
Cantor. Compositor. Instrumentista (violonista e guitarrista). Ator.
Aprendeu a tocar violão aos 13 anos de idade com o irmão mais velho e, mais tarde, com amigos músicos. Entre 1983 e 1985, estudou teatro na CAL (Casa das Artes de Laranjeiras). Depois de formado, atuou nos filmes “A cor do seu destino”, “Um trem para as estrelas”, “O mistério do Colégio Brasil”, “Kuarup”, “PSW”, “Ócio” e “O Homem do Ano” (2003). Fez parte de um grupo de estudo sobre filosofia contemporânea, focando principalmente o pensamento de Gilles Deleuze.
No ano de 2025 foi levado aos palcos o espetáculo “Era Uma Vez… Sonho Encantado de Cordel – O Musical”, para o qual compôs a trilha original, ao lado de Chico César e Zeca Baleiro. O trabalho foi inspirado no enredo da carnavalesca Rosa Magalhães, com texto e direção de Thereza Falcão e direção musical de Marcelo Alonso Neves.
Iniciou sua carreira artística como integrante do grupo vocal Garganta Profunda.
Em 1987, formou, com Luis Guilherme e Luiz Nicolau, o conjunto Inimigos do Rei, com o qual gravou LP homônimo em 1989, registrando suas composições “Suzy inflável”, “Miss Goodbar”, “Crime”, “São Business” e “Garotinha do front”, todas com Luiz Guilherme, “Mamãe viajandona” e “Apocalipse Joe”, ambas com Luiz Guilherme e Luiz Nicolau, e “Uma barata chamada Kafka” (c/Luiz Guilherme e Marcelo Marques), que se tornou o grande sucesso do grupo.
Em 1990, ainda como integrante do grupo Inimigos do Rei, lançou o CD “Amantes da Rainha”, contendo suas músicas “Pacto”, “Sexo banal”, “Deslizo”, “Vício”, “Terceiro ato (Kéngeren)” e “Animal”, todas com Luiz Guilherme, “Coral da Escandinávia” (c/ André Abujamra) e “Carne, osso e silicone” (c/ Luiz Guilherme, Luiz Nicolau, Marcelo Marques, Marcus Lyrio, Marcelo Crelier e Lourival Franco).
Em 1992, partiu para carreira solo, atuando com o nome de Paulinho Moska.
Em 1993, gravou o CD “Vontade”, contendo suas canções “Me leve” e “Cura da loucura”, ambas com Luiz Guilherme, “Leais inimigos” (c/ Billy Brandão), “Não diga que eu não te dei nada”, “Vamos acordar os mortos”, “Nada vai mudar isso”, “Resto do mundo”, “Tudo e nada”, “Será que sou eu?”, “Dinossauros”, “Trampolim” e a faixa-título. O disco foi produzido com Nilo Romero.
Em 1995, lançou o CD “Pensar é fazer música”, no qual registrou suas composições “Nada pra colher no jardim”, “Amém” (c/ Vítor Chicri), “Careta”, “Me deixe sozinho”, “O ano passado que vem”, “Boca” (c/ George Israel), “Admiração”, “O corpo”, “Camaleão”, “Não havia nada lá”, “Qualquer outro amor”, “Medo de Deus”, “Espaço Liso – o fado” e a canção-título, além do hit “O último dia” (c/ Billy Brandão), faixa incluída na trilha sonora da minissérie “O fim do mundo” (Rede Globo). O disco foi produzido por Nilo Romero.
Em 1996, gravou a faixa “Só em teus braços” para o songbook de Tom Jobim (Lumiar Discos). Nesse mesmo ano, participou do CD “Castelo Rá-tim-bum”, trilha sonora infantil do programa homônimo da TV Cultura (SP), e do CD “Triângulo sem bermudas – Uma homenagem à trois”, tributo ao grupo Os Mutantes, cantando com Celso Fonseca a faixa “Panis et Circensis”, de Gilberto Gil e Caetano Veloso).
