Sem você” gravado por Aurora Miranda na Odeon e com Francisco Alves a modinha “Não sei…” e a valsa Romance”, lançadas pelo próprio Chico Alves na Victor. Nesse ano, obteve um de seus maiores sucessos, a valsa “A mulher que ficou na taça”, parceria com Francisco Alves que a gravou na Victor em disco que trazia outra parceria dos dois, a canção “Adeus”. No ano seguinte, Francisco Alves gravou a marcha “Meu São João”, outra parceria com Nássara, e Floriano Belham as valsas-canção “O vestido das lágrimas” e “Soluço”, parcerias com Sílvio Caldas. Em 1936, as Irmãs Pagãs gravaram a marcha “Gato escondido”, parceria com Custódio Mesquita, e Sílvio Caldas a valsa “O nome dela não digo”, parceria dos dois.

Em 1937, Sílvio Caldas gravou duas parcerias dos dois, a valsa “Arranha-céu” e a canção “Chão de estrelas”, que se tornou um clássico da música brasileira e seu maior sucesso. No ano seguinte, nova parceria com Sílvio Caldas foi gravada pelo cantor e parceiro, a valsa-canção “Suburbana”.

Em 1945, Carlos Galhardo gravou na Victor os sambas “Canário”, parceria com Ari Monteiro e “Cabelo branco”, com Wilson Batista, e Ataulfo Alves e suas pastoras, também na Victor, o samba “O negro e o café”, parceria com Ataulfo Alves. Nesse ano, compôs com Custódio Mesquita o samba-choro “Flauta , cavaquinho e violão”, gravado por Aracy de Almeida na Odeon e com Benedito Lacerda o samba “Manchete de estrelas” gravado por Ericsson Martha na Continental. Teve gravado por Roberto Paiva na Continental no ano seguinte o samba “Abandono”, parceria com Roberto Martins e por Vicente Celestino  na Victor a valsa “Altar de lama”, parceria com o próprio Vicente Celestino. Em 1947, teve outra parceria com Wilson Batista gravada, o samba “Abigail”, lançado por Orlando Silva na Odeon.

Em 1948, compôs com Herivelto Martins o samba “Canaviais” lançado na Odeon pelo Trio de Ouro.

Em 1950, o samba-canção “Abolição”, parceria com Wilson Batista foi gravado na RCA Victor por Francisco Carlos. No ano seguinte, o cantor Carlos Roberto lançou pelo selo Star o samba “Gato angorá”, parceria com Américo Pastor.

Em 1955, compôs com o violonista Valzinho o samba “Óculos escuros”, gravado por Zezé Gonzaga na Columbia. Em 1956, seu fox-canção “Flor do asfalto”, com J. Thomaz e sua valsa “Serenata”, com Sílvio Calas, foram gravadas por Cauby Peixoto em compacto simples na RCA Victor.

No mesmo ano em que morreu, foi homenageado pelo poeta Walmir Ayala com a peça “Chão de estrelas”, espetáculo litero musical montado num circo em pleno Tabuleiro da Baiana, centro histórico do Rio de Janeiro. Em 1959, teve a canção “Meu companheiro”, com Francisco Alves, e a valsa “Soluços”, com Sílvio Caldas, gravadas por Onéssimo Gomes para o LP “Serestas do Brasil Nº 3” da gravadora Radyo Long Play com arranjos do maestro Aldo Taranto.

Em 1962, a canção “Por teu amor”, com Francisco Alves foi relançada por Gilberto Alves no LP “Gilberto Alves de sempre” lançado pela gravadora Copacabana. Em 1966, teve sua vida artística contada no espetáculo  “Chão de estrelas”, título da sua canção mais famosa, no Teatro da Arena da Guanabara, um afiteatro em forma de circo situado na área do recem derrubado Morro de Santo Antônio, em frente ao convento do mesmo nome, no Largo da Carioca, centro histórico do Rio. O show “Chão de estrelas” foi roteirizado pelo poeta Walmir Ayala. Em 1968, o conjunto de rock Os Mutantes regravou “Chão de estrelas”. Na década de 1970, recebeu homenagem do cantor e compositor Paulinho da Viola, que regravou “Óculos escuros” em seu LP “Paulinho da Viola”. Em 1974, Jards Macalé gravou “Imagens”, com Valzinho, em seu LP “Aprender a nadar”, pela Philips.

Na década de 1980, o samba “Araruta”, com Noel Rosa foi gravado pelo conjunto Coisas Nossas, no LP “Noel Rosa, inédito e desconhecido”. Em 1993 foi homenageado pelo selo Revivendo com o lançamento do CD “O poeta nas vozes de Francisco Alves e Sílvio Caldas. A partir de 2002, anunciou-se nos círculos literários cariocas ligados à MPB que o escritor Carlos Didier começara a escrever sua biografia. Em 2013, teve o samba-canção “Quase que eu disse”, com Sílvio Caldas, gravado por Cauby Peixoto, no CD “Minhas serenatas”, registrado ao vivo no Teatro Fecap, em São Paulo, e lançado pela Lus Music. No mesmo ano, em comemoração aos seus 120 anos de nascimento foi homenageado no Instituto Cultural Cravo Albin com a palestra musical “120 anos de Orestes Barbosa” que contou com as participações de seu neto Roberto Orestes Barbosa, do escritor Carlor Didier e do cantor e compositor Alberto Gino, que, acompanhado do violonista Oscarzinho do Violão interpretou composições do jornalista e compositor.

