
Maestro. Cantor. Compositor. Empresário. Escritor. Interessou-se pela música desde criança. Filho de uma costureira que trabalhou para costureiras de Alta Costura como Chanel e Lamim. Aprendeu a tocar inicialmente o trompete. Foi aluno de colégio católico. Em 1939, logo depois de iniciada a Segunda Guerra Mundial foi morar em Cuba, e, posteriormente, na década de 1940, radicou-se no Brasil indo morar no Rio de Janeiro onde se casou com uma carioca. Mudou-se depois para São Paulo e no começo dos anos 1960 retornou à França onde foi pra um retiro espiritual pensando em abandonar a música. Acabou estudando música clássica e casou-se pela segunda vez. Retornou depois ao Brasil e foi morar em Amparo, no interior de São Paulo. Nos anos 1960, abandonou a televisão e criou a empresa “Georges Henry Associados” pioneira na produção audiovisual na América Latina e passou na produção audiovisual, cinema e documentários. Na cidade de Amparo fundou um conservatório musical. Em 1999, publicou o livro “Um músico e sete vidas”. Foi eleito para a Academia Amparense de Letras.
Iniciou a carreira artística em 1939, quando migrou para Cuba e lá, passou a integrar como cantor o conjunto Lecuona Cuban Boys, dirigido pelo maestro Ernesto Lecuona, gravando discos e fazendo apresentações pelo mundo. Nos anos 1940, durante uma excursão pela América do Sul, visitou o Brasil onde realizou shows na “Boate Copacabana” e no “Cassino da Urca”. Apaixonado pela cidade resolveu fixar residência nela. No Rio de Janeiro montou uma orquestra que levou o seu nome. Contratado pela gravadora Continental, gravou seu primeiro disco no Brasil em 1945, interpretando os fox-trotes “Si Tu Vas A Paris” e “Menilmontant”, ambos de Charles Trenet. Em seguida, gravou o fox trot “Mon Homme”, de Albert Willemetz, Maurice Yvain e Jacques Charles, as canções “Paris Je T’aime” e “Mon Village”, de Lenoir, e “Que Reste-T-il de Nos Amours”, de Léo Chauliac e Charles Trenet, e “Symphonie”, de Alstone.
Em 1949, transferiu-se para São Paulo e montou uma orquestra para atuar na boate Oásis. Em 18 de setembro 1950, atuou como maestro no evento de inauguração da TV Tupi. Antes da inauguração inclusive, regeu a orquestra nas transmissões experimentais e acompanhou o Frei Mojica em show no Masp. Em seguida foi contratado como diretor musical da TV Tupi além de reger a orquestra em programas como “Antarctica no mundo dos sons”, “Música e fantasia” e “Karibe show”. Ainda em 1950, gravou com sua orquestra os baiões “Trem Ô Lá Lá”, de Lauro Maia e Humberto Teixeira, com vocal de William Fourneaut, e “Qui Nem Jiló”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, além de “Hora staccato”, de Diniscu e Heifetz, a marcha “Águias de Bastogne”, de Lennie Hayton, e os fox trotes “Holiday for strings”, de David Rose, e “Dança do sabre”, de Aran Katchaturian. Também nesse ano, gravou como interprete o fox ” Tu Sais”, de Sergi Walter, e a valsa “Um Air D’accordeon”, de H. Contet e P. Durant. No mesmo ano, teve o “Baião Dos Repórteres” gravado na Odeon por Dircinha Batista.
Em 1951, gravou com sua orquestra as marchas “Cisne branco”, de Antonio Manoel do Espírito Santo, e “Canção do soldado (Capitão Caçulo)”, de Teófilo de Magalhães. Em 1952, também com sua orquestra, registrou os choros “Tico tico no fubá”, de Zequinha de Abreu, e “Delicado”, de Waldir Azevedo. Em 1952, gravou pela Copacabana os foxes “Melancolie”, de Pierre Dudan e Al Romars, e “La Ronde De L’amour”, de Louis Ducreux e Oscar Strauss.