Em 1997, lançou o CD “Contrasenso”, cujo repertório incluiu suas músicas “A seta e o alvo” e “Paixão e medo”, ambas com Nilo Romero, “Seja o que Deus quiser” e “Common grave”, ambas com Fernando Zarif, “Me chama de chão” (c/ Fernando Zarif e Branco Mello), “Relampiano” (c/ Lenine), “A outra volta do parafuso”, “Tudo que a gente quis”, “Efêmero”, “Admito que perdi”, a faixa-título e “Virtual (mente)”, versão em parceria com Nilo Romero para “Road Thang” (Slater e Cook). Nesse mesmo ano, gravou a faixa “Topázio” para o songbook de Djavan (Lumiar Discos), e participou dos CDs “Universo umbigo”, de Karnak (faixa “Eu só quero um xodó”, de Anastácia e Dominguinhos) e “Milton Guedes” (violões em “Mares de ti”, de Carlinhos Brown). Também em 1997, lançou o CD “Através do espelho – ao vivo”, contendo as faixas de sua autoria “A seta e o alvo” (c/ Nilo Romero), “Me chama de chão” (c/ Fernando Zarif e Branco Mello), “Amém” (c/ Vítor Chicri), “O último dia” (c/ Billy Brandão), “Paixão e medo” (c/ Nilo Romero), “Tudo que a gente quis”, “Nada pra colher no jardim”, “Vontade”, “Mesmice” e “Virtual (mente)”, versão em parceria com Nilo Romero para “Road Thang” (Slater e Cook), além de “Blues do Ano 2000” (George Israel, Nilo Romero e Cazuza), “Sonífera ilha” (Toni Bellotto, Carlos Barmak, Ciro Pessoa e Branco Mello), “Sonhos” (Peninha) e “Metamorfose ambulante” (Raul Seixas).
Em 1998, apresentou-se, ao lado de Zeca Baleiro, Lenine, Marcos Suzano e Chico César, no espetáculo “Cinco no palco”, realizado no circuito Sesc, em São Paulo. Nesse mesmo ano, participou do show “Boca Livre 20 anos – convida” e do disco homônimo, cantando “Diana”, de Toninho Horta e Fernando Brant. Ainda em 1998, gravou nos CDs “Cuidado com pessoas como eu”, de Cris Braun (violões em “Dry Martini drama”, de Dé e Alvin L, e “Tudo meu”, de Dé, Sergio Serra e Humberto Effe) e “Casa do forró” (faixa “Pedras que cantam”, de Dominguinhos e Fausto Nilo), com Zé Ramalho
Em 1999, gravou as faixas “O último blues”, ao lado do percussionista Marcos Suzano, e “Vitrines” (voz e violão), para o songbook de Chico Buarque (Lumiar Discos). Nesse mesmo ano, lançou o CD “Móbile”, contendo suas composições “Um móbile num furacão”, “Onde anda a onda”, “Tudo é possível”, “Sem dizer adeus”, “Castelos de areia” (c/ Jorge Mautner), “Cedo ou tarde”, “Por acaso em Osaka”, “A moeda de um lado só”, “Ímã” e “Debaixo do sol – Morrendo de frio”, além de “País tropical” (Jorge Ben), “O mundo” (André Abujamra) e “Retalhos de cetim” (Benito de Paula). O disco foi produzido por Marcos Suzano e Celso Fonseca. Ainda em 1999, gravou nos CDs “Cabô”, de Zé Renato (faixa “Cama de ilusão”, parceria de ambos), “Linda juventude”, de Flávio Venturini (faixa “Casa vazia”, de Flávio Venturini e Márcio Borges), “Sinfonia de pardais – Uma homenagem a Herivelto Martins (faixa “Casa vazia”), “Casa da lua cheia”, de Claudio Nucci (faixa “Baião levado”, de Claudio Nucci e Murilo Antunes), “Ana Carolina” (violões de nylon na faixa “A canção tocou na hora errada”, de Ana Carolina, e violões de aço em “Beatriz”, de Edu Lobo e Chico Buarque). Nesse mesmo ano, atuou no show “Tributo a Cazuza”, realizado no Metropolitan (depois ATL Hall), no Rio de Janeiro, cantando “Blues do ano 2000”. O espetáculo foi gravado ao vivo, gerando disco homônimo lançado no ano seguinte. Participou da trilha sonora, lançada em disco, da minissérie “Chiquinha Gonzaga” (Rede Globo), gravando a faixa “Menina faceira”, de autoria da maestrina.