Discografias
1933 Columbia 78 As lavadeiras
1931 Parlophone 78 Nega, meu bem
Obras
A Mulher que ficou na taça (c/ Francisco Alves)
A Saudade não quer (c/ Esmerino Cardoso)
A abelha e a flor (c/ Guilherme Pereira)
A Última serenata
A Única rima (c/ Sílvio Caldas)
Abandono (c/ Roberto Martins)
Abelha da ironia (c/ Francisco Alves)
Abigail (c/ Wilson Batista)
Abolição (c/ Wilson Batista)
Adeus (c/ Francisco Alves)
Adeus, mocidade (c/ Francisco Alves)
Altar de lama (c/ Vicente Celestino)
Alvorada (c/ Bonfiglio de Oliveira)
Anoitecer no sertão mineiro (c/ João de Minas)
Armarinho do céu
Arranha-céu (c/ Sílvio Caldas)
As lavadeiras (c/ Nássara)
Bailarina
Balão do amor (c/ Francisco Alves)
Bangalô (c/ Osvaldo Santiago)
Boneca (c/ Guilherme Pereira)
Boneca de limousine (canção)
Cabelo branco (c/ Wilson Batista)
Café (c/ Custódio Mesquita)
Caixa Econômica (c/ Nássara)
Canaviais (c/ Herivelto Martins)
Cansei de sofrer (c/ Custódio Mesquita)
Canário (c/ Ari Monteiro)
Carioca (c/ J. Thomaz)
Carnaval triste (c/ J. Thomaz)
Carneirinho, carneirão
Chão de estrelas (c/ Silvio Caldas)
Cigarra
Ciúme (c/ Francisco Alves)
Coração
Dona da minha vontade (c/ Francisco Alves)
Felicidade (c/ Manuel Pereira Franco)
Flauta, cavaquinho e violão (c/ Custódio Mesquita)
Flor da noite
Flor do alfalto (c/ J. Thomaz)
Galgo russo (c/ J. Thomaz)
Gato angorá (c/ Américo Pastor)
Gato escondido (c/ Custódio Mesquita)
Grade de luz
Há uma forte corrente contra você (c/ Francisco Alves)
Imagens (c/ Valzinho)
Lembrança
Linda mulher (c/ E. R. Godói e O. L. Machado)
Manchete de estrelas (c/ Benedito lacerda)
Maria Lúcia
Maria Reina
Meu São João (c/ Nássara)
Meu companheiro (c/ Francisco Alves)
Meu erro (c/ Sílvio Caldas)
Meu rosal (c/ Nonô)
Mineira
Nestas noites de amor (c/ Custódio Mesquita)
Noite azul
Não sei (c/ Francsico Alves)
O Negro e o café (c/ Ataulfo Alves)
O Nome dela não digo (c/ Silvio Caldas)
O Perfume e o beijo
O Que o teu piano revelou (c/ Custódio Mesquita)
O Vestido das lágrimas (c/ Sílvio Caldas)
O Único móvel
Olga (c/ Nonô)
Olhos perdidos (c/ J. Thomaz)
Opala
Ouve esta canção (c/ Francisco Alves)
Palhaço do luar (c/ Francisco Alves)
Por teu amor (c/ Francisco Alves)
Positivismo (c/ Noel Rosa)
Professora da saudade (c/ André Filho)
Quase que eu disse (c/ Sílvio Caldas)
Resposta à flor do asfalto
Romance (c/ Francisco Alves)
Romance de carnaval (c/ J. Machado)
Rosalina
Santa dos meus amores (c/ Sílvio Caldas)
Saudade do arranha-céu (c/ J. Thomaz)
Sem você (c/ Sílvio Caldas)
Serenata (c/ Sílvio Caldas)
Sergipana (c/ Eduardo Souto)
Serpentina de papel
Sol do coração (c/ E. S. Matos)
Soluço (c/ Sílvio Caldas)
Suburbana (c/ Sílvio Caldas)
Sônia (c/ J. Thomaz)
Tens razão (c/ Newton Teixeira)
Torturante ironia (c/ Sílvio Caldas)
Três anos de amor (c/ Germano Augusto)
Turca do meu Brasil
Unhas de santa (c/ Ari Monteiro)
Valsa do amor (c/ Roberto Martins)
Verde e amarelo (c/ J. Tomás)
Vidro vazio (c/ Nonô)
Vinho roxo
Óculos escuros (c/ Valzinho)
Bibliografia Crítica

ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.

ALBIN, Ricardo Cravo. O livro de ouro da MPB. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 2003.

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AMARAL, Euclides. A Letra & a Poesia na MPB: Semelhanças & Diferenças. Rio de Janeiro: EAS Editora, 2019.

AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008. 2ª ed. Esteio Editora, 2010. 3ª ed. EAS Editora, 2014.

AZEVEDO, M. A . de (NIREZ) et al. Discografia brasileira em 78 rpm. Rio de Janeiro: Funarte, 1982.

CARDOSO, Sylvio Tullio. Dicionário Biográfico da música Popular. Rio de Janeiro: Edição do autor, 1965.

COSTA, Cecília. Ricardo Cravo Albin: Uma vida em imagem e som. Rio de Janeiro: Edições de Janeiro, 2018.

MARCONDES, Marcos Antônio. (ED). Enciclopédia da Música popular brasileira: erudita, folclórica e popular. 2. ed. São Paulo: Art Editora/Publifolha, 1999.