Em 1954, teve gravados por Tito Madi, pela Continental, os sambas canção “Pirajuí” e “Não Diga Não”, ambos com Tito Madi. No mesmo ano, teve “Falando Ao Telefone”, com Tito Madi, gravada na Sinter por Michel Daud, e o samba “Joguete de Amor”, com Tito Madi, por Leni Caldeira, na RCA Victor. Em 1955, teve gravado por Robledo e Seu Conjunto, pela gravadora Columbia, o samba canção “Não Diga Não”, que foi ainda registrado no mesmo não por Heleninha Silveira no LP “Ritmos populares”, e por Nora Ney. Ainda no mesmo ano, Orlando Ribeiro gravou na Odeon a valsa “Encontro no Sábado”, com Tito Madi.
Em 1956, sua interpretação para o fox “La Ronde De L’amour”, de Louis Ducreux e Oscar Strauss, foi incluída no LP “Músicas de filmes Nº 1”, da gravadora Copacabana. No mesmo ano, o samba canção “Não diga não” foi gravado pelo grupo Garotos da Lua em LP da gravadora Sinter, e também pelas cantoras Mariuon, na RCA Victor, e Sylvia Telles, na Odeon,e pelo pianista Hector Lagna Fietta, na Odeon. Em 1957, Nelly Martins gravou na Continental a valsa “Encontro no Sábado”, com Tito Madi. No mesmo ano, o samba canção “Não Diga Não” foi gravado no LP “Festa dançante – Walter Wanderley e Conjunto de Ritmos” lançado pelo pianista Walter Wanderley na gravadora RGE, e pelo conjunto Turma da Gafieira no LP “Samba em hi-fi – Turma da Gafieira” da gravadora Musidisc.
Em 1958, Carminha Mascarenhas, em LP da Copacabana gravou o samba canção “Joguete de Amor”, com Tito Madi, composição que seria registrada no mesmo ano por Tito Madi no LP “Sua voz… suas composições”, da Continental. Em 1960, “Não diga não” foi gravada pelo Conjunto Farroupilha no LP “Os Farroupilhas em HI-FI”, da gravadora Columbia. Em 1961, o conjunto Biriba Boys, no LP “Festa de ritmos” da gravadora Chantecler, registrou o samba canção “Não Diga Não”.
Em 1962, o samba canção “Não diga não” recebeu uma versão em forma de bolero feita pelo cantor mexicano Gregório Barrios e foi gravado por ele no LP “Nossos melhores boleros” da gravadora Odeon.
Em 1963, lançou pelo selo Total Sound/Copacabana o LP “Brasil 63 – Nº 1 – Ritmos para dançar – Georges Henry e Sua Orquestra” com as músicas “Maxixe Em Paris”, “Tristezas Nunca Mais (Samba no Municipal)”, “Canção dos Navegantes”, esta com interpretação de Geraldo Cunha, “Cabo Frio”, “Sob o Céu de Brasília”, “Dinheiro Carinho e Amor” e “Supersamba”, todas de José Toledo e Jean Manson, “O Rei Pelé”, com interpretação de Antônio Barbosa, “Amor amor amor”, com vocal de Geraldo Cunha, e “Samba de Maria” com vocal de Miguel França, três sambas de autoria de J. Toledo, J. Audi e Jean Manzon, e o “Samba Fantástico”, de José Toledo, Jean Manzon, Leônidas Autuori e Paulo Mendes Campos.
Em 1975, o samba canção “Não diga não”, seu maior sucesso como compositor foi incluído na coletânea “Antologia do samba canção”, da gravadora Philips, com interpretação do Quarteto em Cy.
Em 1984, no CD “Pérola”, do selo Jangada/EMI-Odeon, a cantora Nana Caymmi registrou o samba canção “Não diga não”. Pioneiro da televisão no Brasil também atuou como cantor e maestro além de compositor.