Em 2000, sua canção “O último dia” (c/ Billy Brandão) foi selecionada para a coleção “As cem melhores do século” (EMI Music), produzida por Ricardo Cravo Albin.
No ano de 2001, reduzindo seu nome artístico para Moska, lançou o CD “Eu falso da minha vida o que eu quiser”, produzido por Marcos Suzano e Sacha Amback. No repertório do disco foram incluídas suas composições “Corpo histérico”, “Um e outro”, “Não deveria se chamar amor”, “Tudo viveu e morreu no nosso amor”, “Mentiras falsas”, “Meu pensamento não quer pensar”, “Oásis”, “Um ontem que não existe mais”, “Mar deserto”, “Para sempre nunca mais” e “Vênus”, além da faixa-título e da versão de sua autoria “Nunca foi tarde” para música de Jeff Buckley. O trabalho se caracterizou por uma maior presença eletrônica, com samplers operados por Sacha Amback, responsável pela produção musical, em colaboração com o percussionista Marcos Suzano, que também atuou no disco como instrumentista. Ainda nesse ano, gravou a faixa “Eu sei que vou te amar” (Tom Jobim e Vinicius de Moraes) para o CD “Olha que coisa mais linda – Uma homenagem a Tom Jobim”. Também em 2001, participou do Rock in Rio. Nesse mesmo ano, sua canção “O último dia” (c/ Billy Brandão) fez parte da coletânea “Música Brasileira” (EMI Music). O disco, produzido por Ricardo Cravo Albin a pedido do Ministério das Relações Exteriores, foi encartado na revista “Texts from Brasil”, lançada nos Estados Unidos e em alguns países da Europa. Ainda em 2001, gravou clássicos do samba para a trilha sonora de “Sabor da paixão”, dirigido pela cineasta venezuelana Fina Torres, tendo sido dublado no filme pelo ator Murilo Benício. Participou também da trilha sonora do filme “Amores possíveis”, dirigido por Sandra Werneck, e gravou guitarras virtuais e violão no CD “Sozinha minha”, de Adriana Maciel, que registrou no disco sua composição “Não deveria se chamar amor”.
Em 2002, atuou no Percpan (Panorama Percussivo Mundial), realizado no Teatro Castro Alves, em Salvador. Nesse mesmo ano, participou do CD “Café Brasil 2 – Conjunto Época de Ouro e convidados”, na faixa “Insensatez” (Horondino Silva e Augusto Mesquita). Nesse mesmo ano, fez show ao lado de Chico César no Teatro da Caixa, em Brasília, em comemoração ao lançamento do livro “Vozes do Brasil”, de Patrícia Palumbo, contendo entrevistas com 13 dos mais representativos cantores-compositores da música brasileira dos anos 1980 e 1990, entre os quais foi relacionado. Ainda em 2002, gravou a faixa “Sorrir” (versão de “Smile”, de Charlie Chaplin), para o songbook de Braguinha (Lumiar Discos).
Em 2003, apresentou-se, ao lado de Chico César, no palco do Bloco G, no Centro de Convenções, em Fortaleza, dentro da programação do “Festival Vida & Arte”. Nesse mesmo ano, gravou a faixa “Assim sem mais”, para o songbook de João Bosco (Lumiar Discos). Também em 2003, lançou o CD “Tudo novo de novo”, contendo “A idade do céu”, versão de sua autoria para uma canção do uruguaio Jorge Drexler, além de composições próprias, como “Lágrimas de diamantes”, “O jardim do silêncio”, “O bilhete no fim”, “Cheio de vazio”, “Pensando em você”, faixa incluída na novela “Agora é que são elas” (Rede Globo), e “Reflexos e reflexões”, que descreve um hábito desenvolvido pelo artista a partir de 2001: registrar suas imagens refletidas em superfícies espelhadas, principalmente dentro de hotéis, durante as turnês de shows, o que gerou uma série de 2.000 autos-retratos. Esse material foi aproveitado para ilustrar a capa e o encarte do CD e para interagir com o cenário do show de lançamento do disco realizado, também em 2003, no Canecão (RJ), ao lado do Quarteto Móbile, formado com os músicos Marcos Suzano (percussão e ritmo), Sacha Amback (interferências e teclados) e Dunga (baixo). O espetáculo contou ainda com a participação de Jorge Drexler. Também nesse ano, passou a ter total controle sobre sua obra, sendo o terceiro artista de uma gravadora multinacional (depois de Roberto Carlos e Marisa Monte) a tornar-se dono de seus próprios fonogramas.
Em 2010, lançou os CDs “Muito” e “Pouco”. Em “Muito”, registrou suas composições “Devagar, divagar ou de vagar?”, “Muito pouco”, “Deve ser o amor”, “Canção prisão”, “Soneto do teu corpo” (c/ Leoni), “Ainda”, “Pêndulo”, “Quantas vidas você tem?” e “Antes de começar”. Constaram do repertório do CD “Pouco” suas composições “Sinto encanto”, “Não” e “O tom do amor”, todas com Zélia Duncan, “Saudade” (c/ Chico Cesar), “Waiting for the Sun to Shine” (c/ Kevin Johansen), “Provavelmente Você” e “Semicoisas”, além de “Nuvem”, versão de sua autoria para “Nube” (Nano Stern) e “Oh, My Love, My Love” (Kevin Johansen). O disco contou com a participação de Chico Cesar, Maria Gadú , Kevin Johansen e Pedro Aznar. Nesse mesmo ano, fez show de lançamento do CD “Muito Pouco” no Canecão (RJ).
Em 2015, para celebrar os seus 20 anos de carreira, apresentou-se no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Dentre as músicas escolhidas para o show, o sucesso “O último dia”, música que o consagrou na carreira solo.
A escola de samba carioca G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel, aproveitou essa mesma composição para desenvolver o enredo “Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria se só te restasse um dia?”, criado pelo carnavalesco Paulo Barros. O enredo foi uma homenagem ao cantor, que fez questão de desfilar.
Ainda dentro do clima de comemoração, começou, nesse mesmo ano, a preparar um disco em parceria com o cantautor argentino Fito Paez, com estreia prevista para o segundo semestre de 2015.
Comemorou, ainda, dez temporadas a frente do programa “Zoombido”, no Canal Brasil.
Em 2016, ao lado da banda Suricato, estreou projeto no Circo Voador (Lapa – RJ). O projeto foi composto por Rodrigo Suricato (voz, guitarra, mala bumbo, violão, pandeirola), Gui Schwab (voz, guitarra, wessenborn e didgeridoo), Pompeo Pelosi (bateria e percussão) e Raphael Romano (baixo e percussão).
Em 2017, passou por 12 países gravando a série de TV chamada “Tu Casa es Mi Casa”. Lá, entrevistou cientistas, desenhistas e músicos sobre a nova criatividade latina.
No ano de 2024, em dupla com Zélia Duncan, fez duas apresentação em Portugal com o espetáculo “Um Ímpar” no palco do Sagres Campo Pequeno, em Lisboa, e ainda, no palco do Super Bock Arena, na cidade do Porto.
(Participação:)
ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira – Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2010; 3ª ed. EAS Editora, 2014.
AMARAL, Euclides. O Guitarrista Victor Biglione & a MPB. Rio de Janeiro: Edições Baleia Azul, 2009; 2ª Esteio Editora, 2011; 3ª ed. EAS Editora, 2014; 4ª ed. EAS Editora, 2024.
FUSCALDO, Chris. Discobiografia Mutante: Álbuns que revolucionaram a música brasileira. Rio de Janeiro: Editora Garota FM Books, 2018. 2ª ed. Idem, 2020.